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A política pública educacional, dentro da ótica do ProEMI, por meio de uma nova organização curricular, visa, dentre outros objetivos, ao enfrentamento da

reprovação e do abandono escolar no ensino médio a partir de mudanças curriculares.

O Decreto nº 6.094, de 24 de abril de 2007, dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação, que deveria ser realizado em regime de colaboração com a União, os estados, os municípios e o Distrito Federal, além da participação das famílias e da comunidade por meio de programas, visando à mobilização social pela melhoria da qualidade da educação básica brasileira (BRASIL, 2007).

Dessa forma, o MEC, por meio da Secretaria de Educação Básica, da Diretoria de Concepções e Orientações Curriculares para a Educação Básica e da Coordenação Geral de Ensino Médio, elaborou, em abril de 2009, um documento explicativo do Ensino Médio Inovador, apresentando, entre outras informações relevantes, a justificativa e os pressupostos a serem considerados para um currículo inovador de ensino médio. Este documento foi encaminhado ao CNE para apreciação em regime de urgência, o que resultou na elaboração do Parecer CNE/CP nº 11/2009, de 30 de junho de 2009, devidamente aprovado para o desenvolvimento da experiência curricular inovadora no ensino médio (BRASIL, CNE/CP, 2009).

O documento orientador do programa foi elaborado com o objetivo de “informar às Secretarias Estaduais de Educação e do Distrito Federal sobre a formulação de propostas compatíveis com as diretrizes do Programa Ensino Médio Inovador” (MEC, 2009b, p.3). A instituição do programa foi realizada pela Portaria nº 971, de 9 de outubro de 2009. Já a execução financeira ocorreu por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), dentro do disposto na Resolução CD/FNDE nº 4, de 17 de março de 2009 (BRASIL, CN/FNDE, 2009).

Em 2013, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) criou a Resolução/CD/FNDE nº 31, de 22 de julho de 2013, específica para a destinação dos recursos financeiros, seguindo os modelos operacionais e regulamentares do PDDE para as escolas públicas devidamente selecionadas por suas respectivas secretarias de educação que aderiram ao ProEMI (BRASIL, CN/FNDE, 2013).

A reestruturação curricular ocorre por meio de projetos que possibilitam o desenvolvimento de atividades integradoras articulando as dimensões do trabalho, da ciência, da cultura e da tecnologia. Contempla as diversas áreas do conhecimento em 8 macrocampos: (1) Acompanhamento Pedagógico, (2) Leitura e

Letramento, (3) Iniciação Científica e Pesquisa, (4) Cultura e Artes, (5) Cultura Digital, (6) Comunicação e uso de Mídias, (7) Participação Estudantil e (8) Cultura Corporal (BRASIL, MEC/SEB, 2011, 2013).

No que se refere à forma de adesão das escolas ao ProEMI, é de responsabilidade das Secretarias Estaduais de Educação e do Distrito Federal, cujos Secretários de Educação têm a prerrogativa de indicação das escolas que participarão do programa. Essas escolas receberão apoio técnico e financeiro, através do PDDE, com o objetivo de elaborarem e desenvolverem projetos de reestruturação curricular nas escolas de ensino médio de suas respectivas redes de ensino (BRASIL, MEC/SEB 2009a, 2009b, 2011, 2013, 2014).

O Parecer CNE/CP nº 11/2009 trouxe a proposta de experiência curricular inovadora no ensino médio, com aspectos importantes a serem observados para a implementação do ProEMI. Entre esses aspectos, selecionamos o seguinte para análise nesta pesquisa: mesmo se tratando de regime de colaboração, cabe aos estados a responsabilização e a atuação direta no monitoramento do programa em suas respectivas redes de ensino (BRASIL, CNE/CP, 2009).

O parecer deixa subentendido que as Secretarias Estaduais e do Distrito Federal devem criar um sistema próprio de monitoramento das atividades/ações desenvolvidas pela própria secretaria, e também pelas escolas aprovadas em suas respectivas redes de ensino, para o acompanhamento do programa.

O ProEMI é um programa que oferece apoio técnico e financeiro. Entretanto, as inovações pedagógicas deverão surgir no ambiente das escolas públicas que a ele aderirem. A organização do ensino deve levar em consideração os eixos constituintes do ensino médio, conforme a legislação educacional vigente. É necessário, ainda, o trabalho conjugado e cooperativo dos professores no planejamento e na execução dos planos de ensino (BRASIL, MEC/SEB 2009a, 2009b, 2011, 2013, 2014).

O documento orientador do ProEMI passou por atualizações nos anos de 2011, 2013 e 2014. Em 2011, o comitê estadual do programa tinha a figura do coordenador estadual do ProEMI em seu processo de acompanhamento e avaliação. A Seduc/AM deveria apresentar ao Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (SIMEC), periodicamente, relatórios com os indicadores de desempenho escolar e o plano de metas estabelecido pelas escolas aprovadas (BRASIL, MEC/SEB, 2009b, 2011). O documento orientador do ProEMI, em 2013,

fez um levantamento histórico do contexto educacional do ensino médio brasileiro, tomando por base os dados constantes no Censo 2011 do INEP, além da PNAD de 2009 e 2011 e do IBGE quanto aos indicadores educacionais brasileiros.

O preenchimento do diagnóstico passou a ser realizado no PDE Interativo. As Secretarias de Educação deveriam preencher o Plano de Atendimento Global (PAG) com a síntese das Propostas de Redesenhos Curriculares (PRCs) das escolas selecionadas, enviando-o para apreciação da SEB/MEC via sistema. Nessa versão, desaparece a figura do coordenador estadual do ProEMI. Há também alterações nos macrocampos. No Acompanhamento Pedagógico foram incluídas as áreas de conhecimento de Linguagens, Matemática, Ciências Humanas e Ciências da Natureza; o macrocampo Cultura e Artes passou a denominar-se Produção e Fruição das Artes; o de Comunicação e uso de mídias e o de Cultura Digital foram mesclados, passando a ser Comunicação, Cultural Digital e uso de Mídias e, ainda, foi incluído o macrocampo de Línguas Estrangeiras (BRASIL, MEC/SEB, 2013).

No Documento Orientador 2014 (BRASIL, MEC/SEB, 2014) ocorre a indicação da instituição do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do ensino médio, por meio da Portaria nº 1.140, de 22 de novembro de 2013, que visa à ação articulada com o redesenho curricular proposto pelo ProEMI.

Anteriormente, o preenchimento do diagnóstico era realizado no PDE Interativo, e então passou a ser realizado no PDDE Interativo. Foi incluído um novo critério de indicação das escolas: a capacidade de atender às especificações do normal médio e do ensino médio integrado.

Após essa exposição sobre o histórico do ProEMI, passamos, a seguir, à próxima subseção, com a descrição de como ocorreu o processo de implementação do ProEMI no Amazonas.