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3.2. Saúde e Vigilância Sanitária no Brasil

3.2.1. Vigilância Sanitária no Estado de São Paulo

3.2.1.2. Programa de Colheita de Amostras

No ano de 1995, o Centro de Vigilância Sanitária em conjunto com o Instituto Adolfo Lutz instituíram um Programa de Colheita de Amostras para Análise Fiscal baseado numa relação de alimentos selecionados, contendo os tipos de produtos a serem colhidos, as respectivas quantidades e determinações analíticas a serem realizadas, tendo como enfoque a importância da colheita de amostras de forma planejada (SÃO PAULO, 2003).

De 1995 a 1996 o programa foi realizado com a participação de algumas equipes regionais de Visa. Em 1997 passou a ser desenvolvido pelas 24 equipes regionais de Visa e os produtos foram selecionados a partir das sugestões dessas equipes. Nesse momento, já se tornava evidente a importância do papel dos municípios, principalmente nos casos de laudos em desacordo com a legislação (SÃO PAULO, 2003).

A partir de 1998, o programa passou a ser denominado de "Programa Paulista" e está sendo aprimorado (SÃO PAULO, 2003).

3.2.1.2.1. Programa Paulista 2002

O Centro de Vigilância Sanitária e o Instituto Adolfo Lutz planejaram e coordenaram a execução do Programa Paulista 2002, que realizou análises fiscais em alimentos amostrados no comércio varejista do Estado de São Paulo (SÃO PAULO, 2003).

Os objetivos do Programa foram:

- Monitorar a qualidade sanitária de alguns produtos alimentícios industrializados, principalmente os fabricados no estado de São Paulo.

- Detectar irregularidades nos produtos, assim como nos estabelecimentos responsáveis por sua comercialização ou fabricação, aplicando-se a legislação sanitária.

- Identificar os setores produtivos que necessitam de uma intervenção institucional de abrangência estadual e/ou nacional de caráter preventivo (SÃO PAULO, 2003).

Este Programa tornou- se público através da publicação da Portaria CVS 7/2002, no Diário Oficial do Estado em 15 de maio de 2002 (SÃO PAULO, 2003).

Foram selecionadas 14 categorias de produtos para compor o Programa, de acordo com os seguintes critérios: produtos de amplo consumo popular, produtos que fazem parte da cesta básica, produtos com potencial risco à saúde e sugestões apresentadas pelas VISAs/DIRs e pelos laboratórios regionais e central do IAL (SÃO PAULO, 2003).

O Programa foi executado dentro de rigoroso cronograma e a colheita de amostras realizou- se de março a agosto de 2002 (SÃO PAULO, 2003).

A gestão das atividades foi realizada de maneira inovadora através da Internet, interligando o Grupo Técnico de Alimentos do CVS, as 24 equipes de VISAs/DIRs do Estado e o laboratório central do IAL. Na página da Internet do CVS (www.cvs.saude.sp.gov.br), foi criada uma intranet acessível aos executores do Programa, com as finalidades de gerir a equipe e desenvolver uma base de dados informativa sobre as origens das amostras e seus resultados analíticos. A interpretação desta base de dados gerou os comentários apresentados neste relatório (SÃO PAULO, 2003).

