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Publicitação do concurso

No documento Direito do trabalho em funções públicas (páginas 75-78)

DIREITO DO TRABALHO EM FUNÇÕES PÚBLICAS

5. Articulação entre os procedimentos de recrutamento Vídeos

2.4. Publicitação do concurso

Neste domínio, a publicação em Diário da República, até agora obrigatória em qualquer caso, passa a sê-lo apenas quando não seja forçosa a publicitação na bolsa de emprego público (artigo 11.º, n.º 2).

Pelo contrário, quando seja obrigatória a publicação na BEP (cfr. Decreto-Lei n.º 78/2003, de 23 de abril),14 bastará a divulgação de um extrato em Diário da República.

Por outro lado, a publicação em jornal de expansão nacional passa de obrigatória a facultativa (artigo 11.º, n.º 3).

No que concerne ao conteúdo que deverá constar da publicação integral (artigo 11.º, n.º 4), merece especial destaque a ausência de distinção entre a possibilidade de existência ou não de negociação do posicionamento remuneratório, passando agora a constar do aviso de abertura a indicação de uma posição remuneratória (alínea d)).

Aparentemente, desta alteração resulta a impossibilidade de negociação do posicionamento remuneratório, prevista na LTFP, a efetuar por escrito, pela ordem em que figurem na ordenação final, devendo os trabalhadores com vínculo de emprego público informar previamente o empregador da carreira, da categoria e da posição remuneratória que detêm nessa data, não podendo propor-se a 1.ª posição ao candidato titular de licenciatura ou de grau académico superior no recrutamento de trabalhador para posto de trabalho com 13 Norma muito similar à prevista no artigo 115.º, n.º 1, alínea g), do Código dos Contratos Públicos,

relativo à entrega de propostas nos procedimentos de consulta prévia e ajuste direto.

14 Com a redação conferida pelo Decreto-Lei n.º 40/2008 de 10 de março e pelo Decreto-Lei n.º 117-

A/2012, de 14 de junho.

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2. A Portaria n.º125-A/2019, de 30 de abril: o âmbito de aplicação, as modalidades do procedimento concursal, os métodos de seleção e negociação de posições remuneratórias conteúdo funcional correspondente ao da carreira geral de técnico superior (artigo 38.º, n.ºs 3 e 7, da LTFP).

Com efeito, devendo constar do aviso de abertura a referência a (uma) posição remuneratória, poderá, afinal, ser alterada por via de negociação posterior, quando a referência a tal possibilidade, prevista na Portaria de 2009, foi agora suprimida?

É certo que, durante alguns anos, tal possibilidade de negociação se encontrou paralisada por força dos ditames de diversas leis orçamentais, mas a Lei do Orçamento do Estado para 2019, no seu artigo 21.º, volta a permitir a utilização do artigo 38.º da LTFP, embora a oferta que vá para além da primeira posição remuneratória da carreira ou da posição definida em regime próprio, depende de despacho prévio favorável dos membros do Governo responsáveis pela área em que se integra o órgão, serviço ou entidade em causa e pela área das finanças e Administração Pública.

A emissão de tal despacho é da competência (artigo 21.º, n.º 2, da LOE 2019 e artigo 27.º, n.º 2, da LTFP):

a) Do presidente do respetivo órgão executivo das regiões autónomas;

b) Do órgão executivo, no caso das áreas metropolitanas e das associações de municípios de fins específicos e associações de freguesias;

c) Do conselho intermunicipal, sob proposta do secretariado executivo intermunicipal, nas comunidades intermunicipais;

d) Do presidente da câmara municipal, nos municípios; e) Da junta de freguesia, nas freguesias;

f) Do presidente do conselho de administração, nos serviços municipalizados.

Apesar de a Lei do Orçamento do Estado para 2019 parecer ter reposto, sem aparentes restrições (salva a apontada necessidade de despacho prévio), a faculdade contida no artigo 38.º da LTFP, o artigo 152.º, n.º 3, do Decreto-Lei n.º 84/2019, de 28 de junho (diploma de execução orçamental) dispõe que tal faculdade penas deverá ocorrer “se existir evidência de dificuldade de atração de trabalhadores para a função e do devido enquadramento orçamental”, destarte limitando, novamente, a utilização daquela prerrogativa.

