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2.3 O Aqüífero Guarani e sua Formação

2.3.2 Projeto de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do

O Projeto de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Sistema Aqüífero Guarani é uma iniciativa conjunta dos quatro países (Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai), do Fundo para o Meio Ambiente Mundial e da OEA na elaboração de estudos para a implantação coordenada de uma estrutura técnica e institucional com vistas à proteção e gestão do Aqüífero Guarani.Conta com recursos do GEF - “Global Environment Facility”, o Fundo para o Meio Ambiente Mundial e foi considerado um projeto prioritário dentro do fundo.

O Banco Mundial foi designado como agência implementadora dos recursos do fundo e a Organização dos Estados Americanos, como agência executora internacional do Projeto, por tratar-se de um aqüífero compartilhado por quatro países.

O período de execução do “Projeto Guarani” é de quatro anos (2003- 2007).

Em cada País foi estruturada uma Unidade Nacional. No caso do Brasil, além da Unidade Nacional, foram organizadas Unidades Estaduais de execução do Projeto nos oito estados abrangidos pelo Aqüífero (NOTA INTRODUTÓRIA DO SEMINÁRIO AQÜÍFERO GUARANI, 2003).

O Projeto de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Sistema Aqüífero Guarani possui quatro projetos-piloto tendo como objetivo gerar experiências concretas de gestão no SAG (SISTEMA AQÜÍFERO GUARANI), em áreas onde existirem conflitos de grande importância.

Os Projetos-Piloto e suas problemáticas são:

ƒ Ribeirão Preto no Brasil - Nesta cidade, o SAG é a fonte de abastecimento de água, portanto, o projeto significa uma experiência necessária de gestão do recurso;

ƒ Itapúa no Paraguai - A zona é de exploração agrícola; procura-se ter maior conhecimento sobre a interação do solo com o aqüífero; os transfronteiriços;

Este projeto está numa grande zona de recarga do aqüífero com franco processo de desmatamento, demonstrando a importância das questões do uso do solo e da gestão das áreas nessa região ;

ƒ Concórdia na Argentina e Salto no Uruguai – Apresentam uma importante região turística, onde é contestada a exploração de águas termais.

O principal problema da região de Concórdia-Salto é a definição do uso, da taxa sustentável do recurso termal, para que o aqüífero não esfrie. Se o aqüífero esfria perde a capacidade de ser um atrativo turístico como tem se desenvolvido naquela região com as termas.

ƒ Rivera no Uruguai e Santana do Livramento no Brasil - O aqüífero nesta zona é pouco profundo e a concentração de atividades representa ameaça de poluição do recurso.

Em Santana/Rivera o problema é que além do aqüífero ser bastante raso, os usos urbanos são bastante intensos e podem ser potencialmente poluidores.

No Brasil, o Aqüífero Guarani abrange 8 estados, sendo que no Estado de São Paulo possui uma área de 155.800 km², com uma área de recarga, mais vulnerável à poluição da água subterrânea, correspondente a 15% da área total do aqüífero (GUALDI, 1999).

A Figura 12 apresenta a localização e geologia do Aqüífero.

RIBEIRÃO PRETO

Figura 12 - Localização e Geologia do Aqüífero Botucatu

Fonte: Rocha, G.A, Mega Reservatório de Água Subterrânea do Cone Sul, Seminário “Aqüífero Gigante do Mercosul” (1996)

Vários municípios do Estado de São Paulo têm o Aqüífero Guarani como principal fonte de abastecimento público de água (CASARINI & OKANO, 1999), como o município de Ribeirão Preto, localizado na área de recarga deste aqüífero.

“Há a necessidade de uma conjunção de esforços para superar as deficiências existentes no conhecimento e explotação do Aqüífero Guarani” (ROCHA 1997).

A região de Ribeirão Preto (Figura 13), foi selecionada como um dos projetos-piloto por ser totalmente abastecida pelo Aqüífero Guarani e apresentar problemas decorrentes da ocupação urbana sobre uma área exposta do aqüífero; e as boas práticas de gestão que forem ali adotadas poderão ser tomadas como exemplo em outras localidades.

O município de Ribeirão Preto possui cerca de 40% de sua extensão na área de afloramento desta unidade aqüífera, onde a vulnerabilidade natural é mais elevada, indicando maiores riscos de contaminação das Águas Subterrâneas do Estado de São Paulo (SISTEMA DE INFORMAÇÃO PARA O GERENCIAMENTO AMBIENTAL DOS RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS NA ÁREA DE AFLORAMENTO DO AQÜÍFERO GUARANI NO ESTADO DE SÃO PAULO, 2004).

Figura 13 – Mapa de localização do município de Ribeirão Preto Fonte: Sistema de Informação para o Gerenciamento Ambiental dos Recursos Hídricos Subterrâneos na área de Afloramento do Aqüífero Guarani

no Estado de São Paulo (2004)

A maior parte do município encontra-se na bacia hidrográfica do rio Pardo, o qual representa o limite norte da área do município em sua bacia hidrográfica (Figura 14).

Apenas a porção meridional do município está localizada na bacia hidrográfica do rio Mogi-Guaçu, que corre ao sul de Ribeirão Preto.

De acordo com o Sistema de Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, o município de Ribeirão Preto pertence a UGRHI 4. Localiza-se na borda leste da Bacia Sedimentar do Paraná, onde afloram parte das rochas do Grupo São Bento, sedimentos das formações Pirambóia e Botucatu e rochas básicas da Formação Serra Geral.

Figura 14- Mapa Geológico da região de Ribeirão Preto (Sinelli et al 1973) Fonte: Sistema de Informação para o Gerenciamento Ambiental dos Recursos Hídricos Subterrâneos na área de Afloramento do Aqüífero Guarani no Estado de São Paulo (2004)