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Brincar: um olhar pedagógico na relação mãe-bebê e sua influência no desenvolvimento infantil

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – UNJUI

FRANCIELA FÜHR

BRINCAR: UM OLHAR PEDAGÓGICO NA RELAÇÃO MÃE-BEBÊ E SUA INFLUÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Santa Rosa 2017

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FRANCIELA FÜHR

BRINCAR: UM OLHAR PEDAGÓGICO NA RELAÇÃO MÃE-BEBÊ E SUA INFLUÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Monografia apresentada para obtenção do título de licenciada em Pedagogia na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Orientadora: Ms Cléia Inês Rigon Dorneles

Santa Rosa 2017

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FRANCIELA FÜHR

BRINCAR: UM OLHAR PEDAGÓGICO NA RELAÇÃO MÃE-BEBÊ E SUA INFLUÊNCIA NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Monografia apresentada para obtenção do título de licenciada em Pedagogia na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Banca Examinadora:

_______________________________________ Profª Ms Cléia Inês Rigon Dornelles - UNIJUI

________________________________________ Profª Ms Claúdia Seger

Nota:____________________________________

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Dedico esta conquista aos meus pais, Edio Führ e Seres Teresinha Führ que foram de significativa importância para a realização deste TCC, bem como ao longo do curso que estou concluindo; a minha orientadora Cléia Inês Rigon Dorneles; à professora Leni Maria Spanivello Cavalheiro da Rosa; e aos demais que de alguma forma me apoiaram no decorrer do percurso acadêmico. Muito obrigada, de coração!

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RESUMO

A relação que a mãe tem com seu bebê é importante para o desenvolvimento dele, pois o estímulo que ela dá ao seu filho, desde a amamentação até ele ir pela primeira vez à escola é de suma importância. A presente pesquisa tem como objetivo analisar as contribuições e as influências que o brincar tem na relação mãe– bebê para compreender como este contribui no desenvolvimento da criança. Adotamos a metodologia de pesquisa descritiva com abordagem qualitativa e o instrumento utilizado foi grupo focal organizado em três encontros com três mães, através de questões norteadoras relacionadas aos problemas e objetivos propostos. A entrevista foi realizada individualmente com cada uma das mães. Após o aceite do termo de consentimento em participar da pesquisa, foi feito um cronograma e agendado as entrevistas com as mesmas. A primeira entrevistada era mãe de um bebê de 6 meses, a outra, de uma criança de 1 ano e meio e a última, de uma criança de 2 anos e meio. Observamos a diferença de um ano, para que assim pudéssemos identificar a diferença de seu desenvolvimento. O critério adotado para as idades das crianças justifica-se pela diferença de comportamento afetivo, cognitivo e motor. Também foi realizada uma entrevista com uma coordenadora pedagógica da Educação Infantil, para que pudéssemos ter a opinião dela e um olhar pedagógico referente à relação entre mãe e bebê, e como essa relação ajuda na adaptação da criança na escola. Por fim, concluímos que o brincar faz parte da vida da criança e da relação com sua mãe, pois essas terão função importante para o seu desenvolvimento infantil. O brincar está em todas as fases de desenvolvimento, auxiliando e estimulando a criança a se desenvolver física, emocional, cognitiva e socialmente.

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RESUME

The relationship a mom has with her baby is important for his/her development, because the stimulus she gives her child from the breast-feeding period until he/she goes to school for the first time is of utmost importance. The following research has the objective of analyzing the contributions and influences playing have in the mother-baby relationship to understand how it contributes in the development of the child. The method of descriptive research with qualitative approach was adopted and the utilized instrument was a focus group organized in three meetings with the three mothers, with the use of guiding questions related to the proposed problems and objectives. The interview was individually made with each of the mothers. After signing the consent term, a schedule was created with their interview dates. The first interviewed was the mother of a 6 months old baby, the other had a 1 and a half year old baby, and the other had a 2 and a half years old child. We observed the one year distance, as to be able to identify the difference in their development. The adopted criteria for the children ages is justified by the difference in their behavior; affective, cognitive and motor. There was also organized an interview with a coordinator, so that we could have her opinion and a pedagogical look in the relationship between mom and baby, and how it helps in the child‟s adaptation at school. Lastly, we concluded that playing is part of the child‟s life and of his/her relation with his/her mother, because those will have an important function for his/her development. Playing is present in all development stages, helping and stimulating the child to develop both physically, emotionally, cognitively and socially.

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LISTA DE ANEXOS

ANEXO A: REQUERIMENTO SOLICITANDO CONSENTIMENTO ... 39 ANEXO B: ENTREVISTA INDIVIDUAL - MÃES ... 40 ANEXO C: ENTREVISTA INDIVIDUAL - COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA ... 42

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 9 1 A CULTURA DO BRINCAR ... 14 2 O BRINCAR E SUA INFLUÊNCIA NA RELAÇÃO MÃE-BEBÊ ... 18 3 PERCEPÇÕES DO ESTÍMULO E A INFLUÊNCIA DA MÃE DURANTE OS PRIMEIROS ANOS DE VIDA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA ... 24 3.1 PRIMEIRA CATEGORIA: A ESTIMULAÇÃO NA RELAÇÃO MÃE-BEBÊ. ... 25 3.2 SEGUNDA CATEGORIA: A ESTIMULAÇÃO NO BRINCAR COM A CRIANÇA E SUAS BRINCADEIRAS FAVORITAS. ... 27 3.3 TERCEIRA CATEGORIA: A ESTIMULAÇÃO E A RELAÇÃO COM O VINCULO NO PERÍODO DA LICENÇA MATERNIDADE. ... 29 3.4 QUARTA CATEGORIA: OLHAR PEDAGÓGICO DA COORDENADORA EM RELAÇÃO AO VíNCULO MÃE-BEBÊ E ADAPTAÇÃO DA CRIANÇA NA ESCOLA 29 CONCLUSÃO ... 33 REFERÊNCIAS ... 36 ANEXOS ... 38

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INTRODUÇÃO

Já houve muitos estudos referindo-se à relação que a mãe tem com seu bebê, mostrando como ela é fundamental para o desenvolvimento da criança, pois o estímulo que ela dá, desde a amamentação, até seu filho ir pela primeira vez à escola, é de suma importância para ele.

Criança que brinca pode se tornar mais inteligente graças à diversidade de estímulos que recebe, pois a brincadeira é uma extensão da troca afetiva dos primeiros cuidados do bebê. Quando a mãe sorri, gesticula, conversa e canta são estímulos ao mesmo tempo lúdicos e afetivos.

Através do brincar, a criança chega a um desenvolvimento, podemos dizer que significativo, pois ela interage e se interessa pelo mundo que está a sua volta. Esse interesse surge nos primeiros meses de vida da criança, e sua mãe vai mostrando-lhe através de estímulos como tudo funciona. Esses estímulos encontram-se na brincadeira, que envolve a observação, a comunicação e a simbolização, que são alguns requisitos necessários para que possam existir um desenvolvimento integral e sadio da criança.

A relação que a mãe e o bebê têm, oscila, muitas vezes, porque o que a mãe passa para seu filho, são suas vivências e o que ela imagina ser bom para seu filho, fazendo com que assim sua relação não seja tênue e sim oscilante, como se fosse um playground. Segundo Winnicott:

No estado de confiança que se desenvolve quando a mãe pode desempenhar-se bem dessa difícil tarefa [...], o bebê começa a fruir de experiências baseadas num „casamento‟ da onipotência dos processos intrapsíquicos com o controle que tem do real. A confiança na mãe cria aqui um playground intermediário, onde a ideia da magia se origina, visto que o

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bebê, até certo ponto, experimenta onipotência (WINNICOTT, 1971. pág. 71).

Abordamos esta temática sobre a relação que as mães têm com seus bebês, de que forma ela é estimulada e como é o desenvolvimento dessa criança.

Uma criança que é estimulada desde bebê, vai ser uma criança provavelmente diferente de outras que não foram, porque os pais que estimulam tentam ensinar seus filhos de forma divertida e alegre, com um brincar lúdico e educativo.

