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CAPÍTULO II REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.3 UNIDADE DIDÁTICA DA GEOLOGIA

2.3.1 Propriedades dos minerais

2.3.1.2 Propriedades óticas

2.3.1.2.1 Cor

É, provavelmente, a primeira propriedade física a chamar a atenção quando se examina um mineral. Quando a luz branca incide sobre a superfície de um mineral, parte da luz é refletida e parte é refratada. Se não ocorrer absorção de luz, o mineral é incolor. A cor do mineral é o resultado da combinação das longitudes dos comprimentos de onda que chegam ao olho (Hurlbut & Klein, 1992).

A cor do mineral varia com a composição química do mesmo, pelo que a presença de impurezas a pode afetar.

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Para alguns minerais, a observação da cor é importante na sua identificação, no entanto, para outros, ela é tão variável que não pode ser utilizada como um critério de identificação. Assim, quanto à cor, os minerais classificam-se como idiocromáticos ou alocromáticos.

Se um mineral com a mesma composição química apresenta cores diversas é designado de mineral alocromático. Se a cor do mineral for constante designa-se de idiocromático. A título de exemplo refere-se que o quartzo é um mineral alocromático, apresentando cores variadas como o rosa, o amarelo, o lilás, o laranja ou o branco leitoso, entre outras, enquanto a azurite é um mineral idiocromático pois apresenta sempre a mesma cor, azul (Borges, 1994).

2.3.1.2.2 Traço

Como a cor por si só não é suficiente para identificar um mineral, o traço é igualmente utilizado na sua identificação. Consiste na cor do pó resultante, da fricção do mineral numa superfície de porcelana não polida. A cor do traço deixado na porcelana nem sempre é igual à cor do mineral observada macroscopicamente. Por exemplo, a magnetite e a ilmenite são de cor macroscópica igual (preta) no entanto, a cor de traço é diferente, respetivamente preto e castanho sendo, desta forma, facilmente distinguidos. A pirite, a calcopirite e o ouro são macroscopicamente amarelos, porém, a sua cor de traço é preto, verde-escuro e amarelo, respetivamente. O exame da cor do traço é um método simples e de baixo custo que se torna útil para distinguir certos minerais, sobretudo os metálicos (Motoki, 2003).

2.3.1.2.2 Brilho

O brilho refere-se ao aspeto geral de um mineral quando reflete luz, podendo ser facilmente observado a olho nu ou com o auxílio de uma lupa, sendo comparado com amostras já categorizadas. O brilho pode ser metálico ou não metálico, não havendo no entanto, uma separação definida entre as duas categorias, pois existem minerais que estão entre ambos os tipos e denominam-se submetálicos (Hurlbut & Klein, 1992).

Um mineral com o aspeto brilhante de um metal tem um brilho metálico, sendo completamente opaco à luz, por exemplo, o ouro, a prata, a pirite ou a galena entre outros. Existem também minerais como os óxidos e hidróxidos que aparentam menos brilho, designando-se como brilho submetálico (Motoki, 2003).

Os minerais não metálicos apresentam, geralmente, cores claras e são translúcidos. Os termos utilizados para descrever os diferentes brilhos não metálicos são: vítreo, resinoso,

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nacarado, gorduroso, sedoso, adamantino, ou outros, dependendo das características dos minerais (Hurlbut & Klein, 1992).

Vítreo - quando se assemelha ao brilho emitido por fragmentos de vidro quebrado sendo, os exemplos o quartzo e a turmalina.

Resinoso – quando o aspeto da superfície lembra a resina, sobretudo de cor amarelo claro, sendo característico de minerais translúcidos tal como a esfalerite e a opala.

Nacarado - quando a aparência lembra a superfície de uma pérola, observando comummente em superfícies paralelas aos planos de clivagem, sendo o talco um exemplo.

Gorduroso - quando o aspeto da superfície se assemelha à gordura, sendo característico de minerais translúcidos, tal como a malaquite.

Sedoso - quando o brilho se assemelha à seda, sendo característico de minerais de hábito cristalino fibroso, como a gipsite, a malaquite e a serpentina.

Adamantino - quando o brilho é muito forte semelhante ao do diamante, como por exemplo o corindo e o zircão. Trata-se de minerais com elevado índice de refração.

2.3.1.3 Propriedades Químicas

2.3.1.3.1 Sabor

O teste do sabor e a efervescência são utilizados na identificação e distinção de certos minerais. A halite pode distinguir-se de outros minerais hialinos e de baixa dureza através deste teste, devido ao seu sabor salgado. O teste deve ser realizado em superfícies de clivagem/fratura recentes (Borges, 1994).

2.3.1.3.2 Efervescência

O teste da efervescência permite identificar a presença de carbonatos (CO3-2) nos minerais que quando presentes na composição do mineral reagem com ácido, libertando CO2 e produzindo efervescência. Este fenómeno ocorre a frio em determinados minerais e a quente noutros.

Por exemplo, a frio a calcite produz efervescência evidente, enquanto a dolomite e magnesite produzem efervescência pouco evidente. Já a cerussite apenas produz efervescência a quente ou quando reduzida a pó (Hurlbut & Klein, 1992).

45 2.3.1.4 Outras propriedades

2.3.1.4.1 Densidade relativa

Associada ao estudo de outras propriedades físicas, a análise comparativa de densidades é muitas vezes uma ferramenta fundamental na identificação de minerais. Definida como a relação entre o peso do mineral e o peso igual de um volume de água pura, é um número adimensional, e não tem o mesmo significado que o peso específico (medido em unidades de peso por unidade de volume (Hurlbut & Klein, 1992).

Dependente da estrutura cristalina, a densidade relativa varia de amostra para amostra, portanto, o cálculo da densidade real do mineral não é muito importante para a sua identificação, daí, o mineralogista ter de adquirir sensibilidade na determinação da densidade, avaliando-a simplesmente por peso da amostra (Motoki, 2003).

Existem vários métodos de determinação quantitativa de densidade em minerais, utilizando equipamentos adequados (balança de Jolly, picnómetro), ou cálculos com base na rede cristalina do mineral. Para um reconhecimento expedito, pode-se estimar a densidade relativa por comparação entre amostras de diferentes minerais (Hurlbut & Klein, 1992).

A densidade “média” utilizada como base é a do quartzo, aproximadamente 2,7g/cm3 , sendo esta típica de minerais de brilho não metálico. Os minerais de brilho metálico são geralmente mais densos, rondando os 5 g/cm3 de densidade. Os minerais muito densos apresentam densidades entre 7,0 g/cm3 e os 8,0 g/cm3. O ouro é um extremo, com densidade 19,3 g/cm3 podendo descer a 15 g/cm3. A platina nativa com densidade 19 g/cm3, pode descer a 14 g/cm3 (Borges, 1994).

2.3.1.4.2 Magnetismo

Os materiais que apresentam a propriedade de ser atraídos por um íman designam-se de ferromagnéticos. O número de minerais que apresentam esta propriedade é restrito, apenas a magnetite e a pirrotite a apresentam fortemente. Logo, quando presente, o magnetismo é de extrema utilidade na identificação (Hurlbut & Klein, 1992).

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CAPÍTULO III

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