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Programa de Educação Visual do 3º Ciclo.

No documento Prática de Ensino Supervisionada (páginas 107-110)

CAPÍTULO III: Descrição das restantes atividades realizadas na PES.

III.1. Educação Visual do 3º Ciclo.

III.1.1. Programa de Educação Visual do 3º Ciclo.

A Educação visual no 3º Ciclo assume-se como disciplina curricular, caraterizando-se pela educação artística e estética. Dá-se especial atenção à perceção dos aspetos formais e dos aspetos expressivos ou fisionómicos dos objetos, através da educação da perceção visual, da expressão livre e do design, insubstituível por outras disciplinas. Sempre que possível, o seu desenvolvimento deverá ser feito em articulação com as outras disciplinas, concretizando-se numa perspetiva interdisciplinar.

Tem como finalidades o desenvolvimento da perceção, da sensibilidade estética, da criatividade, da capacidade de expressão, da capacidade de utilizar meios de expressão visual, do sentido crítico, da capacidade de comunicação, do sentido social e, da capacidade de intervenção.

Assume, no desenvolvimento da perceção o objetivo de: avaliar as qualidades formais e expressivas dos objetos; as interações dos elementos visuais num determinado campo visual; compreender a geometria das formas visuais; e, representar o mundo real. Na finalidade de desenvolver a sensibilidade estética, objetiva o ser sensível à influência das relações formais na qualidade visual do envolvimento e o ser sensível ao valor estético de diferentes formas de expressão visual. No campo da criatividade, pretende-se materializar o desenvolvimento de uma ideia estabelecendo novas relações ou organizando em novas bases.

No desenvolvimento da capacidade de expressão pretende analisar as reações pessoais aos acontecimentos e às qualidades do mundo envolvente e, utilizar intencionalmente a interação dos elementos visuais para o enriquecimento da expressão. Pretende dominar técnicas expressivas e adequar os meios à ideia que se pretende materializar no desenvolvimento da capacidade de utilizar meios de expressão visual.

Com o desenvolvimento do sentido crítico pretende-se: ter consciência dos critérios de apreciação que aplica; compreender a influência dos fatores estéticos, funcionais, físicos, económicos e sociais na determinação das formas dos objetos e do envolvimento; e, emitir opiniões e discutir posições com base na sensibilidade, na experiência e nos conhecimentos adquiridos.

Com o desenvolver a capacidade de comunicação espera-se que: os alunos assumam uma posição consciente e crítica em relação aos meios de comunicação visual; que consigam interpretar e executar objetos de comunicação visual utilizando diferentes sistemas de informação/representação; que compreendam os estereótipos tanto como elementos facilitadores, como empobrecedores da comunicação; que consigam representar a terceira dimensão no plano utilizando formas sistemáticas e formas expressivas; e, que consigam empregar vocabulário específico.

No desenvolvimento do sentido social assume como objetivos: o ter em conta as opiniões dos outros, quando justificadas, numa atitude de construção de consenso como forma de aprendizagem em comum; o ter consciência do valor das manifestações artísticas de culturas diferentes; o cumprir normas democraticamente estabelecidas para trabalhar em grupo; gerir materiais e equipamentos coletivos; a partilha de espaços de trabalho; empenhar-se conscientemente nos problemas do grupo; avaliar o funcionamento do grupo de trabalho, designadamente quanto á cooperação, rendimento e sentido de responsabilidade; e, conhecer ambientes de trabalho relacionados com atividades artísticas e tomar contato com valores, atitudes, problemas, vocabulário específico, de profissionais de atividades artísticas.

Por último, no desenvolver da capacidade de intervenção, pretende-se que se compreenda a importância da qualidade do envolvimento, o assumir uma posição consciente e crítica

perante o envolvimento visual e, intervir no envolvimento visual no sentido da melhoria da qualidade de vida.

