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4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS E ANÁLISES

4.1 Contexto social da UAG/UFRPE

4.1.1 Stakeholders

4.1.2.2 Programas e planos institucionais

A UFRPE considera o planejamento estratégico, para processos de tomada de decisão, uma das melhores ferramentas da administração (UFRPE, 2012). Tendo em vista isso, o Plano de Desenvolvimento Institucional da UFRPE (2013-2020) – documento que expressa a identidade da instituição no que diz respeito a sua filosofia de trabalho, à missão, às diretrizes administrativas e pedagógicas que orientam suas ações – apresenta-se como uma oportunidade para que a comunidade universitária avalie “os objetivos, políticas e estratégias institucionais, direcionando ações e possibilitando medidas para aperfeiçoamento da Universidade” (UFRPE, 2012, p. 19).

No ano de 2016, o PDI passou por processo de revisão e atualização, coordenado pela PROPLAN e administração superior. Esse processo envolveu docentes, técnicos- administrativos e estudantes de toda a UFRPE. O processo de atualização e revisão do PDI oportunizou a realização de audiências públicas e encontros diretos com as comunidades do campus Dois Irmãos, das Unidades Acadêmicas de Garanhuns, Serra Talhada, Educação a Distância e Tecnologia, Cabo de Santo Agostinho e do Colégio Agrícola Dom Agostinho Ikas.

Com efeito, foram formadas sete subcomissões, responsáveis pela revisão e reestruturação de temas específicos do PDI anterior, assim como propor novas redações para esse documento.

A partir da implantação da UAG/UFRPE, o E5 assinala um exemplo de como o PDI pode ser um balizador das ações de uma gestão universitária:

Quando nós implantamos a UAG, o PDI [da UFRPE] não contemplava esta Unidade Acadêmica e nem as outras que oportunamente foram implantadas. Com a implantação destas, o PDI inseriu a perspectiva de desenvolvimento do interior do Estado (E5, 2018).

Vale frisar que, durante todo esse processo de revisão e atualização do PDI, foi percebido que o Plano de Desenvolvimento Institucional da UFRPE – além de ter sofrido uma vasta influência de dispositivos legais externos à universidade, como por exemplo: emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias,

decretos, resoluções, entre outros – também sofreu influência de programas e planos institucionais.

A concepção, implantação e consolidação da UAG/UFRPE permeia a inserção do Plano Nacional de Educação (PNE), em pelo menos dois períodos, 2001-2011 e 2014-2024. Cada um desses compreende uma articulação de iniciativas da União, dos Estados e dos Municípios, ora aplicando, mediante ações, metas e objetivos, os princípios orientadores da educação nacional, estabelecidos na Constituição Federal e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Oportuno destacar que o histórico de variadas concepções e modelos de PNE, ao longo do século XX, figura como uma tentativa de responder às realidades interpostas em cada época.

É importante fazer esse preâmbulo no que toca ao PNE porque é, a partir dele, que se pode pensar no leque que se abriu para os dois mandatos do governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2006 e 2007-2010), a fim de implementar a UAG/UFRPE. Aquele Plano Nacional de Educação, aprovado por meio da Lei nº 10.172/2001, foi sancionado pelo então Presidente Fernando Henrique Cardoso, no ano de 2001. Tal Lei aprovava e sancionava o PNE do período 2001-2011, e preconizava que nenhum país pode aspirar a ser desenvolvido e independente sem um forte sistema de ensino superior. No referido Plano, haviam sido traçadas 35 metas e objetivos para a educação superior. É certo que algumas foram vetadas. Contudo, a criação da UAG/UFRPE veio como exemplo de resposta do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no que se refere à busca do cumprimento de algumas dessas metas. Um estudo feito por Aguiar (2016) dá conta de uma análise das políticas adotadas pelo governo do Presidente Lula. No mesmo estudo, mostra-se que o então governante privilegiou algumas questões da agenda da educação superior, como a ampliação e democratização de acesso, visando o viés da equidade, ao contemplar populações historicamente não atendidas, quer por razões econômicas quer por razões raciais. Pontua que o movimento concreto do governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi no sentido de investir no ensino superior, principalmente através da expansão das universidades federais, por meio, por exemplo, do REUNI. Na Tabela 1, é traçada uma linha do tempo e sua relação com a criação de novas universidades da rede federal.

Tabela 1 - Linha do tempo da criação das Universidades Federais Histórico de criação de universidades federais no Brasil

ANO QUANTIDADE 1919-1922 1 1930-45 / 1951-54 1 1946-1951 4 1954-1955 2 1956-1961 11 1961-1964 2 1964-1967 3 1967-1969 6 1969-1974 1 1974-1979 1 1979-1985 3 1985-1990 2 1992-1995 2 1995-2002 6 2003-2010 14 2011-2014 4 TOTAL 63

Fonte: Elaborado pelo autor, com dados da comissão de acompanhamento da expansão das Universidades Federais/MEC (2012).

