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5. RESULT ADOS E DISCUSS ÃO

5.1. Provadores Trei na dos

5.1.1. Seleção dos candid atos

De um tota l de 32 ind ivíduos, 25 f oram selecionados p ara a f ase de treinamen to. Os sele cionad os apre sentaram interesse e disponib ilidade e m participar da pesqu isa, dom ínio do uso de escalas esco lhidas para as aná lise s, capacidade em dif erencia r os compostos e as co ncentrações ap resentadas. Os ind ivíd uos que não f oram selecionado s apre sentaram d if iculdades de pe rcepção a androstenona e dif erenciá -la nas concentrações, dif erentemente para o composto escatol, onde a p ercepção oco rreu com maior f acilidade. A percepção de androstenona entre as pessoas é ext remamente va riáve l, a lgumas não são capa zes de percebê-la, mesmo em altas concentra ções (BONNEA U et a l. , 2000 a; DIJKSTERHUIS et al., 2000 ). Em co ntraste, o compost o escatol é percebido por 99% dos consumidores e é considerado como odor desagradá vel (G RIFFITH e PATTERSON, 1970; MA LMFO RS e LUNDSTROM, 198 3; W EILER et al., 2 000).

As asso ciaçõe s d os compostos co m odores já conh ecidos f eitas pelos indivíd uos encontra-se na Tabela 5. A androstenona é um odor que está associado principalmente co m urina e transp iração (suo r) (PATTERSON, 1968; BONNE AU, 1982). Enquanto que o escatol está asso ciado com odor f ecal e de naf talina (CRA IG et al., 1961; MOSS et al., 1992; BABOL e SQUIRES , 1995).

escatol. Sendo qu e a andro stenona f oi mais cara cterizada como sendo um odor semelhante à urina e t ranspiração e o escato l associado como odor de f ezes e e stá bulo (FONT I FURNOLS et al., 2000). Em outro trabalho realizad o com dif erentes grupos de pro vadore s tre inad os de sete paíse s europeus, o te rmo urina e transp iração f oram atribu ídos pa ra o composto androstenona em todos os pa íses estudados. Ent ret anto, o escatol t ambém f oi comparado ao termo urina, pa rt icula rmente nos grupo s da Dinamarca, Espanh a e Alemanha (DIJKSTERHUIS e t al., 2000).

Tabela 5. Termos associados com os compostos androstenona e escatol le vantados na seleção dos can didatos.

Andros tenona Escatol

Urina Fe zes

Amônia Esgoto

Esterco Enxof re

Transpira ção Naf talina

5.1.2. Seleção da Equipe Final de provado re s

De um total de 25 indivíduos selecion ados, 10 ju lgadore s entre eles 6 homens e 4 mulheres, conse guiram identif ica r os compostos androstenona e escatol, quan tif icá-los co rreta mente nas concentra ções ap resentadas e most raram domín io na u tilização de escala não est ru turada na a valia ção sensoria l. A s condiçõe s estabelecidas pa ra a validação dos julgado res se ba searam nas metodologias descrita s por Damásio e Costell (1991) e Faria e Yotsu yana gi (2008) para Pfamostra <0 ,50 e Pfrepetição > 0,05.

5.1.3. Perfil Senso ria l da s A mostras

Na Tabela 6 estão presentes as médias para cada a tributo ava liado pe los pro vadores tre inados. Para o atribu to odor de escatol não f oi encontra da dif erença ent re os t ratamentos (P >0,05), enquanto que para os atributos odo r e sabor de androstenona e sabor de e scatol, f oram observadas dif erenças (P<0,05 ), onde as médias f oram superio res, ou seja , maior intensida de destes compostos para amostras de su ín os imunocastrado s. Em toda re visão de lite ratu ra pesqu isada, não f oram encontrados artigo s em que f oi verif icada dif erença sign if icativa quando se compararam amostras de su íno s machos imunocastrados e castrado s cirú rgicos. Os va lore s das médias en contrados f oram baixo s e muit o pró ximos, possive lmente de vido ao tipo de escala utilizada e por terem sido ava liada s por p ro vadores t reinados.

Tabela 6. Média s dos at ributos ava liados pelo s pro vado res treinados (n =10). Atributos ¹ IC CC Escatol 1,3 ± 0,15² 1,2 ± 0,14 ns Odor Androstenona 1,2 ± 0,14 0,9 ± 0,11 * Escatol 1,1 ± 0,13 0,8 ± 0,11 * Sabor Androstenona 0,9 ± 0,12 0,6 ± 0,10 * ¹ E s c a l a n ã o e s t r u t u r a d a d e 1 0 c m v a r i a n d o d e a u s e n t e a m u i t o in t e n s o . ² E r r o p a d r ã o d a m é d i a . * D if e r e n ç a ( P < 0 , 0 5 ) e n t r e t r a t a m e n t o s n a A N O V A ; n s n ã o s i g n if ic a n t e ( P > 0 , 0 5 ) .

Font i Fu rnols et al. (2009) em pesquisa com 4 grupos de suíno s (machos não castrados, machos cast rados cirúrgicos, machos imunocast rados e f êmeas), ve rif ica ram dif erença para os atributo s odor e sabor de escatol e androstenona apen as para a s amostras de suín os machos não castrado s, mesmo utilizando pro vadore s tre inad os. Resultados se melhantes f oram reportados por Pearce et al. (2008 ), que encont raram maior intensidade de sabor e odor estranho em amostras de su ínos machos não castrados, enquanto que as amostras de suínos imunocast rados f oram ava liado s com maior in tensidade de sabor e odo r de carne su ína e tive ram melhor ace itação.

De acordo com os autores Jeon g et al. (2008a), p ro vadores treinados não encontraram dif erenças para os at ribu tos odor e sabor nas amost ras de su ínos imunocastrados e cast rados cirúrgicos. Conclu íram que a vacina ção usada para cont rola r o odor se xual em machos não castrados p ode ser utilizada sem causar quaisquer ef eitos n egat ivos nas prop riedades sensoria is dos lombos suíno s. Os mesmos autores (JEONG et al., 2008b ) aind a ava liaram juntamente os animais castrado s com machos não castrado s e f êmeas e mesmo assim não enco ntraram d if erença s entre os grupos, dif erente dos resultado s encontrados por Mccaule y et al. (1997), em que a mostras de f êmeas e machos imunocastrado s f oram avaliada s co m menor intensidade de sabor estran ho e f oram mais aceitas que a s amostras de su ín os machos não castrados.

Essas contrad içõe s observadas no s resultados das pesquisas podem ser e xp licadas por d if erenças cultu rais, no que diz respeito aos hábitos a lime ntares e à ace itação de carne su ín a f resca ou processada, pois detectam de forma distin ta os compostos responsá ve is pelo odor se xual. Assim, comparaçõe s rea lizada s em sete pa íses da Eu ropa, com pro vado res tre inados e con sumidores,

por Dijkste rhuis et al. (2000 ) e Matthe ws e t al. (2000), respect ivamente. E les conclu íram que as d if erenças nas percepçõe s dos seres humanos ao cheiro se xua l podem ocorre r de vido ao uso de dif erentes métodos de cocção, u ma ve z que o s co mpostos são vo láteis.

Além disso, d if erentes metodologia s de análise sen soria l utilizadas na s pesquisas podem se r responsá ve is pe las dif erenças de odor se xual encontradas na carne suína (BONNEA U et al., 2000 b; W EILER et al., 2 000; RIUS e REG UEIRO, 2001 ).

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