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Programa de Investimento Público

No documento RELATÓRIO DE ENQUADRAMENTO (páginas 119-123)

ANEXO I – IMPACTO DA VARIAÇÃO DOS PRESSUPOSTOS NO QUADRO FISCAL

2. DESPESAS TOTAIS E ATIVOS NÃO FINANCEIROS

2.1. Despesas: Impacto por Classificação Económico

2.1.2. Programa de Investimento Público

330. O Programa de Investimento Público (PIP) previsto no orçamento retificativo ronda um montante de 25.306 milhões de CVE, o que representa 13,8% do PIB estimado para o período, traduzindo-se num acréscimo de 12,5% comparado com a orçamento inicial de 2020.

331. Analisando a variação das despesas correntes do PIP, nota-se que se prevê o montante de 14.998 milhões de CVE no orçamento retificativo, representando um peso, em relação ao total do PIP de 59,3% e 8,2% do PIB projetado para o período, o que traduz um aumento de 27,8%, comparativamente ao orçamento inicial.

Figura 21 – Reprogramação das Despesas do PIP

(em milhões de CVE)

Rúbricas Orçamento Inicial Orçamento Retificativo % Estrutura Variação % Orçamento Inicial Orçamento Retificativo

Despesas com Pessoal 1 359 1 341 6,0 5,3 -1,4

Aquisição de bens e serviços 6 838 8 741 30,4 34,5 27,8

Subsídios 84 84 0,4 0,3 0,0

Transferências correntes 2 118 3 316 9,4 13,1 56,6

Benefícios Sociais 591 1 110 2,6 4,4 87,8

Outras Despesas 1 146 943 5,1 3,7 -17,7

Ativos não Financeiros 10 354 9 772 46,0 38,6 -5,6

Total Geral 22 488 25 306 100 100 12,5

Fonte: Ministério das Finanças

i. o aumento das “aquisições de bens e serviços” em 27,8%, que em termos absolutos representa um crescimento de cerca de 1.903 milhões de CVE, justificado, essencialmente:

pelo reforço do financiamento dos empréstimos externos em 53,9%, equivalentes a 1.406 milhões de CVE, no âmbito das medidas emergenciais da COVID-19, financiados pelo Banco Mundial, com realce para as ações que visam: a preparação e resposta do Setor da Saúde face a pandemia da COVID-19, no montante de 491 milhões de CVE; a reforma do sector de transportes, no valor de 603 milhões de CVE, permitindo a circulação de pessoas e mercadorias em condições de segurança e conforto; o reforço do sector da educação, com 126 milhões de CVE, aumentando a qualidade da educação e dos serviços prestados pelos estabelecimentos dos ensinos, básico e secundário; e o reforço dos empréstimos do I.D.A para o projeto “Competitividade para o Desenvolvimento do Turismo”, em cerca de 131 milhões de CVE, visando a implementação do plano para relançamento do setor, promovendo uma maior competitividade do sector e diversificação da oferta;

Pelo reforço do financiamento de donativos externos, incluindo a ajuda alimentar, no montante de 833 milhões de CVE, destacando-se o financiamento, (i) para os projetos do Setor da Saúde, visando, essencialmente, a prevenção e combate à COVID-19, reforço e capacidade de laboratório de virologia, doenças prioritárias e HIV-SIDA, no montante de 442 milhões de CVE, (ii) para as medidas direcionadas para a melhoria da qualidade de produção e difusão estatística no total de 220 milhões de CVE, (iii) para o reforço do “Setor da Educação”, do projeto “Estudar e Aprender em Casa” e cantinas escolares no montante de 156 milhões de CVE, (iv) para apoiar o setor informal no montante de 52 milhões de CVE, (v) reforço dos projetos no âmbito do Programa de “Água e Saneamento” no montante de 49 milhões de CVE, (vi) reforço dos projetos no âmbito do Programa “Conservação da Biodiversidade e Qualidade Ambiental” com 38 milhões de CVE, mas, também, verifica-se uma diminuição de 285 milhões de CVE no projeto “Prevenção e Gestão do Risco no Abastecimento de Água para o Consumo Humano em Cabo Verde”, devida a reclassificação/desagregação das despesas para outros agrupamentos económicos; e

pela diminuição de 7,7% dos projetos financiados pelo Tesouro e Outras Fontes Nacionais (OFN), equivalentes a 336 milhões de CVE, passando de 4.386 milhões de CVE para 4.050 milhões de CVE, considerando os reajustes orçamentais, nas rubricas de deslocação e estada, combustíveis, outros bens e projetos com execução zero e sem compromissos assumidos, tendo em conta as perdas de receitas endógenas devidas a situação de pandemia. Mas é de salientar o reforço de 167 milhões de CVE proveniente do Fundo Nacional de Emergência para fazer face a preparação e combate à COVID-19 e 60 milhões de CVE para fazer face as despesas incorridas com a operação relativa à aeronave destinada ao patrulhamento aéreo e às evacuações internas.

