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Promover o desenvolvimento sustentável das regiões e a coesão nacional – tinha como objetivos principais reduzir as diferenças

nas condições de vida, na densidade e qualidade do tecido empresarial entre as diferentes regiões do país bem como combater a elevada concentração da população portuguesa no litoral do país.

No âmbito da atividade desenvolvida pela entidade em que me encontro a trabalhar, assumiram principal relevo as questões relacionadas com o ambiente. Neste setor os objetivos a atingir estavam relacionados com a disponibilização de infraestruturas de saneamento básico, gestão racional dos recursos naturais e gestão do ordenamento do território. Os setores do abastecimento de água, drenagem de águas residuais e o tratamento de resíduos foram definidos como setores de intervenção prioritária.

Estes objetivos e a estratégia para a sua obtenção ficaram definidos no Programa Operacional do Ambiente, inserido no eixo III - Afirmar o Valor do Território e da Posição Geoeconómica do País.

As operações relacionadas com o abastecimento e drenagem de esgotos no concelho de Vila Real, na vertente “em baixa”1

,foram abrangidas pelo Programa Operacional Regional do Norte. Os investimentos em infraestruturas assumiram particular importância, neste programa devido aos baixos níveis de atendimento das redes públicas de saneamento básico.

As operações no âmbito do saneamento básico ficaram enquadradas na Medida 1.1 – Sistemas Ambientais Locais. Esta medida destinava-se à promoção da melhoria dos níveis e da qualidade de atendimento em redes de abastecimento de água, drenagem e tratamento de águas residuais e recolha

1 A vertente em “baixa” inclui o armazenamento e a distribuição de água para consumo humano

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de resíduos sólidos urbanos, a conservação dos distintos ecossistemas e a valorização dos recursos naturais. Em 2004, na sequência da avaliação intercalar verificou-se que as verbas destinadas a esta medida eram insuficientes. Além de um reforço das verbas, foi criada uma nova medida 1.9 – Saneamento Básico – Zonas de Intervenção Prioritárias de forma a cumprir os indicadores de população servida em termos de drenagem de águas residuais e melhorar os níveis de atendimento público em matéria de saneamento básico.

O acesso aos fundos comunitários foi feito através de candidatura apresentada a entidade gestora do programa, no caso a CCDR-N. As candidaturas envolviam um conjunto vasto de conhecimentos. Além dos conhecimentos ao nível financeiro, uma candidatura, os pedidos de pagamento e relatórios subjacentes, envolvem questões ligadas com a contratação pública e questões técnicas relacionadas com as infraestruturas previstas.

Ilustração 3 - Resultados PO Norte

Redes de abastecimento de água Redes de águas residuais Setor 3.350 km 3.200 km Previsto 4.510 km 3.471 km Executado

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Além das inúmeras infraestruturas cofinanciadas, o PO Norte teve um contributo significativo para a economia da região, nomeadamente, no valor acrescentado bruto e na criação de emprego. A criação do emprego verificou- se sobretudo na construção e na indústria transformadora.

No setor do ambiente, os objetivos foram na generalidade alcançados, no entanto, os níveis de atendimento em termos de abastecimento de água e de drenagem e tratamento de águas residuais manteve-se abaixo da média nacional. Foi definido um conjunto de indicadores para avaliar cada uma das medidas que constituem o programa.

Medida Indicador Situação de partida Meta prevista Realização Me d ida 1.1 - S is tem as A m bi e nta is Lo c a is

% de população servida por

abastecimento de água 63,66% 95% 98%

% de população servida por recolha e tratamento de efluentes 42,88% 90% 72% Km de rede de abastecimento de água executados (remodelados, requalificados, construídos de raiz) 1,700 km 3.100 km 4.227 Km de rede de drenagem executados (remodelados, requalificados, construídos de raiz) 936 km 2.600 2.734 1.9 – S a ne a me nto B ás ic o – Z on as de In terv en ç ão P ri ori tári as Km de rede de abastecimento de água executados (remodelados, requalificados, construídos de raiz) Não aplicável 250 km 283 km Km de rede de drenagem executados (remodelados, requalificados, construídos de raiz) Não aplicável 600 km 737 km

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No final do período de vigência do QCA III foi feita uma avaliação da situação vigente e do impacto das verbas disponibilizadas, que serviu de diagnóstico para a definição das prioridades e domínios de intervenção do novo quadro comunitário de apoio.

Num contexto de globalização e de aceleração do comércio a nível mundial, a economia portuguesa tinha perdido competitividade ao nível dos produtos de baixo valor acrescentado e de utilização intensiva do fator trabalho, para os países emergentes da América do Sul e da Ásia. Por outro lado, nas economias mais desenvolvidas, conceitos como conhecimento e tecnologias inovadoras tinham particular importância. A economia portuguesa encontrava- se à entrada do novo quadro comunitário de apoio, perante o desafio de alterar a estrutura e organização do seu tecido produtivo, que lhe permitisse competir com produtos de mais elevado valor acrescentado, incorporando os referidos conceitos.

Com a perda da definição das políticas monetária e cambial, e a limitação das políticas fiscal e orçamental, reduziu-se a capacidade de influenciar o crescimento económico através das políticas macroeconómicas.

Partindo desta análise foi definido o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), onde estão definidas as prioridades e as regras pelas quais se gerem os fundos comunitários atribuídos ao nosso país para o período de 2007 a 2013. As principais preocupações e prioridades inscritas no documento estão relacionadas com a qualificação dos portugueses, o crescimento sustentado, a coesão social, a qualificação das cidades e do território e a eficiência da governação. As orientações e princípios que foram considerados para a superação das necessidades detetadas na análise de diagnóstico foram

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agrupados em três grandes agendas temáticas: agenda para o potencial humano, agenda para os fatores de competitividade, agenda para a valorização do território.

Na fase da operacionalização estas agendas deram origem à criação dos Programas Operacionais Temáticos Potencial Humano, Fatores de Competitividade e Valorização do Território. Foram também definidos Programas Operacionais Regionais para o Continente, Programas Operacionais das Regiões Autónomas, Programas Operacionais de Cooperação Territorial e Programas Operacionais de Assistência Técnica. O financiamento do QREN advém dos fundos europeus: FEDER, FSE e Fundo de Coesão. Estes fundos desempenham um dos papéis principais no objetivo fundamental da União Europeia – “a coesão económica e social”. Cada um tem uma vertente específica. O FEDER pretende contribuir para o objetivo referido

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