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Qualidade do corpo docente 31

4   Análise dos dados e identificação dos impactos do projeto 25

4.4   Qualidade do corpo docente 31

Observamos que não existiam diferenças significativas entre os docentes das escolas de tratamento e controle e que a quase totalidade deles eram brasileiros, metade nasceram no estado em que lecionavam, a maioria não era branca ou amarela, tinham, em média, 42 anos em 2008, cerca de 6% não tinham graduação, cerca de 30% deles tem pós- graduação e nenhum lecionava mais de uma matéria.

Dentre os professores que lecionam língua portuguesa, 37% tinham licenciatura em língua portuguesa e 92% eram formados em língua portuguesa (com ou sem licenciatura).

Não conseguimos obter informações de experiência através da base de dados do Censo Escolar, pois ela somente traz informações dos professores a partir de 2007.

Em relação à rotatividade do corpo docente, houve manutenção de 94% do quadro de professores das escolas de tratamento e 93% nas escolas de controle. Essas alterações ocasionaram pequenas mudanças na estrutura docente (em 2010, sobre os professores de Língua portuguesa: elevou-se a quantidade de brancos ou amarelos e a quantidade de professores que lecionavam mais de uma matéria; em 2009, houve redução de professores de Matemática com duas graduações), conforme demonstrado no quadro abaixo.

Como verificamosalguma alteração das características docentes, mas não observamos grande diferença no índice de transferência, nos parece que houve aceitação do programa pelos docentes e que talvez tenha ocorrido alguma seleção de professores para a coorte, embora em um padrão, de certa forma, não esperado (porque a literatura não evidencia melhora ou piora devido a essas alterações, mas pode ser contrário ao que poderíamos pensar de forma leiga: professores de Língua Portuguesa lecionando duas matérias e professores de Matemática com menos graduação).

Tabela 4.7 – Alterações do corpo docente

Fonte: Censo Escolar (INEP)

Notas: erros padrões robustos para cluster por escola entre parênteses * Significativo a 10%

** Significativo a 5% *** Significativo a 1%

4.4.2 Práticas pedagógicas

As informações abaixo foram extraídas da percepção dos alunos.Em relação à postura pedagógica em sala verificamos que já existia uma pequena diferença inicial entre as escolas. Nas escolas atendidas pelo programa JF, já se realizava mais trabalhos em grupos e os professores passavam mais trabalhos extraclasses. Não houve alteração dessas condutas posteriormente.   DD DD N N N N Brasileiro 82 1.00 *** ‐0.00  149 1.00 *** ‐0.00  164 1.00 *** 0.00 164 1.00 *** ‐0.00  (0.00 ) 0 (0.00 ) 1 (0.00 ) 0 (0.00 ) 0 (0.00 ) 0 (0.00 ) 1 (0.00 ) 0 (0.00 ) 1 Nascido no estado 82 0.49 *** 0.02 149 0.35 *** ‐0.06  164 0.49 *** ‐0.00  164 0.49 *** 0.00 (0.08 ) 0 (0.11 ) 1 (0.09 ) 0 (0.16 ) 1 (0.08 ) 0 (0.15 ) 1 (0.08 ) 0 (0.15 ) 1 Homem 82 0.70 *** ‐0.03  149 0.67 *** ‐0.01  164 0.70 *** 0.01 164 0.69 *** ‐0.01  (0.02 ) 0 (0.02 ) 0 (0.02 ) 0 (0.04 ) 1 (0.02 ) 0 (0.03 ) 1 (0.01 ) 0 (0.03 ) 1 Branco 82 0.31 *** 0.02 149 0.25 *** 0.03 164 0.35 *** ‐0.01  164 0.37 *** 0.01 (0.05 ) 0 (0.07 ) 1 (0.05 ) 0 (0.08 ) 1 (0.04 ) 0 (0.08 ) 1 (0.04 ) 0 (0.08 ) 1 Idade 82 41.64 *** ‐0.35  149 40.37 *** ‐0.07  164 41.64 *** ‐0.11  164 41.80 *** 0.54 (0.51 ) 0 (0.79 ) 1 (0.67 ) 0 (1.23 ) 1 (0.51 ) 0 (1.06 ) 1 (0.50 ) 0 (0.99 ) 1 Sem graduação 82 0.06 *** 0.00 149 0.05 *** 0.00 164 0.06 *** 0.00 164 0.06 *** ‐0.01  (0.01 ) 0 (0.01 ) 1 (0.01 ) 0 (0.02 ) 1 (0.01 ) 0 (0.02 ) 1 (0.01 ) 0 (0.02 ) 1 Só tem graduação 82 0.65 *** ‐0.04  149 0.76 *** ‐0.05  164 0.65 *** 0.02 164 0.65 *** 0.00 (0.02 ) 0 (0.03 ) 0 (0.03 ) 0 (0.05 ) 0 (0.02 ) 0 (0.04 ) 1 (0.02 ) 0 (0.04 ) 1

