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III) COMPROVAÇÃO DE VIABILIDADE, SOB OS SEGUINTES ASPECTOS:

16. PROGRAMAS FORMATIVOS

Os programas de monitoria das universidades brasileiras possibilitam, aos estudantes, vivenciar a prática docente, contribuir para formação integrada dos graduandos por meio de atividades de ensino, pesquisa e extensão, assim como ser suporte aos estudantes que cursam as disciplinas. O Programa Institucional de Monitoria (PIM), no âmbito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), é caracterizado como um Processo Formativo. Os processos formativos, por sua vez, objetivam a iniciação dos (as) estudantes de graduação na docência, ao desenvolverem atividades de ensino e assessoria ao ensino, tudo sob a supervisão de um professor

(a) orientador (a).

16.1 PROGRAMA INSTITUCIONAL DE MONITORIA (PIM)

Dentre os processos formativos, a monitoria, particularmente, além de criar, nos (as) estudantes, condições para a iniciação à docência, busca uma maior inserção dos (as) graduandos (a) na colaboração para o fortalecimento de ensino, pesquisa e extensão, o que, ao mesmo tempo, contribui para o seu próprio processo de formação profissional, por meio do aprofundamento da aprendizagem.

A resolução Nº 052/2020 – CONSEPE/UERN, que define as normas que regulamentam o Programa Institucional de Monitoria – PIM, em seu art. 2º, traz que: “A monitoria é compreendida como uma atividade acadêmica que visa contribuir com a melhoria do ensino de graduação, propondo práticas formativas articuladas com os componentes curriculares constantes no Projeto Pedagógico de Curso – PPC, de forma a promover a vivência do estudante com a docência e fomentar ações colaborativas entre docentes e discentes”.

Já em seu art. 3º, incisos I a V, esta mesma resolução descreve os objetivos que o PIM alcança, sendo eles:

I. estimular a participação de discentes dos cursos de graduação, fortalecendo seu processo formativo, colaborando para articular ensino, pesquisa e extensão no âmbito de componentes curriculares;

II. promover a interação/colaboração entre discentes e docentes no âmbito das atividades formativas; III. criar condições para a iniciação à docência por meio de atividades de natureza pedagógica, cultural, científica e tecnológica, desenvolvendo habilidades e competências relacionadas ao campo da docência;

IV. pesquisar e implementar novas abordagens teórico-metodológicas adequadas a componentes curriculares objetos da monitoria;

V. socializar o conhecimento com a finalidade de minimizar problemas de baixo desempenho acadêmico, repetência, evasão e falta de motivação.

As exigências a serem cumpridas para os (as) que desejam participar do programa de monitoria são trazidas no art. 13 da resolução Nº 052/2020 – CONSEPE/UERN, incisos de I a IV, sendo as seguintes:

I. estar regularmente matriculado na Uern e cursando componente curricular em curso de graduação desta Universidade;

III. dedicar um mínimo de 12 (doze) horas semanais para as atividades da monitoria; IV. atender a todas as outras condições estabelecidas no edital do PIM.

Segundo Guedes (1998), a prática da monitoria “privilegia um espaço na vida acadêmica que possibilita, ao aluno (a), a criação de vínculos diferenciados com a universidade, com o conhecimento e com as questões educacionais”. Dessa maneira, também são fortalecidos os laços colaborativos entre os (as) docentes e discentes, permitindo o intercâmbio de ideias e experiências, o que vem a contribuir com a construção de propostas para novas abordagens metodológicas dentro do contexto dos componentes curriculares e, consequentemente, a melhoria da qualidade do ensino.

Assim como ocorre entre os (a) estudantes monitores (as) e os (as) professores (as) orientadores (as), a troca de experiências também se estende à relação entre o (a) monitor e os (as) estudantes auxiliados (as), uma vez que a monitoria permite, ao monitor (a), o exercício de trabalhar os seus conhecimentos e as suas habilidades com este grupo.

Natário e Santos (2010) afirmam que “a monitoria pode ocorrer em diferentes locais – sala de aula, laboratório, biblioteca, etc – e o tempo ser planejado para aulas em sala, fora da classe ou ambas as situações, dependendo da conveniência dos envolvidos (as) e de seus propósitos”, assim como deve propiciar a livre comunicação e expressão de ideias e sentimentos, bem como a confiança e cooperação mútua. Natário (2007) considera que as relações entre o (a) professor (a), o (a) aluno (a) e a instituição são fortalecidas por meio da atividade do (a) monitor (a), considerado (a), nesse contexto, um (a) agente do processo de ensino-aprendizagem.

Para Natário e Santos (2010),

A monitoria traz benefícios tanto ao monitor quanto ao monitorado. Em relação à teoria sócio-histórica, pode-se destacar a atuação do monitor na zona de desenvolvimento proximal do monitorado e em relação ao professor, na zona de desenvolvimento proximal do monitor. Ambos - monitor e monitorado - buscam apoio no conhecimento ou na habilidade por meio da interação social e cognitiva, estabelecendo parcerias com indivíduos/sujeitos mais experientes em relação a uma tarefa cujo nível de dificuldade se situe dentro da zona de desenvolvimento proximal (NATÁRIO; SANTOS, 2010).

Outro destaque dado à importância da monitoria é o acompanhamento individualizado de turmas, tanto numerosas quanto heterogêneas, o que ocorre de maneira intensa, por parte do (a) monitor (a), e que não seria alcançado apenas na figura do (a) professor (a) deste componente curricular.

É de fundamental importância que os monitores compreendam os motivos que os levam a compor o programa de monitoria, uma vez que esses elementos são determinantes para que desenvolvam a sua função da melhor maneira possível. De maneira geral, alguns pontos podem ser listados: a afinidade que o (a) estudante desenvolveu com a disciplina no momento em que a cursou;

a remuneração financeira, tendo em vista que, de acordo com o art. 14, incisos I e II da resolução Nº 52/2020 – CONSEPE/UERN, a monitoria poderá ser exercida de forma remunerada, quando o monitor receber bolsas para desenvolver as atividades; e de forma não remunerada (voluntária), quando o monitor não receber bolsa para desenvolver as atividades; a realização de atividades extracurriculares, como a complementação de horas de atividades exigidas para a integralização do curso; e o interesse do (da) estudante pela carreira docente. Em algumas instituições, inclusive, a participação em programas de monitoria pode compor elemento de concorrência para aqueles (as) que objetivam participar de um processo seletivo para a pós-graduação, por exemplo.

A expectativa é de que, após a vivência no Programa Institucional de Monitoria, os (as) estudantes apresentem um pleno esclarecimento sobre o papel do (da) monitor (a) em relação ao vínculo da monitoria com a docência e a valorização das atividades de apoio ao monitorados (as), assim como um possível maior interesse pela docência, a partir do desenvolvimento das habilidades docentes do monitor e da otimização do seu potencial acadêmico.