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2 METODOLOGIA E REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL

3.4 PRINCIPAIS PROGRAMAS DE GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA

3.4.3 Programa Saber Empreender – 2001

O Programa Saber Empreender do SEBRAE, de acordo com o Projeto

PNUD/BRA-SEBRAE/EMPRETEC (1996), foi firmado no âmbito do Acordo Básico

de Assistência Técnica entre o Governo brasileiro e a ONU-Organização das

Nações Unidas.

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O Programa teve sua concepção em agosto de 2000, pelo SEBRAE, e sua

aplicabilidade a partir de 2001, objetivando proporcionar aos participantes o

entendimento da cultura e visão empreendedora e suas implicações no dia a dia das

micros e pequenas empresas.

Sua base teórica estava lastreada nos seguintes aspectos (SEBRAE, 2000):

 Behaviorismo (a natureza humana) e sua aplicabilidade – admite o princípio

do determinismo (princípio da casualidade), como fundamental nos campos

científicos. O meio ambiente é o determinismo do comportamento, as reações

e ações humanas e dos animais são decorrentes dos estímulos do meio. O

mais conhecido é B.F. Skinner.

 Teoria do aprendizado social – baseia-se na observação do comportamento

dos outros ou de experiências alheias.

 Humanismo e sua aplicabilidade – Baseia-se em uma abordagem centrada na

pessoa. Seu fundamentalismo é voltado para os estudos de Carl Rogers. Os

15O Programa Saber Empreender foi baseado no conceito do EMPRETEC, metodologia norte-americana, um dos melhores treinamentos do mundo na área de empreendedorismo, que utiliza a capacitação comportamental. Esta metodologia no Brasil pertence ao SEBRAE, que tem como slogan disponibilizar a capacitação empreendedora “de mil para milhões”. O Saber Empreender conta com um vínculo com PRODER (Programa de Emprego e Renda). (MANUAL do Facilitador, 2000, p. 70).

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indivíduos possuem dentro de si vastos recursos para auto compreensão e

para a modificação de seus autoconceitos de suas atitudes e de seu

comportamento autônomo.

O treinamento contemplava aulas teóricas e práticas, com o objetivo de

desenvolver as habilidades e competências necessárias para que o futuro

empreendedor pudesse adquirir as condições mínimas para obter sucesso no seu

novo empreendimento.

A metodologia foi desenvolvida e estruturada com bases da A.P.A.

(Aprendizado Para Adultos) que defende a filosofia de que aprendemos o que

queremos, aprendemos fazendo, quanto maior a ligação do que estamos

aprendendo com o que fazemos, melhor aprendemos no C.A.V. (Ciclo de

Aprendizado Vivencial), considerando o modelo de ensino não diretivo, cognitivista e

não ferramental. O treinamento possuía carga horária de 27 horas semanais,

dividido em 3 dias com 9 horas de trabalho diário. (SEBRAE, 2000).

O conteúdo programático foi dividido em quatro módulos, conforme a seguir:

- Módulo I – Quem é o empreendedor;

-Módulo II – O empreendedor em ação: Nesse módulo, os participantes

criariam um pequeno negócio, elaborando um produto e ser comercializado na rua e

ao final do treinamento teria a apuração dos resultados, ou seja, o levantamento dos

custos e dos lucros obtidos durante a experiência externa. Esta atividade era

praticada durante todo o treinamento;

- Módulo III – O Plano de Negócio;

- Módulo IV – Como elaborar o Plano de Negócio.

O treinamento Saber Empreender foi realizado na Outlet Center Bahia, no

bairro do Uruguai, na agência do SEBRAE, em parceria com a AVSI

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–(Associação

Voluntários para o Serviço Internacional – Brasil),ONG de origem italiana, fundada

16É uma organização não governamental, sem fins lucrativos, que atua no Brasil há mais de 30 anos com iniciativas de promoção do desenvolvimento de pessoas. Sua atuação tem como ponto central o desenvolvimento humano, com atenção especial à educação e à promoção da dignidade da pessoa humana em todas as suas expressões. Atualmente, está presente em 37 países emergentes localizados na África, na América Latina e Caribe, no Leste Europeu, no Oriente Médio e na Ásia. Qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). Sediada em Salvador (Bahia), a AVSI Nordeste instalou uma filial em Recife (Pernambuco) e escritórios nos estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. (Disponível em: <http://www.avsibrasil.org.br/quem-somos/?lnk=1&act=1>. Acesso em: 16 mai. 2016).

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em 1972, engajada em projetos de cooperação para o desenvolvimento. Viabilizou o

treinamento para cooperativados e associados de diversos segmentos, sendo todos

vinculados ao projeto do Ribeira Azul, desenvolvido pela CONDER–Companhia de

Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia. (Figuras 3 e 4).

Em abril de 2000, representantes do Ministério de Assuntos Exteriores da Itália, da Aliança de Cidades, do Banco Mundial e da ONU-Habitat visitaram Salvador com o intuito de avaliar a possibilidade de proporcionar suporte financeiro e assistência técnica às intervenções na área dos Alagados, assim como discutir a formatação desta iniciativa. A partir da visita, o governo do estado da Bahia elaborou uma proposta para solicitação de financiamento do Projeto de Apoio Técnico e Social, que encaminhou à Cooperação Italiana e à Aliança de Cidades, com o apoio da Prefeitura Municipal de Salvador. O projeto foi aprovado no final de 2000, ficando estabelecido que o Banco Mundial seria responsável pela supervisão técnica do mesmo, e a AVSI seria encarregada pela execução das intervenções sob a orientação do governo do estado e a supervisão geral da Aliança. Em 14 de dezembro daquele mesmo ano, foi assinado um convênio de cooperação técnico financeira entre o governo da Bahia e a AVSI, estabelecendo a reaplicação da metodologia adotada em Novos Alagados e em outros bairros da região. O projeto recebeu o nome de Projeto de Apoio Técnico e Social (PATS) ao Programa de Redução da Pobreza Urbana na Área

do Ribeira Azul. (AVSI, 2001. Disponível em:

<http://www.citiesalliance.org/sites/citiesalliance.org/files/CA_Docs/re sources/upgrading/alagados/capitulo-2.pdf>. Acesso em: 16 mai. 2016).

Figura 3 - Outlet Center Bahia – bairro do Uruguai

97 Figura 4 – Outlet Center Bahia – bairro do Uruguai

Fonte: Machado, 2003

Na visita realizada ao SEBRAE para entrevista estruturada, nenhum dado foi

fornecido por parte da instituição, argumentando que não havia mais dados

estatísticos armazenados em função do tempo.