Tem duas graduações 82 0.02 *** 0.01 149 1.00 *** 0.01 164 0.02 *** ‐0.01  164 0.04 *** ‐0.03  (0.00 ) 0 (0.01 ) 0 (0.00 ) 0 (0.01 ) 0 (0.00 ) 0 (0.01 ) 1 (0.01 ) 0 (0.04 ) 1

Tem pós-graduação 82 0.29 *** 0.04 149 0.19 *** 0.05 164 0.29 *** ‐0.02  164 0.30 *** 0.00 (0.02 ) 0 (0.03 ) 0 (0.03 ) 0 (0.05 ) 0 (0.02 ) 0 (0.05 ) 1 (0.02 ) 0 (0.04 ) 1

Prof LP - Branco 80 0.37 *** ‐0.03  146 0.26 *** 0.01 162 0.37 *** ‐0.08  164 0.46 *** 0.15 * (0.05 ) 0 (0.07 ) 1 (0.06 ) 0 (0.10 ) 1 (0.05 ) 0 (0.09 ) 0 (0.05 ) 0 (0.09 ) 0

Prof LP formado em LP c/licenciatura 80 0.37 *** ‐0.02  146 0.88 *** 0.04 162 0.37 *** 0.01 164 0.41 *** ‐0.00  (0.06 ) 0 (0.08 ) 1 (0.03 ) 0 (0.09 ) 1 (0.06 ) 0 (0.11 ) 1 (0.05 ) 0 (0.10 ) 1

Prof LP formado em LP s/licenciatura 80 0.92 *** ‐0.00  146 0.88 *** 0.05 162 0.92 *** ‐0.00  164 0.93 *** 0.02 (0.02 ) 0 (0.03 ) 1 (0.03 ) 0 (0.06 ) 0 (0.02 ) 0 (0.04 ) 1 (0.02 ) 0 (0.04 ) 1

Prof LP - Leciona mais de uma disciplina 80 0.00 0.00 146 0.00 0.00 162 0.00 ** ‐0.07  * 164 0.12 *** 0.07 * ‐ 0 ‐ 0 ‐ 0 ‐ 0 (0.00 ) 0 (0.04 ) 0 (0.03 ) 0 (0.04 ) 0

Prof MT - Tem duas graduações 82 0.02 * 0.03 149 1.00 *** 0.03 164 0.02 * ‐0.05  * 164 0.06 *** 0.01 (0.01 ) 0 (0.02 ) 0 (0.00 ) 0 (0.02 ) 0 (0.01 ) 0 (0.03 ) 0 (0.02 ) 0 (0.05 ) 1

trat_ano Controle trat_ano Controle trat Controle trat_ano Controle

2007 2007 vs 2008 2008 vs 2009 2009 vs 2010

Tabela 4.8 – Práticas pedagógicas – Atividades desenvolvidas

Fonte: Instituto Unibanco

Notas: erros padrões robustos para cluster por escola entre parênteses * Significativo a 10%

** Significativo a 5% *** Significativo a 1%

Por outro lado, os professores das escolas de tratamento indicavam menos livros para leitura, quadro que se alterou com o projeto.O mesmo ocorreu em relação aos alunos leram os livros indicados.

Observamos uma pequena elevação significativa na percepção dos alunos sobre comentários docentes sobre acertos e dificuldades da classe e na utilização de laboratórios, além de uma pequena redução na realização de debates entre alunos.

Em relação à postura e relação aluno-professor, verificamos pequenas diferenças entre as escolas de tratamento e controle, de forma que há indicativo que os professores da escola de tratamento eram um pouco melhores (planejavam menos, mas eram mais preocupados, tinham mais paciência e tinham relacionamento ético).

 

O professor: N N

Passa trabalho extra 6645 0.28 *** 0.03 *** 12220 0.28 *** 0.01

(0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.02 ) 1

Indica livro 6679 0.79 *** ‐0.03  *** 12271 0.79 *** 0.10 ***

(0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.02 ) 0 Leio o livro indicado pelo professor 6679 0.64 *** ‐0.01  12271 0.64 *** 0.08 ***

(0.01 ) 0 (0.01 ) 1 (0.01 ) 0 (0.02 ) 0 Comenta dificuldades da classe e de cada aluno 6651 0.66 *** ‐0.00  12234 0.66 *** 0.03 *

(0.01 ) 0 (0.01 ) 1 (0.01 ) 0 (0.02 ) 0 Sempre desenvolvem atividades nos laboratórios da escola 1659 0.11 *** ‐0.02  3481 0.11 *** 0.04 **

(0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.02 ) 0 Sempre fazem debates entre alunos 5348 0.20 *** 0.01 9685 0.20 *** ‐0.03  *

(0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.02 ) 0 Sempre desenvolvem trabalhos em grupo 6872 0.63 *** 0.03 ** 12483 0.63 *** 0.00

(0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.02 ) 1

2008 2008 vs 2010

Descritivas DD

Tabela 4.9 – Práticas pedagógicas – Postura e relação aluno-professor

Fonte: Instituto Unibanco

Notas: erros padrões robustos para cluster por escola entre parênteses * Significativo a 10%

** Significativo a 5% *** Significativo a 1%

4.4.3 Utilização de recursos tecnológicos

A tabela DOCENTE-COMPUTADOR mostra o resultado sobre a percepção de utilização de computadores em sala de aula. Indubitavelmente, houve uma elevação significativa nesta variável, apesar do nível ainda ser baixo.

