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QUARTA CATEGORIA: OLHAR PEDAGÓGICO DA COORDENADORA EM RELAÇÃO AO VÍNCULO MÃE-BEBÊ E ADAPTAÇÃO DA CRIANÇA NA ESCOLA

3 PERCEPÇÕES DO ESTÍMULO E A INFLUÊNCIA DA MÃE DURANTE OS PRIMEIROS ANOS DE VIDA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

3.4 QUARTA CATEGORIA: OLHAR PEDAGÓGICO DA COORDENADORA EM RELAÇÃO AO VÍNCULO MÃE-BEBÊ E ADAPTAÇÃO DA CRIANÇA NA ESCOLA

As crianças que são estimuladas pelas suas famílias em casa, antes de vir para a escola, apresentam um desenvolvimento diferente do que aquelas cujos pais não interagem e nem estimulam. As crianças que são estimuladas, quando vão para a escola demonstraram mais criatividade, uma melhor interação com os outros e uma melhor adaptação na escola.

No processo de constituição da capacidade lúdica, portanto, a presença do outro é fundamental. A criança se depara com pessoas que provocam e propõem as mais diversas ações, entre as quais se encontram ações simbólicas; através da fala também interpretam como lúdicas, ações

executadas pela criança com os objetos, que talvez, inicialmente, não tivessem essa natureza. (ROCHA, 2000, p.63)

Nessa questão, a mãe A nos disse que pode perceber que no início a escola estava dando sequência para o que estava sendo estimulado em casa e que óbvio que a criança quando está inserida em uma escola, será muito estimulada de diversas formas. Mas o que a família realizou com a criança, foi passar segurança, vendo que assim ela teve uma boa adaptação.

Já a mãe B, relatou que a criança aprendeu muito em casa por ter um irmão, assim aprendendo desde cedo a dividir os brinquedos e a atenção. O período de adaptação foi um pouco longo porque a mãe não se sentia segura em deixar o filho, não pela falta de confiança na escola, mas por ser uma mãe muito ligada aos filhos. Ela teve que trabalhar isso consigo mesma. A mãe contou que atualmente a criança chega à escola, algumas vezes, chorando, mas dá os braços para a professora, demonstrando que gosta da escola. A mãe não conseguiu ainda “cortar o cordão umbilical”.

A mãe C relatou que a criança teve duas adaptações na escola: primeiro num período das férias, em que foi realizada a colônia de férias. A mãe trazia a criança e podia, por mais tempo, ficar com a criança até que ela parasse de chorar; num segundo momento foi quando ela entrou para a turma do Maternal 2, que seria a turma da sua faixa etária. A mãe a trazia com pressa e não podia lhe dar tanta atenção. Mas a mãe interpretou isso como uma forma da ligação forte que elas têm e também um pouco de manha, pois a mãe cedia bastante. O que a ajudou nesse período foram às brincadeiras, cantar e contar histórias. Hoje a criança pode ver a mãe na escola e não chora mais para ficar, entra feliz e quer contar tudo no final do dia para a mãe.

Nesse sentido a coordenadora destacou que é fundamental a caminhada da mãe com a criança, porque ela tem que estar preparada para a criança vir até a escola, deixando-a bem à vontade. Tem que conhecer muito bem a escola, seu corpo docente, sua estrutura, para ficar tranquila ao deixar seu filho. Se a mãe não está segura, a criança também não vai ficar. Os pais precisam estar preparados para passar essa energia boa para o filho para que quando ele for para a escola, ele tenha essa sensação boa de estar nela.

Na verdade, a escola precisa passar toda essa confiança à família, tanto a coordenação, como a direção e os professores, para que os pais fiquem confiantes e

deixem seus filhos aos cuidados de outras pessoas. Para que isso aconteça, é preciso explicar sobre o trabalho pedagógico, os parâmetros curriculares, os projetos da escola, deixando bem a par de todos os trabalhos, das oficinas, para que os pais fiquem sabendo de tudo o que tem e acontece na escola, para deixar seus filhos com segurança.

Percebe-se que o que a coordenadora descreve está implícito nas falas das mães destacando assim que, a adaptação da criança na escola, depende tanto da mãe, da família e também da própria escola. A mãe deve ter confiança na escola na qual vai deixar seu filho, conhecendo tudo o que a escola oferece e sendo, segundo seu critério, algo que dará continuidade ao que ela ensinava em casa. A escola por sua vez deve mostrar suas competências e auxiliar as famílias da melhor forma possível para essa adaptação acontecer, o que é de fundamental importância para ambas às partes. Então quando Sommer afirma que,

A escola é um dos espaços em que as crianças passam a maior parte do seu tempo, e nós, educadores, intencionamos oportunizar a elas momentos para brincar, pois a escola é lugar e tempo, sim, de viver momentos de ludicidade. Acreditamos que a infância constitui uma etapa peculiar do desenvolvimento humano, uma vez que apresenta influência notória sobre as demais e que, dessa forma, precisa ser assistida por meio de uma proposta pedagógica comprometida com a formação dos sujeitos. (SOMMER, 2014. p.10)

Mostrando assim que a escola tem sua parte na formação do cidadão que ele está ensinando. Mas de nada adianta se a família e a escola não trabalharem juntas. Pois na família a criança aprende a base para dar continuidade na escola, juntamente com os professores e direção. Com isso refletimos que a escola tem que ter um base curricular forte e promissora para que o ensino da criança e a família ser a base em casa para que a criança aprenda segundo seu próprios costumes.