As VISAs/DIRs foram responsáveis pela gestão e execução do Programa na sua área de abrangência. Algumas incluíram municípios de sua área geográfica para a realização do Programa e responsabilizaram-se pela gestão local. Os municípios envolvidos encontram-se abaixo: DIR I – São Paulo; DIR II – Santo André: Diadema, Ribeirão Pires, Santo André, São Caetano do Sul, Mauá e São Bernardo do Campo e Rio Grande da Serra; DIR III – Mogi das Cruzes; DIR IV – Franco da Rocha: Caieiras, Cajamar, Franco da Rocha, Francisco Morato e Mairiporã; DIR V – Osasco: Barueri, Carapicuíba, Osasco, Taboão da Serra, Pirapora do Bom Jesus, Santana de Parnaíba; DIR VI – Araçatuba: Araçatuba, Avanhandava, Glicério, Ilha Solteira, Penápolis, Alto Alegre, Andradina, Auriflama, Bento De Abreu, Bilac, Birigüi, Buritama, Clementina, Guararapes, Mirandópolis, Pereira Barreto, Santo Antônio do Aracanguá, Sud Menucci; DIR VII – Araraquara: Araraquara e São Carlos, Matão, Descalvado, Santa Rita do Passa Quatro, Ibitinga; DIR VIII – Assis: Assis, Paraguaçu Paulista, Cândido Mota, Ourinhos, Palmital, Santa Cruz do Rio Pardo; DIR IX – Barretos; DIR X – Bauru: Lins, Bauru, Jaú; DIR XI –

Botucatu: Laranjal Paulista, Avaré, São Manuel, Itaporanga, Conchas, Águas de Santa Bárbara, Fartura, Piraju, Botucatu, Pardinho, Taquarituba, Cerqueira César, Taguaí, Pratânea, Pereiras, Bofete, Porangaba, Areiópolis, Iaras, Tejupá, Paranapanema; DIR XII – Campinas: Americana, Amparo, Atibaia, Hortolândia, Indaiatuba, Jundiaí, Valinhos, Vinhedo; DIR XIII – Franca: Franca, Orlândia, Morro Agudo, Igarapava, São Joaquim da Barra, Sales Oliveira, Patrocínio Paulista; DIR XIV – Marília: Marília e Tupã; XV – Piracicaba: Rio Claro, Araras, Limeira, Piracicaba, São Pedro, Corumbataí, Santa Gertrudes e Santa Maria Serra; DIR XVI – Presidente Prudente; DIR XVII – Registro: Barra do Turvo, Cajati, Cananéia, Eldorado, Iguape, Ilha Comprida, Iporanga, Itariri, Jacupiranga, Juquiá, Miracatu, Pariqüera- Açu, Pedro de Toledo, Registro, Sete Barras; DIR XVIII – Ribeirão Preto: Ribeirão Preto e Batatais; DIR XIX – Santos: Bertioga, Guarujá, Mongagüá, São Vicente, Cubatão, Itanhaém, Peruíbe, Santos e Praia Grande; DIR XX – São João da Boa Vista: Mococa, Espírito Santo do Pinhal, Divinolândia, Casa Branca, Itobi, Agüaí, Santo Antônio do Jardim; DIR XXI – São José dos Campos: Ubatuba, Caraguatatuba, São Sebastião e Ilha Bela; DIR XXII – São José do Rio Preto; DIR XXIII – Sorocaba: Sorocaba, Porto Feliz, Cerquilho, Itu, São Roque, Tatuí, Ibiúna, Salto, Itapetininga, Capão Bonito, Capela do Alto, Araçoiaba da Serra, Salto de Pirapora; DIR XXIV – Taubaté (SÃO PAULO, 2003).

3.2.1.2.2. Programa Paulista Biênio 2003/2004

Em 2003 o programa tornou- se bienal e incluiu em seu escopo a inspeção sanitária dos estabelecimentos comerciais onde são coletadas as amostras, a padronização dos procedimentos operacionais e o roteiro de verificação de Boas Práticas em Estabelecimentos Comerciais de Alimentos (LATORRE; VENTURI; PYTEL; MARSIGLIA; SANTOS, 2004).

O Centro de Vigilância Sanitária e o Instituto Adolfo Lutz instituíram, conjuntamente, o Programa de Análise Fiscal de Alimentos do Estado de São Paulo Programa Paulista - Biênio 2003-2004, com o intuito de verificar se os produtos alimentícios industrializados e respectivos estabelecimentos comerciais atendem aos requisitos de segurança, qualidade e conformidade com a legislação em vigor (SÃO PAULO, 2003).

