• Nenhum resultado encontrado

Dentre todos os documentos institucionais lidos, pouco se escreve sobre os docentes. Tanto nas atas, como nos noticiários e nos relatórios do diretor à mantenedora, os temas se atêm em sua maioria a fatos administrativos, políticos e de ordem interna.

Os relatórios iniciais trazem a descrição dos primeiros professores e, pouco a pouco, nos demais relatórios, principalmente à mantenedora, foram encontrados saída e entrada de nomes de professores que passaram pela instituição. Na leitura, dentro do possível, elaborou-se um quadro com a descrição de alguns desses movimentos de entrada e saída. Mas, nem tudo estava registrado, assim, alguma coisa pode ter escapado à leitura. Esse documento se encontra no apêndice 3.

Em 11 de dezembro de 1969, aparece na Ata da JET o ‘Regimento interno de trabalho para professores do Instituto Teológico Batista87 e da Faculdade Teológica Batista de São Paulo’, com as seguintes cláusulas:

1. “Subscrever a Declaração de Fé da Faculdade e do Instituto (a mesma da Convenção Batista Brasileira) antes de iniciar cada ano letivo;

2. Submeter-se ao registro de empregados para fins de legislação trabalhista, e previdenciária, mesmo que o professor já esteja registrado em outra instituição ou aposentado;

3. O professor terá direito a faltar, sem perda de remuneração durante uma semana por semestre, à sua escolha. Fora desta hipótese a remuneração do professor será paga por aula dada, na base de 5 semanas por mês, referindo-se o pagamento da 5ª semana ao repouso semanal remunerado. Se a aula cair em dia de feriado ou que por conveniência da faculdade ou do instituto não houver aula, o professor receberá normalmente a sua remuneração;

4. O mês de julho para o professor será considerado férias, recebendo sua remuneração normalmente;

5. O período diário de aulas normalmente será de três aulas e o professor deverá assinar o livro de ponto indicando o número de aulas dadas no período, sendo a presença do professor obrigatória nas aulas por ele assinadas. (Este item se refere ao número de aulas dadas aquém das que foram programadas. Para não prejudicar os alunos em seu aproveitamento, uma nova redação será dada, visando atender as possibilidades do professor, sem prejuízo dos alunos);

6. O professor que puder prever a sua ausência deverá comunicar à secretaria da Faculdade ou do Instituto, pelo menos com dois dias de antecedência. Para não perder a remuneração das aulas do dia da sua ausência, deverá fazer-se substituir por outro professor, a critério da direção da Faculdade. Se a ausência for imprevisível, deverá o professor, no dia da ausência avisar, por telefone, à Secretaria que não comparecerá;

7. Aos professores não remunerados, aplica-se este regimento com exclusão do que se refere ao registro de empregados e remuneração” ATA DA JUNTA DE EDUCAÇÃO TEOLÓGICA DE 11 DE DEZEMBRO DE 1969).

Até hoje a instituição cumpre semestralmente o primeiro item desse Regimento interno. Todos os professores, mesmo os não batistas, assinam a Declaração de fé, que é documento da Convenção Batista Brasileira88.

87 Após a extinção do antigo Instituto Teológico Batista de São Paulo criado por Morgan, um novo

Instituto Teológico passa a existir novamente como descrito no item 3.5.2. Vide anexo 9 o prontuário e Histórico escolar de um aluno e a ficha 001 de empregado da instituição desse período.

O item 2 menciona o registro de empregados com a finalidade de observar a legislação trabalhista e previdenciária. Foi encontrado nos arquivos institucionais um documento com o nome de “Registro de empregados”. A ficha 001 é de Bertoldo Gatz, que foi admitido em 1 de dezembro de 1966, na função de vice-diretor. Entretanto, Bertoldo Gatz já exercia funções como professor, tendo sido um dos primeiros chamado por Tognini. Seu nome também foi citado nos relatórios do diretor à Junta do CBB, em 1959, como professor de Grego e Novo Testamento, Deão de alunos e diretor de Relações Públicas. A ficha 004 é de José Novaes Paternostro, também admitido como professor. Seu nome é igualmente citado no relatório do diretor à Junta do CBB, de 1958, portanto, anterior a Gatz. A ficha 006 é de Werner Kaschel, admitido em 1 de dezembro de 1966 como professor. Entretanto, seu nome aparece no relatório do diretor à Junta do CBB como professor de Introdução Bíblica em 196189.

Destacam-se também os itens de número 2 e 3. Aplicá-los aos dias de hoje seria impossível, mediante as atuais condições da CLT e dos acordos coletivos com a categoria – SIMPRO. É interessante citar que a remuneração firmada em cinco semanas de aula/mês é curiosa, assim como o descanso por uma semana, durante um semestre, também aguça a curiosidade. Não foi possível investigar por quanto tempo esse regimento de professores esteve em vigor. Hoje, seria festejado por todos os professores registrados. Como nem tudo é privilégio, a responsabilidade também vem com a recomendação de se providenciar com antecedência um professor substituto, como consta o item 6.

Esse regimento interno dá uma noção de um momento de ‘organização’ de um dos setores da nova instituição, a administração. Percebe-se novamente uma aproximação do conceito de ‘institucionalização’ de Saviani (2005), qual seja, tornar oficial o que durante alguns anos foi feito de maneira mais informal. A aproximação

88  A instituição no ano de 2012 contava com 23 professores atuantes no curso de bacharel em

Teologia. Somente uma professora não é batista.  

89 Outras fichas foram encontradas, mas foram selecionadas somente três para ilustrar mais uma

das leis trabalhistas vigentes concede à instituição um status de cumprimento das atribuições legais. Destaca-se o fato de que, professores com registro em carteira de trabalho, descaracterizam a situação de voluntariado, como visto em 1957, trazendo uma configuração profissional, ainda que esta profissionalização como docente de curso superior de Teologia seja um tema bastante polêmico como menciona Maspoli (2005)90. Como se não bastasse, hoje, entre os batistas de uma maneira geral, há uma discordância em relação ao cumprimento das exigências legais. Diversas instituições vinculadas à ABIBET não cumprem fielmente tais exigências. Tal fato cria certo desconforto e traz à discussão a questão mencionada acima e descrita na Ata 166 de 16 de março de 1957 quanto ao corpo docente: “o serviço que prestarão à referida Faculdade é gratuito tratando-se de um trabalho prestado à causa de Cristo”. Um pensamento que ainda encontra respaldo ente os batistas do Estado de São Paulo, diz respeito a exatamente isso: instituições que não buscaram o reconhecimento, não cumprem as exigências legais e continuam usando a nomenclatura ‘curso superior de Teologia’, o que constitui um erro diante das novas políticas públicas91.

Na falta de informações sobre docentes nos documento oficiais esta pesquisa procurou conhecer sobre a atuação docente desse período, por meio de entrevistas que constituem parte do capítulo 5. Conhecer os professores que atuaram nesses anos iniciais pode trazer contribuições para o contorno da identidade institucional. Foram encontrados registros de 37 nomes de professores, no período de 1957 a 1967. A maioria já faleceu ou tem, nos dias de hoje, por volta de 80 anos. Foram selecionados 6 nomes: Mario Doro, Russel Shedd, Nils Friberg, Karl Lachler, Silas Costa e Bertoldo Gatz foi entrevistado levando em conta sua atuação como deão por diversos anos.

Algumas entrevistas foram realizadas pessoalmente, outras não. Mario Fernandes Doro concedeu entrevista em sua residência, no bairro onde se localiza a instituição e o texto completo encontra-se no anexo 2c. A entrevista com Russell

90 Para conhecer mais sobre o tema veja: MASPOLI, Antonio de Araújo Gomes. Teologia: ciência e

profissão. São Paulo : Fonte Editorial, 2005.  

91 Vide: Rega, Lourenço Stelio. Educação Teológica - um retrato preocupante. Jornal Batista de

Shedd foi realizada na cidade de Águas de Lindóia, durante um Congresso de Teologia e o texto completo encontra-se no anexo 2f. O contato com Nils Friberg foi por meio do recurso tecnológico do Skype e o texto completo encontra-se no anexo 2d. Com Karl Lachler o contato foi por email e o texto completo encontra-se no anexo 2e. Silas Costa foi entrevistado em uma das salas na igreja onde é pastor e o texto completo encontra-se no anexo 2h e Bertoldo Gatz foi entrevistado somente em novembro de 2012, pois se recuperava de uma cirurgia e o texto completo encontra-se no anexo 2g. Todos os textos das entrevistas estão anexados a este trabalho.

