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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 PROPRIEDADES FÍSICAS

O levantamento de dados das propriedades físicas dos corpos de prova ensaiados são apresentados no Apêndice A.

Nas Tabelas 9 e 10 são apresentados os resultados da estatística descritiva das propriedades físicas para os painéis compensados e LVL, respectivamente.

Tabela 9 – Estatística descritiva para as propriedades físicas para os painéis compensados.

PROPRIEDADES FÍSICAS Intervalo de confiança da média Desvio padrão Coeficiente de variação Erro padrão da estimativa Média Limite inferior Limite superior Teor de Umidade (%) 8,69 8,43 8,95 0,0049 5,59 0,0012 Massa específica aparente (g/cm3) 0,554 0,547 0,561 0,0135 0,0243 0,0034 Absorção de água (%) 64,84 59,59 70,09 0,0986 15,21 0,0246 Inchamento (%) 2,15 1,31 2,98 0,5260 24,50 0,2630 Recuperação em espessura (%) 0,51 0,49 1,52 0,6327 25,30 0,3163

Tabela 10 – Estatística descritiva para as propriedades físicas dos painéis LVL.

PROPRIEDADES FÍSICAS Intervalo de confiança da média Desvio padrão Coeficiente de variação Erro padrão da estimativa Média Limite inferior Limite superior Teor de Umidade (%) 9,04 8,76 9,32 0,0053 5,88 0,0013 Massa específica aparente (g/cm3) 0,525 0,505 0,544 0,0365 0,0695 0,0091 Absorção de água (%) 68,23 64,32 72,14 0,0734 10,75 0,0183 Inchamento (%) 5,54 4,29 6,80 0,7893 14,24 0,3946 Recuperação em espessura (%) 0,37 0,21 1,65 0,8663 24,72 0,4332

Afim de apresentar a comparação da análise de variância e comparação das médias o teste t tabelado é apresentado em Apêndice.

Nas Tabelas 11 apresenta-se o resumo da análise de variância das propriedades físicas e o resultado da comparação de médias para os painéis compensados e LVL.

Tabela 11 – Resumo do teste t, para comparação das médias para as propriedades físicas entre os painéis compensados e LVL. PROPRIEDADES FÍSICAS Médias Valores de t Observação Compensa do LVL Calculado Tabelado Teor de umidade (%) 8,69 9,04 1,943 2,042 Não há diferença entre os painéis analisados Massa específica (g/cm³) 0,554 0,525 2,996 2,042 Há diferença entre os painéis analisados Absorção de água (%) 64,84 68,23 1,102 2,042 Não há diferença entre os painéis analisados

Inchamento (%) 2,15 5,54 7,159 2,447 Há diferença entre os painéis analisados Recuperação em espessura (%) 0,51 0,47 0,453 2,447 Não há diferença entre os painéis analisados * ao nível de 5% de significância.

Observa-se da Tabela 11, que não houve diferença significativa para os teores de umidade entre os painéis compensados (8,69%) e os painéis LVL (9,04%), ambos estando abaixo da umidade de 12% determinada pela NBR 7190.

Silva (2010) analisando painéis compensados fabricados com Pinus taeda, colados com adesivos à base de taninos de Pinus oocarpa e fenol-formaldeído, encontrou valor médio de umidade de 11,46%.

Morais (2008) estudando os painéis compensados de Pinus sp., confeccionados com cinco lâminas e resina poliuretana bi-componente, obteve teor de umidade médio de 9,26%.

Muller et al. (2015), encontraram valor médio de 9,55% para os painéis LVL, com cinco lâminas, fabricados com Eucalyptus saligna e Pinus taeda, tendo o adesivo fenol-formaldeído como ligante.

Lima (2011) trabalhando com painéis compensados e LVL de nove lâminas, fabricados com Freijó, Amapá, Faveira e Pinus sp., colados com o adesivo resorcinol-formaldeídeo, obteve

para os compensados, valores médios de teor de umidade variando entre 8% e 11% e para o LVL a variação foi de 10,56% a 12,64%.

Os teores de umidade encontrados neste trabalho foram compatíveis com os valores descritos em literatura, para ambos os tipos de painéis estudados.

Na Tabela 11 verifica-se que para o ensaio de massa específica aparente, os painéis compensados apresentaram valores médios de 0,554 g/cm³ e os painéis LVL de 0,525 g/cm³, sendo essas diferenças significativas pelo teste t (p<0,05).

Morais (2008) trabalhando com painéis compensados de Pinus sp. produzidos com resina poliuretana bi-componente, fabricado com 5 lâminas, encontrou valores médios de massa específica aparente de 0,626 g/cm³. Valor esse superior ao encontrado neste trabalho (0,554 g/cm³).

Muller (2009) em sua pesquisa com LVL fabricados com cinco lâminas de Eucalyptus saligna e Pinus taeda, coladas com adesivo fenol-formaldeído, obteve massa especifica aparente com valores médios entre 0,639g/cm³ e 0,898 g/cm³. Esses valores foram superiores ao encontrado neste trabalho (0,525 g/cm³).

Os valores de massa específica encontrados neste trabalho foram inferiores aos relatados em literatura para ambos os tipos de painéis estudados. Essa diferença de massa específica possivelmente ocorreu devido à massa específica da espécie que deu origem ao painel.

