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3. RESULTADOS

3.1. Procedimentos de referenciação e de avaliação

3.1.1. Quem esteve envolvido nas várias fases?

Ao propor no processo de elegibilidade o perfil de funcionalidade dos alunos – análise da interacção entre Funções do Corpo, Factores Ambientais e Actividades e

Participação – o Decreto-Lei n.º 3/2008 pressupõe o envolvimento de equipas

pluridisciplinares.

Tal como dissemos no método, para saber quem esteve envolvido nas várias fases do processo considerámos as assinaturas, ou listagem dos intervenientes constantes nos formulários respeitantes a cada uma das fases: (a) no processo de referenciação; (b) na tomada de decisão sobre a necessidade, ou não, de se proceder a uma avaliação especializada; (c) no plano de avaliação especializada; (d) na elaboração do relatório técnico-pedagógico; (e) e na elaboração do programa educativo individual.

Nesta análise, optámos por aglutinar docente titular de turma e director de turma pelo papel idêntico que desempenham nos ciclos de ensino em que leccionam.

(a) Processo de referenciação

No que respeita à referenciação, obtivemos informação acerca dos elementos envolvidos em 48 dos 51 processos de alunos que incluem registo desta fase – 3 não providenciaram informação. Da análise dos dados, verificámos que o número médio de intervenientes é de 1.2. A referenciação é levada a cabo por um elemento em 83.3% dos casos (n=43) e em 16.7% dos casos (n=8) estão envolvidos 2 elementos. Os docentes são, destacadamente, os elementos mais frequentemente envolvidos nesta fase, surgindo em 85.4% dos casos (n=41).

(b) Relatório indicativo da necessidade, ou não, de se proceder a uma avaliação especializada

Dos 37 casos que incluem no processo do aluno informação acerca da tomada de decisão sobre a necessidade de se proceder a uma avaliação especializada, recolhemos informação de 21 casos – 16 casos omitem esta informação. De acordo com os dados obtidos estão envolvidos, em média, 2.6 elementos. Na maioria dos processos consta registo de 2 ou 3 elementos envolvidos (61.9%; n=13). Contudo, em 19% dos casos (n=4) o processo é levado a cabo por um único elemento. Numa percentagem semelhante, verificámos ainda casos cujo processo de avaliação integrava 4 ou 5

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elementos (19%; n=4). Nesta etapa do processo, o docente de educação especial surge com destacada frequência (85.7%; n=18), seguido pelo docente titular de turma/

director de turma (52.4%; n=11) e pelo psicólogo (42.8%; n=9). Numa percentagem

menor de casos regista-se, também, a participação dos pais (19%; n=4) e do director

da escola (19%; n=4).

(c) Plano de Avaliação Especializada

Os documentos relativos aos domínios de funcionalidade a avaliar e aos métodos de avaliação a utilizar foram considerados, para efeitos do presente relatório, como plano

de avaliação especializada. Recolhemos informação sobre quem esteve envolvido no

processo, em 93 casos dos 237 sujeitos a avaliação especializada – 144 casos não providenciam esta informação. Os dados mostram que os planos de avaliação são levados a cabo, em média, por 3.7 elementos, ou seja, integram entre 3 ou 4 elementos (n=59; 63.4%). Da nossa análise resulta, ainda, que 12.9% dos planos de avaliação são elaborados por 2 elementos (n=12) e 14% (n=13) por 5 elementos. Em percentagem menor surgem ainda equipas de 6 elementos (6.5%; n=6), de 7 (2.2.%; n=2) e de 8 elementos (11%; n=1). Verificámos que o docente de educação especial, o docente

titular/ director de turma e o psicólogo são os elementos mais frequentemente

implicados no processo, registando-se numa percentagem de 95.7% (n=89), 87.1% (n=81) e de 67.7% (n=63), respectivamente. Os pais constam nos processos em 32.3% dos casos (n=30), assumindo-se como o quarto elemento mais frequentemente envolvido no plano de avaliação especializada. Em percentagem menor (27.9%), surgem os terapeutas (ocupacionais, da fala e fisioterapeutas) – constando em 26 casos. Os médicos, os directores de escola e os docentes de apoio educativo apresentam ainda uma parca participação neste processo – 11.8% (n=11), 6.4% (n=6) e 1.1% (n=1), respectivamente.