No que concerne aos conteúdos, apresentam-se-nos seis como gerais, subdivididos por específicos (comunicação - elementos visuais na comunicação; códigos de comunicação visual; e, papel da imagem na comunicação):

 Dinâmica/movimento - movimento/evolução/crescimento; representação do movimento; e dinâmica/tensão das formas;

 Espaço - representação do espaço; relação Homem/espaço; e espaço/forma, figura/fundo;

 Estrutura - estrutura/forma/função; módulo/padrão; textura; e proporção;

 Forma - perceção visual da forma; fatores da forma dos objetos; e representação técnica de objetos;

 Luz-cor - conhecimentos científicos; luz-cor na representação do espaço; e aplicações, normalizações;

Para estes conteúdos, existem as seguintes áreas de exploração: pintura, gravura, impressão, fotografia, vídeo, escultura, desenho e banda desenhada. Compete ao professor definir quais as áreas de exploração mais adequadas, de acordo com os conteúdos programáticos a abordar, havendo liberdade na escolha das atividades a implementar.

A orientação metodológica da disciplina desenvolve-se em duas vertentes do processo criativo: a) analítica e sequencial - concretiza-se através do processo de design, onde uma necessidade, percecionada no meio envolvente é analisada e definida claramente em termos de problema a resolver, passando-se para a sua solução, as fases de investigação, realização e testagem, numa sequência de fácil identificação; b) intuitiva e simultânea - envolve a materialização de sentimentos ou emoções. Os sentimentos são provocados por acontecimentos no mundo exterior que irão interferir como o eu provocando a necessidade de criar ordem no caos. O problema não é definido à partida, vai-se definindo ao mesmo tempo que se desenvolve a sua solução, através da dialética entre uma imagem mental (indefinida) e, a forma visual que vai materializando. O problema estará solucionado quando a forma material coincidir com a imagem mental definida. O apoio para estas vertentes criativas são as aprendizagens da agudização da perceção em relação às formas visuais e da sensibilização a problemas - do ambiente, da comunidade, e do equipamento. A aquisição de uma linguagem visual e o domínio de técnicas, que no seu conjunto, formam os conteúdos da disciplina. O processo de design, como objetivo de ensino-aprendizagem pode ser planeado e avaliado, formativa e sumativamente dentro de parâmetros determinados e em referência a objetivos específicos. O processo expressivo não pode ser planeado em termos curriculares, necessita sobretudo da consideração de oportunidades.

No que concerne à avaliação em Educação Visual no 3º Ciclo, esta assume como referência as finalidades e os objetivos da disciplina, definindo-se sobre os parâmetros das técnicas, dos conceitos, dos processos, da perceção e representação do real e, dos valores e atitudes. Os dados para avaliação são recolhidos na observação das representações visuais dos objetos realizados e ainda, através da apreciação verbal fundamentada não havendo a necessidade de provas criadas exclusivamente para esse efeito. A avaliação processa-se pela evolução do processo criativo e nos produtos finais de expressão, comunicação e design, pelo que é importante conservar todos os materiais elaborados, desde o primeiro esboço até ao resultado final. Nas técnicas, avaliam-se os níveis de domínio, e expressões (maior peso na sua utilização expressiva), a sua adequação (referente ao que o aluno quer expressar ou comunicar) e, a exigência de rigor e clareza (acentua-se nos 8º e 9º anos); Nos conceitos são avaliados a formação e alargamento (através dos efeitos observados nas representações bi e tridimensionais) e a apreciação verbal; Nos processos, avaliam-se em duas vertentes - no processo de design (consideração de condicionantes, aplicação e alargamento de conhecimentos, diversidade de ideias alternativas, eficácia na comunicação visual das ideias e a fundamentação na apreciação visual) e, na expressão não condicionada (sensibilidade ao envolvimento e relação intenção/produto); Na perceção e representação do real, avalia-se a sensibilidade (qualidades formais e qualidades expressivas), a representação do real (nos aspetos formais e expressivos), e a evolução da capacidade de representar; Nos valores e atitudes, avalia-se as atitudes (superação de obstáculos; respeito pelas diferenças individuais; cuidado com a segurança e higiene; organização do plano de trabalho; contribuição para o trabalho de grupo; intervenção na melhoria do envolvimento; autonomia no trabalho individual; reflexão sobre situações; e, fruição das atividades estéticas).

No documento Prática de Ensino Supervisionada (páginas 107-110)