CONCLUSÃO

A criança que é estimulada desde bebê pelos seus pais desenvolve seu psicológico, suas cognições e sua afetividade, porque os pais estimulam de uma forma divertida e alegre, com um brincar lúdico e educativo. A criança que brinca com sua mãe se desenvolve de uma forma saudável, relacionando-se com outras crianças e sabendo seus limites.

Pensando nisso surgiram algumas questões que problematizaram o tema desta pesquisa: Como o brincar influencia na relação mãe-bebê? De que forma influencia no desenvolvimento da criança?

Podemos afirmar que essa relação é de suma importância para a criança, pois ela se desenvolve melhor quando a mãe está por perto, mostrando assim que essa relação ajuda no desenvolvimento em vários aspectos.

Durante essa relação a mãe troca olhares com seu bebê, demonstra afeto, carinho e amor, ensinando ao filho que ela está sempre ao seu lado e isso é importante para ele. Durante pesquisa percebemos que a melhor parte dessa relação é o momento de amamentar, pois esse momento é só do filho com sua mãe, no qual eles trocam olhares, carinhos e atenção, demonstrando que os dois são únicos um para o outro. Nesse momento ainda, a mãe transfere segurança para seu filho, ajudando assim no desenvolvimento integral de seu filho.

Consideramos que as mães entendem a importância do brincar na relação mãe–bebê, compreendendo as contribuições no desenvolvimento da criança. Quando a mãe estimula seu filho através da brincadeira, isso também é importante, desde fazer cócegas até ensinar as partes do corpo quando está trocando sua roupa. Todos os momentos que a criança passa com sua mãe são fases para seu desenvolvimento.

Ao longo dessa pesquisa verificamos, também, a possibilidade de as crianças estimularem sua imaginação no brincar, sendo que isso é de grande importância para o desenvolvimento dela. Quando a criança imagina, ela retrata vivências e experiências do seu cotidiano. No momento que brinca não terá barreiras para a sua imaginação, pois tudo o que ela quiser fazer no mundo de sua imaginação, será possível.

Sendo assim, o brincar é importante nessa fase da primeira infância pelo fato de ajudar no desenvolvimento e a criança se divertir ao mesmo tempo. Na fase que a criança ainda não caminha, ela brinca de se esconder atrás de um pano ou de uma parede, ensinando assim a criança a perder a mãe e tê-la de volta, passando pela angústia, pois o brincar tem disso, a criança passa por vários sentimentos brincando: a angústia, a alegria, a frustração, a vitória, a raiva, entre outros, que ocorrem durante o brincar. O “se esconder” quando a criança é maior, já é mais a alegria de desaparecer e surgir do nada, pois a criança pode só colocar a mão na frente do rosto ou até parar atrás de uma porta, mas quando escuta sua mãe chegando logo corre em sua direção para abraçá-la e dizer que está ali.

Essa brincadeira tem vários significados para a criança, pois ela simula a perda da mãe e ganho dela também, da própria criança ter o poder de sumir e aparecer quando quiser, porque se ela não está vendo para os outros ela também entende que não estão lhe enxergando.

Tudo isso no momento que a criança vai para a escola ajuda na sua adaptação, para deixar seu filho na escola, passando assim a confiança que tem no corpo docente daquela escola. A escola também é responsável pelo desenvolvimento da criança, pois irá proporcionar várias experiências que ajudarão na relação com outras crianças e consigo mesmo, ensinando a criança a se conhecer e conhecer com quem convive ao seu redor.

Na escola a criança dará continuidade ao que vivenciou em casa, e para que ela se sinta bem, é necessário que a família passe confiança, demonstrando segurança através de gestos e falas positivas referentes ao ambiente escolar. Assim estimulando a criança no processo educativo de conviver em comunidade e formando assim um individuo que terá seu lugar na sociedade.

O brincar, então, faz parte da vida da criança e a relação com sua mãe também, pois essas terão função importante para o desenvolvimento da criança,

destacando que o brincar está em todas as fases de desenvolvimento, auxiliando e estimulando a criança no seu pleno desenvolvimento.

REFERÊNCIAS

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ARIÉS, Philippe. A história social da criança e da família. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1981.

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal 8.069/1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm>. Acesso em: 21 maio 2017.

LEBOVICI, S. (1987). O bebê, a mãe e o psicanalista. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.

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brincar. Ijui, 2016. Disponível em:

<file:///D:/Documentos%20em%20D/PEDAGOGIA/TCC/Ana%20Paula%20de%20Mo raes.pdf> Acesso em: 4 jun. 2017.

OLIVEIRA, Vera Barros de. O Brincar e a criança do nascimento aos seis anos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

ROCHA, Maria Silvia Pinto de Moura Librandi da. Não brinco mais: a (des)construção do brincar no cotidiano educacional. Ijui: Ed. UNIJUI, 2000.

SCHNEIDER, Alessandra; RAMIRES, Vera Regina. Primeira Infância Melhor: uma inovação em políticas pública. Brasília: UNESCO, Secretaria de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul, 2007.

SOMMER, Suzane Tatiane Kensy. O brincar na aprendizagem e no desenvolvimento da criança. Ijui. 2014. Disponível em: <file:///D:/Documentos%20em%20D/PEDAGOGIA/TCC/TCC%20Suzane%20Somme r%20%202014.pdf> Acesso em: 4 jun. 2017.

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WINNICOTT, D.W. O Brincar & a Realidade. Rio de Janeiro. Imago Editora Ltda. 1971.

______, D.W. A criança e o seu mundo. trad. Álvaro Cabral. – 6.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014.

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