Quando a criança brinca com sua mãe, ela fortalece seu vínculo e através dessa relação ela desenvolve seu psicológico, suas cognições e sua afetividade. Todos esses estímulos ajudam a criança a se desenvolver de forma saudável, relacionando-se com outras crianças e conhecendo seus limites.

Portanto surgem algumas questões que problematizam o tema desta pesquisa: O brincar influencia na relação mãe-bebê? De que forma influencia no desenvolvimento da criança?

Destacamos como objetivo geral a intenção que analisa as contribuições e as influências que o brincar tem na relação mãe–bebê para compreender como este contribui no desenvolvimento da criança. Os objetivos específicos pretendem: verificar de que maneira as mães estimulam seus bebês; analisar a influência do brincar na relação mãe-bebê; investigar as formas pelas quais as mães estimulam seus bebês; estudar como o estímulo ajuda no desenvolvimento dos bebês; identificar se a relação mãe-bebê influencia na adaptação da criança na escola.

Justificamos a intenção de pesquisar este tema, por compreender que o brincar é algo cultural do sujeito, por isso é importante haver estudos sobre este tema. O brincar e a relação da mãe com seu bebê será a questão central desse projeto de pesquisa.

No Programa Primeira Infância Melhor que é um projeto do Estado do Rio Grande do Sul, no qual trabalhamos por 2 anos, o brincar e a relação mãe-bebê são essenciais. Esse programa consiste em uma visitadora ir até as casas das famílias e desenvolver atividades que têm como objetivo o desenvolvimento motor, psíquico, da linguagem, socioafetivo e cognitivo dos bebês. É um programa pioneiro no Brasil, sendo o Rio Grande do Sul o único estado a tê-lo. Ele foi baseado no programa cubano “Educa a tu Hijo”, que tem como prioridade a atenção aos primeiros anos de vida. O programa se estrutura em três eixos: a família, a comunidade e a

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intersetoralidade, porque o programa visa alcançar áreas em que a população se encontra em estado de vulnerabilidade e risco social. Seu objetivo principal segundo SCHNEIDER e RAMIRES (2007,pág. 23) é “orientar as famílias, a partir de sua cultura e experiências, para que promovam o desenvolvimento integral de seus filhos, desde a gestação até os seis anos de idade, com ênfase no período de zero a três anos.”

Dessa forma, podemos dizer que a família que estimula e brinca com seu filho, está ajudando no seu desenvolvimento, porque o brincar é importante em todas as áreas, pois trabalha tudo o que engloba o desenvolvimento infantil. Criança que brinca é mais feliz, consegue fazer as coisas mais facilmente. O brincar ajuda no momento de fazer amizades, na imaginação, na criatividade. A criança que consegue ter imaginação na hora do brincar, entra num mundo de fantasia onde tudo é possível para ela.

Um exemplo disso é quando o bebê inicia seu brincar com o chocalho, pois ele chupa, morde, sacode e explora assim estimulando seu desenvolvimento, sua atenção e motricidade fina e ampla.

Por isso é importante deter-se a esse assunto e mostramos que uma criança estimulada desde bebê será uma criança bem desenvolvida, pois sem esse estímulo vindo de sua base que é a mãe, ela não conseguirá se desenvolver tão bem.

Observamos esta situação, no momento em que fizemos o Trabalho de Conclusão de Curso, para o curso de Psicologia, tendo como título “O brincar e o desenvolvimento psíquico da criança”. Nesse trabalho quisemos mostrar como o brincar ajuda no desenvolvimento e, como ele, junto com o estímulo, são a base para que a criança se torne mais tarde um adulto mais resolvido, pois no brincar vivenciamos muitas situações que usaremos como base quando formos adultos. Um exemplo concreto é quando, na brincadeira, temos que discutir nossas ideias referentes a alguma parte da brincadeira e temos que demonstrar o porquê a ideia que tivemos é melhor do que a do amigo. Assim vai ser quando o adulto tiver que mostrar por que sua ideia no trabalho é melhor do que a do seu colega.

Adotamos a metodologia de pesquisa descritiva com abordagem qualitativa e o instrumento utilizado foi grupo focal organizado em três encontros com as mães através de questões norteadoras relacionadas aos problemas e objetivos propostos. Utilizamos no referencial teóricos pesquisadores que estudam sobre a relação mãe-bebê, a forma como elas estimulam seus bebês e se este estímulo ajuda no

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desenvolvimento. Percebemos que o brincar ajuda a criança a entender o mundo, sendo que ela vai testar suas habilidades, como correr, pular, aprender as regras, alcançar resultados positivos e negativos dos seus feitos, vendo se pode ou não repetir na próxima vez. O brincar é importante em todas as áreas, trabalhando tudo o que envolve o desenvolvimento infantil.

A entrevista foi realizada com cada uma das mães. Após o aceite do termo de consentimento em participar da pesquisa, foi feito um cronograma e foram agendadas as entrevistas com as mesmas. A primeira entrevistada era a mãe de um bebê de 6 meses, a outra de uma criança de 1 ano e meio e a última, de uma criança de 2 anos e meio. Observamos a diferença de um ano, para que assim pudéssemos identificar a diferença de seu desenvolvimento. O critério adotado para as idades das crianças justifica-se pela diferença de comportamento, afetivo, cognitivo e motor. Os procedimentos da coleta de dados foram organizados num primeiro momento, encaminhando a autorização para a escola e para as mães para a realização da pesquisa, após foi feita entrevista individual. Também foi realizada uma entrevista com uma coordenadora pedagógica da Educação Infantil, para que pudéssemos ter a opinião dela e um olhar pedagógico referente à relação entre mãe e bebê, e como essa relação ajuda na adaptação da criança na escola.

Organizamos a pesquisa em três capítulos: o primeiro trata sobre A cultura do brincar, mostrando como era o brincar antigamente e como a infância era vista neste tempo; o segundo, sobre O brincar e sua influência na relação mãe-bebê, mostrando como essa relação tem significado importante para o desenvolvimento da criança e como influência no crescimento da mesma. E o terceiro capítulo trata sobre a Percepção do estímulo e a influência da mãe durante os primeiros anos de vida no desenvolvimento da criança, mostrando como as mães entrevistadas observam seus filhos e os estimulam através do brincar e sua relação. Nas considerações finais apresentamos uma síntese do processo de estruturação deste trabalho mostrando como a relação da mãe com seu bebê e o brincar são fundamentais para o desenvolvimento da criança. Nos anexos foram trazidas as perguntas que foram feitas para as mães e para a coordenadora pedagógica, junto com o requerimento solicitando o consentimento para as mesmas.

Para tanto a pesquisa também foca no momento em que os pais decidem colocar a criança em uma escola, essa precisa sentir-se segura e aconchegada, mas isso depende da forma como as famílias vão trabalhar com seu filho. Quando a

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criança está na escola, procura-se dar continuidade ao que os pais estavam fazendo com ela em casa, continua-se a estimulação para o processo de aprendizagem. Mas todo esse processo depende da cultura dos pais e como eles estimulam seus filhos em casa para conseguir desenvolver de forma segura e saudável seu filho.

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1 A CULTURA DO BRINCAR

Ao longo dos séculos a infância não era vista como algo que existisse, pois as crianças era consideradas “mini-adultos”, que precisavam ajudar no sustento da casa.

O conceito ou a ideia de infância não era vista, pois não havia separação entre o mundo infantil e adulto. A criança era tratada como um adulto em miniatura, tanto na forma de se vestir até no momento de participar de reuniões, festas e danças. Não se acreditava que tivesse inocência ou diferença entre crianças e adultos. Segundo Ariés,

Até por volta do século XII, a arte medieval desconhecia a infância ou não tentava representá-la. É difícil crer que essa ausência se devesse à incompetência ou à falta de habilidade. É mais provável que não houvesse lugar para a infância nesse mundo. (ARIÉS, 1981, p.17).

