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4 POLÍTICAS E PRÁTICAS DE COMUNICAÇÃO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA

4.5 PUBLICAÇÕES OFICIAIS

Além da editora, a UFBA possui outros mecanismos também considerados importantes para divulgação da sua produção científica. Embora os periódicos da universidade sejam considerados importantes canais de comunicação no contexto

brasileiro, para a comunidade científica da UFBA, aqueles que ela própria mantém não se constituem como espaço mais adequado para publicação de seus artigos, pois a publicação exógena é mais valorizada nacional e internacionalmente. Os periódicos criados nas universidades têm como finalidade instituir instrumentos de dinamização da vida acadêmica, envolvendo pesquisadores que são avaliadores de artigos de seus pares, atuantes em outras instituições, e estabelecendo interlocução com eles.

Nesse sentido, um questionário13 foi aplicado com os coordenadores dos programas de pós-graduação da UFBA, buscando saber se os programas mantinham periódicos e se possuíam uma política formal com essa finalidade. Essa segunda questão será esclarecida na seção sobre as políticas dos programas de pós-graduação da UFBA.

Dos 57 programas, 47 responderam ao questionário e 19 afirmaram manter um periódico científico. Esses periódicos, em sua maioria quase absoluta, são anualmente classificados pela avaliação do Qualis/Capes que é coordenada pelos representantes de área. Vieira (2006), em estudo sobre a visibilidade das revistas científicas publicadas pela UFBA, levantou, na Seção Memória da Biblioteca Reitor Macedo Costa, 149 periódicos desde que a UFBA foi fundada. Após uma pré-seleção das revistas com base no Qualis de 2004, chegou a 18 títulos classificados na base e vinculados aos programas. Essa pesquisa recomendou a necessidade do estabelecimento de uma política de aprimoramento da produção científica, pois detectou que elas não atingem os padrões de qualidade editorial nacional e internacional para serem indexadas em bases de dados e tornarem-se mais atraentes.

Em 2009 o Qualis passou por uma reestruturação, adotando oito estratos de composição – A1, A2, B1, B2, B3, B4, B5, C – sendo A1 o estrato mais elevado e C o estrato de peso zero. Com essa reformulação, cada área ficou responsável por definir critérios para cada estrato no documento Critérios do Qualis de Periódicos.

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Este mesmo instrumento de coleta de dados, além de servir a esta dissertação, serviu também para a tese da Prof. Flávia Rosa, desenvolvida no Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade, ambas componentes da equipe responsável pelo projeto financiado com recursos do Edital Interno UFBA 1/2008, para o desenvolvimento de pesquisa institucional. Do instrumento, composto por dez questões, duas foram utilizadas em ambas as pesquisas, embora com objetivos e abordagens diferentes.

Rosa (2009), em outra pesquisa que considerou periódicos vinculados ou não aos programas de pós-graduação, revelou que, ao todo, a UFBA mantém 22 periódicos, dos quais quatro não são classificados pelo Qualis e o periódico melhor qualificado não é vinculado a nenhum programa, conforme quadro 2.

Ordem PERIÓDICOS CIENTÍFICOS DA UFBA Qualis

01 Afro-Ásia B1

02 Ágere C

03 Caderno CRH A 2

04 Cadernos PPG-AU B 3

05 Cultura Visual B 3

06 Estudos Linguísticos e Literários B 2

07 Geotextos B 4

08 Gestão em Ação B 4

09 ICTUS - Periódico do Programa de Pós-Graduação em Música da UFBA

B 3

10 Magistra B 5

11 Noesis -

12 Organizações & Sociedade B 2

13 Ponto de Acesso B 5

14 Revista Baiana de Enfermagem -

15 Revista Brasileira de Saúde e Produção Animal B 5

16 Revista de Ciências Médicas e Biológicas B 5

17 Revista de Contabilidade da UFBA -

18 Revista da Faced B 4

19 Revista da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia

B 5

20 Repertório Teatro & Dança B 2

21 Rua: Revista de Urbanismo e Arquitetura -

22 Textos de Cultura e Comunicação B 4

Quadro 2 – Relação de Periódicos Científicos da UFBA

Fonte: ROSA (2009) - Adaptado e atualizado de Vieira (2006).