Observando a Tabela 1, chama a atenção o período de 2003 a 2010, quando, em oito anos, foram criadas 14 universidades. Este período parece confirmar o esforço do governo federal para com a ampliação do ensino superior no País, visando a inclusão, o acesso e a permanência de estudantes.

Outrossim, há de ressaltar diversos programas de apoio implantados pelo governo do então Presidente Lula, como o Programa Universidade Para Todos, Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES), Sistema de Seleção Unificada (Sisu), Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federal (REUNI), Programa de Bolsa Permanência (PBP), Acessibilidade na Educação Superior (Programa Incluir), Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), Programa Milton Santos de Acesso ao Ensino Superior (Promisaes), Programa de Apoio à Extensão Universitária (Proext), Programa de Educação Tutorial (PET), Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior (Proies) e Lei de Cotas (Lei nº 12.711/2012).

Neste estudo, não se pretende analisar cada um desses programas/políticas citadas. Interessa – a partir da constatação da criação de novos Campus/Unidades Acadêmicas, implantados, dentro do programa de expansão no período de 2003 a 2014, como se pode ver na Tabela 2 – a observação do quantitativo desses novos Campus/Unidades Acadêmicas, o que incluiu a criação da UAG/UFRPE:

Tabela 2 – Expansão dos Campus/Unidades Acadêmicas e Universidades da Rede Federal Criação ANOS

2003 2010 2014

Universidades 45 59 (14 novas) 63 (4 novas)

Campus/Unidades 148 274 (126 novos) 321 (47 novos)

Municípios atendidos 114 230 375

Fonte: Adaptado da comissão de acompanhamento da expansão das Universidades Federais/MEC (2012).

Desta forma, a UAG/UFRPE surgiu no rol dos novos 126 Campus/Unidades instalados no País, durante o governo Lula, que, sobretudo, visava democratizar a educação superior no Brasil. Além da perspectiva de acesso e permanência, democratizar o ensino superior também significava criar mais vagas. Portanto, ampliar essas vagas, aumentando, todavia, o número de matrículas. No Gráfico 1, a despeito da oferta de vagas, observa-se que o número de matrículas na educação superior (graduação e sequencial) continuou crescendo. Contudo, essa tendência desacelerou entre 2015 e 2016, se comparado aos últimos anos.

Gráfico 1 – Matrículas na educação superior (graduação e sequencial): 2006-2016

Fonte: Inep/MEC (2017)

Vê-se que, entre 2006 e 2016, a matrícula na educação superior aumentou 62,8%, com uma média anual de 5% de crescimento. Em relação a 2015, a variação positiva foi de apenas 0,2%.

Na Tabela 3, que segue, para identificar a evolução da oferta de vagas da UAG/UFRPE, tem-se um espelho do número de vagas ofertadas anualmente. No entanto, há de se considerar que de 2005 a 2008 a Unidade Acadêmica contava com quatro cursos de graduação. A partir do ano de 2009, passou a contar com mais três. Atualmente, esse cenário do quantitativo de cursos permanece.

Tabela 3 – Histórico da relação matrículas/vagas na UAG/UFRPE Ano Número de cursos

de graduação

Vagas ofertadas Alunos matriculados 2005 3 120 117 2006 3 280 1.121 2007 3 320 1.593 2008 3 320 1.595 2009 7 560 2.311 2010 7 560 2.931 2011 7 560 3.229 2012 7 560 3.304 2013 7 560 3.187 2014 7 560 3.126 2015 7 560 3.297 2016 7 560 3.332 2017 7 560 3.407 TOTAL 7 6.080 32.550

Fonte: Elaborado pelo autor, com dados das Revistas UFRPE em números (2004 a 2015), e dos Relatórios do SIG@ UFRPE (2016 e 2017).

Portanto – a partir de dados extraídos das diversas edições da Revista UFRPE em Números, bem como do @Siga UFRPE e dos Relatórios de Gestão da UFRPE, de diversos anos, – é na observância da evolução do número de matrículas nos cursos de graduação, conforme a Tabela 3, que se pode verificar a ascendência do aumento de matrículas na UAG/UFRPE. Assim, são consideradas as matrículas dos primeiros e segundos semestres dos respectivos anos, com exceção do ano de 2005, cujas atividades letivas da UAG tiveram início no segundo semestre daquele ano.

A Tabela 3 aponta um visível crescimento de matrículas, com exceção dos anos 2013, 2014 e 2015, que, embora não apresentem uma queda significativa, mostra que houve uma desaceleração. No entanto, nos anos 2016 e 2017 já se constata uma retomada do crescimento do número de matrículas. Contudo, pode se concluir que, entre os anos 2011 a 2017, a UAG/UFRPE apresenta equilibrado número de matriculados.