As crianças eram vistas como seres produtivos que precisavam ajudar no sustento da casa. Conforme iam crescendo já começavam a trabalhar e ajudar em casa. Nesse tempo não existia o sentimento de amor materno, as famílias eram mais sociais e não sentimentais, porque as mães precisavam cuidar da casa e do seu marido, e seus filhos tinham que ajudá-las.

Com o passar dos anos, as crianças começaram a imitar o que os adultos faziam e inserir algo mais divertido, mas também as pessoas começaram a ver que aqueles “mini-adultos” eram crianças que precisam brincar. Então, assim, com a evolução histórico-cultural, as crianças puderam deixar de ser os “mini-adultos” para desfrutar do brincar e serem apenas crianças.

Mas TIZUKO(1994), os traz no seu texto “O jogo e a educação infantil”, que cada cultura tem uma maneira de ver, tratar e educar uma criança, pois nas antigas concepções, a criança era vista como homem em miniatura, revelando assim uma visão mais negativa, como um ser inacabado, sem nada específico e original, sem valor positivo.

Com o tempo, essa visão foi mudando e a infância começou a ser vista como algo que é necessário para o desenvolvimento de um bom adulto, mostrando que a cultura da infância e a forma como esse adulto viveu sua infância, influenciará como ele criará seus filhos. Segundo Tizuko,

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A imagem de infância é reconstituída pelo adulto, por meio de um duplo processo: de um lado, ela está associada a todo um contexto de valores e aspirações da sociedade, e, de outro, dependente de percepções próprias do adulto, que incorporam memórias de seu tempo de criança. Assim, se a imagem de infância reflete o contexto atual, ela é carregada, também, de uma visão idealizada do passado do adulto, que contempla sua própria infância. Reconstituir a infância expressa no brinquedo é reconstituir o mundo real com seus valores, modos de pensar e agir e o imaginário presente no criador do objeto. (TIZUKO,1994, p.109)

Antigamente as crianças eram influenciadas a brincar com instrumentos que os pais utilizavam para trabalhar, mostrando que esses instrumentos poderiam se tornar brinquedos através do olhar do adulto. Esses brinquedos eram fundamentais para fazer a ligação com essas atividades do cuidado e sustento da casa. Segundo Rocha,

Gradualmente, a relação entre instrumentos de trabalho e objetos lúdicos vai se tornando mais indireta, surgindo neste distanciamento a constituição de duas categorias bem distintas: objetos feitos para o trabalho e objetos feitos para brincar; neste processo, as ações necessárias e o produto da utilização dos últimos se tornam cada vez mais simbólicos, constituindo-se, assim, as condições históricas necessárias para o aparecimento do jogo de faz-de-conta. (ROCHA, 2000. p.61)

As brincadeiras dessas crianças eram baseadas no trabalho de seus pais, pois esses mesmos ajudavam as crianças a fazerem seus brinquedos ou ensinavam brincadeiras usando materiais do seu cotidiano como, por exemplo, carrinho com sabugo de milho e boneca de pano, entre outros. As crianças aprendiam brincando com algumas coisas que utilizariam quando fossem adultos, como as meninas costurando roupas para suas próprias bonecas.

A partir desses exemplos, vemos que a cultura sempre está inserida na criança, sendo que seus pais desde o nascimento estão em contato com a criança e transmitindo-lhe sua cultura como foi feito com eles. Esse contato social com o brinquedo e a brincadeira são fundamentais para a construção da autonomia e da convivência.

A família é a principal responsável pela proteção da criança, mostrando os valores e normas que a sociedade tem e isso deve ocorrer em um ambiente alegre, com amor e compreensão, para que a criança se sinta amada e protegida. O olhar da família para a criança ajuda na proximidade e afeto, e isso está previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no artigo 4º, que diz:

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é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.(BRASIL.1990)

Ao longo dos anos percebemos que a criança foi sendo vista como alguém que deve ser cuidada e amada, para que cresça e seja um adulo consciente de seus direitos e deveres. As crianças têm também seus direitos e deveres segundo o ECA, e o lazer está entre eles, mostrando que a criança tem direito a brincar e se divertir, pois isso é fundamental para sua formação.

As crianças estão em contato o tempo todo, durante as brincadeiras, com os signos que são produzidos pela cultura em que estão inseridos. A brincadeira de casinha, os brinquedos de guerra, os heróis da televisão ou as brincadeiras de roda, são todos elementos que fazem parte da transmissão cultural, pois a criança brinca conforme o que lhe foi transmitido, mas também cria, a partir disso, suas próprias atribuições para o que ela imagina que poderá ser feito, remodelando e redefinindo continuamente. Oliveira traz que,

O ambiente onde vivemos, muito mais do que um meio meramente físico, possui características específicas relativas à história de vida de cada um de nós. Criamos um vínculo pessoal e duradouro com as pessoas e objetos que nos cercam. Eles passam a fazer parte, de certa forma, de nós mesmos, de nossa memória, de nosso eu. Com eles criamos e fortalecemos laços que nos afirmam e definem, fazendo-nos sentir a segurança e a profunda satisfação de pertencer realmente a um grupo. (OLIVEIRA, 2014. p 97).

Nesse sentido, a criança desde pequena traz consigo a cultura que seus pais também carregam, tecendo assim ligações do passado deles com o que está vivendo no seu presente, ajudando na compreensão do porque seus pais lhe ensinam e brincam consigo assim, o que mostra a forma com que seus pais também foram ensinados. Eles estimulam as crianças baseados no senso comum, que é resultado da herança do seu grupo social e das experiências que trazem consigo.

A família é a base para o desenvolvimento da criança, essa passa por constantes transformações, por causa da sua cultura que é diferente, pois o pai traz a cultura que teve de seus pais e a mãe a cultura dela. No momento em que se unem, passam a misturar suas culturas, transformando-as em uma só, para que a criança se torne membro do meio em que nasceu. Então, por isso, a criança

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depende essencialmente da sua família, não sendo somente de existência física, mas também de desenvolvimento integral de humanização. Portanto a cultura do brincar está vinculada ao que a criança vivência em casa e com seu pais, sempre aprendendo segundo a cultura que o outro lhe traz..

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2 O BRINCAR E SUA INFLUÊNCIA NA RELAÇÃO MÃE-BEBÊ

Já houve muitos estudos referindo-se à relação que a mãe tem com seu bebê, mostrando como isso é importante para o desenvolvimento da criança, pois o estímulo que a mãe dá, desde a amamentação até seu filho ir pela primeira vez à escola, é de suma importância para ele.

Criança que brinca pode se tornar mais inteligente, graças à diversidade de estímulos que recebe, pois a brincadeira é uma extensão da troca afetiva dos primeiros cuidados do bebê. Quando a mãe sorri, gesticula, conversa e canta são estímulos ao mesmo tempo lúdicos e afetivos.

Neste processo, a presença de adultos e/ou de outras pessoas mais experientes que constituem seu cenário social é fundamental: mediam constantemente o contato da criança com o mundo, apresentando os objetos e/ou tornando-os disponíveis à criança, agindo com eles e propondo a ela que aja também; o uso da linguagem é de suma importância, uma vez que não se trata de simples manipulações dos objetos e sim da apropriação dos modos de ação possíveis com eles, historicamente formados e fixados, e socialmente transmitidos, privilegiadamente através da palavra. (ROCHA, 2000, p.62)

Através do brincar, a criança chega a um desenvolvimento, podemos dizer que completo, pois ela interage e se interessa pelo mundo que está a sua volta. Esse interesse surge nos primeiros meses de vida da criança, sendo sua mãe a mediadora que vai lhe mostrando, através de estímulos, como tudo funciona. Esses se encontram na brincadeira que envolve a observação, a comunicação e a simbolização, que são alguns requisitos necessários para que possa existir um desenvolvimento integral e sadio da criança.

A relação que a mãe e o bebê têm oscila, muitas vezes, porque o que a mãe passa para seu filho, são suas vivências e o que ela imagina ser bom para seu filho, fazendo com que assim sua relação não seja tênue e sim oscilante, como se fosse um playground. Segundo Winnicott:

No estado de confiança que se desenvolve quando a mãe pode desempenhar-se bem dessa difícil tarefa [...], o bebê começa a fruir de experiências baseadas num „casamento‟ da onipotência dos processos intrapsíquicos com o controle que tem do real. A confiança na mãe cria aqui um playground intermediário, onde a ideia da magia se origina, visto que o bebê, até certo ponto, experimenta onipotência (WINNICOTT, 1971. p. 71).

