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Capítulo 5 C ONSIDERAÇÕES FINAIS : traz as últimas considerações sobre o estudo realizado,

2 O P ROJETO DOS S ISTEMAS

2.3 Projetos do SPGC

2.3.1 Rede de distribuição interna

As condições gerais constantes na NBR 15526 (ABNT, 2009) para o traçado da rede de distribuição interna de gás abrangem três aspectos: (1) que a tubulação seja instalada em locais, que em casos de vazamento, não promovam acúmulo ou concentração do gás; (2) que a tubulação ofereça manutenibilidade, e (3) que ocorra efetiva compatibilidade dos projetos para a sua devida execução. Postas estas premissas gerais, outros aspectos referentes às interfaces entre sistemas conforme a NBR 15526 (ABNT, 2009), devem ser comentados separadamente.

Disposição das tubulações e tubulação aparente

A tubulação da rede de distribuição interna pode ser instalada de quatro formas: aparente, fixada adequadamente; embutida, com os vazios devidamente preenchidos; alojada em tubos- luva ou enterrada. A rede de distribuição interna de gás aparente não deve passar por espaços confinados. Se esta condição for inevitável, por exemplo, se passar dentro de um pleno ou em

forro falso, deve ser previsto nos projetos dutos ventilados (tubos-luva). Os dutos (tubos-luva) devem possuir duas aberturas no mínimo para a atmosfera protegidas contra a entrada de água, animais e outros objetos estranhos (Figura 2.8).

FIGURA 2.8 – Exemplo ilustrativo de tubo-luva para passagem de tubulação de gás. Fonte: COMGÁS, 2009.

À exceção desses pontos de ventilação, no restante de toda extensão, a tubulação deve ser estanque, protegida contra corrosão, resistente a choques mecânicos, estar adequadamente suportada e possuir opcionalmente dispositivo ou sistema que promova a exaustão do gás eventualmente vazado.

Sistema de fixação

É importante espaçar os suportes da tubulação de tal forma que não submeta a mesma a esforços que provoquem deformações. Quanto ao contato de dois metais distintos, para as tubulações de cobre, e preciso evitar a formação de pilha galvânica entre o sistema de fixação e a tubulação de gás. O isolamento com material plástico entre ambos os metais impedem o desenvolvimento da corrosão galvânica.

Afastamento mínimo dos demais sistemas prediais

Os afastamentos entre as tubulações de gás e de elétrica devem corresponder às duas situações descritas no Quadro 2.3, que são de 3 cm para sistemas elétricos isolados em eletrodutos não metálicos ou de 50 cm para sistemas elétricos sem eletrodutos ou isolados em eletrodutos metálicos.

A tubulação embutida da rede de distribuição interna de gás deve manter os afastamentos apresentados no Quadro 2.3, que estão respectivamente ilustrados na Figura 2.9.

Tipo Redes em paralelo

b

mm

Cruzamento de redes b

Mm

Tubulações de gás 10 10

Tubulação de água quente e fria 30 10 Outras tubulações (águas pluviais, esgoto) 50 10 Chaminés (duto e terminal) 50 50

Tubulação de vapor 50 10

Sistemas elétricos de potência em baixa tensão

isolados em eletrodutos não metálicos 30

10 (com material isolante aplicado na tubulação de gás)

Sistemas elétricos de potência em baixa tensão isolados em eletrodutos metálicos ou sem eletrodutosa

500 c

a

cabos telefônicos, TV e telecontrole não são considerados sistemas de potência.

b

considerar afastamento suficiente para permitir a manutenção

c

nestes casos, a instalação elétrica deve ser protegida por eletroduto numa distância de 50 mm para cada lado e atender a recomendação para sistemas elétricos de potência em eletrodutos em cruzamento.

QUADRO 2.3 – Afastamento mínimo entre as tubulações de gás e demais conforme NBR 15526.

Fonte: ABNT, 2009.

FIGURA 2.9 – Exemplo de afastamentos mínimos entre os sistemas prediais. Fonte: COMGÁS (2009).

