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PROPOSTA DE EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 287/2016

No documento Estado, Desenvolvimento e Seguridade Social (páginas 57-60)

Observa-se que a quantidade de informações envolvendo o assunto Previdência Social é extenso. Dessa forma, pautar o estudo num período de tempo específico limitaria a pesquisa, por isso, as análises estão focadas em dados mais recentes, em termos de fluxo de caixa e comparações com o PIB, sem limites de datas.

Segundo a Previdência Social (2017), o maior desafio do Estado brasileiro no momento é a manutenção do sistema previdenciário sustentável, promovendo a equidade entre os regimes dos trabalhadores da iniciativa privada e dos servidores públicos. Na reforma, o governo quer evitar o risco do não recebimento de aposentadorias, pensões e demais benefícios nas próximas gerações. Mensalmente são pagos, em dia, quase R$ 34 bilhões correspondentes a cerca de 29 milhões de benefícios, somente no Regime Geral de Previdência Social (RGPS)/INSS.

Conforme a Previdência Social (2017), déficit é a simples diferença entre o que é arrecadado mensalmente e o montante usado para pagar os benefícios previdenciários. Essa diferença é suportada pelo Tesouro Nacional. Despesas do INSS estão em torno de 8% do PIB, sendo que as projeções para 2060 apontam que o percentual deve chegar a 18%, inviabilizando a Previdência. No ano de 2016, o déficit do RGPS chegou perto de R$ 150 bilhões.

Com o envelhecimento da população estão ocorrendo mudanças aceleradas no perfil da sociedade brasileira, que atinge maior longevidade e diminuição da fecundidade, o que altera a proporção de ativos e inativos no mercado de trabalho.

Proposta de Emenda Constitucional nº 287/2016 valerá para quem tem menos de 45 anos de idade (mulheres) e 50 anos (homens). Para os demais nada muda, pois terão direitos

57 adquiridos. Haverá regras transição para quem tem 45 anos ou mais (mulheres) e 50 anos ou mais (homens). Principais pontos da reforma, segundo dados da Previdência Social (2017):

• Garantir a sustentabilidade presente e futura da Previdência Social, considerando a transição demográfica da população brasileira;

• Respeitar os direitos adquiridos, não atingindo àqueles que já possuem os requisitos para os benefícios;

• Regras de transição, considerando a idade de homens com 50 anos ou mais e mulheres com 45 anos ou mais;

• Harmonização de direitos previdenciários entre os brasileiros, com alinhamento de regras do Regime Geral de Previdência Social/INSS e Regimes Próprios de Previdência Social; parlamentares e cargos eletivos; homens e mulheres; trabalhadores urbanos e rurais;

• Buscar melhores práticas internacionais, baseando-se em experiências exitosas de países que já enfrentaram uma transição demográfica, conforme realidade social e econômica do Brasil;

• Manter o salário mínimo como piso previdenciário;

• Manter as aposentadorias especiais, pessoas com deficiência, para segurados com atividades exercidas sob condições que efetivamente prejudiquem a saúde, com vedação de caracterizar por categoria profissional ou ocupação.

• Regras permanentes, considerando homens com menos de 50 anos idade e mulheres com menos de 45 anos de idade:

• Idade mínima: aposentadoria aos 65 anos de idade (com mínimo de 25 anos de contribuição);

• Idade mínima passa a ser ajustável conforme evolução demográfica, considerando a expectativa de sobrevida aos 65 anos;

• Segurados especiais passam a ter contribuição com alíquota diferenciada, com periodicidade regular.

A fórmula de cálculo será progressiva e proporcional ao tempo de contribuição, conforme Tabela 3, com idade mínima de 65 anos e tempo de contribuição de 25 anos:

• Tempo de Contribuição (anos)

58 • RGPS/INSS e RPPS: Piso de 51% acrescido de 1 (um) ponto percentual por ano de contribuição (mínimo 76% de reposição), limitado a 100%, sempre respeitado o piso do salário mínimo em vigor;

• RGPS/INSS: Fim do fator previdenciário, com a fórmula 85/95;

• RPPS: Exclui a integralidade (pelo último salário) e a paridade (reajustes iguais aos da ativa) dos servidores públicos homens com menos de 50 anos e mulheres com menos de 45 anos na data da promulgação da PEC e que ingressaram antes da Emenda Constitucional 41, de 2003;

• Previdência Complementar para novos servidores

Tabela 3: Tempo de contribuição/percentual de remuneração da Previdência Social no Brasil, 2017

Anos 25 26 27 28 29 30 40 45 49 Percentual 76% 77% 78% 79% 80% 81% 91% 96% 100%

Fonte: Elaborado pelo autor, com base na Previdência Social (2017).

Quanto às Pensões:

• Taxa de reposição de 50%, com adicional de 10% para cada dependente;

• Valor mínimo de 60% da aposentadoria no caso de um dependente (ex.: viúva) até o limite de 100% no caso de cinco dependentes ou mais (ex.: viúva + quatro filhos); • Irreversibilidade das cotas entre os dependentes;

• Vedação de acumulação com outra aposentadoria ou pensão; • Desvinculação do salário mínimo;

• Alteração vale para o RGPS/INSS e RPPS;

No site da Previdência Social (2017), foram disponibilizadas inúmeras informações sobre a reforma, em que consta a questão: Porque é necessário fazer ajustes na Previdência? O RGPS é de repartição simples, isto é, quem está na ativa sustenta o benefício de quem já está fora do mercado. As projeções populacionais demostram que no ano de 2060, teremos menos pessoas em idade ativa do que hoje, somado ao aumento do número de idosos 262,7% nesse mesmo período.

Em 2013, uma em cada dez pessoas era idosa. Em 2060, uma em cada três será idosa, assim a Previdência contara com um numero menor de contribuintes e maior quantidade de

59 beneficiários, o que irá pressionar de modo considerável sua despesa e a necessidade de financiamento, conforme expresso pela Previdência Social (2017).

O trabalho de Miranda (2010) expõe com brilhantismo, análise com base nas duas correntes, e fornece, com propriedade, a real situação do sistema previdenciário nacional, de forma a averiguar as premissas dos dois grupos divergentes.

Segundo o referido autor, Conservadores argumentam que existe um déficit previdenciário a ser equacionado, baseado no fluxo de caixa consolidado do INSS, em contrapartida aos Progressistas que apontam que o sistema previdenciário vem apresentando bons resultados, com os recebimentos suprindo o total de pagamentos do INSS na maior parte do período de 2000 a 2008, se considerado os recursos denominados “Transferências da União”, que comportam algumas das contribuições indiretas mais importantes para o financiamento da Seguridade Social, como a CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) e COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social).

No documento Estado, Desenvolvimento e Seguridade Social (páginas 57-60)