• Nenhum resultado encontrado

1.

(CESPE – SEFAZ/RS – 2019)

Nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal, a quebra do sigilo de comunicações telefônicas pode ser determinada

a) pelo Poder Judiciário e pelo Ministério Público.

b) pelo Poder Judiciário, somente.

c) por autoridade policial e pelo Ministério Público.

d) pela fiscalização tributária, somente.

e) pelo Ministério Público, somente.

RESOLUÇÃO:

Qual é a autoridade com poder para DETERMINAR a quebra do sigilo das comunicações telefônicas?

Somente o JUIZ (membro do Poder Judiciário) poderá decretar a interceptação telefônica, seja de ofício, seja mediante requerimento da autoridade policial ou do MP:

Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça

Resposta: B

2.

(CESPE – TJ/SC – 2019)

No que tange a interceptação das comunicações telefônicas e a disposições relativas a esse meio de prova, previstas na Lei n.º 9.296/1996, assinale a opção correta.

a) A referida medida poderá ser determinada no curso da investigação criminal ou da instrução processual destinada à apuração de infração penal punida, ao menos, com pena de detenção.

b) A existência de outros meios para obtenção da prova não impedirá o deferimento da referida medida.

c) O deferimento da referida medida exige a clara descrição do objeto da investigação, com indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade manifesta justificada.

d) A utilização de prova obtida a partir da referida medida para fins de investigação de fato delituoso diverso imputado a terceiro não é admitida.

e) A decisão judicial autorizadora da referida medida não poderá exceder o prazo máximo de quinze dias, prorrogável uma única vez pelo mesmo período.

RESOLUÇÃO:

a) INCORRETA. Sabemos que é incabível o emprego de interceptação telefônica em investigação de crimes punidos com, no máximo, detenção – ou seja, ela só é cabível em crimes apenados com pena de reclusão, o que torna a afirmativa equivocada.

Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:

(...)

III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.

b) INCORRETA. Se houver outros meios para obter a prova, não será cabível o uso da interceptação telefônica:

Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:

II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;

c) CORRETA. A regra é a descrição clara do objeto da investigação, bem como a indicação e qualificação dos investigados.

E se isso não for possível?

Nos casos de impossibilidade manifesta justificada, não se exigirá o dever de descrever o objeto e indicar e qualificar o investigado, desde que

Art. 2° Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada.

d) INCORRETA. O STF e o STJ têm admitido o fenômeno da serendipidade, que é encontro fortuito de provas acerca de um fato delitivo que não é objeto da interceptação.

e) INCORRETA. Não há limite de prorrogações da interceptação telefônica. Isso quer dizer que o juiz poderá renová-la enquanto a medida for indispensável:

Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova.

Resposta: C

3.

(CESPE – CGE/CE – 2019)

De acordo com a Lei n.º 9.296/1996, a interceptação de comunicações telefônicas a) poderá ser determinada de ofício por delegado.

b) não será admitida se a prova puder ser obtida por outros meios disponíveis.

c) será admitida somente nos casos de crimes em que a pena mínima for igual ou superior a dois anos de detenção.

d) será conduzida por membro do Ministério Público, com vistas ao delegado, que poderá acompanhar os procedimentos.

e) poderá ser prorrogada a cada trinta dias, desde que respeitado o prazo máximo legal de trezentos e sessenta dias.

RESOLUÇÃO:

a) INCORRETA. O delegado só poderá conduzir procedimento de interceptação telefônica mediante requerimento apresentado ao juiz.

Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça

Delegado que iniciar interceptação telefônica sem autorização judicial (de ofício) fica sujeito às penas do crime do art. 10:

Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, promover escuta ambiental ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei: (Redação dada pela Lei nº 13.869. de 2019)

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

b) CORRETA. Perfeito! A medida só poderá ser determinada se não houver outros meios disponíveis, pois é subsidiária:

Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:

I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;

II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;

III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.

c) INCORRETA. A Lei exige que o crime seja punido com, no mínimo, reclusão!

Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:

I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;

II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;

III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.

d) INCORRETA. A afirmativa “inverteu” os papéis de cada instituição. Veja só:

Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização.

e) INCORRETA. Se houver necessidade, a medida pode ser prorrogada sucessivamente por 15 dias:

Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova.

Resposta: B

4.

(CESPE – PC/MA – 2018)

Em determinada comarca de um estado da Federação, em razão de uma denúncia anônima e após a realização de diligências, a polícia civil prendeu Maria, de dezoito anos de idade, que supostamente traficava maconha em uma praça nas proximidades da escola pública onde ela estudava. Levada à delegacia de polícia local, Maria foi autuada e indiciada. Depois de reunidos elementos informativos suficientes, o delegado elaborou um relatório com a

descrição dos fatos, apontando os indícios de autoria. Com o encerramento das investigações, o inquérito policial foi encaminhado à autoridade competente.

Considere que os seguintes fatos sejam adicionais à situação hipotética descrita no texto 1A2AAA.

