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Este capítulo descreve a proposta metodológica-experimental aplicada neste trabalho. Para tanto, inicialmente, a Seção 5.1 apresenta o contexto escolar no qual foi realizada a experimentação prática da plataforma SimulAção; em seguida, a Seção 5.2 descreve a experimentação prática propriamente dita.

5.1. Contexto escolar

O presente trabalho foi aplicado em uma escola da rede pública estadual12 localizada na

área urbana de uma cidade do interior de Minas Gerais que fica situada na região da Estrada Real, ao sudeste do Pico do Itacolomi em Mariana/MG. A referida escola é considerada como inclusiva e do campo, possuindo três turnos de funcionamento (manhã, tarde e noite) e oferecendo as seguintes modalidades de ensino: Ensino Fundamental II, Ensino Médio, Ensino de Jovens e Adultos e Educação Profissional.

Segundo dados do Sistema Mineiro de Administração Escolar (SIMADE), a escola apresenta 454 alunos matriculados, distribuídos em 24 turmas, e 52 servidores, dentre os quais 33 são docentes de diversas disciplinas; os demais servidores são diretores, secretários, especialistas, bibliotecários e auxiliares escolares como serventes e cantineiras. Ademais, a escola apresenta 6 alunos com necessidades especiais (com laudo médico), possui infraestrutura adequada para atendê-los como banheiro adequado, dependências e vias adequadas para maior comodidade destes alunos; entretanto, não possui sala de recurso multifuncional, nem professor de apoio para todos os alunos.

No que se refere aos espaços de aprendizagem e equipamentos, a escola possui biblioteca, laboratório de ciências, laboratório de informática com parte dos computadores com acesso à internet e área para recreio; entretanto, não possui sala de leitura, quadra poliesportiva e auditório.

Quanto ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), calculado a partir do aprendizado dos alunos nas disciplinas de português e matemática (com base na Prova Brasil e no Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB)) e no fluxo escolar (a partir da taxa de aprovação dos estudantes), de acordo com o último levantamento realizado no ano de 2017, o Ensino Fundamental não conseguiu atingir a meta estabelecida como parâmetro pelo MEC e o Ensino Médio conseguiu atingir a meta estabelecida.

12Por questões éticas e para não identificar os alunos participantes, a escola em que se desenvolveu o trabalho não

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Quanto ao Indicador de Nível Socioeconômico (INSE), segundo os dados divulgados pelo INEP (BRASIL, 2020), os alunos da escola apresentam nível socioeconômico intermediário, sendo a escola classificada como Grupo 3. O INSE possibilita, de modo geral, situar o conjunto de alunos por nível socioeconômico, definido a partir dos bens domésticos, renda e contratação de serviços pela família dos alunos, e pelo nível de escolaridade dos pais. Nesse indicador, as escolas são classificadas em grupos variando de 1 a 6, sendo que, nas escolas classificadas no Grupo 1, predominam alunos com baixo nível socioeconômico e, no Grupo 6, alunos com alto nível socioeconômico.

5.2. Descrição da experimentação prática

Com o objetivo de verificar os resultados gerados pelo uso de simuladores, quanto ao ensino e aprendizagem dos conteúdos de Física estabelecidos para a plataforma SimulAção e também quanto ao uso geral da própria plataforma, referente ao seu funcionamento e à sua usabilidade, foi realizada uma experimentação por meio da utilização prática de tal plataforma por dois grupos de usuários: não-especialistas, composto por uma turma de alunos do 1º ano do Ensino Médio, na qual a pesquisadora era a própria professora; e especialistas, composto por professores de Física e alunos do 7° e 8° período de cursos de Licenciatura em Física.

Quanto ao grupo de usuários não-especialistas, foi constituído por uma turma composta por 17 alunas e 13 alunos, com idades entre 15 e 17 anos, do 1° ano do Ensino Médio do turno matutino da escola parceira. A escolha da modalidade de ensino e a citada turma vão de encontro com o que propõe os PCNs que afirmam que “a formação do aluno deve ter como alvo principal a aquisição de conhecimentos básicos, a preparação científica e a capacidade de utilizar as diferentes tecnologias relativas às áreas de atuação” (BRASIL, 2000, p.5). Sendo assim, a proposta metodológica deste trabalho não implica em algum prejuízo acadêmico aos alunos que participaram da experimentação prática.

A experimentação com os usuários não-especialistas foi realizada em 5 encontros e ocorreu entre os dias 08/05/2019 e 22/05/2019. O primeiro encontro consistiu em, após o aceite da direção da escola, realizar o convite e apresentar a pesquisa aos alunos da turma na qual seria realizada a experimentação; desta forma, foram encaminhados aos pais dos alunos os seguintes termos para assinatura: consentimento livre e esclarecido, assentimento do aluno e autorização de imagem e som de voz para fins de pesquisa (Anexos I, II e III, respectivamente). No segundo, terceiro e quarto encontros, foi realizada a experimentação prática referente a cada um dos três simuladores propostos, envolvendo uso do simulador por meio de seu roteiro proposto de atividades (Apêndices II, III e IV, respectivamente). Por fim, no quinto encontro, foi aplicado

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o questionário SUS (Apêndice V) aos alunos visando avaliação do funcionamento da plataforma SimulAção quanto à usabilidade. Todos os encontros ocorreram no laboratório de informática da escola, que possui 30 computadores em perfeito estado de conservação; entretanto, apenas 10 possuíam acesso à internet, fazendo com que os usuários formassem grupos de 3 alunos para a realização das atividades. Além dos dados obtidos pelo questionário SUS, para análise dos registros escritos obtidos a partir dos roteiros dos simuladores, foi utilizado o modelo de Toulmin (Seção 2.6); para tanto, os textos e as falas foram reestruturados com base nos elementos propostos pelo modelo de Toulmin. Durante todo o processo de experimentação prática, textos, áudio e vídeo foram registrados e um caderno de campo foi utilizado.

Quanto ao grupo de usuários especialistas, foi constituído por 12 professores de Física e 2 alunos do 8° período do curso de Licenciatura em Física. A experimentação foi realizada a partir da divulgação do trabalho via e-mail, grupos de WhatsApp e Facebook, com o objetivo de se obter um maior alcance possível, enviando uma mensagem-convite para participar da experimentação. Para isso, foi criado um formulário Google Docs no qual foram apresentados o termo de consentimento e informações relativas à plataforma SimulAção. Após o aceite, foi divulgado ao participante o link de acesso à plataforma SimulAção onde, após navegar pela plataforma da forma desejada e livre, respondeu ao questionário SUS e deixou sua opinião quanto ao uso da plataforma.

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