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No início, a criança centraliza suas atenções para sua mãe porque é a pessoa que ela mais conhece, pois as batidas do coração da mãe e sua voz foram os sons que ela mais sentiu quando ainda estava sendo gestada. Tudo isso para a criança vai fazendo significância.

No livro “A criança e seus jogos” de ABERASTURY(1992), a autora comenta que um dos momentos importantes no início do desenvolvimento infantil, é quando a mãe pega o bebê no colo, pois ele sente a pele de sua mãe. No momento em que a mãe amamenta o bebê, ela passa a segurança que seu filho necessita para se desenvolver, pois essa troca de olhares estimula a visão da criança e ao mesmo tempo a afetividade entre eles. Sobre esse aspecto Lebovici acrescenta que:

Durante a amamentação, a díade mãe-bebê encontra-se em grande interação. Por nascer imaturo neurologicamente, o bebê exige maiores cuidados maternos daqueles que estão garantindo a sua sobrevivência. Sendo assim, os primeiros meses de vida têm sido identificados como um periodo em que a mãe e o bebê estabelecem uma interação recíproca muito forte. (LEBOVICI, 1987, p. 54)

A criança de alguma forma durante essa troca demostra suas habilidades em absorver as informações necessárias para seu desenvolvimento e assim continua mantendo a interação com a mãe, ativa. No início essa relação é muito forte entre mãe-bebê, porque é quando eles estão descobrindo um mundo novo. Segundo Schneider e Ramires,

Os primeiros anos de vida de uma criança constituem um período crucial para o seu desenvolvimento, em todas as esferas que compõem: afetiva, cognitiva, social, física. Desenvolvimento é definido como um processo de mudança no qual a criança passa a dominar níveis cada vez mais complexos de movimento, pensamento, sentimento e de interação com pessoas e objetos do ambiente. Desenvolvimento infantil envolve tanto

um gradual desdobramento das características biologicamente

determinadas quanto de traços que resultam das experiências e aprendizagens infantis. Os aspectos físicos, mental e emocional são fundamentais no desenvolvimento global da criança. A aprendizagem é também crucial para o desenvolvimento. É definida como o processo de aquisição de conhecimentos, habilidades, hábitos e valores a partir da experiência, experimentação, observação, reflexão e/ou estudo e instrução. (SCHNEIDER e RAMIRES 2007, pág. 36, apud MYERS 1995, apud EVANS, 200)

Percebemos assim que o desenvolvimento da criança está vinculado com a presença da mãe, dos estímulos que ela faz para com seu filho, da relação com as

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outras pessoas e da forma que se comporta diante dos desafios diários que são lançados para ela.

A criança vai aprendendo a “perder” a mãe e a tê-la ao mesmo tempo, através de brincadeiras como a de se esconder atrás de um pano e surgir novamente. Assim a criança vai aprendendo a viver com a ausência de sua mãe e sabe que ela voltará. Segundo Aberastury:

Brincar de se esconder é sua primeira atividade lúdica e com ela elabora a angústia de desprendimento, a desolação por um objeto que deve perder. [...] a criança brinca com seu corpo e com os objetos; desaparece atrás do lençol e torna a aparecer; dessa maneira, o mundo momentaneamente se oculta e ela volta a recuperá-lo quando seus olhos se libertam do objeto atrás do qual estava escondida. Brincar também com os olhos: fechá-los e abri-los é perder o mundo ou possuí-lo (ABERASTURY, 1992, p. 26)

É no brincar que a criança vivencia vários sentimentos, um deles é a angústia, tanto de perder algo, como sua mãe, mas também não ter controle de algo. Como em uma brincadeira que a criança tenta controlar as ideias e os que estão junto não concordam e fazem do seu jeito, fazendo com que assim o que teve a ideia se angustie por não fazerem o que quer. A criança passa por várias experiências durante uma brincadeira, sempre aprendendo. Essas experiências o ajudam a lidar com os problemas de seu dia-a-dia. Segundo Winnicott,

A criança adquire experiências brincando. A brincadeira é uma parcela importante da sua vida. As experiências tanto externas como internas podem ser férteis para o adulto, mas para a criança essa riqueza encontra-se principalmente na brincadeira e na fantasia. Tal como as personalidades dos adultos, [...] assim as das crianças evoluem por intermédio de suas próprias brincadeiras e de invenções de brincadeiras feitas por outras crianças e por adulto. [...] A brincadeira é a prova evidente e constante da capacidade criadora, que quer dizer vivência. (WINNICOTT, 2014, p. 163).

Entende-se, então, que na brincadeira a criança irá aprender a lidar com suas frustrações e que ela necessita disso para lidar com os problemas que terá no seu dia-a-dia. O adulto é um dos responsáveis por estar perto nesses momentos para auxiliar como a criança deve agir, dando-lhe suporte para que assim a criança aprenda.

Mais tarde surge outra forma de brincar que é com a sua fala, os balbucios com os quais a criança brinca com os sons de sua voz e com os sons de alguns

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objetos, como por exemplo, o chocalho. No momento em que a criança começa a balbuciar, a mãe deve escutar e depois repetir o balbucio para mostrar que aquilo que a criança reproduz tem significância para a mãe. Nesse momento a mãe está estimulando sua cognição, pois através da fala, a criança depois começa a se comunicar.

O chocalho é um brinquedo que podemos dizer que reproduz a mãe, porque a criança brinca chupando, mordendo, batendo, assim vai tranquilizando-se e tornando-se cada vez mais atenta para as coisas ao seu redor. A mesma coisa a mãe que a estimula a brincar e que a tranquiliza para conseguir enxergar o que há ao seu redor.

Mais tarde a criança mostra quanto essa relação com a mãe é importante, pois sua presença não somente a tranquiliza, mas também lhe transfere confiança. Como Aberastury traz que,

[...] sua mãe já representa para ela mais do que aquela que lhe acalma a fome: ela é uma voz, um contacto, um sorriso, o ritmo de seus passos; precisa da mãe simplesmente para saber que não desapareceu, que pode possuí-la e contar com ela; o temor de perdê-la é a angústia mais intensa nesta idade; toda a sua vida emocional está impregnada desta angústia: é o motor do brinquedo e de todas as atividades que descrevemos (ABERASTURY, 1992, p. 31).

A mãe tem grande influência nesse desenvolvimento da criança, pois sua presença lhe causa conforto e confiança para fazer as coisas e dessa forma conseguir se desenvolver melhor. Quando as crianças já são maiores, elas brincam com objetos de seu cotidiano. As meninas cuidam da boneca, dando-lhe comida, banho, cuidando da casa. Os meninos brincam de andar de carro com os amigos, jogar futebol, etc. Assim, as crianças vão brincando com o que seus pais lhe ensinaram em casa e depois quando vão para a escola já tem uma carga de conhecimentos e vivências que trazem consigo. Sobre isso Rocha nos relata que,

No processo de constituição da capacidade lúdica, portanto, a presença do outro é fundamental. A criança se depara com pessoas que provocam e propõem as mais diversas ações, entre as quais se encontram ações simbólicas; através da fala também interpretam como lúdicas, ações executadas pela criança com os objetos, que talvez, inicialmente, não tivessem essa natureza. (ROCHA. 2000, p.63)

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As crianças que foram estimuladas desde pequenas, no momento que vão para a escola, serão crianças desenvolvidas na parte de criatividade, imaginação, interação com outras crianças, entre outras fases do desenvolvimento. Podemos assim dizer que essa relação que a mãe tem com seu bebê, mais adiante mostrará o quanto valeu a pena estar estimulando seu filho. Para Moraes devemos,

Compreender a criança como um ser cultural e que possui necessidades específicas, a infância como uma fase da vida única e especial, os espaços e os materiais como ferramentas para realizar um bom trabalho e garantir a aprendizagem, o tempo como algo que precisa ser respeitado, as linguagens como parte do mundo que devem ser conhecidas e o currículo pensado para atender a complexidade infantil presente na sociedade. (MORAES, 2016 p.13)

Assim sendo, a criança, que é um ser cultural no momento que ela for levada para uma escola, vai utilizar da sua cultura familiar para se embasar nas suas atitudes perante os outros. Mas é necessária toda essa fase anterior que é o vínculo e a segurança que sua mãe lhe deu, para que assim quando for para a escola, se sinta segura e saiba que sua mãe vai voltar para buscá-la.