Outro importante mecanismo vinculado aos programas e que visa ampliar o acesso e a visibilidade da produção científica da UFBA é a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD). Essa Biblioteca é um projeto de iniciativa do IBICT, que surgiu com a proposta de estimular o registro e a publicação de versões eletrônicas de teses e dissertações produzidas no âmbito de instituições de ensino e pesquisa brasileiras. A UFBA é uma das bibliotecas da rede distribuída, que passou a integrar o Projeto da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações em 28 de agosto de 2003, mediante convênio firmado com o Ibict.

A Biblioteca Reitor Macedo Costa, que já tinha sido designada local de depósito obrigatório de toda a produção científica da Universidade, teve essa função reafirmada posteriormente. As portarias relativas ao assunto são: a Portaria n. 515, de 20 de agosto de 1984 (UFBA, 1984, p. 1), assinada pelo reitor Germano Tabacoff, quando também foi instituída a criação, na biblioteca, de uma “[...] seção especial para preservar e divulgar essa documentação em defesa da memória da UFBA desde a sua fundação”; e a Portaria n. 332, de 8 de julho de 2002 (UFBA, 2002), também dedicada à preservação da memória da UFBA, bem como à disseminação de sua produção. Nessa última portaria foi designada para enviar ao Ibict referências e resumos das teses e dissertações defendidas, visando cadastrá- las em bases de dados nacionais.

A Portaria n. 80, de 8 de março de 2005 (UFBA, 2005a), cria a Biblioteca Digital da Universidade Federal da Bahia e designa o Sistema de Bibliotecas como responsável por sua construção e instalação.

Recentemente, outro mecanismo de divulgação da produção científica, o Repositório Institucional, teve aprovação do reitor na Portaria n. 24/2010, emitida em 7 de janeiro de 2010 (UFBA, 2010c), na qual está presente a preocupação com o estabelecimento de ações que evitem duplicação de esforços para o cumprimento da política, como a importação de dados já registrados em outros repositórios.

Nessa portaria, encarrega-se o grupo gestor anteriormente designado por definir sua política para garantir o desenvolvimento, a implantação e a manutenção do repositório. Em portaria anterior – n. 189, de 1 de abril de 2009 (UFBA, 2009a) – uma equipe técnica havia sido designada para disponibilizar ambiente virtual que refletisse a estrutura e organicidade acadêmica da UFBA. Idealizado em 2007, um projeto para implantação do RI foi apresentado ao Programa Multidisciplinar de Cultura e Sociedade em 2008, como projeto de doutorado da atual diretora da Edufba, Flávia Rosa, tendo como objetivo principal acompanhar a definição, implantação e os impactos de uma política de difusão da produção científica da UFBA.

O projeto piloto, que utilizará o conteúdo produzido pela Edufba, está sendo implantado utilizando o software Dspace, customizado pelo Ibict. Para que a alimentação do sistema nessa etapa inicial, bem como a disponibilização do conteúdo fosse possível, em 21 de agosto de 2008 foi realizada uma reunião com o Conselho Editorial da Edufba para explicar a proposta de política de armazenamento de conteúdos da Editora, anteriormente elaborada por seu grupo gestor. Definiu-se,

então, que o Conselho Editorial será soberano nas decisões relacionadas ao arquivamento dos conteúdos produzidos pela Edufba e que os livros poderão ser disponibilizados no repositório após seis meses de publicados e lançados, excetuando os das coleções Sala de Aula e Manuais, que são imediatamente disponibilizados. Para os livros que foram lançados com data anterior a esta deliberação do Conselho, decidiu-se que uma solicitação de autorização dos responsáveis pelas obras será adotada como protocolo para a disponibilização desses conteúdos.

Enfim, observou-se que a UFBA possui diferentes alternativas para divulgação de sua produção científica, e que, embora algumas tenham nascido de iniciativas individuais e não sejam acompanhadas sistematicamente pelos órgãos responsáveis pela pesquisa, especificamente a PRPPG e a Câmara de Pós- Graduação do Consepe, venham funcionando e sendo aprimorados, percebe-se a necessidade do desenvolvimento de ações que melhor aproveitem esses canais e estimulem sua utilização.

5 AGÊNCIAS NACIONAIS E ESTADUAIS DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO E