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2.6 Tributação de Imposto de Renda

2.6.1 Progressivo

Conforme a Lei n° 11.053 de 29 de dezembro de 2004, os participantes de planos de previdência complementar têm duas opções de tributação, e podem escolher a que for mais adequada às suas necessidades.

O progressivo compensável é um regime com antecipação de Imposto de Renda, de acordo com a Lei n° 11.053, os valores resgatados são tributados na fonte em 15% no ato do resgate, podendo ser compensável na declaração anual do imposto

de renda ou ser ajustado conforme tabela progressiva de IR vigente na época, com base na lei n° 11.053, art. 3°:

Art. 3o A partir de 1o de janeiro de 2005, os resgates, parciais ou totais, de recursos acumulados relativos a participantes dos planos mencionados no art. 1o desta Lei que não tenham efetuado a opção nele mencionada sujeitam- se à incidência de imposto de renda na fonte à alíquota de 15% (quinze por cento), como antecipação do devido na declaração de ajuste da pessoa física, calculado sobre:

I - os valores de resgate, no caso de planos de previdência, inclusive FAPI; II - os rendimentos, no caso de seguro de vida com cláusula de cobertura por sobrevivência.

2.6.2 Regressivo

Conforme a Lei 11.053/2014, a alíquota de tributação de imposto de renda será definida, de acordo com o tempo decorrido de cada aporte até o momento de seu resgate. Essa alíquota incidirá sobre os valores pagos aos próprios participantes ou aos assistidos, a título de benefícios ou resgates de valores acumulados, o 1° artigo da lei 11.053/2014 define:

I - 35% (trinta e cinco por cento), para recursos com prazo de acumulação inferior ou igual a 2 (dois) anos;

II - 30% (trinta por cento), para recursos com prazo de acumulação superior a 2 (dois) anos e inferior ou igual a 4 (quatro) anos;

III - 25% (vinte e cinco por cento), para recursos com prazo de acumulação superior a 4 (quatro) anos e inferior ou igual a 6 (seis) anos;

IV - 20% (vinte por cento), para recursos com prazo de acumulação superior a 6 (seis) anos e inferior ou igual a 8 (oito) anos;

V - 15% (quinze por cento), para recursos com prazo de acumulação superior a 8 (oito) anos e inferior ou igual a 10 (dez) anos; e

VI - 10% (dez por cento), para recursos com prazo de acumulação superior a 10 (dez) anos.

A presente Lei afirma que, nos casos de portabilidade e transferência de planos, será computado o prazo de acumulação do Plano originário. A opção pelo Regime de Tributação é irretratável. A antecipação de 15% não se aplica aos planos da modalidade regressiva definitiva, o imposto retido na fonte é definitivo, ou seja, não existe compensação na declaração anual de ajuste. Os valores pagos serão calculados em função do prazo de acumulação, ponderado entre o aporte e o pagamento da renda.

No Regime Regressivo, haverá 25% de tributação máxima na reserva paga ao beneficiário, no caso de falecimento do participante (Lei 11.196/2005 – art. 95).

2.7 Institutos

A Lei Complementar n° 109, em seu art. 14, determina que os planos de benefícios devem, observadas as normas estabelecidas pelo órgão regulador e fiscalizador, prever os seguintes institutos:

2.7.1 Resgate

O resgate consiste na retirada dos valores aplicados no plano de previdência complementar, antes do evento gerador, respeitando o período de carência, com os devidos rendimentos decorrentes do período em que a reserva esteve ativa, descontadas as taxas e tributações de IR previstas na proposta de contratação. Segundo a SUSEP (2018) não são todos os benefícios que proporcionam ao participante o direito ao resgate.

Quadro 3 – Planos passíveis de resgate

BENEFÍCIOS Repartição Simples

Repartição de Capitais de

Cobertura Capitalização Direito a Resgate? Direito a Resgate? Direito a Resgate?

Pecúlio por Morte NÃO NÃO EXISTE FACULTATIVO

Pecúlio por Invalidez NÃO NÃO EXISTE FACULTATIVO Renda de Aposentadoria NÃO EXISTE NÃO EXISTE OBRIGATÓRIO

Renda de Pensão NÃO EXISTE NÃO FACULTATIVO

Renda por Invalidez NÃO EXISTE NÃO FACULTATIVO Fonte: SUSEP (2018).

Conforme indicado, se o plano for estruturado no regime financeiro de repartição, não há o direito ao resgate. Porém, se o plano for instituído no regime financeiro de capitalização, haverá a possibilidade de resgate, obrigatoriamente, nos planos de renda por sobrevivência (aposentadoria). Será somente devido nos planos de pecúlio, pensão e invalidez se estiver previsto no contrato.

