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ALGUMAS DIRETRIZES E RECOMENDAÇÕES 289 6.1 CRPD, LBI E DESENHO UNIVERSAL

1.3. SOBRE A SEQUÊNCIA DOS CAPÍTULOS

Além do presente Capítulo 1 (Introdução), no capítulo 2, explicitamos os pressupostos teóricos nos quais se fundamenta o presente estudo, contextualizando-o. Abordamos a segregação espacial urbana e o contexto da região da grande Florianópolis, com base nos autores em que nos apoiamos; conceituamos a acessibilidade, 30

espacialidade e mobilidade a partir do Desenho Universal; apresentamos uma introdução ao conceito de Pessoas com Deficiência e breve histórico (PcD); expomos os avanços e dificuldades para o desenvolvimento sustentável do Desenho Universal a partir da importância da água e das atividades aquáticas; a dimensão ideológica do corpo na praia e o direito ou não direito aos espaços na praia.

No capítulo 3, apresentamos a metodologia utilizada de pesquisa exploratória, predominantemente qualitativa, da técnica pesquisa-ação com base em grupos focais, lançando mão do método do pesquisador insider e da observação participante.

No capítulo 4, abordamos sobre a acessibilidade litorânea existente em outras cidades brasileiras e os corpos na praia. Apresentamos os estudos de caso do Rio de Janeiro (Copacabana, Leblon e Barra da Tijuca) e os programas em foco: O Praia para Todos e o Adaptsurf que são as referências em programas de acessibilidade de praias no Brasil. Apresentamos os dois estudos de caso de São Paulo em foco: a Praia dos Trabalhadores em São Sebastião, na região de Ubatuba, no litoral norte do estado, e a região da Praça do Surfista no Parque Municipal Roberto Mário Santini, na cidade de Santos. E, por último, examinamos a acessibilidade e uso das praias no litoral catarinense, como Rincão, Itapema, Guarda do Embú e Piçarras. Concluímos este capítulo com análises da observação das distintas formas de apropriação e gestão espacial territorial das orlas e conclusões síntese de todas estas experiências nos litorais paulista, carioca e catarinense, com base nas variáveis escolhidas para estudo comparado, referidas no Capítulo 3 referente à metodologia empregada.

No capítulo 5, trazemos o estudo de caso Ilha de Santa Catarina e região conurbada. Abordamos a segregação socioespacial de Florianópolis e região conurbada. Expusemos as áreas de estudo na Ilha de Santa Catarina: Parque Municipal da Lagoa do Peri e a Barra da Lagoa, apresentando a avaliação destas áreas e as experiências implementadas. Trazemos a análise da acessibilidade em Florianópolis e os quatro estudos de caso, contemplando desde áreas mais periféricas às praias até as mais perpendiculares. Apresentamos exame breve sobre a inacessibilidade das praias do litoral insular e o referencial sobre o Projeto Saúde PcD Floripa.

No capítulo 6, fazemos as considerações finais com as respectivas diretrizes de ações depreendidas das experiências analisadas ao longo do trabalho.

Para quem acha desnecessários investimentos em acessibilidade, lembramos que é grande a

Fica aqui a expectativa de gerar uma reflexão proativa por parte dos governantes, empresários, estudiosos e demais interessados que por ventura venham ter acesso a esta produção que se construiu na busca de despertar o interesse dos leitores, interessados e curiosos desta temática de diversidade humana no intuito de produzir mudanças capazes de transformar a ótica que se tem da deficiência e as ações efetivas, frutos de políticas públicas a serem implementadas.

1.4. CONTEXTUALIZAÇÃO

Nos últimos anos no Brasil, assuntos relacionados às pessoas com deficiência passaram a fazer parte da pauta nas mídias e em congressos. Surgem algumas novas pesquisas em diferentes áreas de estudo que não somente a pedagogia e o serviço social, ainda que escassas para o momento. E começam a ser relevantes e aparecer também nas políticas públicas, por meio das políticas de inclusão.

Entretanto, o que é possível perceber, por meio da experiência acadêmica, é que as mudanças no processo ativo atual ainda são pequenas, uma vez que os discursos e as práticas em geral não caminham juntos e de maneira efetiva para uma construção sólida que culminasse na concretização do discurso e na efetiva melhoria das questões em pauta.

A vivência mostra que as iniciativas de transformação ocorridas nos últimos anos foram menos eficazes do que o esperado, ou que se propôs na transformação das concepções, dos conhecimentos e da prática presente nos discursos. E este fato é motivador no sentido de propor e ajudar a construir mecanismos reais de transformação social para o alcance dessa condição almejada.

Este trabalho é uma importante contribuição teórica, que tem o intuito de ampliar o conteúdo da bibliografia existente referente às questões de acessibilidade, se apresentando a partir de uma visão humanista, pela importância dada ao aspecto humano junto aos aspectos técnicos e jurídicos abordados.

Esperamos que este estudo contribua para a conscientização dos profissionais responsáveis pela gestão e construção dos ambientes dentro da perspectiva das Leis de acessibilidade e inclusão, assim como as informações contidas sirvam para apoiar a sociedade civil e a condução da elaboração de projetos e políticas específicas, bem como a fiscalização.

Aspiramos que os conceitos teóricos trazidos contribuam para uma maior fundamentação e sistematização dos conhecimentos sobre acessibilidade espacial e o Desenho Universal na construção de uma sociedade verdadeiramente mais inclusiva.

No capítulo 1 introduzimos o leitor no ambiente reflexivo em análise; no capítulo 2, a partir do processo de segregação socioespacial conceituamos acessibilidade, desenho universal e as legislações vigentes; no capítulo 3 apresentamos a metodologia empregada; no capítulo 4 trazemos as experiências desenvolvidas nos litorais do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina; no capítulo 5 apresentamos os quatro estudos de caso da região da grande Florianópolis e, no capítulo 6 trazemos as conclusões e apresentação de recomendações e diretrizes. 1.5. DIFICULDADES ENCONTRADAS – OS OBSTÁCULOS OU

BARREIRAS INSTITUCIONAIS E URBANÍSTICO-

ARQUITETÔNICAS COMO ELEMENTOS DE SUPERAÇÃO As dificuldades foram muitas, tanto pelo fato de que a autora do presente trabalho tem deficiência e é cadeirante, o que significa enormes dificuldades de mobilidade nos deslocamentos, de acessibilidade a fontes (bibliotecas e nas próprias viagens de estudos pelos quatro litorais brasileiros), como pelas dificuldades específicas profissionais, porque a autora é servidora técnico-administrativa da UFSC, e teve dificuldades até a dispensa do trabalho e obtenção de licença, realizando o estudo sem bolsa de pesquisa para o desenvolvimento deste trabalho, como dificuldades financeiras, considerando que todos os deslocamentos pela cidade de Florianópolis e pelos três litorais brasileiros foram cobertos por recursos próprios.

Adicionam-se a estas situações, as dificuldades específicas de desenvolver o Mestrado em outra área diferente da área de formação (Relações Internacionais) na área da Arquitetura e Urbanismo do Programa de Pós-Graduação PGAU-CIDADE da UFSC.

Consumiram-se meses nas pesquisas bibliográficas, prazo este ampliado com o extravio (furto) do material de pesquisa durante o processo e também, na medida em que se teve que reconstituir todo o material de campo relacionado ao Capitulo 5 (Florianópolis), se estendeu o tempo de término do trabalho.