ii. o aumento da dotação nas rubricas “transferências correntes” em 56,6%, representando 1,8% do PIB projetado para o ano, representando em termos absolutos 1.199 milhões de CVE, justificado essencialmente pelo aumento de empréstimos externos para reestruturação do Sector Empresarial do Estado em 620 milhões de CVE, reforço e reclassificação do projeto preparação de acesso de apoio ao financiamento das MPME (192 milhões de CVE e 359 milhões de CVE, respetivamente) a ser transferido para o fundo de garantia e reforço do setor da educação em 45 milhões de CVE. Os donativos aumentaram devido ao reforço do programa de resiliência e mitigação da seca no montante de 138 milhões de CVE (+33 milhões do financiamento tesouro), previsão de apoio aos municípios no âmbito da COVID-19 no montante de 125 milhões de CVE e plataforma do desenvolvimento local no montante de 20 milhões de CVE. É de se considerar a diminuição das transferências das receitas consignadas do fundo do turismo no montante de 225 milhões de CVE, devida ao cenário e impacto negativo da pandemia da COVID-19 no setor turístico, a reafectação da dotação orçamental (75 milhões de CVE) prevista no Fundo Nacional de Emergência para a Proteção Civil no âmbito da preparação e combate ao vírus da COVID-19 e o reforço para implementação do Plano Nacional de Cuidados no montante de 14 milhões de CVE que visa reforçar os Serviços de Cuidados Municipais de modo a garantir a cobertura substantiva da primeira infância, pessoas idosas e pessoas com deficiência dependentes e provenientes de grupos vulneráveis.

iii. o aumento da dotação na rubrica “benefícios sociais” de 87,8%, o que equivale em termos absolutos a cerca de 519 milhões de CVE, justificado, essencialmente, pelas

medidas do governo para mitigar o impacto negativo, do novo coronavírus, junto das famílias mais pobres. O donativo aumentou 406 milhões de CVE, em que, desse montante, 241 milhões de CVE são para a implementação do “Rendimento Solidário” e 87 milhões para o programa de estágios profissionais (9ª edição) e bolsa Cabo Verde. O empréstimo aumentou 133 milhões de CVE, em que 93 milhões de CVE destinam-se à implementação do projeto de “Rendimento Social de Inclusão” (inclui o emergencial) e o valor de 40 milhões de CVE é relativo a um acréscimo para o projeto inclusão social. Ao nível do financiamento Tesouro houve uma diminuição de 18 milhões de CVE devida, essencialmente, à transferência de verba para implementação do Plano Nacional de Cuidados.

iv. A diminuição no agregado económico “outras despesas” em 17,7%, correspondendo a 203 milhões de CVE em termos absolutos, ocorre devido a reclassificação dos projetos financiados com empréstimos (83 milhões de CVE), a reafectação no montante de 28 milhões de CVE do Fundo Nacional de Emergência para Proteção Civil, a reprogramação das despesas financiadas com recursos do Fundo do Turismo e a reajustes ao nível do financiamento Tesouro, sobretudo nas despesas com congressos e eventos nacionais e internacionais.

333. Os “ativos não financeiros” situam-se à volta de 9.772 milhões de CVE, equivalentes a 38,6% do total do PIP previsto no orçamento retificativo, uma diminuição de 5,6% (-582 milhões de CVE) em relação ao orçamento inicial de 2020. Essa variação deve-se, essencialmente:

à diminuição das receitas consignadas (taxa turística e taxa de segurança aeroportuária) no montante de 550 milhões de CVE. Essa diminuição resulta do impacto adverso da COVID-19 no setor turístico;

à diminuição do financiamento Tesouro em que foram feitos reajustes, tendo em conta a conjuntura atual da economia cabo-verdiana e o respetivo impacto negativo na arrecadação das receitas públicas;

à diminuição do financiamento externo via empréstimos direto ao projeto em cerca de 503 milhões de CVE, sobretudo, no projeto do sistema de produção e distribuição de água em Santiago, dando prioridade ao reforço do setor da educação em 136 milhões de CVE, melhoria das infraestruturas de saúde e aquisição de equipamentos hospitalares de 129 milhões de CVE e projeto de saneamento de Espargos em 125

milhões de CVE. O redimensionamento dos ativos não financeiros, também, advém da necessidade de contrair novos empréstimos visando o reforço da capacidade de resposta à COVID-19 e para auxiliar às famílias mais vulneráveis; e

ao aumento de donativos no montante de 711 milhões de CVE (parte devido a reclassificação de despesa do programa de apoio de agia e saneamento no montante de 281 milhões de CVE), no qual destaca-se o financiamento para o combate à COVID-19 (243 milhões CVE), o reforço do setor da educação (73 milhões de CVE), e a redução de perdas e melhoria da qualidade da eletricidade (57 milhões de CVE).

No documento RELATÓRIO DE ENQUADRAMENTO (páginas 119-123)

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