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1 INTRODUÇÃO

1.1 REVISÃO DE LITERATURA

1.1.4 Manifestações clínicas da candidíase oral

1.1.4.6 Queilite Angular

Caracterizada por áreas eritematosas ou por fissuras na comissura da mucosa bucal. Tipicamente bilateral, os pacientes se queixam de desconforto e dor. Frequentemente Staphylococcus aureus e C. albicans estão envolvidos no desenvolvimento dessa condição.

É uma queixa comum em pacientes usuários de próteses, principalmente em pacientes que apresentam perda da dimensão vertical, pelo uso de próteses mal adaptadas. Em pacientes que lambem os lábios, assim como em pacientes que mordiscam as comissuras da mucosa bucal. O epitélio em excesso, as dobras e as rugas podem estar envolvidas com o crescimento da Candida associada ao ambiente úmido criado pelo acúmulo de saliva. A queilite angular também pode ser vista em pacientes com deficiência de ácido fólico, ferro, riboflavina, timina e vitamina B12. (FIG 10) (MILLSOP & FAZEL, 2016)

Figura 10 – Imagem das comissuras, evidenciando lesão eritematosa e fissurada

Fonte: Ambulatório de Diagnóstico Oral do Hospital Universitário Antônio Pedro

A candidíase oral é uma condição comum com bom prognóstico, se for reconhecida e tratada. A identificação das manifestações clínicas é fundamental para a correlação dos tipos clínicos. Sendo presente uma das duas formas, brancas ou eritematosas e seus subtipos.

A manutenção da higiene oral juntamente com a terapia antifúngica é de extrema importância para prevenir e trata-lá efetivamente. Muitas opções medicamentosas existem e os fracassos, muitas vezes selecionam as opções de tratamentos adequados, sendo baseadas na extensão e na severidade da doença.

Assim este estudo tem com hipóteses científicas que pacientes com lesões que clinicamente tem critérios diagnósticos de candidíase oral podem apresentar ausência de candidíase na citopatologia e pacientes com exame clínico oral normal e exame citopatológico diagnóstico de candidíase, podem representar casos de lesão subclínica ou exame clínico falso negativo.

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar pacientes com lesões clínicas compatíveis com o diagnóstico de candidíase oral, mas com exame citopatológico que não confirme e pacientes com exame clínico oral não compatível com candidíase, mas com exame citopatológico com o diagnóstico de candidíase.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

2.2.1 Descrever o perfil demográfico e clínico da amostra

2.2.2 Verificar se existe correlação entre os achados do exame clínico sugestivos de candidíase com os resultados dos exames citopatológico.

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 PARTICIPANTES

A amostra do estudo foi constituída por livre demanda, correspondendo tanto a pacientes em acompanhamento quanto por novos pacientes encaminhados ao Ambulatório de Diagnóstico Oral do Programa de Pós-Graduação em Patologia (PPG-P) e do Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense (HUAP/UFF). A seleção foi feita a partir da consulta ao sistema SISPATO, sistema informatizado de dados e imagens, de apoio ao ambulatório. Os critérios de inclusão do estudo foram: pacientes com mais de 18 anos de idade; que tinham exame físico oral com descrição detalhada de todas as regiões anatômicas da mucosa oral; com imagens das lesões relatadas e da língua; e aceitaram participar da pesquisa. Os critérios de exclusão foram: pacientes com dificuldades intelectuais; pacientes não colaborativos e aqueles que não cumpriram o protocolo de atendimento de rotina do Ambulatório. Os pacientes que concordaram participar do estudo foram informados por escrito dos objetivos, seus riscos e benefícios e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. (Apêndice 1)

3.2 EXAME CLÍNICO

Foram selecionados 99 participantes e todos haviam sido submetidos à anamnese, exame físico intra-oral, registro fotográfico e coleta de material para avaliação citopatológica, como procedimentos da rotina do atendimento estomatológico do Ambulatório de Diagnóstico Oral do PPG-P e HUAP/UFF.

Foi elaborada uma planilha em Excel (Microsoft Office Excel 2007) específica para o estudo, na qual foram registrados: nome; idade; sexo; cor de pele; doenças de base; medicações em uso; uso de prótese; tabagismo; etilismo; existência de lesão oral; sintomas, localização e padrão das lesões; diagnóstico clínico.