Segue abaixo o quadro com nomes de diretores e coordenadores do curso de Teologia, antigamente chamados de deão de alunos, desde sua fundação.

DIRETOR DEÃO – COORDENADOR DO CURSO DE

TEOLOGIA Lauro Bretones

1957 a julho de 1960 Thurman Bryant agosto de1960 a 1972

César Thomé - desempenhou no início do período Bryant a função de deania. Werner Kaschel

1973 a 1988 Bertoldo Gatz 1973 – 1988 Arthur Alberto de Mota

Gonçalves 1989 – 2007

Lourenço Stelio Rega

Julho de 1989 – Julho de1995 Itamir Neves de Souza Julho de 1995 a 1999 Lourenço Stelio Rega

1997 até a presente data

Elton Nunes de Oliveira 1999 a 2002

Madalena de Oliveira Molochenco 2002 até a presente data

A galeria de fotos dos diretores está colocada na sala de reuniões tendo sido acrescida a de Enéas Tognini somente no ano de 2011.

pion sido outro inves prim A instit eirismo. O registrado os entram. stigar e es meiro períod Figura tuição cam Os estatuto os em car . Um longo screver. P do a ser in a 20 - Galeria minha em s da faculd rtório. Prof o período s Para fins d vestigado, a de fotos do professor m sua jorn dade, aind fessores s se passa n de recorte , 1957 a 19 os fundadore res. Fonte: a nada. Enc da que tenh saem, outr nos próxim temporal, 972. es e diretores acervo FTBS cerra-se a ham sido e ros entram os 40 anos encerra-s s colocada na P assim um escritos, nã m; diretore s e muito s se nesta p a sala dos ciclo de ão haviam es saem e se poderia pesquisa o e m e a o

IV - OFICIALIZAÇÃO DOS CURSOS DE TEOLOGIA

4.1. APROXIMAÇÕES HISTÓRICAS

Desde há muito tempo, têm-se registros históricos de cursos de Teologia. A designação ‘Seminário’ é antiga e tem origens nos ideais dos monastérios. A História da Igreja Cristã tem certa dificuldade em determinar quem foi o primeiro dos monges92, que por opção, separava-se das vilas, das cidades e das pessoas, para viver solitário no deserto longe das ‘tentações’. Essa separação, segundo Gonzalez (1980), explica-se em razão do não conformismo pelo caminho que a igreja vinha tomando. Inconformados com o acúmulo de riquezas dos mestres da igreja, alguns preferiam viver solitariamente e, em meditação a conviver com pessoas com as quais não havia concordância. Outra razão, seria pelo fato de acreditarem que Cristo logo voltaria, então não valeria a pena lutar neste mundo por posição social ou por vantagens financeiras, se o mundo estava por findar. De qualquer forma, não foram poucas pessoas que fizeram tal opção. Santo Antonio, segundo Gonzalez , teria sido um desses. Acreditava esse jovem que a vida separada do mundo o levaria a uma maior purificação, a um encontro maior com Deus. Procurando esse ideal, distancia- se da cidade e passa a viver no deserto. Essa reclusão chamou a atenção das pessoas, que curiosas, passaram a visitá-lo e/ou o procuravam na busca de bons conselhos. Alguns, por lá ficavam procurando imitá-lo e receber dele direção. O ‘monacato’, dessa forma, ganha força e se espalha pelo mundo cristão. Alguns desses monastérios, a partir de alguns personagens, tornaram-se grupos de pensadores. É o caso de Agostinho de Hipona, que reuniu ao seu redor, pensadores que aliavam vida intelectual à vida religiosa (GONZALEZ 1980, p.61).

Falar sobre o passado, sobre o ocorrido, sobre as pessoas e as ideias que envolveram os acontecimentos é a especialidade de alguns autores. No campo da História da Educação e da Pedagogia Antiga, é possível encontrar obras que falam

sobre o início de movimentos educacionais e sua permanência e desenvolvimento (MANACORDA, 2010; CAMBI, 1999). Muitas obras apresentam análises diferenciadas que trazem diferentes abordagens. Já em menor número, há publicações com o tema da Educação Teológica. Abordagens que entrelaçam Educação, Religião e também Política são mencionadas como temas que se imbricam na caminhada histórica desde os primórdios da humanidade.

Na Grécia antiga, os guerreiros eram preparados para as batalhas de diversas maneiras por seus dirigentes, conforme seus interesses políticos, e de forma mais ostensiva ou não, oportunizavam educação. Os Hebreus, no início de sua história, eram ensinados pelos patriarcas das famílias, principalmente pela comunicação oral, antes de se terem os manuscritos. Com as grandes invasões sobre Israel e, principalmente sobre a cidade de Jerusalém, o povo foi levado, por pelo menos três ocasiões, como cativo de seus opressores. Mesmo na condição de escravos, seus dirigentes construíram Sinagogas em países estrangeiros, com a finalidade de, além de ter um lugar para seu culto, pois criam na presença de Deus por meio do templo que havia sido destruído, também ‘educar’ o povo, com o propósito de manter os lastros do israelismo (GEORGE, 2003).

O entrelaçamento da Igreja e da educação é de longa data. O cristianismo, com os pais da Igreja e suas interpretações sobre os acontecimentos do início da era cristã, abre caminhos para uma formatação educacional sistematizada. Importantes nomes surgiram nesse período e destacam-se alguns representantes antes da Reforma, Justino, Clemente de Alexandria, Agostinho, Thomás de Aquino; e depois da Reforma, Lutero, Calvino, Comênio, entre outros (BORGES, 2002). A História da Educação mostra, a partir da própria História da Igreja Cristã, uma forte influência da Igreja sobre a educação.

Para Adam Smith, no sistema de governo da Igreja antiga, os bispos eleitos pelo clero acabaram por se tornar poderosos, com grande força de influência, acumulando riquezas e criando para si mesmos grandes jurisdições (SMITH, 1996, p. 260). Em alguns lugares sobrepujavam inclusive o soberano do país. O autor revela que com tais posturas, as populações inferiores olhavam para as autoridades eclesiásticas, não mais como consoladores dos mais fracos, mas como pessoas

gananciosas que buscavam enriquecer a todo custo. Esse período se estendeu até o tempo da Reforma. Afirma ainda Smith que as instituições religiosas se tornaram “vantajosas para os interesses políticos da sociedade”, ainda que tenham “surgido de visões religiosas” (SMITH, 1996, p. 252). A participação dos príncipes para a disseminação dos ideais da Reforma foi um fator mobilizador para a expansão da Reforma, pois estavam com as relações enfraquecidas com a Igreja de Roma. A Reforma se opõe à Igreja em diversos aspectos, mas ela própria cria duas facções: o Luteranismo e o Calvinismo, que de uma forma ou outra, também tem suas aproximações com o estado. Para Smith, tal aproximação traz problemas, como argumenta:

... se a política nunca tivesse pedido a ajuda da religião, se o partido vencedor nunca tivesse adotado as doutrinas de uma seita preferencialmente às de outras, ao vencer a guerra provavelmente teria tratado com igualdade e imparcialidade todas as diversas seitas, deixando cada um escolher livremente seus próprios sacerdotes e sua própria religião, como achasse melhor (SMITH, 1996, p. 253).

Smith (1996) lembra em seu texto que tanto o que exerce a função de eclesiástico, ou a de cátedra universitária, é uma pessoa que se esmera nos estudos, leituras e pesquisas. O próprio Lutero foi um desses. Relembra ainda ao leitor que a filosofia foi base de formação de eclesiásticos. A filosofia também foi base para os sistemas de educação, tendo sido a responsável pela formação de “fidalgos e homens de fortuna” (SMITH, 1996, p. 238), ainda que com uma carga pesada de conceitos de moral. O povo em geral não tem as mesmas condições, pois geralmente precisa despender mais horas do dia para sua subsistência, sem conseguir dedicar-se aos estudos.

As iniciativas para promover a educação, motivadas por questões políticas ou religiosas, estavam restritas a uma determinada camada da sociedade. Uma educação, que atingisse a todas as classes sociais e não estivesse mais vinculada à exclusividade da Igreja, começa a ser discutida na sociedade, a partir do século XVIII, com os movimentos revolucionários ligados à Revolução francesa (ALVES, 1993). Mesmo antes desse período, ao tempo da Reforma protestante, Lutero e Calvino batalharam por mudanças estruturais na educação, reforçando cada qual, a seu modo e a seu tempo, que se lançasse à toda criança a oportunidade e a

possibilidade de frequentar uma escola de educação básica93.

