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3. METODOLOGIA ADOTADA

3.6. Protocolo de observação

Para a realização do presente estudo que se encontra descrito ao longo desta dissertação, foi necessário recorrer a um protocolo de observação. Protocolo de observação, utilizado por diversos autores, nomeadamente Neto (1985), Pimenta (2000), e Silva e Brito (1997), devidamente adotados para a efetuação de variados estudos mediante a investigação em vigor.

Com base em observações comportamentais iniciais realizadas pelas crianças no espaço do recreio escolar, foi possível adotar, por nós, as categorias comportamentais mediante esse mesmo comportamento. Nesta fase inicial foi ainda testado o local ideal para colocar a câmara de filmar, no sentido de anular a influência e inibição que este material poderia causar no comportamento das crianças. Neste tipo de investigação, recorreu-se a uma observação direta, neste caso de análise focal, sem qualquer tipo de interferência por parte do investigador, através dos registos fotográficos, mais concretamente de registo em formato de vídeo relativamente ao comportamento lúdico – motor das crianças no espaço do recreio. Não menos obstante de referir que cada criança foi filmada em dois períodos, antes e após a intervenção, num espaço de tempo de 5 minutos de forma continuada, até que todas as crianças obtivessem 10 minutos como o tempo total de observação. De referir que as crianças só poderam ser observadas durante 10 minutos por uma razão significativa, que diz respeito ao tempo atmosférico. Por vezes não era possível as crianças se dirigir a este espaço, ou porque o tempo era muito instável, ou porque chovia ou então previa-se que ia chover e as crianças, por motivos de saúde não se dirigiam a este espaço, e por consequência da chuva, nos dias seguintes após chover, as crianças também não se podiam dirigir a este local, porque o pavimento do chão apresenta algumas irregularidades, relativamente ao escuamento de águas, e quando chove, a água não é logo escorrida para as bermas do pavimento, o que resulta em enormes lençóis de água, onde se acumulam alguns resíduos, e mais uma vez por motivos de saúde, as crianças não se dirigiam a este local, que por conseguinte impossibilitavam as tais observações no espaço do recreio.

Terminado o procedimento das filmagens, realizou-se a descodificação do comportamento das crianças. Descodificação que permitiu o preenchimento da ficha

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de registo de observação (anexo VI), onde a unidade de medida estipulada foi o segundo.

Numa tentativa de apresentar o protocolo de observação, o mesmo incorpora três dimensões intituladas de:

a) Descrição do comportamento; b) Descrição do movimento; c) Aparelho/Jogo Lúdico-Motor.

No que concerne à dimensão comportamental das crianças no espaço do recreio, foram adotadas as seguintes categorias:

d) Actividade Motora – comportamentos motores realizados pelas crianças de forma moderada ou intensiva envolvendo uma actividade simbólica como o jogo dos polícias e dos ladrões, ou o jogo de regras como jogar futebol, jogar à macaca entre outros;

e) Isolada: a criança encontra-se sozinha a realizae um jogo ou a explorar um determinado aparelho;

f) Grupo: a criança realiza um determinado jogo com outras crianças;

g) Transição: a criança realiza determinados deslocamentos, no sentido de voltar a um lugar para a realização de um outro jogo, como por exemplo transição do jogo da girafa para a ponte das pegadas;

h) Ajuda: a criança ajuda outra criança na realização de um jogo ou movimento, como o jogo do túnel, onde uma criança auxilia a outra na colocação da colher na boca e da bola na respetiva colher;

i) Espera: espaços de tempo no qual a criança aguarda pela sua vez para efetuar o jogo, como o caso do jogo do túnel, uma vez que a criança só pode entrar no túnel quando a colher e a bola estiverem disponíveis.

j) Contemplação: espaço de tempo, em que a criança se encontra imóvel a contemplar os colegas sobre o jogo ou se encontra a decidir o que vai fazer no momento seguinte, como o exemplo de observação do comportamento dos colegas na realização de um jogo;

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k) Interação Verbal: espaço de tempo no qual a criança realiza uma comunicação verbal envolvendo uma ou mais crianças, como o exemplo da exploração de um determinado aparalho a criança comunica com outras crianças;

Relativamente à perspetiva do movimento, e com base nas categorias anteriormente descritas, foram definidas as seguintes categorias:

l) Movimentos locumotores: consideram-se todos aqueles que implicam mudanças de posição e localização do corpo;

m) Movimentos posturais: consideram-se todos os movimentos que impliquem a alturação postural da criança sem que haja a necessidade de um deslocamento espacial;

n) Movimentos manipulativos: consideram-se todos os movimentos que abrangem a manipulação ou o controlo de objetos;

Com base nas categorias de movimento acima redigidas, foram delineadas subcategorias, com o simples objetivo de descrever os padrões motores das crianças no espaço do recreio. Deste modo são apresentadas as seguintes subcategorias de movimento, no quadro 8.

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Quadro 8 - Subcategorias de movimento

Movimentos locomotores Movimentos posturais Movimentos manipulativos

Subcategorias

Correr Encostar-se Agarrar

Parar De pé Tocar

Andar Baixar-se Arrastar

Pedalar Balancear-se Atirar

Rodar Baloiçar Levantar

Saltar Inclinar-se Empurrar

Rolar Sentar-se Suspender

Deslizar Levantar-se Puxar

Escorregar Cair Trepar

Chocar Equilibrar-se Sustentar

Subir Desequilibrar-se Prender

Descer Pontapear

A análise das categorias e das subcategorias dos jogos lúdico-motores acima apresentadas, foram delineadas com base nos jogos implementados no espaço do recreio como o jogo: pneus em pé; pneus dorminhocos; jogo da girafa; ponte das pegadas; macaquinho de chinês; caixas dos números e dos saquinhos de areia; marcar golo; túnel mágico; caixa de areia e o alvo das letras e dos números.

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