As brincadeiras e estímulos que a mãe dá em casa são usados na escola. Um exemplo disso é a brincadeira de se esconder de procurar a mãe, a criança perde por um momento a mãe, mas sabe que ela volta, assim vai ser na escola, a angústia de não vê-la será substituída pela tranquilidade de entender que ela volta e que naquele ambiente ela é cuidada e amada como ela é pela sua mãe. Mas Sommer continua que,

A escola é um dos espaços em que as crianças passam a maior parte do seu tempo, e nós, educadores, intencionamos oportunizar a elas momentos para brincar, pois a escola é lugar e tempo, sim, de viver momentos de ludicidade. Acreditamos que a infância constitui uma etapa peculiar do desenvolvimento humano, uma vez que apresenta influência notória sobre as demais e que, dessa forma, precisa ser assistida por meio de uma proposta pedagógica comprometida com a formação dos sujeitos. (SOMMER, 2014. p.10)

A escola também tem sua parcela no desenvolvimento da criança, pois é nela que a criança vai vivenciar várias experiências e relações que a ajudam na sua comunicação e construção do seu eu investigativo e criativo.

É notório que a escola também ajuda no desenvolvimento da criança e que todos precisamos estar juntos para que essa educação de qualidade aconteça, pois

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na escola a criança continua aprendendo segundo o que trouxe de casa. Para que a criança se sinta bem na escola, é preciso que a família passe essa confiança, dizendo que ir para a escola é muito bom e que lá vai aprender bem mais. Nesse processo educativo a criança aprende a viver em comunidade e formar-se como um indivíduo que vai assumir seus valores e ideias, bem como, seu lugar no mundo.

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3 PERCEPÇÕES DO ESTÍMULO E A INFLUÊNCIA DA MÃE DURANTE OS PRIMEIROS ANOS DE VIDA NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Inicialmente analisamos o perfil das mães que entrevistamos para obter um melhor entendimento de quem são essas mães, como elas se veem perante seus filhos e após isso fizemos uma análise melhor das respostas.

A primeira mãe entrevistada denominamos como a mãe A. Ela tem uma criança de 6 meses. É uma jovem, que veio do interior com 17 anos. Iniciou o curso de Letras, Português, mas não conseguiu finalizá-lo no período que deveria, por ter muita dificuldade de se comunicar, de se relacionar com as pessoas, por ter vindo de uma família de cultura alemã muito forte. Faz este curso para conseguir se superar, enfrenta-o, como um desafio. Ela e o marido planejaram muito a gravidez e aguardaram o momento certo para que isso acontecesse.

Assim como muitas outras mães, ela passou por muitas dificuldades, e até hoje batalha bastante para poder dar o melhor para seu filho. Tenta passar tudo o que aprendeu em casa quando criança, protegendo seu filho, mas ao mesmo tempo buscando a melhor forma para a criança aprender a se defender, ter contato com vários ambientes para que depois, em sociedade, ela possa se relacionar e conviver com os desafios e com as mudanças.

É formada em RH, trabalha nesta área, e até agosto deste ano, concluirá o curso de Letras, porque sempre disse para quem estava mais próximo dela que não adianta reclamar se as coisas não estão boas, para que elas se tornem melhores, ela precisa buscar e fazer valer para que as coisas melhorem. Então procura não parar no tempo, não tem como acompanhar tudo, por condições financeiras, mas mesmo assim busca sempre o novo.

Nesse momento da sua vida, a rotina é bem intensa para ela, precisa conciliar diversas tarefas: ser mãe, dona de casa, profissional, estudante. Ela entende que são fases e que precisa enfrentar esta realidade, por isso busca forças que antes imaginava não ter, mas que na realidade hoje consegue. Sabe que não é fácil, mas é uma fase que vai passar.

A segunda mãe é a mãe B. Tem uma criança de 1 ano e 6 meses e outra de 7 anos. É formada no Magistério, Contabilidade e Administração. Ela largou tudo para ser mãe, para ficar só com as crianças. Ela se considera uma mãe carinhosa, bem dedicada, procura ser uma mãe bem participativa na escola, sendo mãe

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conselheira, tentando ajudar a professora no que for possível. Mas também tentando se dedicar 100% às crianças em casa.

A terceira mãe é a mãe C, que tem uma criança de 2 anos e 6 meses. Ela trabalha em uma escola de Educação Infantil, com a turma do Pré II. É formada em Pedagogia e tem duas pós-graduações: uma em Educação Infantil e outra em Orientação, Supervisão e Direção. Ela relata que é uma mãe briguenta, às vezes, que cobra muita responsabilidade da filha, mas é uma mãe amorosa, que gosta de brincar bastante, fazer piada, ser engraçada, gosta de beijar e abraçar, e também de ganhar beijos e abraços.

Para um melhor entendimento do que significa para as mães a sua relação com a criança e como elas veem essa relação no desenvolvimento dos seus filhos, dividimos o relato das mães em quatro categorias para poder analisar melhor como essa relação pode ser importante para a criança e o quanto o vínculo e o estímulo são fundamentais nesse início de vida. A primeira categoria foi sobre a estimulação na relação mãe-bebê; a segunda categoria, a estimulação no brincar com a criança e suas brincadeiras favoritas; a terceira categoria, a estimulação e a relação com o vínculo no período da licença-maternidade e a quarta categoria, o olhar pedagógico da coordenadora em relação ao vínculo mãe-bebê e à adaptação da criança na escola.

3.1 PRIMEIRA CATEGORIA: A ESTIMULAÇÃO NA RELAÇÃO MÃE-BEBÊ

Entendemos que todas as mães estimulam seus bebês porque acreditam que a estimulação ajuda na relação, na segurança, pois ela transfere confiança para a criança. Essa presença da mãe no desenvolvimento é fundamental, para que ela se desenvolva melhor, mostrando que essa relação ajuda tanto no desenvolvimento cognitivo como também no emocional da criança.

Para a mãe A, a sua relação com a criança é de amor, de afeto, de carinho, de troca, de estar aprendendo junto com ela, de passar esse amor e essa segurança para ela. A criança se sente confortada e aconchegada em seu colo, principalmente no momento do amamentar, pois no momento ela está com 6 meses e continua mamando ao peito, principalmente à noite. Sobre esse aspecto Lebovici acrescenta que:

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Durante a amamentação, a díade mãe-bebê encontra-se em grande interação. Por nascer imaturo neurologicamente, o bebê exige maiores cuidados maternos daqueles que estão garantindo a sua sobrevivência. Sendo assim, os primeiros meses de vida têm sido identificados como um período em que a mãe e o bebê estabelecem uma interação recíproca muito forte. (LEBOVICI, 1987, p. 54)

A mãe A relatou que a estimulação é fundamental para o desenvolvimento cognitivo da criança, para que assim ela consiga se desenvolver fisicamente também. Todos esses pequenos detalhes, são importantes principalmente o exemplo do amamentar que é um dos momentos em que a criança, através dele, vai desenvolver vários sentidos. A criança está mamando e está interagindo, ela está sentindo pela troca de olhares. A mãe percebe que a sua presença é de extrema relevância para a vida da criança e que isso é fundamental desde o primeiro contato na maternidade, pois ela precisa da mãe.

