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Qual o contributo que as TA dão na integração social das C/J com NEE?

OPÇÕES METODOLÓGICAS

8. Qual o contributo que as TA dão na integração social das C/J com NEE?

O objetivo da primeira questão era a identificação das dificuldades pessoais sentidas pelos entrevistados, detetando se eles tinham consciência de possíveis fatores na origem dessas dificuldades tais como: eventuais insuficiências da sua formação em relação a certos materiais, as características dos seus alunos, o leque de recursos disponibilizados ou o contexto organizacional.

A segunda questão tem como finalidade elencar os recursos mais utilizados pelos entrevistados no seu quotidiano, de entre as TAC disponíveis no agrupamento em estudo. Tais dados serão depois comparados com a disponibilidade de materiais pelo CRTIC, quando são muito dispendiosos e/ou especializados e por isso pouco comportáveis com as limitações do orçamento escolar e/ou familiar.

Com a terceira questão pretendia-se avaliar se as representações dos professores e terapeutas tinham em conta a importância da utilização planeada das TAC, de modo a promover o desenvolvimento das competências comunicacionais do aluno.

Na quarta questão procurámos investigar o padrão de utilização das TAC: a frequência e periodicidade de utilização, o planeamento e a finalidade a obter.

Na quinta questão procura-se apreciar a avaliação dos entrevistados acerca da recetividade e satisfação dos alunos perante as TAC.

Na sexta questão o objetivo era saber se os entrevistados propunham atividades complementares às realizadas na escola a serem realizadas em casa, sob supervisão parental.

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dos educadores, através da confirmação dos dados fornecidos pela terceira questão, Na oitava, e última, questão pretendemos conhecer as representações dos docentes acerca da importância das TA, sobretudo as de apoio à comunicação, na socialização dos alunos, ou seja, procurámos compreender em que medida as entrevistadas têm consciência do papel das TAC como instrumento decisivo na interação com o meio físico e social.

As respostas às entrevistas foram analisadas de modo a estabelecer os temas mais frequentes, que constituíram as nossas categorias de análise. Como refere Morgado (2012, p. 74) esta técnica de recolha de informação permite “obter material pertinente para compreender, ou mesmo justificar, não só os discursos dos atores, mas também algumas atitudes e comportamentos que assumem nos seus contextos de trabalho”.

Para compreendermos melhor as condicionantes que levam os educadores a selecionarem e utilizarem preferencialmente certas tecnologias de apoio à comunicação, fizemos um breve levantamento das TAC de uso mais generalizado, seja pelo seu custo, seja pela facilidade de utilização, e que são comumente disponibilizadas pelas escolas ou pelos serviços do CRTIC. Pretendemos clarificar as possíveis razões para o tipo de adoções concretizadas por estes docentes e terapeutas, minimizando/eliminando a influência dos constrangimentos materiais e pondo em evidência outros fatores, como os ligados à formação específica na utilização de certas TAC ou os fatores ligados às condições organizacionais da própria instituição escolar.

A terceira fase da investigação prática consistiu na exploração dos documentos do agrupamento em estudo a que tivemos acesso, como os inventários e os pedidos de recursos materiais bem como os processos individuais dos alunos com NEE. Estes processos foram objeto de uma análise de conteúdo, para definir o contexto da intervenção educativa dos entrevistados, desenhando o perfil dos alunos com NEE que caraterizámos resumidamente em duas tabelas, uma para o 1º ciclo e outra para os 2º e 3º ciclos (ver fim deste capítulo).

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Lamentavelmente, não nos foi facultado um inventário oficial exaustivo, pelo que nos limitámos a construir um inventário informal com base na observação feita durante as visitas às instalações e através dos contactos com vários elementos do agrupamento.

4.3. Caraterização da amostra 4.3.1. Alunos

A nossa investigação centrou-se em duas unidades de apoio especializado para alunos com multideficiência e surdo cegueira congénita – UAEM (Dec.- Lei nº 3/2008, Cap. I, art.º. 3 b), com uma população de dezanove alunos (N=19) no ano letivo de 2015-16, distribuídos pelo 1º, 2º e 3º ciclos do Ensino Básico com idades entre os seis e os dezassete anos, pertencentes a um mesmo Agrupamento de Escolas do distrito do Porto.

A amostra inclui quatro alunos com paralisia cerebral, três do sexo masculino e um do feminino, frequentando o 1º, 4º, 5º e 6º anos de escolaridade de referência; um aluno do 1º ano com Citopatia Mitocondrial; um aluno do 3º ano com malformação cerebral; três alunos com atraso de desenvolvimento intelectual com a escolaridade de referência do 3º, 4º anos; uma aluna de 4º ano com Síndrome DiGeorge; um aluno e uma aluna do 6º ano com Síndrome de Rett; dois alunos com Autismo grave, um de 6º outro do 7º ano; um aluno de 7º ano com Tetraparésia Espástica e Epilepsia.

Todos estes alunos são muito dependentes tanto nos cuidados de higiene, como na nutrição ou na mobilidade.

Cerca de dois terços têm graves problemas de comunicação, sendo que oito não têm capacidade de articulação de palavras e só podem fazer vocalizações ou nem mesmo isso.

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Como refere Amaral (citado por DGIDC, 2008, p. 41), estes alunos, normalmente não usam a linguagem oral, o que lhes dificulta significativamente a comunicação com os outros.

A incapacidade para usar a fala tem um impacto muito forte no desenvolvimento das capacidades individuais, no controlo do ambiente que os rodeia para além das repercussões óbvias no desenvolvimento social.

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PERFIL DAS CRIANÇAS/JOVENS MULTIDEFICIENTES DAS UAM EM ESTUDO – 1º CICLO