• Nenhum resultado encontrado

Os dois programas em foco: O Praia para Todos e o Adaptsurf as referências em programas de acessibilidade de praias no Brasil.

ALGUMAS DIRETRIZES E RECOMENDAÇÕES 289 6.1 CRPD, LBI E DESENHO UNIVERSAL

4. Acessibilidade litorânea existente em outras cidades brasileiras Uma pequena amostra

4.2.1 Os dois programas em foco: O Praia para Todos e o Adaptsurf as referências em programas de acessibilidade de praias no Brasil.

O projeto Praia para Todos em Copacabana no Rio de Janeiro promove diversas atividades visando atender as pessoas com deficiência entre os postos 5 e 6 na direção da rua Francisco de Sá. O local disponibiliza equipe especializada para auxiliar as pessoas com deficiência em atividades como handbike, frescobol, stand up paddle adaptado e banho de mar. Criado em conjunto com o grupo do Adaptsurf, posteriormente, os programas se separaram e a iniciativa se expandiu para o Leblon e Barra da Tijuca no Rio de Janeiro.

Praia para Todos e Adaptsurf

Fotos: Regina Tolomei 4.2.2 Programa Praia Para Todos

Objetivo do programa: Aumentar a integração da pessoa com deficiência com a natureza e o esporte, promover mais sociabilidade e despertar a atenção da opinião pública.

Organizador do projeto: Instituto Novo Ser (INS) Fundador e organizador: Ricardo González.

Observações: O fundador e coordenador do projeto afirma que “não temos estrutura adequada na sede dos Jogos Paralímpicos”.

O surf adaptado é oferecido por eles só na Barra da Tijuca. 101

Para quem acha desnecessários investimentos em acessibilidade, lembramos que é grande a

O frescobol, a handbike e o stand up paddle são oferecidos apenas em Copacabana.

O Projeto Praia para Todos nasceu de discussões entre o paciente Ricardo Gonzalez Rocha Souza e o terapeuta Alexandre Pinto Reis durante sessões de fisioterapia sobre as dificuldades para um deficiente físico, em especial cadeirante exercer o seu direto à cidadania.

Da empolgação criativa dos dois, surgiu uma ideia e o esboço do projeto. Naquele momento, com o ousado intuito de desenvolver uma infraestrutura acessível para as pessoas com deficiência em pelo menos um posto de cada praia da cidade do Rio de Janeiro, com a ajuda de parcerias dos setores público e privado.

A ideia, a princípio, era que os postos guarda-vidas e o seu entorno fossem adequados às exigências normativas de acessibilidade, não só para deficientes físicos, mas para todos, inclusive eles. Assim como dispor de recursos assistivos, como cadeiras anfíbias, material desportivo e de apoio em cada posto de guarda-vidas, bem como equipe técnica para desenvolver atividades de integração e oferecer a segurança necessária.

O projeto piloto foi em 2009, batizado de PRAIA ACESSÍVEL – LAZER PARA TODOS, no posto 11 da praia do Leblon. Ali existia uma esteira de bambu que tinha sido instalada em 2006 pela prefeitura do Rio de Janeiro em parceria com o CVI – Centro de Vida Independente14 de lá.

Naquela época não existia nenhuma ação conhecida de inclusão em praias. Essa esteira de bambu não foi adequada às necessidades específicas das pessoas que usam cadeira de rodas, em particular as cadeiras motorizadas, em função do peso destas e dos que utilizam muletas, que também não conseguiam se locomover adequadamente nela.

Este projeto inicial do PRAIA ACESSÍVEL – LAZER PARA TODOS foi em parceria com a Ong Adaptsurf e teve apoio da Secretaria

14 O CVI - Centro de Vida Independente surgiu no final dos anos 60, nos Estados Unidos, por

meio de um grupo de pessoas com deficiência que resolveu abandonar a proteção do ambiente institucional e sair às ruas para protestar. Entre elas estava Ed Roberts, que em 1972 fundou em Berkeley, Califórnia, o primeiro Centro de Vida Independente do mundo – uma ONG – organização não governamental, sem fins lucrativos, que ressaltou as potencialidades das pessoas com deficiência muito severas e possibilitou a criação de recursos e serviços de apoio para essas pessoas, equivocadamente consideradas incapacitadas.

