• Nenhum resultado encontrado

QUANTO AO AMBIENTE DOS ENSAIOS E CONTEXTO DE APRESENTAÇÃO

Os critérios estabelecidos nas seções "3.2.1.6 Ambiente dos ensaios", bem como "3.2.1.7 Contexto de apresentação dos ícones", foram adotados em virtude da importância que o aspecto contextual, tanto do ambiente no qual o experimento ocorre, bem como a forma com que os ícones são mostrados, excercem sobre a validade dos resultados de uma pesquisa com foco em ergonomia.

De acordo com o Quadro 26, é possível afirmar que em metade dos estudos (dez estudos primários), os autores não mencionam em qual ambiente os experimentos e levantamentos foram realizados.

Sete estudos (EP-03, EP-08, EP-09, EP-10, EP-13 e EP-18) relataram ter realizado os experimentos em ambientes considerados artificiais. Nos casos dos estudos EP-03, EP-08, EP-09 e EP-10, os experimentos aconteceram num ambiente universitário, o que condiz com o tipo de estudo em comum a eles: a característica de terem fins acadêmicos, científicos, por não apresentarem relatos de projetos reais de desenvolvimento e/ou avaliação de ícones, para produtos de software ou web. Na maioria da vezes os sujeitos dos testes são estudantes e acadêmicos da universidade onde a pesquisa foi gerada.

Quadro 28 – Estudos primários analisados sob critérios "3.2.1.6 ambiente dos ensaios" e "3.2.1.7 contexto de apresentação dos ícones"

3.2.1.6 Ambiente dos ensaios 3.2.1.7 Contexto de apresentação dos ícones EP

Real de uso Artificial Não menciona Digital Analógico

01 • • • 02 • • • 03 • • 04 • • 05 • • 06 • 07 • • • 08 • • 09 • • 10 • • 11 • • 12 • • 13 • • 14 • • 15 • • 16 • • 17 • • • 18 • • 19 • • 20 • •

Fonte: produção da própria autora

No entanto, os EP-13 e EP-18, conduziram suas pesquisas em laboratórios. No caso do EP-13, o ambiente escolhido foi um laboratório de usabilidade, o que, apesar de não se configurar como um ambiente real de uso do sistema, possibilita que a aquisição de dados seja enriquecida pelo uso de aparatos como câmeras filmadoras, espaço adequado para que um pesquisador esteja presente acompanhando os ensaios e fazendo anotações e, nesse caso, outras pessoas também puderam observar através de um espelho unidirecional. Nesse estudo, configurado como relato de um projeto real, toda a coleta de dados foi manual e a apresentação dos ícones e mock-ups de telas foram impressos, mostrados em papel, num

contexto analógico, aspecto justificado pelos autores (ver seção 3.2.2.1, alínea g). O autor do estudo EP-18 menciona apenas que os ensaios foram realizados num laboratório, sem detalhar quaisquer informações sobre o local.

Sobre o contexto de apresentação dos ícones, ponto crucial na relação entre a forma como o usuário visualiza o ícone durante os ensaios e a forma como o ícone de fato será empregado na interface; pode-se constatar que a maioria dos estudos (12 estudos primários), reporta seus ensaios em contexto digital, ou seja, com uso qualquer tipo de interface gráfica que permita ao sujeito do teste ter contato com os ícones objetos de estudo, tal qual se apresentam na realidade de uso ou aplicação.

Deve-se observar que o EP-01, EP-02 e EP-07 conforme o Quadro 26 mostra, reportam ambos os contextos considerados. No primeiro caso, no EP-01, por se tratar da descrição de uma metodologia para avaliação, a qual não foi aplicada a nenhum conjunto de ícones naquele estudo, e talvez por isso mesmo, seus autores concluem que os índices deveriam ser coletados através de questionários, mas que, numa situação ideal, os testes deveriam se realizar com o uso de computadores que tenham telas com boa resolução.

Já no caso do estudo EP-02, os autores não deixam claro se o questionário aplicado na primeira etapa do estudo foi respondido apenas manualmente em papel, enquanto os ícones foram visualizados em telas; ou se todo o procedimento foi feito de forma impressa. Na segunda etapa, as tarefas foram realizadas num computador. Portanto, foram considerados ambos os contextos.

No estudo EP-07, em alguns procedimentos foram usados questinários e, em outros, protótipos funcionais foram construídos e testados pelos sujeitos, em telefones celulares.

Sete estudos realizaram seus procedimentos num contexto analógico, nos quais os ícones foram apresentados aos participantes sempre impressos em papel. São eles:

• EP-11: realizou um Matching Test;

• EP-13: aplicou um Icon Intuitiveness Test;

• EP-15: conduziu Spontaneous Identification Test, Cued Response Test, e

Semantic Scale Rating;

• EP-16: conduziu Sketch Icons e Understandability test;

• EP-17: aplicou Sign Production Method e Understandability test; • EP-18: conduziu um levantamento de interpretação dos ícones;

• EP-20: conduziu um levantamento de interpretação dos ícones e Semantic

Scales foram usadas.

Os procedimentos apontados na metodologia de cada estudo primário da lista anteriormente apresentada podem ser equiparados aos métodos levantados na seção 2.3, estudados pela Ergonomia Informacional através de Formiga (2012), pois constatou-se que, apesar de as nomenclaturas dos testes variarem de autor para autor, os procedimentos coincidem. Outro ponto em comum é o contexto analógico de realização dos testes, apropriados quando se tratam de pictogramas para sinalização, por exemplo, que são por natureza utilizados em grande escala e impressos, no caso de testes da Ergonomia Informacional; diferentemente dos objetivos dos ícones digitais empregados nas interfaces. Muitos desses e dos testes nomeados pela Ergonomia Informacional também têm raízes na metodologia de avaliação da ISO. Böcker (1996) coloca que a norma TC 145/SC 1 Public

Information Symbols descreve uma metodologia de avaliação para os símbolos de informação

pública (Procedure for the development and test of public information symbols) que compreende diferentes estágios e testes, tais como: the production test; the appropriateness

ranking test; the comprehension / recognition test; the matching test e the legibility test 4,