Tabela 4.10 – Práticas pedagógicas – Recursos tecnológicos

Fonte: Instituto Unibanco

Notas: erros padrões robustos para cluster por escola entre parênteses * Significativo a 10%

** Significativo a 5% *** Significativo a 1%

Como o computador é um material muito versátil (pode ser utilizado para pesquisa, confecção de trabalhos, divulgação de resultados, jogos eletrônicos, etc), a eficiência de sua utilização depende diretamente da forma como isso é realizado vis a vis a outra forma de realizar o mesmo procedimento com outros instrumentos (quadro negro, livros, etc.). Como os professores têm, no projeto JF, participação ativa no processo decisório

O professor: N N

Planeja aulas 7000 0.84 *** ‐0.02  ** 12732 0.84 *** 0.01

(0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.01 ) 0

Todos são preocupados e dedicados 6994 0.23 *** 0.02 * 12752 0.23 *** 0.00

(0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.02 ) 1

Todos tem paciência com os alunos 6984 0.14 *** 0.02 ** 12735 0.14 *** ‐0.01 

(0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.01 ) 0

Alguns são dinâmicos nas aulas 7002 0.61 *** ‐0.02  * 12755 0.61 *** 0.03 *

(0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.02 ) 0

Concordo que relacionamento aluno-prof é ético 6914 0.16 *** 0.02 * 12629 0.16 *** ‐0.01 

(0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.01 ) 0

2008 2008 vs 2010

Descritivas DD

Controle trat Controle trat_ano

O professor: N N

Usaram computadores para ensinar 6651 0.16 *** 0.01 12221 0.16 *** 0.11 ***

(0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.01 ) 0

Sempre projetam video nas aulas 5194 0.08 *** ‐0.03  *** 9672 0.08 *** 0.04 ***

(0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.01 ) 0

2008 2008 vs 2010

Descritivas DD

sobre a melhor didática e comprometimento sobre a melhora na proficiência, é provável que, neste caso, o uso de computadores tenha sido uma variável relevante para explicar a elevação da proficiência dos alunos.

O mesmo é válido para a percepção de projeção de vídeos que, embora não tenham a mesma versatilidade dos computadores, se bem utilizados, podem trazer, na linguagem do aluno, conhecimentos diferenciados em relação à dimensão lousa-giz.

4.4.4 Horas aula e o absenteísmo docente

Pelo indicador de horas aula do Censo Escolar, a média de horas por aula em cada turma não sofreu alteração com o projeto. Além disso, a tabela abaixoindica que os alunos perceberam que os professores faltaram menos durante o projeto e que se elevou a quantidade de escolas que tinham todos os professores para todas as disciplinas.

Tabela 4.11 – Existência e presença docente

Fonte: Instituto Unibanco

Notas: erros padrões robustos para cluster por escola entre parênteses * Significativo a 10%

** Significativo a 5% *** Significativo a 1%

Dessa forma, há indícios que o absenteísmo docente foi reduzido pelo projeto - lembrando que um fator determinante não observado que pode ser decisivo é o fato dos professores terem recebido incentivos para seu engajamento.Porém, como analisamos somente o Ensino Superior das escolas tratadas, a presença de todos os professores para este grupo pode indicar realocação dos professores nas escolas tratadas. Isso pode ser analisado com os dados dos professores dos outros níveis escolares (fundamental, EJA, etc.), algo que não realizamos neste estudo.

N N

Tinha prof para todas as disciplinas  6,654 0.53 *** ‐0.03  *** 12,244  0.53 *** 0.04 **

(0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.02 ) 0

Prof.quase nunca falta  7,030 0.28 *** ‐0.01   12,784 0.28 *** 0.07 ***

(0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.01 ) 0 (0.02 ) 0

2008 2008 vs 2010

Descritivas DD

4.4.5 Satisfação com o corpo docente

Apenas para efeito de observação, embora não haja literatura que vincule nível de satisfação discente com os indicadores de eficiência escolar, verificamos elevação também nos índices de satisfação docente, conforme quadro abaixo.

Tabela 4.12 – Satisfação discente com o corpo docente

Fonte: Instituto Unibanco

Notas: erros padrões robustos para cluster por escola entre parênteses * Significativo a 10%

** Significativo a 5% *** Significativo a 1%

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