Para a mãe B, a relação com a criança é muito forte, pois ela é muito agarrada à mãe desde pequena. Elas brincam muito. Tudo o que a mãe vai fazer com ela é conversado e explicado como será a rotina daquele dia. Sobre estimular a criança, a mãe, desde muito cedo, foi preocupada em comprar brinquedos de montar, girafas de colocar bolinhas que giram e caem, sendo esse estímulo feito a partir dos 6 meses de idade. Outra forma que ela usa para estimular a criança, é através de atividades desenvolvidas com lápis-de-cor, giz-de-cera, permitindo até que a criança desenhe nas paredes. A mãe observou que assim a sua presença é importante. No início ela não queria ser mãe, até que nasceu seu primeiro filho. Depois ela deixou tudo para ficar com ele. Quando nasceu seu segundo filho, ela viu como sua presença ajudava no desenvolvimento da criança, então ela deixou de trabalhar para ficar todo o tempo com eles, pois não queria perder as fases do desenvolvimento dos filhos e assim participava de tudo na vida deles. Para ela, a criança desde que nasce, precisa da mãe, pois a sua presença a tranquiliza. O olhar, o aconchego do abraço quando a criança está triste, são fundamentais.

Para a mãe C, a sua relação com a criança nos primeiros meses foi de estar sempre juntas. A mãe estimulava a criança brincando, sempre cantando músicas, contando histórias, brincando com as perninhas e as mãozinhas, promovendo assim o estímulo para os movimentos.

Atualmente a mãe fica só meio dia com a criança. Elas brincam quando acordam, rolam na cama, cantam e depois brincam na sala até o momento de ir para

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a escola. A mãe disse que o estímulo é importante e vê isso não só como mãe, mas como professora, que isso é essencial, porque percebe a diferença entre uma criança que é estimulada com brincadeiras e a que não é. A mãe relata que estimulou a criança desde a gravidez, sempre cantando músicas e brincando. Mas ela percebe que é importante a estimulação através do que ela visualiza no desenvolvimento da sua criança, que ela é comunicativa, sempre dando um jeito de se comunicar para explicar o que deseja, pois quando era mais nova e não sabia falar, demonstrava através de algum gesto ou choro.

A mãe C observou que a sua presença na vida da criança é importante pelo fato de elas terem uma ligação forte, principalmente no início da vida quando a mãe amamentava, e ela mamou até completar um ano e então decidiu por conta que não queria mais. Essa relação da mãe com seu filho é muito importante, muito saudável, tanto para a mãe como para a criança, pois nesse momento a troca de carinho, de amor, de atenção é fundamental, criando-se assim um forte laço entre elas.

3.2 SEGUNDA CATEGORIA: A ESTIMULAÇÃO NO BRINCAR COM A CRIANÇA E SUAS BRINCADEIRAS FAVORITAS

Através do brincar a criança desenvolve os aspectos cognitivo, motor e psíquico. Mas tudo isso só será desenvolvido se ela tiver uma relação, um estímulo vindo de alguém. Esse estímulo através do brincar ajudará a criança a compreender melhor o mundo a sua volta, mostrando como trabalhar com suas angústias e desejos. Em cada fase do desenvolvimento da criança, ela terá uma brincadeira favorita ou algo que estimule sua curiosidade.

Em relação a isso, a mãe A relata que os estímulos em relação ao brincar ajudam para o desenvolvimento tanto físico como cognitivo. A mãe percebeu isso na criança, quando ela brinca desde o acordar pela manhã, na hora de pegá-la no berço, já é um bom dia alegre, aquele sorriso gostoso, aquele retorno, pegar ela no colo, já faz um carinho, já começa uma brincadeira, já começam o dia interagindo. Desde o acordar até o dormir à noite, são várias brincadeiras.

O cantar, o dançar, o esconde-esconde são brincadeiras favoritas dela, mas a principal é o esconde-esconde, pois desde pegar uma fraldinha de pano ou brinquedo ou até de a criança estar no colo do pai e procurar pela mãe, é o momento de maior interação entre eles. Segundo Aberastury:

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Brincar de se esconder é sua primeira atividade lúdica e com ela elabora a angústia de desprendimento, a desolação por um objeto que deve perder. [...] a criança brinca com seu corpo e com os objetos; desaparece atrás do lençol e torna a aparecer; dessa maneira, o mundo momentaneamente se oculta e ela volta a recuperá-lo quando seus olhos se libertam do objeto atrás do qual estava escondida. Brincar também com os olhos: fechá-los e abri-los é perder o mundo ou possuí-lo (ABERASTURY, 1992. p. 26)

Na hora do banho, a criança adora brincar dentro da banheira, ela gosta muito de água, então a mãe aproveita e vai introduzindo brincadeiras, enchendo de beijos, fazendo cócegas, estimulando. Quando está em casa nos finais de semana, a mãe deixa a criança mais livre para que possa rolar, tendo a iniciativa de tentar levantar, engatinhar, para que assim vá estimulando movimentos para engatinhar e ficar em pé.

Para a mãe B, o brincar é importante pelo fato de ajudar na coordenação motora no pintar, na hora de eles dançarem e cantarem as músicas que a mãe coloca na TV, pois a criança ama cantar e dançar. As outras brincadeiras são: tocar violão, ler livros, brincar de pega-pega, de esconde-esconde. A brincadeira favorita é o esconde-esconde quando a criança se esconde atrás de algum lugar e a mãe vai procurar. A criança não consegue ficar escondida e logo aparece dando risada. No momento que a mãe se esconde, a criança chama por ela e quando a acha lhe dá um abraço bem apertado.

A mãe C, disse que o brincar ajuda a criança a se soltar, a ficar mais desinibida, pois a criança vai aprendendo a dizer o que quer, quais são as suas vontades, vai aprendendo o limite sobre o certo e o errado. As brincadeiras que a mãe e a criança fazem são: brincar de cavalinho, andar em cima do pé da mãe, cantar músicas de animais e dos sons dos animais, brincar de pega-pega, esconde-esconde, fazer comidas com massa de modelar, jogos, desenhar, salão de beleza, etc. Mas a brincadeira favorita da criança, é brincar de formiga subindo nela. A mãe faz cócegas com os dedos no corpo da criança como se fosse uma formiga subindo e assim as duas dão muitas risadas.

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3.3 TERCEIRA CATEGORIA: A ESTIMULAÇÃO E A RELAÇÃO COM O VÍNCULO NO PERÍODO DA LICENÇA-MATERNIDADE

Nos primeiros meses de vida da criança a relação e estimulação da mãe são fundamentais para seu desenvolvimento, pois ela se encontra em uma organização que a ajudará a construir o seu eu em relação às outras pessoas. Por isso esses quatro primeiros meses são essenciais para que a criança se desenvolva bem.

A mãe A, relatou que durante esses quatro meses esteve exclusivamente voltada para a criança, tentando dar o melhor, estando o mais próximo possível. Na questão do amamentar, que é de fundamental importância, a mãe percebeu que a criança se sente segura no colo e que pode transmitir situações boas durante esse período. Segundo a própria fala da mãe “o leite materno pode ser um remédio para a criança”, pois é através dele que o bebê se desenvolve e, com isso, a mãe acredita que o colo, o aconchego, o carinho, o amor que ela passou para a criança durante esse período, também foram de extrema importância para o seu desenvolvimento. A mãe relatou que nesse momento da amamentação, sempre teve como foco a criança, o olhar para ela, a conversa em tom suave e calmo era só com ela, o que trazia tranquilidade para a criança.

Tudo isso a mãe realizou pensando como sendo uma forma de estímulo para a criança. Em outros momentos também pode ser realizado esse estímulo que é durante o banho e o rolar. É fundamental ela estar em contato também com outras pessoas, com outras crianças. Nesse sentido, a mãe pensa que a criança não fica só no seu mundinho e sim interage com outras crianças, que tenha contato com a natureza e que ela possa ir reconhecendo o ambiente também. Outro aspecto relatado pela mãe é que ela tenta não deixar a criança pegar tudo o que quer, mas fazer com que tenha esse contato com os objetos, porque isso também é estímulo; é fazer com que a criança busque ter a vontade, o interesse para alcançar as coisas, de atiçar essa curiosidade nela.