2.7.2 Portabilidade

A SUSEP (2018) denomina como um instituto que, durante o período de diferimento, e na forma regulamentada, permite a movimentação de recursos da provisão matemática de benefícios a conceder. Pode ser realizada entre produtos de uma entidade ou entre entidades. O prazo máximo de carência será de 60 (sessenta) dias, de acordo com o estabelecido no regulamento.

A LC 109, no art. 2, determina que, no processo de portabilidade, os recursos financeiros não transitem pelos participantes, e proíbe a transferência de recursos entre participantes. Afirma também que a portabilidade não caracteriza resgate. Logo, sobre as portabilidades de reservas técnicas, fundos e provisões dos planos de benefícios de entidades de previdência complementar, não haverá incidência de tributação e contribuições de qualquer natureza.

2.8 Benefícios

Os bancos e seguradoras podem oferecer, juntos ou separadamente, aos produtos de previdência, benefícios que serão devidos ao participante, ao fim do prazo determinado na proposta de contratação, ou em decorrência de invalidez ou morte do participante (SUSEP, 2018). Os tipos básicos são:

Quadro 4 – Tipos de benefícios

TIPO DE BENEFÍCIO CARACTERÍSTICAS

Renda por sobrevivência Renda a ser paga ao participante do plano que sobreviver ao prazo

de diferimento contratado, geralmente denominada de aposentadoria.

Renda por invalidez Renda a ser paga ao participante em decorrência de sua invalidez

total e permanente ocorrida durante o período de cobertura e depois de cumprido o período de carência estabelecido no plano.

Pensão por morte Renda a ser paga ao(s) beneficiário(s) indicado(s) na proposta de

inscrição em decorrência da morte do participante ocorrida durante o período de cobertura e depois de cumprido o período de carência estabelecido no plano

Pecúlio por morte Importância em dinheiro, pagável de uma só vez ao(s)

beneficiário(s) indicado(s) na proposta de inscrição, em decorrência da morte do participante ocorrida durante o período de cobertura e depois de cumprido o período de carência estabelecido no plano.

Pecúlio por invalidez Importância em dinheiro, pagável de uma só vez ao próprio

participante, em decorrência de sua invalidez total e permanente ocorrida durante o período de cobertura e depois de cumprido o período de carência estabelecido no plano.

Fonte: SUSEP (2018), adaptado.

A SUSEP (2018), determina que o resgate seja obrigatório nos planos de benefício por sobrevivência, denominado aposentadoria, que poderá ser concedido

ao participante que desistir do plano, no valor correspondente ao montante acumulado em sua provisão matemática de benefícios a conceder. Nos demais benefícios, o resgate é facultativo, será determinado pela entidade, que deverá dispor tal informação na proposta de contratação do plano.

Para cada tipo de benefício existente, há um regime financeiro de sustentação das reservas técnicas necessárias ao atendimento das obrigações. O quadro 5 detalha estes sistemas financeiros, em conformidade com a SUSEP (2018).

Quadro 5 – Regimes financeiros

BENEFÍCIOS REPARTIÇÃO SIMPLES REPARTIÇÃO DE CAPITAIS DE COBERTURA CAPITALIZAÇÃO

Pecúlio por Morte SIM NÃO SIM

Pecúlio por Invalidez SIM NÃO SIM

Renda de Aposentadoria NÃO NÃO SIM

Renda de Pensão NÃO SIM SIM

Renda por Invalidez NÃO SIM SIM

Fonte: SUSEP, 2018.

A SUSEP (2018), define os regimes financeiros como:

I.Regime Financeiro de Capitalização: a estrutura técnica em que as contribuições são determinadas de modo a gerar receitas capazes de serem capitalizadas durante o período de cobertura, produzir montantes equivalentes aos valores atuais dos benefícios a serem pagos aos beneficiários no respectivo período;

II.Regime Financeiro de Repartição de Capitais de Cobertura: a estrutura técnica em que as contribuições pagas por todos os participantes do plano, em um determinado período, deverão ser suficientes para constituir as provisões matemáticas de benefícios concedidos, decorrentes dos eventos ocorridos neste período;

III.Regime Financeiro de Repartição Simples: a estrutura técnica em que as contribuições pagas por todos os participantes do plano, em um determinado período, deverão ser suficientes para pagar os benefícios decorrentes dos eventos ocorridos nesse período.

A previdência social é constituída em um sistema de repartição simples, em que as rendas de aposentadoria dos indivíduos inativos são pagas pelos contribuintes ativos. Na previdência complementar que visa a aposentadoria, vigora o sistema de capitalização, ao qual todos os valores investidos pelo participante serão pagos no período determinado com os devidos rendimentos (SUSEP, 2018).

