3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
PAINEL IMAFLORA (5)
6 RESULTADOS SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE PROJETO, PROCESSO PRODUTIVO E VERIFICAÇÃO DE ADEQUAÇÃO AO
6.1 Propostas de painéis leves de vedação em madeira: diretrizes para o desenvolvimento de projeto, processo produtivo e melhoria do
desempenho térmico
A partir das análises e dos resultados apresentados no capítulo anterior foram definidas as diretrizes para as etapas de desenvolvimento dos projetos executivos, produção dos protótipos e melhoria de desempenho térmico das propostas de painéis de vedação em madeira. De certa forma, deve-se destacar que a experiência projetual e prática adquirida pelo pesquisador também favoreceu a formulação das diretrizes descritas a seguir:
Diretrizes para a concepção dos projetos executivos dos painéis de vedação em madeira:
Priorizar projetos de painéis que tenham uma configuração em camadas, com ossatura
estrutural e câmaras de ar não ventilada na camada intermediária do painel. Esta solução reduz o consumo de madeira por metro quadrado de painel e possibilita o contraventamento do componente;
Não adotar configurações de painéis com uma única camada de madeira, especialmente
espécies com alta densidade de massa aparente. Esta tipologia demanda elevado volume de madeira por metro quadrado de parede;
Priorizar a simplicidade e a uniformidade das peças e a padronização nas seções e dos
comprimentos das peças;
Projetar as ligações e interfaces com elevado grau de detalhamento e priorizar a
simplicidade de encaixes;
Priorizar o emprego da placas OSB na configuração dos painéis e utilizar modulação de 122
x 244cm e sub-módulos de 30 x 244, 60x244 e 90x244cm;
Empregar placas OSB na camada intermediária para contraventar a ossatura do painel; Projetar painéis que permitam várias alternativas para o acabamento interno, tais como:
placas OSB, placas de gesso acartonado, revestimento cerâmico, placas cimentícia de madeira mineralizada, entre outras;
Conceber painéis com câmara de ar na ossatura para permitir a passagem das instalações
Priorizar as ligações pregadas galvanizadas visando à redução dos custos e durabilidade dos
materiais e do componente;
Prever revestimento externo do painel de fácil instalação, manutenção e substituição.
Encaixes entre as peças que promovam o acúmulo de água devem ser evitados. Diretrizes referentes ao processo produtivo dos painéis:
Dar prioridade ao emprego de peças de seções comerciais devido à facilidade de
fornecimento de matéria-prima;
Adotar na ossatura estrutural do painel peças de baixo comprimento (< que 2,5m) e seções
reduzidas, visando à redução de custo na aquisição da madeira;
Considerar na etapa de beneficiamento secundário da madeira, equipamentos básicos de
marcenaria, tais como: desempenadeira, desengrossadeira, esquadrejadeira, serra circular de bancada, entre outros. Procurar evitar usinagem que necessitem de fresas especiais e planas 4 faces;
Projetar painéis de pequenas dimensões, isto facilita toda a cadeia produtiva, considerando
o transporte de peças e componentes, pré-fabricação e montagem dos painéis;
Priorizar o emprego de equipamentos manuais elétricos básicos na etapa de pré-fabricação,
tais como: furadeira, parafusadeiras, serra circular, entre outras;
Prever a produção dos painéis com auxílio de bancadas de pré-fabricação com medidas
adequadas para a realização dos trabalhos. Esta medida visa a aumentar a produtividade, garantir a precisão das ligações e encaixes do componente;
Projetar e produzir gabaritos com placas OSB com espessuras acima de 2,5cm e com perfis
metálicos resistentes aos procedimentos de encaixe das peças, pré-furação, pregação, fixação das placas e retirada do componente;
Prever um número reduzido de procedimentos nas etapas de beneficiamento da madeira e
na pré-fabricação dos painéis;
Prever a utilização de mão de obra com baixa qualificação no processo de pré-fabricação,
visando à redução de custos e à implementação da produção em sistema tipo “mutirão” ou “autoconstrução”, neste caso, torna-se ainda mais necessário a utilização de bancadas e gabaritos de pré-fabricação;
Priorizar a madeira serrada e roliça preservada com tratamento em autoclave. Como opção
indica-se o eucalipto grandis (Eucalyptus grandi), com densidade de massa aparente a 15%
de umidade de 500kg/m3 e o Pinus-eliote (Pinus elliotti) com densidade de massa aparente a
15% de umidade de 480kg/m3;
Diretrizes para melhoria do desempenho térmico:
Utilizar câmaras de ar ventiladas e não ventiladas. Em câmaras de ar com superfícies
de baixa emissividade priorizar espessuras entre 2,0 a 5,0 cm. Para câmara de ar com superfície da alta emissividade, priorizar espessuras maiores que 5,0 cm;
Empregar mantas aluminizada (foil) que possuam função de barreira de umidade e
vapor. Esta opção aumenta a resistência térmica do componente e ainda proporciona estanqueidade à parede;
Observar que para condições de verão (ganho de calor), não há distinção entre
câmara de ar muito ventilada e pouco ventilada. Já para condições de inverno mais rigoroso (perda de calor), deve-se priorizar câmara de ar pouco ventilada, pois nesta situação a camada externa à câmara de ar deve ser desconsiderada no cálculo da resistência térmica total;
Dar preferência a configurações de painéis com lâmina de ar ventilada na parte face
externa do painel, com o objetivo de sombrear a camada imediatamente interna e permitir a circulação de ar entre as peças do revestimento externo, não favorecendo o acúmulo de água entre as peças;
Priorizar pinturas das superfícies externas de cor clara, com valores de absortância
baixos, para não elevar o fator solar (FSo) do painel de vedação externo;
Na preferência de se manter a cor natural da madeira na camada externa do painel,
priorizar tonalidades de madeira mais claras para não elevar a absortância à radiação solar;
Introduzir manta aluminizada (foil) entre a câmara de ar ventilada e a placa
intermediária criando duas câmaras de ar de espessura entre 2,0 e 5cm, antes da ossatura do painel;
Ter especial cuidado no detalhamento das interfaces e ligações para não criar pontes