Já a mãe B, não lembra muito desse período, mas disse que ela pode amamentar, dar atenção e estar com seu filho, mesmo tendo outra criança dentro de casa. Explica também que o estímulo que ela pode dar ao seu filho foi nos momentos do banho, das brincadeiras, na hora de dar de comer, pois sempre estava conversando e interagindo com a criança e essa lhe retribuía com risadas, demonstrando que estava gostando do que a mãe estava fazendo. Ela entende que

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o estímulo está em cada ato que a mãe tem com seu filho, através das brincadeiras, mostrando o que é certo ou errado, o que deve e o que não deve fazer.

Neste processo, a presença de adultos e/ou de outras pessoas mais experientes que constituem seu cenário social é fundamental: mediam constantemente o contato da criança com o mundo, apresentando os objetos e/ou tornando-os disponíveis à criança, agindo com eles e propondo a ela que aja também; o uso da linguagem é de suma importância, uma vez que não se trata de simples manipulações dos objetos e sim da apropriação dos modos de ação possíveis com eles, historicamente formados e fixados, e socialmente transmitidos, privilegiadamente através da palavra. (ROCHA, 2000.p.62)

Nesse sentido a mãe C, disse que os primeiros quatro meses foram muito importantes porque a criança foi muito desejada. Nesses quatro meses elas ficaram muito unidas, praticamente só as duas. No momento em que estava amamentando, a atenção era toda para a criança, ficava conversando com ela, fazendo carinho no pé, na mão, na cabeça, ficava ali com ela. Na hora do banho também, ia conversando com ela, cantando, lavando e mencionando as partes do corpo, tentando passar segurança e ao mesmo tempo estimulando. Atualmente a mãe está orientando a criança sobre saber que tudo tem seu tempo, que ela tem que saber esperar, que às vezes vai ter que ouvir um não e terá que aceitar. Desta forma vai trabalhando os limites. Em relação ao estímulo, a mãe está tentando desenvolvê-lo de todas as formas com os jogos e a coordenação motora que são muito importantes.

3.4 QUARTA CATEGORIA: OLHAR PEDAGÓGICO DA COORDENADORA EM RELAÇÃO AO VÍNCULO MÃE-BEBÊ E ADAPTAÇÃO DA CRIANÇA NA ESCOLA

As crianças que são estimuladas pelas suas famílias em casa, antes de vir para a escola, apresentam um desenvolvimento diferente do que aquelas cujos pais não interagem e nem estimulam. As crianças que são estimuladas, quando vão para a escola demonstraram mais criatividade, uma melhor interação com os outros e uma melhor adaptação na escola.

No processo de constituição da capacidade lúdica, portanto, a presença do outro é fundamental. A criança se depara com pessoas que provocam e propõem as mais diversas ações, entre as quais se encontram ações simbólicas; através da fala também interpretam como lúdicas, ações

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executadas pela criança com os objetos, que talvez, inicialmente, não tivessem essa natureza. (ROCHA, 2000, p.63)

Nessa questão, a mãe A nos disse que pode perceber que no início a escola estava dando sequência para o que estava sendo estimulado em casa e que óbvio que a criança quando está inserida em uma escola, será muito estimulada de diversas formas. Mas o que a família realizou com a criança, foi passar segurança, vendo que assim ela teve uma boa adaptação.

Já a mãe B, relatou que a criança aprendeu muito em casa por ter um irmão, assim aprendendo desde cedo a dividir os brinquedos e a atenção. O período de adaptação foi um pouco longo porque a mãe não se sentia segura em deixar o filho, não pela falta de confiança na escola, mas por ser uma mãe muito ligada aos filhos. Ela teve que trabalhar isso consigo mesma. A mãe contou que atualmente a criança chega à escola, algumas vezes, chorando, mas dá os braços para a professora, demonstrando que gosta da escola. A mãe não conseguiu ainda “cortar o cordão umbilical”.

A mãe C relatou que a criança teve duas adaptações na escola: primeiro num período das férias, em que foi realizada a colônia de férias. A mãe trazia a criança e podia, por mais tempo, ficar com a criança até que ela parasse de chorar; num segundo momento foi quando ela entrou para a turma do Maternal 2, que seria a turma da sua faixa etária. A mãe a trazia com pressa e não podia lhe dar tanta atenção. Mas a mãe interpretou isso como uma forma da ligação forte que elas têm e também um pouco de manha, pois a mãe cedia bastante. O que a ajudou nesse período foram às brincadeiras, cantar e contar histórias. Hoje a criança pode ver a mãe na escola e não chora mais para ficar, entra feliz e quer contar tudo no final do dia para a mãe.

Nesse sentido a coordenadora destacou que é fundamental a caminhada da mãe com a criança, porque ela tem que estar preparada para a criança vir até a escola, deixando-a bem à vontade. Tem que conhecer muito bem a escola, seu corpo docente, sua estrutura, para ficar tranquila ao deixar seu filho. Se a mãe não está segura, a criança também não vai ficar. Os pais precisam estar preparados para passar essa energia boa para o filho para que quando ele for para a escola, ele tenha essa sensação boa de estar nela.

Na verdade, a escola precisa passar toda essa confiança à família, tanto a coordenação, como a direção e os professores, para que os pais fiquem confiantes e

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deixem seus filhos aos cuidados de outras pessoas. Para que isso aconteça, é preciso explicar sobre o trabalho pedagógico, os parâmetros curriculares, os projetos da escola, deixando bem a par de todos os trabalhos, das oficinas, para que os pais fiquem sabendo de tudo o que tem e acontece na escola, para deixar seus filhos com segurança.

Percebe-se que o que a coordenadora descreve está implícito nas falas das mães destacando assim que, a adaptação da criança na escola, depende tanto da mãe, da família e também da própria escola. A mãe deve ter confiança na escola na qual vai deixar seu filho, conhecendo tudo o que a escola oferece e sendo, segundo seu critério, algo que dará continuidade ao que ela ensinava em casa. A escola por sua vez deve mostrar suas competências e auxiliar as famílias da melhor forma possível para essa adaptação acontecer, o que é de fundamental importância para ambas às partes. Então quando Sommer afirma que,

A escola é um dos espaços em que as crianças passam a maior parte do seu tempo, e nós, educadores, intencionamos oportunizar a elas momentos para brincar, pois a escola é lugar e tempo, sim, de viver momentos de ludicidade. Acreditamos que a infância constitui uma etapa peculiar do desenvolvimento humano, uma vez que apresenta influência notória sobre as demais e que, dessa forma, precisa ser assistida por meio de uma proposta pedagógica comprometida com a formação dos sujeitos. (SOMMER, 2014. p.10)

Mostrando assim que a escola tem sua parte na formação do cidadão que ele está ensinando. Mas de nada adianta se a família e a escola não trabalharem juntas. Pois na família a criança aprende a base para dar continuidade na escola, juntamente com os professores e direção. Com isso refletimos que a escola tem que ter um base curricular forte e promissora para que o ensino da criança e a família ser a base em casa para que a criança aprenda segundo seu próprios costumes.

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CONCLUSÃO

A criança que é estimulada desde bebê pelos seus pais desenvolve seu psicológico, suas cognições e sua afetividade, porque os pais estimulam de uma forma divertida e alegre, com um brincar lúdico e educativo. A criança que brinca com sua mãe se desenvolve de uma forma saudável, relacionando-se com outras crianças e sabendo seus limites.

Pensando nisso surgiram algumas questões que problematizaram o tema desta pesquisa: Como o brincar influencia na relação mãe-bebê? De que forma influencia no desenvolvimento da criança?

Podemos afirmar que essa relação é de suma importância para a criança, pois ela se desenvolve melhor quando a mãe está por perto, mostrando assim que essa relação ajuda no desenvolvimento em vários aspectos.

Durante essa relação a mãe troca olhares com seu bebê, demonstra afeto, carinho e amor, ensinando ao filho que ela está sempre ao seu lado e isso é importante para ele. Durante pesquisa percebemos que a melhor parte dessa relação é o momento de amamentar, pois esse momento é só do filho com sua mãe, no qual eles trocam olhares, carinhos e atenção, demonstrando que os dois são únicos um para o outro. Nesse momento ainda, a mãe transfere segurança para seu filho, ajudando assim no desenvolvimento integral de seu filho.