A diferença observada entre as massas especificas dos painéis compensados e LVL, ambos de Amescla, infere-se que pode ser atribuído à maior quantidade de cola usada no compensado, quando as lâminas passam pela “coladeira” na direção transversal, aceita mais cola, já que as lâminas de LVL sempre passam pela “coladeira” na direção longitudinal.

Para o ensaio de absorção de água os painéis compensados tiveram média de 64,84% e os painéis LVL de 68,23% (Tabela 11).

Morais (2008) analisando painéis compensados de cinco lâminas de Pinus sp. produzido com resina poliuretana bi-componente, obteve média para absorção de água (24 horas) de 64,83%. Este resultado é bem compatível ao encontrado neste trabalho (64,84%).

Muller (2009), analisando painéis LVL com diferentes combinações de lâminas de Eucalyptus saligna e Pinus taeda, fabricados com cinco lâminas e adesivo fenol-formaldeído, encontrou valores médios entre 22,19% e 42,55%, para 24 horas de absorção de água, sendo esses valores inferiores aos valores relatados neste trabalho (68,23%).

Souza (2009) estudando painéis LVL de Pinus encontraram valores de absorção de água (24 horas) de 34,50% para Pinus oocarpa e de 45,52% para Pinus kesiya, valores esses inferiores ao deste trabalho (68,23%).

Os resultados de absorção encontrados neste trabalho ficaram acima do mencionado em literatura. Isso provavelmente ocorreu devido ao tipo de madeira utilizado na confecção dos painéis. A amescla é uma madeira que apresenta boa porosidade, isso pode ter favorecido a entrada de água na superfície e o aumento de massa, ocasionando uma maior absorção de água percentual.

Ainda na Tabela 11, verifica-se que para o ensaio de inchamento em espessura os valores médios dos painéis compensados foram de 2,15% e dos painéis LVL foram de 5,54%, sendo essas diferenças significativas pelo teste t (p<0,05). Já a recuperação em espessura foi de 0,51% para o painel compensado e de 0,47% para o painel LVL, não havendo diferença significativa entre as médias.

De acordo com Medina (1986), o inchamento em espessura nos painéis de madeira é constituído de duas fases: o inchamento ocasionado pela adsorção de água e o inchamento provocado pela liberação das tensões de prensagem. Del Menezzi (2006) corrobora com essa temática, explicando que o inchamento em painéis de madeira depende de dois fatores primordiais. O primeiro fator é conhecido por inchamento higroscópico. Ele é um fenômeno natural que ocorre em qualquer peça de madeira submetida à alta umidade, ou seja, quando uma peça de madeira entra em contato com alta umidade, ela expande até que suas fibras estejam saturadas de água e quando esta peça de madeira é disposta em condições de baixa umidade ela contrai, voltando ao seu estágio inicial. O segundo fator, relativo às tensões de compressão, é determinante para painéis de madeira, ou seja, devido aos processos de confecção destes produtos, o contato com a umidade faz com que haja uma liberação das tensões de compressão a que foram submetidos, ocorrendo também o inchamento do painel. No final do processo o painel teve inchamento em espessura devido à anisotropia da madeira e também devido à liberação das forças de tensões ocasionadas pelo processo de prensagem. Essas tensões têm relação direta com a pressão de prensagem e com a taxa de compactação do painel.

Almeida (2011) estudando painéis compensados com cinco lâminas de híbridos de Pinus elliottii e Pinus caribaea, colados com resina fenólica, obteve valores médios de inchamento de 4,32% e de recuperação em espessura de 0,66%. Valores esses, superiores ao encontrados para os painéis compensados desse trabalho (I = 2,15% e R = 0,51%).

Silva (2010) avaliando a qualidade de compensados com três lâminas de Pinus taeda, fabricados com adesivos à base de taninos de Pinus oocarpa e fenol-formaldeído, obteve valores médios de inchamento de 3% e recuperação em espessura de 3,5%. Valores esses, superiores ao encontrados para os painéis compensados deste trabalho (I = 2,15% e RE = 0,51%).

Souza (2009) trabalhando com painéis LVL para duas espécies de Pinus, encontrou valores de inchamento em espessura para Pinus oocarpa de 5,30% e para Pinus kesiya de 5,01%. Valores esses, próximos ao encontrados para os painéis LVL deste trabalho (5,54%).

Muller (2009), analisando painéis LVL com diferentes combinações de lâminas de Eucalyptus saligna e Pinus taeda, fabricados com 5 lâminas e adesivo fenol-formaldeído, obteve valores médios entre 6,45% e 9,04%, para os ensaios de 24 horas de inchamento em espessura. Valores esses, superiores ao encontrados para os painéis LVL deste trabalho (5,54%).

Nesta pesquisa, ambos os painéis apresentaram valores baixos de inchamento e de recuperação em espessura, quando comparados com outras pesquisas. A razão para esse fato, pode ter sido ocasionado pelo tipo de adesivo usado, pois segundo sua formulação, fornecido pelo boletim técnico da empresa, ele é altamente hidrofóbico. Além disso, a quantidade de cola usada pela empresa na confecção dos painéis (gramatura) pode ter contribuído para sua impermeabilização lateral, minimizando assim, o inchamento em espessura.

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