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Capítulo 4 Proposta Metodológica da Operacionalização TLS

4.2 Proposta de Exploração da Restrição

A Figura 4.3 apresenta a segunda fase do modelo “Exploração da Restrição”

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Nesta fase deve-se proceder à explorar da restrição, ou seja, fazer um estudo mais detalhado e já com caminhos traçados – identificar desperdícios e variabilidade dos processos. Estes caminhos apesar de distintos já que pretendem identificar aspetos diferentes, as suas conclusões resultam em avaliar se há ou não oportunidades de melhoria. Embora seja necessário responder a esta pergunta, a resposta es- perada é sempre que existam oportunidades de melhoria. Caso não existissem oportunidades de me- lhoria então o sistema deveria gerar lucros ilimitados e funcionaria de forma perfeita, o que em contexto real se sabe que à partida, é praticamente impossível.

Assim sendo, o “primeiro” caminho é o de Identificar e Caraterizar os MUDA (desperdícios). Para tal devem ser utilizadas ferramentas e técnicas que tem determinados objetivos, essas ferramentas e obje- tivos encontram-se apresentados na Tabela 4.1:

Tabela 4.1 - Ferramentas Lean a aplicar

Ferramentas: Objetivos:

Estudo do Trabalho

Esta ferramenta permite controlar e avaliar os tempos e toda a organização do trabalho dos operadores. Pretende-se cronometrar todas as tarefas, fazendo um estudo pormenorizado da forma como os operadores circulam e realizam essas tarefas; avaliam-se as deslocações e os equipamentos utilizados

Value Stream Mapping (VSM)

O Mapa do Fluxo de Valor é uma ferramenta utlizada para identificar todas as atividades e processos de uma empresa. É um esboço que representa todas as fases e os fluxos de materiais e de informação que os produtos sofrem, fornecendo uma visão global do processo. Com esta representação pretende-se representar o atual fluxo da empresa, analisá-lo e, em consequência, dessa análise identificar problemas e projetar um estado futuro em função desses problemas, potenciando um esforço de melhoria e promovendo a redução do lead time.

Diagrama de Esparguete

Este diagrama permite ilustrar os percursos realizados pelos operadores e juntando este di- agrama com o estudo de trabalho é possível obter não só os percursos mas também os tempos e a forma como os operadores executam algumas tarefas. Isto pode ser muito útil porque, por vezes, aplicar o Diagrama de Esparguete de forma isolada pode não ser sufici- ente.

Gestão Visual É utilizada para que os operadores ou qualquer pessoa que não esteja familiarizada com o

processo consiga interpretar toda a informação necessária de forma imediata e clara.

5S

O 5S é uma ferramenta que permite a melhoria das condições de trabalho através da identi- ficação e seleção de ferramentas e eliminação de tudo que são desperdícios. É uma ferra- menta composta por “5 Passos” - Seire – seleção, Seiton – arrumação, Seiso – limpeza, Seiketsu – normalização e Shitsuke – autodisciplina.

Standard Work O Standard Work é uma ferramenta que pretende normalizar processos e procedimentos de

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Embora não seja uma ferramenta, a análise e criação de novos indicadores é uma ação muito impor- tante. Os indicadores de produção permitem avaliar o estado do sistema e a forma como este se tem vindo a comportar. Neste sentido, a existência e análise destes indicadores permite saber, no momento, como está o sistema e onde intervir.

O outro caminho desta fase é a da avaliação da variabilidade do processo. Para a identificação de opor- tunidades neste setor devem-se utilizar ferramentas diferentes das apresentadas acima já que os obje- tivos são diferentes. Neste caso devem-se utilizar ferramentas mais direcionados para a Qualidade. Desta forma, recomenda-se a utilização das seguintes ferramentas e com os respetivos objetivos tal como apresentado na Tabela 4.2:

Tabela 4.2 - Ferramentas Seis Sigma a aplicar Ferramentas e

Ações Objetivos

Cartas de Controlo O SPC - Statistical Process Control (SPC) é uma ferramenta que permite monitorizar o

comportamento do processo através de cartas de controlo estatístico.

Diagramas de Ishikawa (ou Causa-

Efeito)

Este diagrama serve para Quando um problema é identificado e necessita de um es- tudo muito mais profundo para analisar e avaliar as causas potenciais que o podem originar.

Diagramas de Pareto

O Diagrama de Pareto é uma ferramenta básica da qualidade que se baseia no princí- pio de Pareto, desenvolvido pelo economista italiano Vilfredo Pareto. Este economista constatou que apenas um número reduzido de pessoas detinha grande parte da ri- queza existente. Outro autor explorou então a questão e avaliou que 80% dos proble- mas existentes num processo produtivo são causados por 20% das causas passiveis de os provocar (Pereira & Requeijo, 2012).

Impacto Económico na Redução dos Defeitos

A redução de defeitos implica a redução de trabalho de reprocessamento e, conse- quentemente, a redução de perda de dinheiro que pode ser evitado. Para tal deve ser promovida a técnica “Fazer bem à primeira” de forma a evitar que o produto tenha que ser reprocessado.

DOE

O Desenho de Experiências constitui um método estatístico que permite determinar quais os fatores controláveis que afetam determinadas características da qualidade, e quais os melhores níveis desses fatores que aumentam a resistência ao ruído. Pro- move a redução da variabilidade dos processos produtivos, satisfazendo assim as di- versas partes interessadas no desempenho de uma organização (Pereira & Requeijo, 2012).

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Após estes dois caminhos já uma questão a responder: “Existem oportunidade de melhoria?” senão existirem melhorias, ou seja, os processos encontram-se completamente explorados e qualquer altera- ção pode criar desperdício, então passa-se à 3ªfase – Subordinar o sistema à Restrição. Mas se existir qualquer oportunidade de melhoria, como é o caso da maioria dos sistemas, pois por mais pequena que seja, há sempre uma melhoria a fazer então devem-se fazer as três questões fundamentais do TOC apresentadas na Figura 2.3. Assim, para aplicar as melhorias há que analisar o que se vai aplicar, onde e como.

Uma outra melhoria que existe neste modelo e que é uma sugestão nova face a outros modelos explo- rados é a “Análise e Criação de Valor”. Neste ponto pretende-se avaliar se a restrição está a criar valor ao produto porque se não estiver e ainda estiver a condicionar o sistema então devem ser feitas grandes alterações de forma a compreender se o produto deve mesmo ser sujeito a este processo ou não.

4.3 Proposta de Melhoria e Submissão do Sistema à Res-