Entre as várias diligências realizadas envolvendo Maria, que redundaram em sua prisão por tráfico de maconha, a autoridade policial cogitou obter autorização para quebra de seu sigilo de comunicação telefônica como meio de prova na investigação criminal.

Considerando-se a situação hipotética descrita no texto 1A2AAA e as informações adicionais anteriormente apresentadas, é correto afirmar, com relação à interceptação telefônica no inquérito policial, que

a) somente a autoridade policial poderá requerer a interceptação telefônica de Maria na fase do inquérito policial.

b) as gravações que não interessarem ao caso terão de ser inutilizadas por determinação da autoridade policial.

c) o material colhido na intercepção, caso seja autorizada, terá de ser autuado em apartado e apensado de forma sigilosa ao inquérito policial, anteriormente ao relatório da autoridade policial.

d) será prescindível cláusula de reserva jurisdicional para sua autorização, porque o delito cometido é de natureza hedionda.

e) será viável a sua realização na investigação do crime hediondo, mesmo que fossem incertos os indícios de autoria.

RESOLUÇÃO:

a) INCORRETA. O membro do Ministério Público também poderá apresentar requerimento de interceptação na fase de investigação criminal.

Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento:

I - da autoridade policial, na investigação criminal;

II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal.

b) INCORRETA. As gravações que não interessarem ao caso terão de ser inutilizadas por DECISÃO JUDICIAL:

Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada.

c) CORRETA. Não se esqueça de que o procedimento da interceptação tramitará de forma sigilosa e em autos apartados aos autos do inquérito policial, ok?

Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se o sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas.

d) INCORRETA. A cláusula de reserva de jurisdição é IMPRESCINDÍVEL para a validade da prova colhida por interceptação telefônica.

Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça.

e) INCORRETA. A interceptação telefônica é permitida para a investigação de fatos relativos a crimes punidos com reclusão e desde que presentes indícios razoáveis de autoria:

Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:

I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;.

Resposta: C

5.

(CESPE – PC/GO – 2016)

Caso uma pessoa seja ré em processo criminal por supostamente ter cometido homicídio qualificado, eventual interceptação de suas comunicações telefônicas

a) dependerá de ordem do juiz competente, sob segredo de justiça.

b) poderá ser admitida por meio de parecer favorável de representante do MP.

c) não poderá exceder o prazo improrrogável de quinze dias, se concedida pelo juiz.

d) poderá ser admitida, ainda que a prova possa ser feita por outros meios.

e) deverá ser negada, se for requerida verbalmente ao juiz competente.

RESOLUÇÃO:

a) CORRETA. Perfeito! Não se esqueça da exigência de cláusula de reserva de jurisdição e do segredo de justiça:

Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça.

b) INCORRETA. A interceptação somente será admitida por ordem judicial. A Lei não condiciona a apresentação de parecer do MP para a concessão da medida.

c) INCORRETA. O prazo máximo de duração da interceptação telefônica é de 15 dias, o qual poderá ser renovado por igual tempo, caso seja necessário para a conclusão das investigações.

Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova.

d) INCORRETA. A medida só poderá ser determinada se não houver outros meios disponíveis, pois é subsidiária:

Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:

I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;

II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;

III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.

e) INCORRETA. O requerimento verbal é admitindo em casos excepcionais:

Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem empregados.

§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo.

Resposta: A

6.

(CESPE – AGEPEN/PE – 2017)

De acordo com a Lei n.º 9.296/1996, a interceptação de comunicações telefônicas como meio de prova em investigação criminal deve ser

a) admitida em inquéritos instaurados para a apuração de crimes punidos com pena de detenção ou reclusão.

b) deferida de ofício por autoridade policial, independentemente de autorização judicial.

c) deferida por autoridade judicial e conduzida por autoridade policial, que deverá dar ciência ao Ministério Público, para que este acompanhe as diligências.

d) registrada nos próprios autos do inquérito, resguardando-se sigilo quanto aos investigados.

e) executada por técnicos especializados das concessionárias de serviço público de telefonia, conforme determinar a autoridade policial.

RESOLUÇÃO:

a) INCORRETA. A interceptação de comunicações telefônicas é admitida em investigação de infração penal PUNIDA COM RECLUSÃO:

Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:

I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;

II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;

III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.

b) INCORRETA. A interceptação dependerá sempre de autorização judicial:

Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça.

c) CORRETA. Veja o que diz os dispositivos abaixo:

Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento:

I - da autoridade policial, na investigação criminal;

II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal.

Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização.

d) INCORRETA. A interceptação ocorrerá em autos apartados.

Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do

e) INCORRETA. A interceptação é executada pela autoridade policial, que PODERÁ determinar a execução por técnicos especializados das concessionárias de serviço público de telefonia.

Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a autoridade policial poderá requisitar serviços e técnicos especializados às concessionárias de serviço público.

Resposta: C

7.

