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Capítulo II O Estágio

2.4. Atividades

2.4.6. Projeto “Mata do Fontanello”

Este projeto foi elaborado a cem porcento pelos estagiários com total liberdade após uma sugestão do Diretor Rui Costa. Este sugeriu criarmos um vídeo de raiz sobre algo que fosse característico da cidade de Viseu de forma a enriquecer o nosso estágio e também de forma a termos a nossa liberdade criativa e conseguirmos mostrar os nossos conhecimentos.

Inicialmente iríamos fazer um vídeo do estilo documental sobre os pavões da Mata do Fontelo em Viseu, porém este tema era muito limitado para a realização de um documentário de natureza e optámos por alargar o tema à Mata em geral.

Numa primeira fase comecei, em conjunto com os meus colegas, por pesquisar informações sobre a Mata do Fontelo, na sua vertente histórica, de fauna e da flora. Recolhemos toda a informação necessária para a elaboração do guião técnico no que aos elementos a captar diz respeito, e definimos o storytelling do vídeo como se pode constatar na figura 19 e na figura 20.

Figura 20 - Guião de planos

Fonte: Elaboração própria

Figura 19 - Guião de flora a encontrar

Após o processo de seleção e pesquisa de elementos a ter em consideração no vídeo, foi perguntado ao supervisor de estágio, Rui Costa, qual o material que poderíamos usar para este projeto. Foi-nos disponibilizada para tal a câmara Blackmagic Production Camera 4K, material com o qual nunca tinha tido contacto direto, o que para mim foi uma novidade, pois o funcionamento desta câmara é diferente do funcionamento das DSLR a que estava habituado. Optei assim juntamente com os restantes colegas de projeto, por pesquisarmos informações sobre o equipamento e testar a câmara para que o trabalho no terreno fosse mais eficaz e sem erros (figura 21).

Uma das principais particularidades destas câmaras é que o shutter funciona em ângulos em vez da velocidade vulgarmente presente nas DSLR. Esta novidade foi rapidamente percebida após pedir a um dos colaboradores da Takemedia uma explicação do funcionamento deste tipo de câmaras, complementando com uma pesquisa na Internet. Outra funcionalidade que é possível controlar é o balanço de brancos com recurso a medidas exatas de temperatura usando graus kelvin.

Após estes testes e de aprender como funcionava o material que iríamos usar começaram então as primeiras gravações na Mata do Fontelo.

Figura 21 - Testes com a Blackmagic Production Camera

Consoante o guião e as filmagens que íamos gravando gradualmente ao longo do estágio, foi desenvolvido um guião para o voice over para acompanhar o vídeo e que dependeria das imagens captadas.

As primeiras imagens realizadas foram apenas imagens estáticas e movimentos de

pan e tilt com recurso ao tripé, sendo que algumas filmagens foram feitas ao ombro com

lentes zoom, como foi o caso da Samyang 85mm f 1.8, que permitiu captar detalhes com um desfoque em campo de profundidade com um toque cinemático que correspondia ao planeado.

Nas captações também operei um drone DJI Phantom 3 SE 4K (figura 23) que permitiu obter ângulos diferentes e que elucidavam a dimensão do cenário e que permitiu criar transições entre planos de forma a dinamizar o vídeo (figura 24). O grande desafio aqui enfrentado foi no voo a baixa altitude (cerca de 1,5 metros do chão) nos corredores da floresta pois voar a esta altitude requer muita destreza e conhecimento.

Figura 22 - Gravação do vídeo Mata do Fontanello

Fonte: Elaboração própria

Figura 23 - DJI Phantom 3 SE 4K Fonte: https://www1.djicdn.com/asse ts/images/products/phantom- 3-se/banner- fa7b98ace0a3510dfed4b4d75 1137a6a.png?from=cdnMap

Após a recolha de todas as imagens foi necessário um trabalho árduo de edição, pois as imagens tinham sido apenas captadas com tripé e ao ombro, e a Blackmagic Production Camera tem como particularidade não ter estabilizador de imagem, nem 60 ou 120 frames por segundo, o que me limitava quer os movimentos quer a velocidade e estabilidade dos mesmos.

Na edição, seguimos o guião que tínhamos definido e optámos por contextualizar primeiramente a história da mata e só depois a fauna e flora bem como as atividades que nela se desenvolvem.

De acordo com Ascher et al. (2012) “O período de pós-produção (...) começa normalmente após a principal captação estar concluída. Em muitos filmes o editor trabalha ainda no processo de produção e vai cortando à medida que cada cena é filmada, pois assim consegue dar indicações ao realizador e à equipa das correções a serem feitas” (p. 3).

A mistura de cores, dos movimentos, das imagens terrestres e aéreas foi pensada para dar o máximo de dinâmica ao vídeo bem como o uso de técnicas cinematográficas como hyperlapse e o vertigo effect. No caso do vertigo effect este teve de ser criado

Figura 24 - Imagem aérea da Mata do Fontelo

A nível musical, optei por escolher música de livre utilização num tom épico e cinemático que acompanhasse as imagens e a voice over. Juntamente com a música foi também editada a voice over em que apenas se mexeu nos efeitos de repitch, equalizador, reverbação e redução de ruído pois o objetivo não era alterar demasiado a voz apenas torná-la mais limpa e percetível. A edição de áudio foi feita no Adobe Premiere pois para este efeito o software servia o pretendido.

O lettering do título foi pensado para ser minimalista e o mais simples possível pois a voice over já acrescenta bastante informação ao vídeo e a imagem de fundo já é complexa por natureza.

Após a montagem de todos os elementos, o vídeo foi mostrado ao responsável por este projeto e o mesmo deu os parabéns à equipa pelo trabalho conseguido.

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