Em suma, compulsando todos estes dados, a prevalência do regime legal sobre o vertido na Portaria 125.º-A/2009 conduz-nos a uma interpretação da alínea d) do n.º 2 do artigo 11.º deste diploma, considerando que, não obstante a menção a uma posição remuneratória, esta será meramente indicativa, não prejudicando, nos termos do quadro legal vigente à data da conclusão do procedimento, uma eventual negociação do posicionamento remuneratório.

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2. A Portaria n.º125-A/2019, de 30 de abril: o âmbito de aplicação, as modalidades do procedimento concursal, os métodos de seleção e negociação de posições remuneratórias Num outo plano e ainda dentro das exigências de publicitação, realce-se (e louve-se) a obrigatoriedade de divulgação das atas do júri no sítio da Internet da entidade contratante, contendo os parâmetros de avaliação, a ponderação de cada um dos métodos de seleção a utilizar, a grelha classificativa e o sistema de valoração final do método (artigo 11.º, n.º 6). Por fim, registe-se a necessidade de o aviso de abertura mencionar a obrigatoriedade de reserva de número de lugares para cidadãos portadores de deficiência (artigo 11.º, n.º 7 e Decreto-Lei n.º 29/2001, de 3 de fevereiro).

2.5. Júri

Começa por salientar-se que designação dos membros do júri ocorre conjuntamente com a decisão de abertura do procedimento e não, como até agora, com a publicitação do procedimento (artigo 12.º, n.º 1).

Mas a principal inovação reside na possibilidade de, sob proposta do júri e por decisão do dirigente máximo do órgão ou serviço responsável pelo recrutamento (da qual deve constar a composição das secções e o seu âmbito de ação), o júri poder ser desdobrado em secções (compostas por um número impar de membros), quando o número de candidatos assim o justifique, assim tornando mais ágil o seu funcionamento em algumas fases procedimentais (artigo 13.º, n.ºs 2 e 3).

Aparentemente, o desdobramento do júri pode ocorrer para todas ou apenas para algumas fases procedimentais, nomeadamente para a aplicação de alguns ou todos os métodos de seleção.

Todavia, mesmo quando exista deste desdobramento do júri, mantém-se a responsabilidade coletiva do júri por todas as decisões tomadas (artigo 13.º, n.º 2).

Quanto à competência do júri, destaca-se a menção expressa à verificação da aptidão dos candidatos com deficiência para ocupar os postos de trabalho postos a concurso (artigo 14.º, n.º 2, alínea f)) e à determinação das condições específicas de aplicação dos métodos de seleção (por exemplo, se a prova de conhecimentos será realizada com ou sem consulta de legislação e, ou, bibliografia) e definir o tipo de prova de conhecimentos (por exemplo, se escrita ou oral) – artigo 14.º, n.º 2, alíneas a) e b)

No que respeita ao seu funcionamento, avulta a possibilidade de designação de uma pessoa para secretariado do júri (pertencente ao mapa de pessoal da entidade que abriu o procedimento), bem como de peritos ou consultores para auxiliar o júri, estes últimos com direito a participação nas reuniões, mas sem direito a voto (artigo 15.º, n.ºs 1 e 2, alíneas a) e b)).

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2. A Portaria n.º125-A/2019, de 30 de abril: o âmbito de aplicação, as modalidades do procedimento concursal, os métodos de seleção e negociação de posições remuneratórias 2.6. Prazo e forma da candidatura

O prazo para os candidatos formalizarem a sua candidatura deverá ser fixado, logo no ato de abertura do procedimento, entre 10 e 20 dias úteis, contados da data da publicação do aviso de abertura (artigo 18.º), o que representa um potencial alargamento, uma vez que até agora o intervalo situava-se entre 10 e 15 dias úteis.

A candidatura deverá ser apresentada preferencialmente através de meios eletrónicos (artigo 19.º, n.º 1), mas não precludindo a apresentação em papel, a qual fica sujeita às regras do CPA (artigo 19.º, n.º 3 e artigo 104.º e segs. do CPA).

Os candidatos portadores de deficiência encontram-se obrigados a declarar o respetivo grau de incapacidade e tipo de deficiência (artigo 19.º, n.º 1, alínea f)).

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