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3. Metodologia de Pesquisa

3.4. Protocolo do Estudo de Caso

Segundo Yin (1989 : 70), “um protocolo de estudo de caso é mais do que um instrumento. O protocolo contém o instrumento mas também contém os procedimentos e regras gerais que devem ser seguidas usando o instrumento... ”. O protocolo é uma das principais técnicas para aumentar a confiabilidade do estudo de caso, sendo composto das seguintes seções:

• “Visão geral do projeto de estudo de caso (objetivos do projeto, temas do estudo de caso, e leitura relevante sobre o tópico em investigação);

• Procedimentos de campo (credenciais e acesso ao local de estudo de caso, fontes gerais de informações, e lembretes procedimentais);

• Questões do estudo de caso (as questões específicas que o investigador do estudo de caso precisa ter em mente ao coletar dados, tabelas para dados específicos, e as fontes potenciais de informação para responder cada questão); e

• Guia para o relatório de estudo de caso (introdução, formato da narrativa, e especificação de qualquer informação bibliográfica e outra documentação)”.

Não haverá outros pesquisadores de campo além do pesquisador autor da dissertação. Sendo assim, a visão geral do projeto de estudo de caso, incluindo os objetivos do projeto, temas de estudo de caso e a revisão de literatura já foram devidamente conduzidas, não havendo necessidade de reproduzi-las novamente.

3.4.1. Procedimentos de Campo

Seguindo as recomendações de Yin (1989 : 75) apresentamos alguns procedimentos de campo que deverão ser seguidos:

Obtenção de acesso a pessoas chave: uma vez conseguida a colaboração da empresa, procuraremos identificar a(s) pessoa(s) responsável pelos negócios eletrônicos, sempre encaminhando uma carta apresentando os objetivos da pesquisa e solicitando a colaboração para agendar uma entrevista.

Conforme já foi apresentado, prevemos a aplicação de dois roteiros de entrevista. A duração estimada para cada roteiro de entrevista é de duas horas. Este prazo deve ser comunicado no momento de agendamento da reunião, com objetivo de minimizar o risco do entrevistado ter de interromper a entrevista antes de seu término por ter outros compromissos.

Recursos em campo: será imprescindível ao entrevistador levar consigo: um roteiro da entrevista, folhas soltas para anotações livres, lapiseira, borracha, caneta, uma cópia da carta de apresentação. É necessário levar também uma folha contendo os seguintes telefones de contato: professor orientador da tese, contato principal na empresa que está sob estudo.

Agenda para atividade de coleta de dados: na mesma folha onde constará o procedimento para assistência, deve ser identificada a agenda da entrevista.

Segundo Yin (1989 : 85) existem seis fontes de evidência que devem ser o foco da coleta de dados para os estudos de caso: (1) documentação, (2) registros de arquivos, (3) entrevistas, (4) observação direta, (5) observação participativa e (6) artefatos físicos.

Não utilizaremos observações, devido à restrições de tempo para realização da pesquisa e acessibilidade nas dependências da empresa.

Com relação aos dados secundários (documentação, registros de arquivos e artefatos físicos) deverão ser solicitados pelo pesquisador durante a entrevista, com objetivo de aumentar a riqueza de detalhes sobre o caso. Os documentos que julgamos relevante a priori para realização desta pesquisa são:

Organograma da empresa.

Cópia de matérias de imprensa (press releases) arquivadas.

Se possível, uma cópia do plano de negócios referente às iniciativas de NE. Caso seja uma empresa de capital aberto, solicitar os relatórios de acionistas.

3.4.2. Questões do Estudo de Caso

Segundo Yin (1989 : 76) “o coração do protocolo é um conjunto de questões substantivas refletindo a investigação”.

Uma das principais diferenças entre estas questões e as questões de uma pesquisa de campo é que estas questões são colocadas para o pesquisador, e não ao respondente, tendo muito mais o papel de lembretes sobre informações que devem ser coletadas.

Conforme já foi apresentado ao discutirmos o desenho do estudo de caso, teremos quatro fases de pesquisa, sendo a última correspondente à análise. Os roteiros de entrevista utilizados podem ser consultados no Apêndice A, e foram denominados de Q1, Q2, Q3 e Q4 para facilitar sua referência durante este texto. Abaixo, apresentamos uma tabela, em que relacionamos os roteiros utilizados em cada uma das três fases que envolveram coleta de dados:

Quadro 3.2: Roteiros de Entrevista Utilizados em Cada Fase da Pesquisa

Fase Roteiro de Entrevista

I – Coleta de Informações Gerais Q1 II – Identificação dos Graus de Descentralização e dos Critérios de Análise

Q2

III – Análise dos Graus de Descentralização Q3 (com material de apoio) e Q4

3.4.3. Guia para o Relatório do Estudo de Caso

Yin (1989 : 79) coloca que esta parte do planejamento é muitas vezes negligenciada pelo pesquisador. Porém é uma etapa também muito importante pois saber qual o resultado onde se quer chegar certamente auxiliará o pesquisador permitindo direcionar a entrevista e realmente obter os dados de que precisa para responder às questões e atingir os objetivos inicialmente propostos para a pesquisa.

Existem várias estruturas para diferentes tipos de estudo de caso, sendo que utilizaremos nesta pesquisa a estrutura analítico-linear. Segundo Yin (1989 : 138), “esta é uma abordagem padrão para compor relatórios de pesquisa. A seqüência de tópicos envolve o problema a ser estudado, os métodos utilizados, as descobertas dos dados coletados e analisados, e as conclusões e implicações das descobertas”.

Além de expormos e comentarmos os dados coletados sobre os negócios eletrônicos, analisaremos também os grau de descentralização de NE, utilizando como base a metodologia apresentada na revisão de literatura, e o Instrumento para Seleção de Estruturas apresentado no quadro 2.3.

Procuraremos também analisar as adaptações necessárias para aplicação desta técnica ao caso específico de NE.