Tubulações embutidas

Aconselha-se evitar os percursos horizontais das tubulações de gás ao longo de paredes ou muros, pois ao fragilizar estas vedações podem ocorrer tensões sobre a tubulação.

A tubulação interna embutida pode atravessar, transversal ou longitudinalmente, elementos estruturais (lajes, vigas e paredes). Nestes casos, a tubulação de gás embutida não pode ter contato com estes elementos para evitar as tensões estruturais. Conforme recomendado pela referida norma, caso sejam utilizados tubos-luva para a confecção das passagens pelas estruturas, a relação da área da seção transversal da tubulação de gás e do tubo-luva deve ser de no mínimo 1 para 1,5.

No caso do percurso das tubulações de gás ocorrer em espaços intersticiais entre andares, verificar as exigências contra propagação de fogo e fumaça. Para os espaços internos nas paredes de gesso acartonado, a tubulação de gás deve ser envolta por revestimento maciço (sem vazios), como por exemplo, argamassa de cimento e areia. A utilização da argamassa elimina outros tipos de revestimento inadequados, como materiais porosos, heterogêneos e potencialmente corrosivos.

2.3.2 Dutos dos aquecedores de passagem individuais

O sistema de aquecimento aqui abordado é o de passagem, com sistema conjugado ou não, de circuito aberto (utiliza o ar do ambiente) com duto de exaustão natural, sendo um para cada unidade privativa10. O sistema conjugado possui, além do aquecedor de passagem, um reservatório de água quente com termostato que faz a água circular pelo sistema. Neste sistema de aquecimento há obrigatoriedade de aberturas permanentes de ventilação no ambiente onde o aparelho é instalado. Geralmente o equipamento é instalado em áreas de serviço abertas ou terraços técnicos de cada apartamento. Desta forma, para esta condição de projeto e referente às interfaces com a alvenaria e estrutura, a NBR 13103 (ABNT, 2006) possui algumas recomendações.

10 Neste item estão sendo observadas somente as recomendações para aquecedores de passagem, com chaminés

individuais de tiragem natural diretamente para o exterior, pois foi a situação encontrada nos estudos exploratórios e de caso desta pesquisa. Não estão sendo discutidas as situações para chaminé coletiva ou ligadas a duto coletivo. As chaminés individuais com exaustão forçada também não são abordadas.

Diâmetro mínimo das aberturas dos terminais

O ambiente que contém o aparelho com duto de exaustão, deve contar com uma abertura para a passagem da chaminé para o exterior, não sendo permitidas aberturas em prismas de ventilação. Para as estruturas de concreto armado, é necessário observar a interferência com a viga de borda, e para a alvenaria estrutural, os pontos onde há grauteamento. Assim, caso ainda não esteja definido no projeto o aquecedor e o respectivo cálculo da chaminé para a definição do diâmetro de passagem, deve-se adotar para a compatibilização de projetos, um diâmetro mínimo de 0,15 m.

Percurso da chaminé (duto de exaustão)

O percurso da chaminé é interno à edificação, sendo necessário evitar ao máximo curvas, desvios e projeções horizontais, para o perfeito funcionamento da exaustão, sendo proibido qualquer tipo de emenda, salvo as conexões. A fixação indevida da chaminé, tanto ao aparelho quanto ao terminal, também pode incorrer em vazamento do produto da combustão no ambiente. A passagem da chaminé por ambientes desprovidos de ventilação permanente é proibida.

Distâncias entre a saída de exaustão e aberturas na face exterior da parede

A abertura de exaustão na face exterior da parede deve respeitar os seguintes afastamentos:  0,60 m da projeção vertical das tomadas de ar-condicionado;

 0,10 m da face da edificação;

 0,40 m: de janelas de ambientes de permanência prolongada; abaixo de beirais de telhados, balcões ou sacadas; de qualquer tubulação; de outras paredes do edifício ou obstáculos que dificultem a circulação do ar – tiragem natural (ver Figura 2.10).

FIGURA 2.10 – Exemplo de distâncias entre janelas ou aberturas e terminal de exaustão (≥ 40 cm).

Fonte: COMGÁS (2009).