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Aula 00 Escuta telefônica (Lei n.º 9.296/96). Prof. Henrique Santillo. Noções de Legislação Especial p/ Escrivão e Investigador da PC AM

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Aula 00 – Escuta telefônica (Lei n.º 9.296/96).

Noções de Legislação Especial p/ Escrivão e Investigador

(2)

Sumário

ESCUTA TELEFÔNICA (LEI N.º 9.296/96). 5

INTRODUÇÃO 6

Lei Anticrime e Captação Ambiental 9

REQUISITOS DA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA 12

Necessidade de Autorização Judicial 13

Finalidade de Instrução em Investigação Policial ou Processo Criminal 14

Indícios Razoáveis de Autoria ou Participação em Infração Penal 15

Inexistência de Outro Meio de Produzir a Prova 15

Infração Penal Punida Com Reclusão 16

Delimitação da Situação Objeto da Investigação e do Sujeito Passivo da Interceptação. 17

PROCEDIMENTO 19

CAPTAÇÃO AMBIENTAL 29

CRIMES DA LEI DE INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA 30

LISTA DE QUESTÕES 35

GABARITO 41

QUESTÕES COMENTADAS 42

LEI Nº 9.296/1996 59

RESUMO DIRECIONADO 62

(3)

Apresentação

Olá, amigo/a!

Caso você não me conheça, sou o professor

H

ENRIQUE

S

ANTILLO do

D

IREÇÃO

C

ONCURSOS e te acompanharei durante a sua caminhada rumo à aprovação.

Vamos falar um pouco sobre mim?

Sou advogado pós-graduado em Direito Processual. Graduei-me pela Universidade Federal de Goiás e obtive aprovação para os cargos de Analista Judiciário dos Tribunais Regionais Eleitorais da Bahia e do Paraná, Oficial de Justiça Avaliador Federal do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, bem como para Escriturário do Banco do Brasil, cargo para o qual fui nomeado, tendo optado por não tomar posse.

Neste tempo de muita luta e muito estudo, pude perceber que algumas técnicas de aprendizagem fazem toda a diferença, dentre elas o estudo direcionado, a resolução de muitas questões e a revisão periódica do conteúdo estudado.

Logo, vamos juntos desbravar as

L

EIS

P

ENAIS

E

SPECIAIS. Aplicarei na sua aprendizagem tudo aquilo que realmente faz a diferença na sua trajetória rumo à tão almejada aprovação.

Conte comigo para você aprender as leis penais de uma maneira leve e descontraída, com muitos exemplos e casos concretos durante o seu curso. Abaixo, você poderá ver como organizamos a aula do seu curso de NOÇÕESDE LEGISLAÇÃOESPECIAL,direcionado especialmente para o concurso de provimento do cargo de

E

SCRIVÃO E

I

NVESTIGADOR DA

PC AM!

Na aula de hoje vamos estudar o seguinte tópico: interceptação telefônica!

Como é a nossa primeira aula, faço questão de deixar claro a você, aluno/a, alguns conceitos que serão utilizados em outras aulas e que te deixarão mais familiarizados com a disciplina!

A banca CETAM publicou o edital do último concurso da PC AM.

Nosso curso será direcionado para este edital!

(4)

Neste material você encontrará:

Fique à vontade também para me procurar no Instagram ou em meu e-mail. Estarei à disposição para te atender sempre que for necessário:

Curso completo em VÍDEO

teoria e exercícios resolvidos sobre TODOS os pontos do edital

Curso completo escrito (PDF)

teoria e MAIS exercícios resolvidos sobre TODOS os pontos do edital

Fórum de dúvidas

para você sanar suas dúvidas DIRETAMENTE conosco sempre que precisar

@profsantillo

hsantillogo@gmail.com

(5)

Interceptação telefônica (Lei n.º 9.296/96).

Olá, meus amigos!

É com muita felicidade que iniciamos mais um encontro de

Legislação Penal Extravagante

! Sou suspeito para falar: o tópico da aula de hoje é um dos mais empolgantes (e cobrados!).