Considerando o interesse específico da pesquisa, descrevemos o protocolo de exame físico executada na rotina ambulatorial. O exame físico intra-oral foi realizado por um estomatologista, utilizando luvas de procedimento, gorro, máscara, espátula de madeira, gaze e luz artificial. Toda a mucosa oral foi avaliada na seguinte sequência: vermelhão de lábio superior e inferior, mucosa labial superior e inferior, mucosa jugal direita e esquerda, soalho da boca, ventre, dorso e bordas de

língua, gengiva, rebordo alveolar, palato duro e mole e orofaringe. Todas as lesões identificadas foram descritas e os seguintes aspectos foram considerados para o estudo: quantidade, sintomas, tempo de evolução, localização precisa, tamanho, aspecto da superfície, cor, consistência, contorno, limites e a base. Todas as lesões foram registradas através de uma máquina fotográfica digital (Canon EOS Digital Rebel).

Com a finalidade de dar homogeneidade nas descrições das lesões no estudo, foram consideradas as conceituações de NEVILLE B W et al. (2009) e definições de HOUAISS et al. (2001). (FIG. 11 e 12)

Figura 11 – Vocábulos e seus significados usados na descrição das lesões segundo NEVILLE B W et al. (2009)

VOCÁBULO SIGNIFICADO

Bolha Lesão com mais de 5 mm de diâmetro, com conteúdo líquido.

Erosão Lesão superficial, originando-se, muitas vezes, secundariamente à ruptura de uma vesícula ou de uma bolha, sendo caracterizada pela perda parcial ou total da superfície. Fissura Ulceração estreita, semelhante a uma fenda ou sulco.

Mácula Área focal de mudança de coloração, não elevada ou deprimida em relação aos tecidos circundantes Nódulo Lesão sólida, elevada, com mais de 5 mm de diâmetro.

Papilar Descreve um crescimento ou um tumor que exibe numerosas projeções superfície. Pápula Lesão sólida, elevada, com menos de 5 mm de diâmetro

Pediculado Descreve crescimento ou tumor no qual a base é mais estreita do que a parte mais larga da lesão. Placa Lesão ligeiramente elevada e com a superfície plana.

Séssil Descreve um crescimento ou um tumor em que a base é a região mais larga da lesão. Úlcera Lesão caracterizada pela perda do epitélio de superfície e freqüentemente de parte do tecido conjuntivo subjacente. Muitas vezes, apresenta-se deprimida ou escavada. Verrucoso Descreve um crescimento ou um tumor que apresenta uma superfície áspera, verrucosa. Vesícula Bolha superficial, com menos de 5 mm ou menos de diâmetro, preenchida geralmente por um líquido claro Fonte: NEVILLE B W et al. (2009)

Figura 12 – Vocábulos e seus significados usados na descrição das lesões segundo HOUAISS et al.(2001)

VOCÁBULO SIGNIFICADO

Reticular Aspecto de rede, redes de malhas pequenas Firme Consistente, não cede com facilidade.

Lisa Superfície sem saliências, altos e baixos, aspereza, rugosidade Matizes Degradé, gama, gradação, nuança

Moruliforme Em forma de mórula (massas de células formadas por mitoses sucessivas). Corrugada Enrugada, crispada, que adquiriu ou criou rugas ou pregas.

Pseudomembranosa Falsa membrana que se forma superficialmente, em mucosas, a partir de exsudato. Crostosa Formado ou coberto de crosta que é a escama que forma sobre certas feridas Estrias Linha extremamente fina que forma um sulco

Nuance Matiz, nuança, grau cambiante de uma cor. Enevoado Nevoado, recoberto por névoa.

Colarete Pequeno colar

Esmaecer Perder a cor, desbotar. Tênue Pouco espesso, delgado, fino.

Elástica Propriedade de sofrer deformação quando submetido a estímulo e voltar parcial ou totalmente à forma original. Halo Qualquer superfície redonda e unida como um arco.

Vegetante Que aumenta, faz crescer.

Mole Que cede à compressão sem se achatar ou rebentar; macio. Lobulada Que é dividido em ou que possui lóbulos, lobular, lobuloso. Flutuante Que flutua, ondula, tremula.

Apergaminhada Que imita ou assemelha a pergaminho, ressequido. Dura Que resiste ao desgaste e à penetração, resistente, sólido.

Descamativa Que sofreu eliminação normal ou patológica da camada córnea da pele ou das mucosas. Nacarado Que tem brilho ou aparência de nácar (substância branca do interior das conchas). Membranáceo Que tem consistência, formato ou natureza de membrana, membranoso.

Papilar Que tem papilas, pequenas elevações cônicas. Áspera Que tem superfície desigual, cheio de irregularidades. Sobrelevada Que ultrapassa em altura.

Dégradé Que vai gradativamente perdendo intensidade ou adquirindo novos matizes Nebuloso Recoberto de névoa, de nuvens.

Cruenta Sangrenta.

Algodonado Semelhante ou parecido com algodão. Necrótica Sofreu necrotização.

Granulosa Superfície áspera em que há granulações (Grânulo - cada uma das pequenas protuberâncias em uma superfície áspera) Multinodular Vários nódulos.

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