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Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades

1. Ensino Superior e Terapia Ocupacional

1.2. Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades

1.2. Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – REUNI

O Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI) foi destinado especificamente às universidades federais, como uma das ações consubstanciadas pelo Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado pelo MEC também em 2007. Sua proposta se deu com base na constatação de algumas problemáticas em torno das IFES, dentre as quais destacam-se a ociosidade de espaços físicos, em especial no período noturno, os altos índices de evasão de estudantes nos cursos de graduação, a rigidez dos currículos e o descompasso com as competências demandadas pelo mercado de trabalho (BRASIL, 2007a).

Embora a maior oferta de vagas na graduação superior ocorresse até então no setor privado, a demanda por vagas públicas continuava alta e crescente. Desde 2003, a então gestão federal aumentou os investimentos na educação pública, em particular no ensino superior, e tomou providências no sentido de expandir esse nível de ensino

30 no sistema federal, sendo o REUNI, portanto, uma formalização desta política (CARVALHO, 2006; BRASIL, 2007a).

Assim, o REUNI nasce com o objetivo de:

criar condições para a ampliação do acesso e permanência na educação superior, no nível de graduação, para o aumento da qualidade dos cursos e pelo melhor aproveitamento da estrutura física e de recursos humanos existentes nas universidades federais, respeitadas as características particulares de cada instituição e estimulada a diversidade do sistema de ensino superior (BRASIL, 2007a, p. 10).

Para tanto, estabelece como diretrizes:

I - redução das taxas de evasão, ocupação de vagas ociosas e aumento de vagas de ingresso, especialmente no período noturno;

II - ampliação da mobilidade estudantil, com a implantação de regimes curriculares e sistemas de títulos que possibilitem a construção de itinerários formativos, mediante o aproveitamento de créditos e a circulação de estudantes entre instituições, cursos e programas de educação superior; III - revisão da estrutura acadêmica, com reorganização dos cursos de graduação e atualização de metodologias de ensino-aprendizagem, buscando a constante elevação da qualidade;

IV - diversificação das modalidades de graduação, preferencialmente não voltadas à profissionalização precoce e especializada;

V - ampliação de políticas de inclusão e assistência estudantil; e

VI - articulação da graduação com a pós-graduação e da educação superior com a educação básica (BRASIL, 2007b, p. 1-2).

Tais diretrizes foram construídas a partir de seis dimensões, cada uma contendo um conjunto de aspectos específicos, as quais deveriam ser combinadas no plano de reestruturação de cada universidade, visando possibilitar uma concepção mais flexível da formação acadêmica, de forma a evitar a especialização precoce e com vistas a atender às diversidades regionais e das múltiplas áreas de conhecimento que integram os diferentes cursos (BRASIL, 2007a).

Estas dimensões e seus respectivos aspectos eram: a) ampliação da oferta de educação superior pública: aumento de vagas de ingresso, especialmente no período noturno, redução das taxas de evasão e ocupação das vagas ociosas; b) reestruturação acadêmico-curricular: revisão da estrutura acadêmica, reorganização e diversificação dos cursos de graduação, implantação de regimes curriculares e

31 sistemas de títulos que possibilitem a construção de itinerários formativos e a previsão de modelos de transição; c) renovação pedagógica da educação superior: articulação da educação superior com os outros níveis de educação, atualização das metodologias de ensino-aprendizagem e previsão de programas de capacitação pedagógica; d) mobilidade intra e inter-institucional: promoção da mobilidade estudantil por meio do aproveitamento de créditos e a circulação dos estudantes entre os cursos, programas e instituições; e) compromisso social da instituição: políticas de inclusão, programas de assistência estudantil e políticas de extensão universitária e f) suporte da pós-graduação ao desenvolvimento e aperfeiçoamento qualitativo dos cursos de graduação (BRASIL, 2007a).

O processo de adesão ao REUNI se deu mediante a aprovação de um plano de expansão e reestruturação elaborado pela universidade federal, o qual deveria abordar todas as seis dimensões acima mencionadas e conter propostas de ações para os seus subitens, contemplando um aumento mínimo de 20% nas matrículas da graduação projetadas. Após a aprovação do projeto, procedia-se a uma pactuação das metas correspondentes, sendo os recursos previstos proporcionais a essa expansão e alocados diretamente em suas unidades orçamentárias. No momento da sua elaboração, previa-se também que caso alguma das universidades federais do país não ingressassem no Programa os recursos para elas previstos poderiam ser investidos em outras instituições, como uma forma de antecipação orçamentária, sem prejuízo a sua posterior adesão (BRASIL, 2007).

Essa adesão foi posta de forma voluntária, consistindo em uma opção para as universidades federais, mas apontava que era “fundamental que as universidades tenham claro que será difícil atender as metas do PNE sem o envolvimento e o compromisso social das instituições federais no que se refere ao aumento de vagas no ensino superior” (BRASIL, 2007a, p. 22).

Como meta global, o REUNI visava, ao final de cinco anos, contados a partir do momento da implantação em cada instituição, elevar a taxa média de conclusão nos

32 cursos de graduação para 90% e estabelecer uma relação de 18 alunos para cada docente nesses cursos3 (BRASIL, 2007a).

A mobilidade estudantil, a flexibilização curricular e a interdisciplinariedade aparecem nessa proposta como itens importantes a serem ponderados e implementados pelas universidades, por serem considerados fatores de qualificação do ensino superior, mas também pela possibilidade de melhor aproveitamento dos recursos universitários.

Assim, com o inicio do REUNI, em 2008, o sistema federal de ensino superior volta a passar por um período de intensa expansão (FIGUEIREDO, 2010).

1.3. Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde

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