No Brasil colônia os Jesuítas foram os propagadores da educação. Ligados à monarquia, cedo se preocuparam com a formação dos índios e dos filhos de colonos. Quando o Governador Geral, Tomé de Souza, vem ao Brasil, a Contra Reforma estava em um período de intensa atividade na Europa. Integrantes da Sociedade de Jesus embarcam na comitiva de Thomé de Souza, com a missão de “promover a fé católica entre os pagãos e combater o protestantismo”, entre eles Manuel da Nóbrega (MATOS, 2008, p. 84). Nóbrega manteve um ‘currículo’ que consistia em aulas de português e na escola de ler e escrever que foi substituído pelo incrementado plano de estudos Ratio Studiorum, que trazia em sua proposta diferentes níveis de formação. Os estudos em Filosofia e Teologia eram destinados à formação de padres catequistas (SAVIANI, 2007, 56). Assim, desde o Brasil colônia, a formação na área da Teologia está presente, e a educação de uma maneira geral vinculada às questões políticas e religiosas.

O Brasil, por esse tempo, apresenta-se ‘convidativo’ a muitos aventureiros, exploradores. Entre os séculos XVI e XVII agências missionárias protestantes desembarcam em costas brasileiras de norte a sul. Matos (2008) narra o tempo do descobrimento recordando que Portugal não foi afetado de forma marcante pela Reforma. Nas palavras de Crabtree (1937, p.22), em 1807, quando a França invade Portugal e D. João VI é forçado a vir para o Brasil, traz para o “povo brasileiro um fôlego de liberdade”94, quando aqui desembarca. Rapidamente provoca mudanças que trazem em terras brasileiras desenvolvimento. A maior e melhor mudança é sobretudo a abertura para o comércio, que, dessa forma, permite a entrada de estrangeiros e, conforme Crabtree, missionários. O propósito maior das missões era o combate ao catolicismo. Antes disso, protestantes holandeses e franceses já haviam se aventurado em terras brasileiras, como será visto adiante.

Os primeiros protestantes a pisar em solo brasileiro foram os franceses, em 1555 e 1567, na Guanabara. Um grupo de crentes reformados chegou no dia 10 de

93 Para maiores informações vide: Jardilino, José Rubens L. Lutero e & a educação. Belo Horizonte :

Autêntica, 2009.

março de 1557 e celebrou o primeiro culto evangélico do Brasil, e talvez das Américas (MATOS, 2008, p.85). Mais tarde foram expulsos em decorrência do movimento geral da expulsão dos franceses. “A França Antártica é considerada como a primeira tentativa de estabelecer tanto uma igreja quanto um trabalho missionário protestante na América Latina” (MATOS, http://www.mackenzie.br/6994.html. acesso em 16-02-2012). Os holandeses chegam ao território nacional em 1637, com a Companhia das Índias, em busca de riqueza, que a cana de açúcar poderia lhes dar. Invadiram Salvador, Recife, Olinda e, liderados por João Maurício de Nassau, permaneceram aqui até 1654, quando também foram expulsos. Para Matos (2008, p. 92), “quando os holandeses partiram, todos os vestígios institucionais do cristianismo reformado no Brasil desapareceram por mais de um século e meio.”

Foi somente com a chegada da família real, em 1808, e com a abertura dos portos às nações amigas, que se deu a chegada dos primeiros protestantes que aqui permaneceram. O Tratado de Aliança e Amizade e de Comércio e Navegação, que Portugal assinou com a Inglaterra em 1810, foi porta que se abriu para que a liberdade religiosa se fizesse, ainda que com restrições.

Em 1820, uma comunidade de ‘suíços católicos’ fundaram a colônia de Nova Friburgo no Rio Grande do Sul, que mais tarde foi oferecida a um grupo de imigrantes luteranos que chegaram em maio de 1824, acompanhados de seu pastor Friedrich Oswald Sauerbronn. Como não havia missionários ou pastores que pudessem assumir o trabalho ‘pastoral’, esses pioneiros luteranos organizaram sua própria vida religiosa designando entre eles os que pudessem assumir tais funções pastorais dirigindo as liturgias e atuando como professores de seus filhos, nas escolas criadas por eles. Anos mais tarde, em 1850, vindos da Prússia e da Suíça,

Documentos relacionados