(d) Relatório Técnico-Pedagógico

Dos 237 casos sujeitos a avaliação especializada, 200 integram no seu processo o relatório técnico-pedagógico e, desses, em 169 consta informação acerca dos elementos envolvidos.

Uma análise mais pormenorizada destes dados mostra que em 118 casos (69.8%) estiveram envolvidos 2 ou 3 elementos, em 18.3% 1 elemento (n=31) e, ainda, em

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11.8% (n=20) mais de 3 elementos. O docente de educação especial, o docente

titular/ director de turma e o psicólogo parecem constituir-se como elementos

nucleares deste processo – surgindo numa percentagem de 96.4% (n=163), 56.8% (n=96) e 47.9% (n=81) dos casos, respectivamente. Os terapeutas (11.2%; n=19) e os

médicos (5.9%; n=1) assumem uma menor participação nesta fase. O registo da

anuência dos pais/encarregados de educação surge em 81.1% (n=137) dos casos, já a sua participação na elaboração do relatório técnico-pedagógico verifica-se em 10.6% dos casos (n=18). Por último, o director da escola homologou 80% dos relatórios analisados, registando-se como elemento participante na sua elaboração em 1.8% (n=3). Estes dados parecem poder ser lidos como indicadores do cumprimento do Decreto-Lei n.º 3/2008.

(e) Programas Educativos Individuais

À pergunta quem esteve envolvido na elaboração do programa educativo individual recolhemos informação de 150 dos 165 programas educativos individuais – 15 omitem esta informação. Da análise dos dados verificámos que, na elaboração do programa educativo individual estão envolvidos, em média, 2.8 elementos, com 111 casos (74%) a registarem a presença de 2 ou 3 elementos. Este dado sugere que houve uma mobilização dos recursos do agrupamento de escola para a avaliação e para a elaboração do programa educativo individual e permite-nos inferir que os elementos envolvidos no relatório técnico-pedagógico, são, em geral, os mesmos que depois elaboram o programa educativo individual.

Concluímos, assim, que o docente titular de turma/ director de turma assina como responsável da implementação das medidas em todos os processos (100%, n=150).

Estes dados permitem concluir que o n.º 1 do artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 3/2008 está a ser cumprido na medida em que a totalidade dos docentes titulares de turma ou

directores de turma assumiram a responsabilidade na implementação das respostas. A

mesma consideração é válida para a participação do docente de educação especial que esteve em 94% dos casos (n=141), e para os pais/encarregados de educação no que diz respeito ao registo da sua anuência (em 92% dos casos, n=138). Contudo, importa notar que a inclusão dos pais enquanto elementos intervenientes na elaboração do programa educativo individual surge numa percentagem de 34.6% (n=52).

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Os psicólogos, os terapeutas (ocupacionais, da fala e fisioterapeutas), e os directores

daescola constam na elaboração do programa educativo individual em 26.6% (n=40),

15.3% (n=23) e 2% (n=3) dos casos, respectivamente.

Os psicólogos e os terapeutas (ocupacionais, da fala e fisioterapeutas) constam na elaboração do programa educativo individual em 26.6% (n=40) e 15.3% (n=23) dos casos, respectivamente.

O aluno consta como elemento participante na elaboração do programa educativo individual em 4% (n=6) dos processos. No entanto, entre os 100 processos de alunos com PEI com 12 ou mais anos, os 4 PIT que os integravam não continham dados relativos à participação do aluno.

Conforme se pode apreciar na figura 2.2, o docente titular de turma e o docente de

educação especial são os elementos essenciais ao longo destes processos.

Figura 2.2 - Número de processos que contemplam a participação de cada um dos elementos, em cada

uma das fases examinadas.

Síntese

O docente de educação especial, o docente titular de turma/director

de turma, e o psicólogo são os elementos mais frequentemente

envolvidos ao longo do processo de avaliação/intervenção. 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180

Pais Prof TT/Dir T. Prof.Ed.Esp Psicólogo Terapeutas Médico Dir.Exe Outro Proc.Refer.

Proc.Aval.

Plano Av.Esp. RTP

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O docente titular de turma/director de turma já está presente em todo o processo de avaliação e intervenção, atingindo o pleno na elaboração do programa educativo individual.

Os terapeutas têm uma participação baixa em todo o processo.

Os pais/encarregados de educação, nem sempre de um modo expressivo, estão envolvidos em todas as fases do processo de avaliação e de intervenção.

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