2.9 Tipos de rendas

Os planos VGBL e PGBL possuem a característica em comum de transformar a reserva acumulada, no período de deferimento, em rendas mensais. No ato da subscrição do produto, somente será comercializada a renda vitalícia. Porém, quando o participante entrar no período de concessão de benefício, data definida pelo participante na contratação do produto, poderá optar por qualquer uma das rendas disponíveis, que segundo a SUSEP (2018) poderá ser:

I. Renda Vitalícia (atuarial): Consiste em uma renda paga vitaliciamente

ao participante, a partir da data de concessão do benefício (mínimo 50 anos).

II. Renda Temporária (atuarial): Consiste na renda paga temporária e

exclusivamente ao participante. O benefício cessa com o seu falecimento ou o fim da temporariedade contratada. O prazo de recebimento deste benefício poderá ser de: 60, 120, 180 e 240 meses.

III. Renda Vitalícia com Prazo Mínimo Garantido (atuarial): Consiste

em uma renda vitalícia paga ao participante a partir da data de concessão do benefício (mínimo de 50 anos), sendo garantida aos beneficiários conforme o segue: No momento da inscrição, o Participante escolherá um prazo mínimo de garantia que deve ser de 60, 120, 180 e 240 meses. - Se durante o período de recebimento do benefício, ocorrer o falecimento do participante, antes de ter completado o prazo mínimo de garantia escolhido, o benefício será pago aos beneficiários conforme os percentuais indicados na proposta de inscrição, pelo período restante do prazo mínimo de garantia. No caso de um dos beneficiários falecer antes de ter sido completado o prazo mínimo de garantia, o valor da renda será rateado entre os beneficiários remanescentes até o vencimento do prazo mínimo garantido. Não havendo qualquer beneficiário remanescente, a renda será paga aos sucessores legítimos do participante, pelo prazo restante da garantia.

IV. Renda Vitalícia Reversível ao Beneficiário Indicado (atuarial):

Consiste em uma renda paga vitaliciamente ao participante a partir da data de concessão do benefício escolhido. Ocorrendo o falecimento do participante, durante o recebimento dessa renda, o percentual do seu valor estabelecido na proposta de inscrição será revertido vitaliciamente ao beneficiário indicado (beneficiário é de livre indicação do participante). Esse percentual poderá ser de 50%, 60%, 70% e 80%. No caso de o beneficiário falecer, antes do participante e durante o período de recebimento da renda, a reversibilidade do benefício estará extinta.

V. Renda Mensal Vitalícia Reversível ao Cônjuge com Continuidade

aos Menores (atuarial): Consiste em uma renda mensal a ser paga

vitaliciamente ao segurado, reversível ao cônjuge ou companheira (o), após o seu falecimento, e na falta deste, reversível temporariamente ao(s) menor (es) até que completem a idade de 24 anos, conforme o percentual de reversão estabelecido. O participante indicará, nominalmente, 1 (um) ou mais, menores de 24 anos e o seu cônjuge ou companheira (o) reconhecida (o) legalmente. Ocorrendo o falecimento do segurado durante o recebimento da indenização sob a forma de renda, o percentual do seu valor estabelecido será revertido vitaliciamente ao cônjuge ou companheira (o) indicado. Caso o falecimento do cônjuge ou companheira (o) ocorra antes do falecimento do segurado, a continuidade a este estará extinta, permanecendo apenas a reversão ao(s) menor (es) indicado (s), no percentual estabelecido, desde que este(s) não tenha(m) atingido a idade limite de 24 anos. - Ocorrendo o falecimento do cônjuge ou companheira (o) durante o recebimento da

indenização, sob a forma de renda, e após o menor mais jovem ter atingido a idade de 24 anos, a renda estará extinta.

VI. Renda Mensal por Prazo Certo (financeira): Consiste em uma renda

mensal a ser paga por prazo certo escolhido pelo participante no momento da concessão do benefício. O prazo certo não poderá ser inferior a 12 meses. Caso o participante venha a falecer no período de recebimento do benefício, a renda continuará a ser paga ao(s) beneficiário(s) pelo prazo restante. Com o término do prazo escolhido, a renda é extinta. Não há limite máximo de prazo certo estipulado pelo cliente, sabendo que, quanto maior o prazo, menor a renda a ser paga.

3. METODOLOGIA

Esta seção dispõe sobre os procedimentos metodológicos utilizados para a obtenção dos resultados. Metodologia, literalmente, refere-se ao estudo sistemático e lógico dos métodos empregados nas ciências, seus fundamentos, sua validade e sua relação com as teorias científicas (OLIVEIRA, 2011, p. 8).

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