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43 2.3.2 Programa de Língua Estrangeira Espanhol

No documento Relatório de estágio (páginas 54-57)

O Programa de Língua Estrangeira – Espanhol – 3.º ciclo, do Ministério de Educação é de 1997 e, tem como referência, as grandes metas educacionais, consignadas na Lei de Bases do Sistema Educativo e o Decreto-Lei n.º286/89. Este programa de Língua Estrangeira foi elaborado tendo como objetivo a promoção da educação nas suas três dimensões essenciais: o desenvolvimento de aptidões, a aquisição de conhecimentos e a apropriação de atitudes e valores. Assim, o “aluno que inicia a aprendizagem de uma língua estrangeira tem, pois diante de si um poderoso meio de desenvolvimento pessoal, de integração social, de aquisição cultural e de comunicação.” (Programa,1997:5)

Com efeito importa ainda mencionar que “A capacidade de comunicar numa língua estrangeira e o conhecimento da mesma proporcionam uma ajuda considerável para uma melhor compreensão da língua materna, ao promover a reflexão sobre o funcionamento da língua – estrangeira e materna – através de estratégias várias” (Programa). O paradigma metodológico por que se optou foi o enfoque comunicativo, em que o aluno assume um papel de destaque no processo de ensino aprendizagem e, “dizer algo e utilizar a língua para algo, são os elementos chave” neste processo.

Esta competência comunicativa aparece como uma macro competência que integra a competência linguística, a discursiva, a estratégica sociocultural e a sociolinguística, interagindo todas entre si, como se pode comprovar no seguinte excerto retirado do programa “…uma macro competência, que integra um conjunto de cinco competências – linguística,

discursiva, estratégica, sociocultural e sociolinguística – e que permitam que este construa os eu próprio saber. Este saber constrói-se através do desenvolvimento da competência comunicativa, integrando todos os conteúdos em situação de comunicação oral ou escrita”.

(Programa, 1997:29)

O programa recomenda que o docente utilize metodologias ativas, centradas no aluno, de modo a que ele construa o seu próprio saber. Assim sendo, o docente tem um papel de orientador, fornecendo ao aluno ferramentas para que ele parta para a descoberta do seu conhecimento, dando prioridade ao ensino por tarefas, como uma metodologia a ter em conta pelo docente.

Neste programa de Espanhol, subjaz um conceito de língua como instrumento de comunicação e como forma de representar a realidade. Desta forma, não se adquire somente “um sistema de signos mas, simultaneamente, os significados culturais que os signos

comportam, o modo de interpretar a realidade” (Programa, 1997:5).

No que diz respeito às finalidades, o programa define como prioridades:

 Proporcionar o contacto com outras línguas e culturas, assegurando o domínio

de aquisições e usos linguísticos básicos;

 Favorecer o desenvolvimento da consciência de identidade linguística e

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 Promover a educação para a comunicação enquanto fenómeno de interação

social;

 Promover o desenvolvimento equilibrado de capacidades cognitivas e sócio-

afetivas, estético-culturais e psicomotoras;

 Promover a estruturação da personalidade do aluno pelo continuado estímulo

ao desenvolvimento da autoconfiança, do espírito de iniciativa, do sentido crítico, da criatividade, do sentido de responsabilidade, da autonomia;

 Fomentar uma dinâmica intelectual (…), facultando processos de aprender a

aprender e criando condições que despertem o gosto por uma atualização de conhecimentos.

No que concerne aos objetivos, a disciplina de espanhol deverá proporcionar, ao aluno, os meios que o levem a adquirir as competências básicas de comunicação no que diz respeito à compreensão de textos orais e escritos, de natureza diversificada e à produção de enunciados orais e escritos. Ao nível dos conteúdos, estes estão organizados de acordo com cada um dos domínios: a compreensão oral e escrita; a expressão oral e escrita; a reflexão sobre a língua e a sua aprendizagem e os aspetos socioculturais. Estes devem ser tratados sempre em situações reais de comunicação. Estas situações, recomendadas pelo programa de Espanhol, devem desenvolver a competência comunicativa do aluno e podem ser, por exemplo, entrevistas, os debates, as discussões, as dramatizações, os “juegos de papeles” ou role-play, as simulações e os diálogos.

Tendo em conta, a temática do nosso trabalho, tomámos como exemplo, apenas a compreensão e expressão oral. Ao nível dos conteúdos há a destacar:

 Atos de fala de uso frequente na interação quotidiana;

 Elementos que configuram a comunicação: número, tipos de

interlocutores, momento e lugar de comunicação,…;

 O discurso: adequação ao contexto, elementos de coesão, …;  Estrutura da frase;

 Vocabulário relativo aos temas mais comuns. Como procedimentos a ter em conta, é de salientar:

 Compreender globalmente as mensagens orais procedentes de diferentes

fontes;

 A identificação dos elementos mais importantes da mensagem;  Identificar a atitude e intenção do falante;

 Inferir o contexto da mensagem;

 Utilizar estratégias pessoais de compreensão;  Reconhecer as formas essenciais da interação social.

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Como atitudes a ter em conta, salientamos as mais pertinentes:

 Reconhecer a importância de ser capaz de se exprimir em espanhol;  Revelar interesse em comunicar oralmente com falantes nativos;  Participar em diferentes situações de comunicação oral.

Nos atos de fala, há a destacar os usos sociais da língua: cumprimentar, oferecer e convidar; a informação; exprimir obrigação, mandato e autorização; exprimir sentimentos, gostos, desejos, intenções, opiniões e conselhos; controlar a comunicação e organizar o discurso.

Ainda neste documento é tratado o tema da avaliação, atribuindo-lhe as funções de “estimular o sucesso educativo de todos os alunos, favorecer a confiança própria e contemplar os vários ritmos de desenvolvimento e progressão e de garantir o controlo da qualidade de ensino” (Programa). Assim, é dada a possibilidade ao aluno de refletir e participar na sua avaliação. Atribui-se mais valor à avaliação formativa e, esta deve “ recair

prioritariamente sobre as competências básicas da comunicação da Língua espanhola. De acordo com os mesmos objetivos e conteúdos, ela não pode deixar de observar também as capacidades, atitudes e valores que têm a ver com outros aspetos do desenvolvimento pessoal do aluno” (Programa, 1997:34), ou seja, avaliar o aluno através da observação direta.

Em relação ao programa é importante lembrar que este programa pretende ser um “instrumento regulador da prática educativa, contendo flexibilidade e abertura que permitam corresponder às necessidades e interesses dos alunos e às condições em que decorra a prática pedagógica”. O docente tem o dever de adaptar as metodologias ao público a que destina, pois nenhuma turma é heterogénea e, os alunos têm diferentes ritmos de aprendizagem. Por isso, é fundamental, utilizar metodologias ativas, centradas no aluno, no sentido de o transformar no construtor da sua própria aprendizagem” aprender a aprender”. Pode concluir-se que é fundamental que a escola adeque a atividade pedagógica às necessidades dos alunos, de forma individualizada, assumindo uma dimensão formativa.

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No documento Relatório de estágio (páginas 54-57)