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Quadro Síntese 6: Professores em Fim de Carreira

Fernandes (2014) centrou o seu estudo na avaliação docente e na medida em que isto se relaciona com o processo der aprendizagem profissional. Para esta autora as principais diferenças entre professores surgem nas perspetivas de futuro, preferindo os professores em fim de carreira, formas de continuidade.

Segundo Costa (2007) os professores em fim de carreira adquiriram um conjunto de saberes que são importantes para perspetivar a carreira profissional dos que entram na profissão.

Aqueles professores recomendam transformações e desenvolvimentos importantes na formação contínua, na cooperação pedagógica, na avaliação docente externa e independente, no aprofundamento das competências pedagógicas, na valorização das condições de trabalho e na reorganização da formação inicial que deve proporcionar aos futuros professores um contacto com professores especialistas que trabalham eficazmente a reflexividade e adaptabilidade necessárias a uma profissão multidimensional.

Huberman (2013) reanalisa o que já tinha dito anteriormente, sobre a existência de uma fase de desinvestimento referindo que não está totalmente demonstrada. Refere, no entanto, que há um descomprometimento que pode ser vivido de formas totalmente opostas, serena ou amarga.

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Quadro Síntese 7 - Resumo Geral da Fundamentação Teórica

As fases em que se divide a vida profissional de um professor variam consoante o autor. Estas divisões dependem dos anos de serviço de cada profissional mas, acima de tudo, de cada ser individual que é cada professor. Assim, com o mesmo número de anos de carreira, podemos encontrar professores em diferentes fases.

Os fatores que desmotivam os docentes são múltiplos. Estes variam de acordo com as circunstâncias em que cada profissional está inserido. Esta desmotivação pode levar à não identificação com a profissão.

As funções do professor vão variando de acordo com o contexto onde a escola está inserida, pois há certas comunidades que delegam na escola certas funções o que em outros locais não aconteceria. Todos os autores referem que a lista de funções de um professor tem vindo a aumentar. Isso pode gerar indefinição e afastamento da função primordial – o ensino.

Os níveis de stresse estão subdivididos consoante a sua gravidade, esta varia em intensidade e frequência. Quando não se corrigem esses elementos e eles se prolongam no tempo, podem levar os profissionais à exaustão, decaindo a sua eficácia como docentes. Dos fatores de stresse que mais preocupam os docentes, sobressaem os que estão ligados à sobrecarga e incontrolabilidade das tarefas.

A formação contínua é vista como elemento modificador do desenvolvimento profissional. Conforme forem as condições da sua frequência, esta modifica os professores que as frequentaram e as suas práticas com os seus alunos.

Os professores em fim de carreira evidenciam muitos conhecimentos fruto dos seus percursos de aprendizagem e de profissão. Estes conhecimentos tendem a ser tanto ao nível dos conteúdos a lecionar como de necessidades de formação para futuros profissionais, uma vez que conhecem, a carreira nas suas várias vertentes.

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Capítulo II - Metodologia

Neste capítulo contextualiza-se o estudo quanto ao tipo de escolas onde decorreu e definem-se os participantes, o design e os materiais e os procedimentos adotados.

1. Contexto do estudo

Tendo em conta os objetivos propostos para este estudo e o número de participantes optou-se por fazer uma abordagem quantitativa (através do preenchimento de um inquérito com perguntas fechadas) e também uma entrevista com perguntas semi-diretivas (abordagem qualitativa/interpretativa).

Os participantes (N=4) pertencem a três diferentes Agrupamentos de Escolas. O agrupamento de dois dos participantes pertence à área metropolitana de Lisboa. É constituído por 7 estabelecimentos de ensino/educação sendo 2 jardins-de-infância, 3 escolas do 1º Ciclo, 1 de 2º e 3º ciclo e 1 de Secundário.

O agrupamento de outro participante situa-se na periferia da área metropolitana de Lisboa. É constituído por 8 estabelecimentos de ensino/educação sendo 1 Jardim de Infância, 1 Escola Básica com Jardim de Infância, 4 escolas do 1º Ciclo e 1 do 1º ao 3º ciclo.

O último dos participantes pertence a um agrupamento da área metropolitana de Lisboa. É constituído por 12 estabelecimentos de ensino/educação sendo 1 Jardim de Infância, 7 Escolas Básicas com Jardim de Infância, 3 escolas do 1º Ciclo e 1 de 2º e 3º ciclo.

2. Participantes

Participaram no estudo quatro (4) professores do1º Ciclo do Ensino Básico do género feminino, com idade média de 58 anos (min: 54; máx: 62). Três (3) tinham obtido o grau académico de licenciatura e um não respondeu a essa questão. O número médio de anos de serviço é de 33 anos (min:28; máx:38). Dois docentes desempenhavam funções letivas, um funções de coordenação e outro era encarregado de projetos. Três dos participantes possuem na sua experiência profissional uma grande variedade de funções e responsabilidades profissionais (Direção de Escolas, Coordenação Pedagógica, Professores de Apoio, Orientadores de estágios, …). O outro participante sempre preferiu/escolheu desempenhar funções letivas.

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 pertencer a agrupamentos e realidades diferentes;  estar disponível para participar no estudo.

Para a escolha dos participantes foram contactadas algumas pessoas da rede de contactos profissionais do entrevistador e questionadas sobre a hipótese de haver nos seus agrupamentos algum professor que cumprisse os requisitos necessários. Os professores que se voluntariaram para participar foram depois contactados telefonicamente, entregue uma carta de apresentação do estudo e num encontro pessoal foram explicados de novo os objetivos e a metodologia do estudo.

A tabela que se segue apresenta e caracteriza os participantes deste estudo dando conta de alguns dados pessoais, anos de serviço, formação académica e experiência profissional.

Mantendo o anonimato dos participantes será usada a seguinte codificação: E1 (E – professor entrevistado; 1- número atribuído para distinguir os participantes).