Interceptação das Comunicações Telefônicas

(Lei nº 9.296/1996)

Não sou vidente, mas acredito que o tópico em questão muito provavelmente será cobrado na prova do seu concurso. Além de naturalmente possuir alta incidência em prova, duas importantíssimas leis promoveram alterações no texto da Lei de Interceptações Telefônicas:

Lei de Abuso de Autoridade (Lei nº 13.869/2019) Lei Anticrime (Lei nº 13.964/2019)

Não podemos vacilar nesta altura do campeonato, não é mesmo?

Foi pensando nisso que resolvi indicar os tópicos mais cobrados:

TÓPICOS MAIS IMPORTANTES

• Requisitos de concessão

• Requerimento (

quem pode apresentar; pedido verbal; formalidades

)

• Prazo de duração da interceptação

• Incidente de inutilização de gravação

• Tópicos acrescentados pelas Leis de Abuso de Autoridade e

Anticrime

(6)

Introdução

O nosso encontro de hoje se iniciará de forma bem inusitada.

Já ouviu falar do livro 1984, do escritor George Orwell?

Veja só o que diz esta reportagem:

Orwell criou Grande Irmão

O Grande Irmão (ou Big Brother, do original em inglês) é um personagem do livro "1984", de George Orwell (1903-1950), escritor indiano que se criou na Inglaterra.

O livro, escrito em 1948, retrata um universo ficcional imaginado pelo autor sobre o futuro: no ano de 1984 viveríamos em uma ditadura totalitária, na qual o Estado, pela figura do Grande Irmão, controlaria toda a sociedade.

Grande Irmão, o centro do poder, é uma figura abstrata. Ninguém o conhece pessoalmente, mas todos os cidadãos veem seu rosto em telões, instalados em locais públicos e nas salas das residências.

Não é possível se esconder do Grande Irmão, pois, por meio de telões, ele também poderia ver seu interlocutor.

Disponível em: https://biblioteca.folha.com.br/1/14/1997051201.html

Você já parou pra pensar se o Estado realmente controlasse de forma absoluta a sociedade, inclusive tendo acesso ao que fazemos no interior de nossas casas e ao teor de nossas conversas por telefone ou na internet?

Justamente para evitar tamanha invasão do Poder Público na vida privada e na intimidade de cada um de nós, a Constituição Federal impôs alguns freios:

Art. 5º (...) XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;

(7)

O que mais nos interessa, ao menos neste primeiro momento, é o sigilo das comunicações telefônicas, que poderá ser violado em casos excepcionais, mediante a observação dos seguintes requisitos:

Ordem judicial

Observância das hipóteses de cabimento e da forma prevista por lei regulamentadora Finalidade de investigação criminal ou instrução processual penal

Quero que você perceba algo: o próprio texto constitucional determina que, além da necessidade de autorização judicial, precisamos de uma lei que estabeleça as hipóteses em que poderá haver a “quebra” do sigilo das comunicações telefônicas, as formas pelas quais essa medida se efetuará e quais os procedimentos a serem respeitados!

Professor, que lei é essa?

É aí que entra a nossa estimada Lei de Interceptação Telefônica (Lei nº 9.296/1996) que, além regulamentar a “devassa” das comunicações telefônicas (conversa por telefone), passou a incluir, em um primeiro momento, as que ocorrem em sistemas de informática e telemática1 (e-mail, whatsapp, SMS, facetime):

Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça.

Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática.

E o que vem a ser uma interceptação telefônica?

E os interlocutores? Eles não sabem que estão sendo interceptados?

Opa! Muito embora se utilize de forma mais ampla o termo interceptação telefônica, preciso fazer um importantíssimo alerta:

1 Transmissão, emissão ou recepção de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza, por meio de telefonia estática ou móvel (fax, modens, internet, e-mail). É por esse motivo que o parágrafo único diz

Inteceptaçãovem de interceptarintrometer, interromper, interferir,no sentido de um terceiro que, estranho à conversa,

se intromete e toma conhecimento do assunto tratado entre os interlocutores em comunicação realizada por meio de

aparelhos telefônicos, telemáticos e/ou de informática.

(8)

Não devemos confundir os institutos da interceptação telefônica (em sentido estrito), da escuta telefônica e o da gravação clandestina, meios distintos de obtenção de prova!