Municipal de Turismo e da empresa Michelin. Foi a partir da avaliação desta ação que surgiu em 2010 o projeto itinerante Praia para Todos.

O Praia para Todos itinerante circulou pelas principais praias do Rio de Janeiro e teve como principal intenção a de disseminar os conceitos de Acessibilidade e Inclusão. Teve repercussão nacional e internacional e trouxe o foco para o paradigma da acessibilidade e falta de acessibilidade nas praias brasileiras.

O programa itinerante passou a circular também em São Paulo por meio de parcerias. No caso de São Paulo, é em parceria com a Secretaria de Esportes do Estado.

Segundo eles, pessoas de todos os estados do litoral brasileiro fizeram contato para conhecer o Projeto, manifestando vontade de implementação.

No ano de 2011, o programa foi transferido do posto 6 para o posto 3 da Barra da Tijuca com o intuito de tornar esse o ponto de referência de acessibilidade. E em 2013 expandiu para mais um ponto fixo na praia de Copacabana durante todo o verão.

Localização: Entre os postos 5 e 6 – em frente à rua Francisco Sá.

Check list COPACABANA Ano de criação: 2008

Grupo Responsável: Parceria Instituto Novo Ser/Sec. Mun. De Turismo/Empresa Michelin

Para quem acha desnecessários investimentos em acessibilidade, lembramos que é grande a

Funcionamento: Temporada de verão – sábados e domingos (Dezembro a março/abril)

Horário de funcionamento: das 9h às 14h

Serviços: Banho de mar, handbike, frescobol, stand up paddle adaptado e piscina infantil.

Banheiros: Um banheiro feminino e um banheiro masculino acessíveis na estrutura do posto guarda-vidas.

Equipamentos (quant. e especif.): Seis esteiras mobimat de 10m cada, quatro cadeiras anfíbias, quatro pranchas de stand up paddle adaptado, cinco tendas grandes, mesas e cadeiras plásticas, vários equipamentos acessórios para flutuabilidade, coletes, laicras, três handbikes, rede e bola de vôlei, uma piscina infantil.

Profissionais (n° e especialidade): Vários profissionais de educação física, fisioterapeutas, psicólogos, e estudantes universitários voluntários.

Usuários: Atendem uma média de 50 PcD por dia Check list: BARRA DA TIJUCA

Localização: Posto 3 em frente à praça do Ó.

Ano de criação: 2008

Grupo Responsável: Inst. Novo Ser/Sec. Mun. De Turismo/Empresa Michelin

Funcionamento: Temporada de Verão – sábados e domingos (de dezembro a março/abril)

Horário de funcionamento: das 9h às 14h

Serviços: banho de mar, surf adaptado, vôlei sentado e piscina infantil.

Banheiros: Um banheiro feminino e um banheiro masculino acessíveis na estrutura do posto guarda-vidas.

Equipamentos (quant. e especif): Seis esteiras mobimat de 10m cada, quatro cadeiras anfíbias, quatro pranchas de surf adaptado, cinco tendas grandes, mesas e cadeiras plásticas, vários equipamentos acessórios para flutuabilidade, coletes, laicras, rede e bola de vôlei, uma piscina infantil.

Profissionais (n° e especialidade): Muitos profissionais de educação física, fisioterapeutas, psicólogos, e estudantes universitários voluntários.

Usuários: Atendem uma média de 50 pessoas PcD por dia.

Frequência Geral de Público Praia para Todos

Ano Projeto Usuários Profissionais Voluntários Total de Envolvidos 2009 Praia Acess. 92 108 341 541 2011 Praia para Todos 568 1016 400 1984 2013 Praia para Todos 370 530 992 1892 Copa do Mundo Praia para Todos 72 211 150 433 Totais 3572 1865 1883 4850

Indagamos sobre os índices observados no período da Copa do Mundo, por estarem tão diferentes e abaixo das demais médias, tanto no índice de usuários, como de profissionais e de visitantes. Ricardo Gonzalez explicou que as atividades do PPT – Praia para Todos durante a Copa do Mundo contabiliza os números da realização de apenas um mês de atividade, acompanhando o evento e que o clima permaneceu bastante instável.

Para quem acha desnecessários investimentos em acessibilidade, lembramos que é grande a