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Quem Precisa de Rede?

No documento Livro Proibido Do Curso de Hacker (páginas 68-72)

O mundo não funciona mais sem as redes. Redes telefônicas, redes de rádio e TV, redes de computadores. Todas estão convergindo para uma única rede, que ainda não possui nome próprio, mas que dela farão parte sua geladeira, aparelho de TV, telefone celular, automóvel e até o microondas. As principais tecnologias que tem tornado isto possível é a Bluetooth e a Wi-fi. Realmente, o futuro é das redes. O incrível é que até pouco tempo atrás, apenas grandes empresas possuíam computadores ligados em rede. Atualmente, empresas de todos os portes e até residências com dois computadores apenas possuem seus micros ligados em rede. O que aconteceu de lá para cá? Quais são os fatores que levaram a esta necessidade vital de conectar os micros das empresas e residências em rede?

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Para entender estas mudanças, é interessante relembrar os motivos que levaram ao surgimento das primeiras redes. Naquela época os computadores eram caros e imensos - os mainframes. Não havia como disponibilizar um computador para cada funcionário. A solução encontrada foi o compartilhamento de tempo (time-

sharing). Terminais sem poder de processamento ou armazenamento (terminais

burro) eram interligados ao computador central (mainframe).

Os usuários tinham a impressão de serem os únicos a utilizar o computador, quando, na verdade, dezenas, centenas e até milhares de usuários simultâneos poderiam estar conectados ao mesmo tempo. Alguns desses usuários podiam, inclusive, acessar o mainframe de outras cidades através de um modem.

Time-sharing - “terminais burro” acessam o mainframe.

Assim, as primeiras redes surgiram devido à impossibilidade de disponibilizar um computador para cada filial, departamento, setor ou funcionário. Computadores eram caros e ocupavam muito espaço. Era a época em que reinavam mainframes e minicomputadores.

Com a popularização dos microcomputadores na década de 80, o perfil das redes mudou. Já era possível cada filial, departamento, setor ou funcionário possuir um micro exclusivo. Porém, alguns periféricos eram extremamente caros, como unidades de disco rígido, CD-ROM e impressoras. Nesta fase, as redes eram necessárias para o compartilhamento de periféricos e armazenamento em disco rígido.

Embora um dos motivos para a escolha de uma rede ainda seja o compartilhamento de alguns periféricos caros, como impressoras laser e conexões com a Internet, por exemplo, o principal objetivo das redes atuais é o compartilhamento de dados entre os mais diversos dispositivos. As redes têm sido solução para os mais diferentes perfis de consumidor. Desde a empresa que precisa disponibilizar informações de clientes a todos os seus funcionários, onde quer que estejam, ao jovem que procura apenas diversão, como os jogos em rede, a coqueluche deste início de século.

Uma única impressora, CD-ROM e disco rígido de

alta capacidade de armazenamento são compartilhados por todos.

E já não é mais privilégio do computador a ligação em rede. Aparelhos dos mais diversos tipos têm sido projetados visando à interconectividade.

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As redes atuais visam à interconectividade.

A expansão e popularização das redes se tornou possível graças aos seguintes fatores:

Barateamento do hardware - computadores, periféricos e componentes

eram raros e caros. Um 486 (o melhor micro por volta de 1993) custava dois mil e quinhentos dólares e precisava ser contrabandeado para entrar no país. Atualmente, um computador trinta vezes melhor, custa oito vezes menos.

Sistemas operacionais de rede amigáveis - os primeiros sistemas

operacionais de rede eram difíceis de ser configurados. A escassa documentação era em inglês. Atualmente temos sistemas traduzidos para o português, farta literatura traduzida ou produzida por autores nacionais e a tecnologia plug-and-play, que reconhece a maioria dos periféricos dos principais fabricantes.

Globalização - pela primeira vez na história da economia, empresas passam

a ter como concorrentes não só as empresas locais. Empresas distantes, algumas sediadas em outros países, conseguem mesmo concorrer com as empresas locais. As facilidades de comunicação, transporte e transferência de dinheiro do mundo globalizado fazem com que um fornecedor de Singapura possa atender a clientes no Brasil sem grandes dificuldades e talvez até com menos burocracia. O empresário que só se preocupava com o concorrente do mesmo bairro, cidade ou estado precisa aumentar sua vantagem competitiva. A rede é uma das formas de conseguir isto.

Expansão da Internet - a Internet, a rede das redes, está se consolidando

disponibilizam seus produtos ou serviços pela Internet. Muitos dos serviços públicos federais e estaduais, principalmente os destinados às pessoas jurídicas (empresas), só estão disponíveis na Internet.

Banda larga - se a tarifação e escassez de linhas telefônicas impedia as

empresas de ligarem suas redes locais à Internet, isto é coisa do passado. Com o surgimento, expansão e barateamento da banda larga, possuir um link de 128 ou 256 K está ao alcance de qualquer pessoa.

Como podemos observar, cada um destes fatores contribuiu para a evolução, expansão e popularização das redes. Até mesmo um pequeno escritório com dois ou três computadores se beneficia da interligação em rede. Seja para compartilhamento da impressora, da Internet, troca de arquivos ou trabalho em grupo. Muitas residências já usam redes locais com esta finalidade, principalmente para o compartilhamento da Internet e impressora, além dos já citados jogos em rede.

Como não há como saber com exatidão qual o grau de conhecimento sobre redes que cada leitor possui e para evitar que leitores menos experientes se percam no decorrer dos próximos capítulos, foram incluídos conceitos de rede nesta parte do livro. Se você já é um expert no assunto, sinta-se à vontade para ir direto ao capítulo de seu interesse.

No documento Livro Proibido Do Curso de Hacker (páginas 68-72)