(CESPE – TJAM – 2019)

Hugo é investigado pela prática de lesão corporal seguida de morte contra Márcia, crime esse cometido em Manaus. A autoridade policial realizou interceptação telefônica e tomou conhecimento de que Hugo havia confessado ser o autor do crime ao irmão da vítima, Miguel.

Acerca dessa situação hipotética, julgue o item a seguir, com base no que dispõe a legislação de regência

Por se tratar de crime de lesão corporal seguida de morte, não se admite o emprego de interceptação telefônica nas investigações.

RESOLUÇÃO:

Amigos, a interceptação telefônica é cabível na investigação de crimes punidos com RECLUSÃO.

Art. 2º Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:

I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;

II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;

III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.

Agora, te pergunto: você está em dia com o Código Penal? Caso positivo, o crime de lesão corporal seguida de morte é punido com pena de reclusão ou de detenção?

Código Penal. Lesão corporal seguida de morte

Art. 129 (...) § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:

Pena - RECLUSÃO, de quatro a doze anos.

Concluímos, dessa forma, que a investigação relativa ao crime de lesão corporal seguida de morte admite o emprego de interceptação telefônica, o que torna a afirmativa incorreta.

Resposta: E

8.

(CESPE – TJAM – 2019)

Julgue o próximo item, relativos a citação, intimação, nulidade, interceptação telefônica e prazos processuais.

Não havendo autorização do juízo competente, a interceptação de comunicações telefônicas será prova ilícita.

RESOLUÇÃO:

Considerando a interceptação telefônica ter sido realizada sem autorização do juiz competente, fica evidente desrespeito à cláusula de reserva de jurisdição, tão necessária para a validade da prova colhida por esse meio.

Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça;

Então, podemos dizer que a prova foi obtida em desconformidade com a lei, o que a torna prova ilícita, segundo o Código de Processo Penal:

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.

Resposta: C

9.

(CESPE – STJ – 2018)

Acerca do processamento nos casos de crimes de responsabilidade dos servidores públicos, do procedimento da interceptação telefônica e da colaboração premiada, julgue o item seguinte.

Situação hipotética: O juiz autorizou a interceptação telefônica requerida pela autoridade policial pelo prazo de quinze dias. Sem que houvesse a prorrogação, as diligências continuaram e, no décimo sétimo dia, a autoridade policial conseguiu obter provas contra o investigado. Assertiva: Nessa situação, as provas colhidas por meio da interceptação telefônica são consideradas lícitas, uma vez que no processo penal prevalece o princípio da verdade real.

RESOLUÇÃO:

Amigos, perceba que as provas foram obtidas fora do prazo concedido pelo juiz para a interceptação.

Para que a medida fosse considerada válida, o juiz deveria ter renovado o prazo de autorização mediante decisão fundamentada, o que não ocorreu:

Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova.

E como chamamos uma prova que tenha sido obtida em desconformidade com a lei? De prova ilícita!

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.

Muito embora o processo penal tenha como um de seus pilares a busca da verdade, esta não pode ser alcançada a qualquer custo, devendo-se preservar os direitos fundamentais da proteção à intimidade e à privacidade. A própria Constituição Federal considera inadmissível a interceptação de comunicações telefônicas sem autorização judicial:

Art. 5º (...) XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

Resposta: E

10.

(CESPE – ABIN – 2018)

Valdemar, empresário do setor de frigoríficos, emprega estratégias, como a utilização de produtos químicos, para disfarçar o estado de putrefação de carnes que vende fora do prazo de validade. Ele garante uma mesada a Odair, empregado de agência reguladora do setor e encarregado de elaborar os registros de fiscalização, em troca de ser avisado de qualquer ação não programada do órgão. De posse desse tipo de informação, Valdemar toma providências para que os fiscais não encontrem a carne de má qualidade. Durante a investigação de um caso referente a uma pessoa que sofrera prejuízo à saúde em razão do consumo de carne estragada, escuta telefônica autorizada gera as provas da existência do esquema.

A respeito da situação hipotética apresentada, julgue o item a seguir.

A interceptação telefônica foi ilegal, uma vez que os crimes cometidos por Valdemar e Odair são punidos com detenção.

RESOLUÇÃO:

Sabemos que é incabível o emprego de interceptação telefônica em investigação de crimes punidos com, no máximo, detenção – ou seja, ela só é cabível em crimes apenados com pena de reclusão.

Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:

(...)

III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.

E quais os crimes investigados?

Os crimes cometidos por Valdemar e Odair foram, respectivamente, corrupção ativa e corrupção passiva:

Código Penal. Corrupção ativa

Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

Parágrafo único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica infringindo dever funcional.

Corrupção passiva

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

Por estarmos diante de crimes punidos com pena de reclusão, é cabível interceptação telefônica, de modo que as

Por estarmos diante de crimes punidos com pena de reclusão, é cabível interceptação telefônica, de modo que as

Documentos relacionados