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Gradações Significado

SUPERIOR 9 ou mais profissionais Sendo:

1.4 Proteção Social Especial o Direito Protetivo:

O Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS faz parte do sistema de proteção social da assistência social, constituindo-se em uma unidade pública estatal, de prestação de serviços especializados e continuados aos indivíduos e famílias com seus direitos violados. Esse órgão gera a integração de esforços, recursos e meios, para promover a disseminação dos serviços e potencializar as ações, que envolva um conjunto de profissionais e processos de trabalhos que devem ofertar apoio e acompanhamento individualizado especializado. O CREAS é caracterizado como:

[...] pólo de referência, coordenador e articulador da proteção social especial e média complexidade, sendo responsável pela oferta de orientação e apoio especializados e continuados de assistência social a indivíduos e famílias com seus direitos violados, mas sem rompimento de vínculos. (GUIA DE ORIENTAÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO CREAS, 2006 p. 4)

Nesta perspectiva, o CREAS deve articular os serviços de média complexidade, e operar a referência e a contrarreferência com a rede de serviços socioassistenciais da proteção social básica, com as demais políticas públicas e das instituições que compõem o Sistema de Garantia de Direitos21

, e movimentos sociais. A proteção social especial

21 O sistema de garantia de direitos consiste num conjunto de instituições de políticas de atendimento, a exemplo do CREAS, tais como: os conselhos de defesa de direitos de criança e do adolescente e conselhos tutelares; Ministério Público; Defensoria Pública; organizações da sociedade civil que atuam no campo de defesa e promoção dos direitos de crianças e adolescentes (Centros de Defesa, fóruns de defesa de direitos, etc). Das instituições do Poder Judiciário (Vara da Infância e da Juventude); o Sistema de Garantia de Direitos – SGD tem o papel de “potencializar, estrategicamente, a promoção e proteção dos direitos da infância/adolescência, no campo de todas as políticas públicas, especialmente no campo das políticas sociais, e manter restritamente um tipo especial de atendimento direto, emergencial, em linha de ‘cuidado integrado inicial’, a crianças e a adolescentes com seus direitos ameaçados e violados (‘credores de direitos’) ou a adolescentes infratores (em conflito com a lei)” (in Nogueira Neto, Wanderlino – Revista Serviço Social e Sociedade nº 83, 2005).

objetiva organizar uma rede de serviços socioassistenciais que efetivem o atendimento às situações de indivíduos ou às famílias, compreendendo que a mesma:

[...] não é regida apenas por pressões dos fatores socioeconômicos e necessidades de sobrevivência. Elas precisam ser compreendidas em seu contexto cultural, inclusive ao se tratar da análise das origens e dos resultados de sua situação de risco de suas dificuldades de auto- organização e de participação social (PNAS, 2005, p.36).

As situações de vulnerabilidade e violação de direitos são fenômenos complexos que envolvem diversas variáveis e algumas delas são – em decorrência dos fatores socioeconômicos – culturais e éticos. Percebemos que se faz necessário a compreensão desses fenômenos, para realização de processos de trabalhos com a construção de projetos pessoais e sociais, assim, possibilite a redução dos danos sofridos e a superação da situação de violação de direitos. A PNAS (2004) afirma que há famílias com níveis socioeconômicos que cometem atos de violação de direitos com seus membros, (crianças, adolescente, idosos, pessoas com deficiência e mulheres) ocasionando violência doméstica e sexual, abandono, entre outros fenômenos. É importante mencionar que esse fator não é preponderante das classes sociais baixas, mas ocorrem nas classes médias e altas.

Assim, a proteção social especial caracteriza-se na PNAS e NOB-SUAS, pelo maior grau de complexidade e por atender a indivíduos ou à família em situação de violação de direitos, [...] por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e/ou psíquicos, abuso sexual, uso de substância psicoativas, cumprimento de medidas socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, entre outras (PNAS,2005, p.37).

Entende-se que a violência doméstica, o abandono, a negligência, a violência sexual, os atos infracionais graves cometidos por adolescente, entre outros, são fenômenos que não podem ser analisados sem a necessária relação com uma totalidade maior. Essa situação refere-se à realidade socioeconômica e política-cultural, que acaba por influenciar todos os campos da vida social.

Diante de tantas situações de violação dos direitos, propõe-se a proteção social especial em média e alta complexidade. Nas situações que advém a violação do direito, porém, não há o rompimento das relações familiares, ou seja, a pessoa permanece no convívio familiar e comunitário. Isto se denomina proteção social especial de média complexidade. No entanto, se ocorrer a violação do direito e a pessoa necessitar de

abrigamento, internamento ou restrição de liberdade, sendo afastada do seu núcleo familiar e comunitário, caracteriza-se como proteção de alta complexidade.

A estruturação de dois equipamentos públicos (CREAS e CRAS), enquanto mecanismos aglutinadores de um conjunto de atribuições desempenham papel estratégico na organização da rede de serviços a serem proporcionados à população, tendo por meta, a materialização do direito à proteção social básica e especial de média complexidade. Os serviços de média complexidade definem-se na PNAS, como:

[...] garantem proteção integral – moradia, alimentação, higienização e trabalho protegido para famílias e indivíduos que se encontram sem referência e, ou, em situação de ameaça, necessitando ser retirados de seu núcleo familiar e, ou, comunitário. (PNAS, 2005)

Percebemos que há um longo caminho de construção e aprimoramento do sistema, superando os entraves de diferentes aspectos, tendo em vista que não são todos os municípios que acoplam estes equipamentos e são alicerçados sob consórcio entre municípios. Ainda se exigem mudanças de concepções, gestão, financiamento, políticos, metodológicos, dentre outros.

Mediante ao reordenamento institucional dos programas de acolhimento institucional, converte-se numa necessidade primordial, no sentido de dar efetividade ao novo paradigma da política social; eleger a família como unidade básica de ação social, e não mais a criança, o adolescente, o deficiente físico ou o idoso, individualmente e deslocado de seu contexto familiar22. Deste modo, o objetivo das ações da proteção social

especial de alta complexidade estabelece-se, como horizonte, a excepcionalidade e a provisoriedade de acolhimento institucional e, quando esse se torna necessário, que seja efetivado em pequenas unidades, na forma de programas de acolhimento familiar e com o desenvolvimento de ações complementares, que promovam a autonomia dos indivíduos e/ou famílias abrigadas.

22 Estas diretrizes foram destacadas do Plano Nacional de Promoção. Defesa e Garantia de Direito e

Adolescente à Convivência familiar e Comunitária, aprovada conjuntamente pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e Adolescente e Conselho Nacional de Assistência Social, em maio de 2006

1.5 Como a Política Nacional de Assistência Social Através do Sistema Único de