Consideramos que as mães entendem a importância do brincar na relação mãe–bebê, compreendendo as contribuições no desenvolvimento da criança. Quando a mãe estimula seu filho através da brincadeira, isso também é importante, desde fazer cócegas até ensinar as partes do corpo quando está trocando sua roupa. Todos os momentos que a criança passa com sua mãe são fases para seu desenvolvimento.

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Ao longo dessa pesquisa verificamos, também, a possibilidade de as crianças estimularem sua imaginação no brincar, sendo que isso é de grande importância para o desenvolvimento dela. Quando a criança imagina, ela retrata vivências e experiências do seu cotidiano. No momento que brinca não terá barreiras para a sua imaginação, pois tudo o que ela quiser fazer no mundo de sua imaginação, será possível.

Sendo assim, o brincar é importante nessa fase da primeira infância pelo fato de ajudar no desenvolvimento e a criança se divertir ao mesmo tempo. Na fase que a criança ainda não caminha, ela brinca de se esconder atrás de um pano ou de uma parede, ensinando assim a criança a perder a mãe e tê-la de volta, passando pela angústia, pois o brincar tem disso, a criança passa por vários sentimentos brincando: a angústia, a alegria, a frustração, a vitória, a raiva, entre outros, que ocorrem durante o brincar. O “se esconder” quando a criança é maior, já é mais a alegria de desaparecer e surgir do nada, pois a criança pode só colocar a mão na frente do rosto ou até parar atrás de uma porta, mas quando escuta sua mãe chegando logo corre em sua direção para abraçá-la e dizer que está ali.

Essa brincadeira tem vários significados para a criança, pois ela simula a perda da mãe e ganho dela também, da própria criança ter o poder de sumir e aparecer quando quiser, porque se ela não está vendo para os outros ela também entende que não estão lhe enxergando.

Tudo isso no momento que a criança vai para a escola ajuda na sua adaptação, para deixar seu filho na escola, passando assim a confiança que tem no corpo docente daquela escola. A escola também é responsável pelo desenvolvimento da criança, pois irá proporcionar várias experiências que ajudarão na relação com outras crianças e consigo mesmo, ensinando a criança a se conhecer e conhecer com quem convive ao seu redor.

Na escola a criança dará continuidade ao que vivenciou em casa, e para que ela se sinta bem, é necessário que a família passe confiança, demonstrando segurança através de gestos e falas positivas referentes ao ambiente escolar. Assim estimulando a criança no processo educativo de conviver em comunidade e formando assim um individuo que terá seu lugar na sociedade.

O brincar, então, faz parte da vida da criança e a relação com sua mãe também, pois essas terão função importante para o desenvolvimento da criança,

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destacando que o brincar está em todas as fases de desenvolvimento, auxiliando e estimulando a criança no seu pleno desenvolvimento.

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REFERÊNCIAS

ABERASTURY, Arminda. A criança e seus jogos. trad.de Marialzira Perestrello. – 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.

ARIÉS, Philippe. A história social da criança e da família. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1981.

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal 8.069/1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm>. Acesso em: 21 maio 2017.

LEBOVICI, S. (1987). O bebê, a mãe e o psicanalista. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.

MORAES, Ana Paula de. O brincar e suas dimensões: Criança em tempo de

brincar. Ijui, 2016. Disponível em:

<file:///D:/Documentos%20em%20D/PEDAGOGIA/TCC/Ana%20Paula%20de%20Mo raes.pdf> Acesso em: 4 jun. 2017.

OLIVEIRA, Vera Barros de. O Brincar e a criança do nascimento aos seis anos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

ROCHA, Maria Silvia Pinto de Moura Librandi da. Não brinco mais: a (des)construção do brincar no cotidiano educacional. Ijui: Ed. UNIJUI, 2000.

SCHNEIDER, Alessandra; RAMIRES, Vera Regina. Primeira Infância Melhor: uma inovação em políticas pública. Brasília: UNESCO, Secretaria de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul, 2007.

SOMMER, Suzane Tatiane Kensy. O brincar na aprendizagem e no desenvolvimento da criança. Ijui. 2014. Disponível em: <file:///D:/Documentos%20em%20D/PEDAGOGIA/TCC/TCC%20Suzane%20Somme r%20%202014.pdf> Acesso em: 4 jun. 2017.

(37)

TIZUKO, Morchida Kishimoto. O jogo e a educação infantil. Pioneira. 1994. Disponível em: file:///C:/Users/User/Desktop/Downloads/10745-32465-1-PB.pdf Acesso em: 4 jun 2017.

WINNICOTT, D.W. O Brincar & a Realidade. Rio de Janeiro. Imago Editora Ltda. 1971.

______, D.W. A criança e o seu mundo. trad. Álvaro Cabral. – 6.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014.

(38)
(39)

ANEXO A: REQUERIMENTO SOLICITANDO CONSETIMENTO

Ilmo Sr. Daniel Frosi

Diretor da Escola Técnica Machado de Assis Santa Rosa – RS

Franciela Führ, brasileira, solteira, professora, residente e domiciliada na rua Luis Dinon, nº 288, centro, na cidade de Santa Rosa, RG 8089933272, matrícula 570375, requer autorização para a realização duma pesquisa referente ao desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

Salientamos que a pesquisa, não acarretará qualquer ônus para a instituição. Fica garantido à instituição, o direito de receber esclarecimentos e informações relacionadas com a pesquisa no decorrer da mesma, bem como, ter acesso, a qualquer momento, à análise e interpretação das informações obtidas e aos resultados finais.

Santa Rosa,____de ________ de 2017.

Atenciosamente,

Franciela Führ Pesquisadora

(40)

ANEXO B: ENTREVISTA INDIVIDUAL - MÃES

Prezada mãe :_____________________________________

Vimos por meio desta convidá-la, a participar de uma pesquisa referente ao Trabalho de Conclusão de Curso ( TCC) que estamos desenvolvendo no curso de graduação de Pedagogia, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Salientamos que a pesquisadora manterá o anonimato e o sigilo das informações prestadas. Sua opinião é muito importante. Antecipamos agradecimentos.

Santa Rosa, ____de __________de 2017. Atenciosamente,

Franciela Führ Pesquisadora

As questões norteadoras :

1) Descreva qual é a sua formação e como você imagina que seu filho lhe descreveria.

2) Como é sua relação com seu filho? Qual sua opinião sobre a estimulação através do ato do brincar?

3) Você considera importante sua presença no desenvolvimento do seu filho? 4) Você brinca com seu filho? Quais são as brincadeiras mais frequentes entre

seu filho e você? Esse brincar, em sua opinião, seria uma forma de estímulo para o desenvolvimento dele?

(41)

5) A sua relação através do brincar influenciou na adaptação de sua criança na escola? Proporcionou segurança no novo ambiente?

6) Como foram os primeiros 4 meses com seu filho, em relação ao vínculo mãe-bebê? O que você observou que foi importante para o desenvolvimento dele? 7) Que tipo de estímulos você realiza com seu filho, que na sua opinião são

importantes para o desenvolvimento dele?

(42)

ANEXO C: ENTREVISTA INDIVIDUAL COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

Prezada Coordenadora Pedagógica:________________________________ Vimos por meio desta convidá-la, a participar de uma pesquisa referente ao Trabalho de Conclusão de Curso ( TCC), que estamos desenvolvendo no curso de graduação de Pedagogia, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Salientamos que a pesquisadora manterá o anonimato e o sigilo das informações prestadas. Sua opinião é muito importante. Antecipamos agradecimentos.

Santa Rosa, ____de __________de 2017.

Atenciosamente,

Franciela Führ Pesquisadora

As questões norteadoras:

1) Como coordenadora pedagógica, você considera importante a relação mãe-bebê? Por quê?

2) Em sua opinião essa relação ajuda no desenvolvimento da criança? E no período de adaptação à escola?

3) Quais são as contribuições que a escola pode realizar na relação mãe-bebê?

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