O PP0304 teve um Comitê Gestor constituído por profissionais do Centro de Vigilância Sanitária, do Instituto Adolfo Lutz e da Divisão de Inspeção Municipal de Alimentos da Secretaria Municipal de Abastecimento de São Paulo, uma equipe de gestores regionais constituída por 24 profissionais das VISA/DIR e uma equipe de executores formada por profissionais de VISA Municipais, laboratórios do IAL e do DIMA da SEMAB. O PP0304 contou, também, com o apoio do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) na análise de transgênicos em alimentos que contenham soja (SÃO PAULO, 2003).

Os objetivos do Programa Paulista 2003/2004 foram:

- Monitorar a qualidade sanitária de produtos alimentícios industrializados expostos ao consumidor e respectivos estabelecimentos comerciais em que se encontram;

- Detectar irregularidades nos produtos, assim como nos estabelecimentos responsáveis por sua comercialização ou fabricação, aplicando-se a legislação sanitária vigente;

- Identificar categorias de produtos alimentícios ou setores comerciais e/ou industriais, que necessitam de uma intervenção institucional de abrangência municipal, estadual ou nacional de caráter preventivo;

- Detectar a presença de resíduos de OGM em alimentos processados a base de soja (SÃO PAULO, 2004).

Os 55 municípios participantes do programa foram: Americana, Araçatuba, Araraquara, Assis, Atibaia, Barretos, Barueri, Bauru, Botucatu, Campinas, Catanduva, Cotia, Cubatão, Diadema, Dracena, Embu das Artes, Franca, Franco da Rocha, Guarulhos, Hortolândia, Iguape, Itapetininga, Itapeva, Itapevi, Jales, Jaú, José Bonifácio, Jundiaí, Limeira, Marília, Mogi das Cruzes, Osasco, Ourinhos, Piracicaba, Presidente Prudente, Presidente Venceslau, Registro, Ribeirão Preto, Rio Claro, São André, São Bernardo do Campo, São José Rio Preto, São Joaquim da Barra, Santana do Parnaíba, São Carlos, São João da Boa Vista, São José dos Campos, São Paulo, São Sebastião, São Vicente, Sorocaba, Taboão da Serra, Taubaté, Tupã e Valinhos (LATORRE; VENTURI; PYTEL; MARSIGLIA; SANTOS, 2004).

O Programa 2003/2004 dispôs na página do CVS na internet (http://www.cvs.saude.sp.gov.br/) um Sistema de Informações, acessível aos

participantes do programa, com a finalidade de gerenciar as atividades de trabalho das equipes e desenvolver uma base de dados com informações sobre:

- Os estabelecimentos comerciais envolvidos;

- As amostras dos produtos colhidos e seus respectivos resultados analíticos;

- As ações sanitárias desenvolvidas pelos grupos de Visa, sobre os estabelecimentos inspecionados e sobre os alimentos analisados, cujos resultados revelaram-se em desacordo com a legislação (LATORRE; VENTURI; PYTEL; MARSIGLIA; SANTOS, 2004).

O Sistema de Informações permitiu ser acessado tanto pelas equipes que realizavam as inspeções e as colheitas de amostras, para entrar com os dados relativos a estes procedimentos, como pelas equipes que realizavam a análise laboratorial das amostras, para a entrada de dados dos resultados obtidos (LATORRE; VENTURI; PYTEL; MARSIGLIA; SANTOS, 2004).

A utilização deste recurso permitiu a obtenção de informações em tempo real, a comunicação rápida (via e- mail) com todas as equipes de Visa/DIR e a agilização da tomada de decisões, além de disponibilizar as informações a todos os participantes do projeto, servindo como sistema de alerta a partir dos resultados das análises consideradas insatisfatórias (LATORRE; VENTURI; PYTEL; MARSIGLIA; SANTOS, 2004).

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