No caso da interceptação telefônica (em sentido estrito), nenhum dos dois interlocutores sabe que seus diálogos estão sendo ouvidos e gravados por terceiro.

Na escuta telefônica, um dos dois interlocutores sabe que eles estão sendo gravados por um terceiro. O outro, contudo, desconhece a “invasão” do terceiro.

Exemplo: a polícia tem o hábito de fazer a escuta em casos de sequestro. Habitualmente, a família da vítima consente nessa prática, sem o conhecimento do sequestrador do outro lado da linha (por motivos bem óbvios).

Por fim, na gravação telefônica (ou clandestina), um dos interlocutores é quem grava a conversa sem que o outro saiba ou consinta.

Vamos supor que um estelionatário te faça uma ligação telefônica e tente te aplicar um golpe. Caso decida gravar a conversa sem que ele tenha conhecimento, teremos uma gravação clandestina!

Tanto a interceptação telefônica quanto a escuta telefônica submetem-se, necessariamente, ao regime da Lei nº 9.296/6, cujo procedimento exige a autorização judicial para que sejam consideradas provas lícitas.

Então quer dizer que a gravação telefônica (clandestina) é proibida pelo nosso ordenamento?

 A Lei nº 9.296/96 NÃO é aplicável à gravação telefônica (ou clandestina)!

Não por ela ser proibida, mas por NÃO haver necessidade de autorização judicial para ser considerada válida.

O Supremo Tribunal Federal (STF) entende que a validade da prova obtida por gravação clandestina deve ser analisada à luz do princípio da proporcionalidade, sobretudo quando tiver por finalidade a prova de que o “gravador clandestino” é vítima de uma ação/investida criminosa praticada por outrem.

Voltando no caso do estelionatário que pretende te aplicar um golpe pelo telefone... Considerando essa investida criminosa contra você, a prova colhida pela gravação deverá ser considerada! Basta se lembrar da legítima defesa!

Veja só a tese defendida pelo STF:

PROVA. Criminal. Conversa telefônica. Gravação clandestina, feita por um dos interlocutores, sem conhecimento do outro. Juntada da transcrição em inquérito policial, onde o interlocutor requerente era investigado ou tido por suspeito. Admissibilidade.

Fonte lícita de prova. Inexistência de interceptação, objeto de vedação constitucional.

Ausência de causa legal de sigilo ou de reserva da conversação. Meio, ademais, de prova da alegada inocência de quem a gravou. Improvimento ao recurso. Inexistência de ofensa ao art. 5º, incs. X, XII e LVI, da CF. Precedentes. Como gravação meramente clandestina, que se não confunde com interceptação, objeto de vedação constitucional, é lícita a prova consistente no teor de gravação de conversa telefônica realizada por um dos interlocutores, sem conhecimento do outro, se não há causa legal específica de sigilo nem de reserva da conversação, sobretudo quando se predestine a fazer prova, em juízo ou inquérito, a favor de quem a gravou. (STF, RE 402.717/PR, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, Dje 13.02.2009).

(9)

E a captação das conversas travadas em um ambiente específico, sem o uso do telefone ou de meios de informática ou telemática?

É o que vamos ver agora!

Lei Anticrime e Captação Ambiental

Inicialmente, a Lei de Interceptações Telefônicas regulamentava de forma expressa apenas a interceptação e a escuta de comunicações telefônicas.

Contudo em janeiro de 2020, a Lei Anticrime (Lei nº 13.964/2019) entrou em vigor e promoveu uma importante alteração, passando a disciplinar de forma expressa a captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos, exigindo-se, assim como o fez com a interceptação telefônica, a autorização judicial e a observância de algumas formalidades para ser considerada meio de prova válido (vamos analisá-las brevemente. Segura as pontas!).

Antes de colocarmos a mão na massa, faço que questão de te explicar o que vem a ser uma comunicação ambiental:

Professor, qual o conceito de captação ambiental?

Em sentido amplo, captação ambiental é o registro de sons ou imagens que envolvam conversa ou comportamento de duas ou mais pessoas em um dado ambiente (escritório, bar, na porta de uma casa...).

O objetivo da captação ambiental é “captar” o conteúdo de uma comunicação que se desenvolve no próprio ambiente em que ela ocorre.

De que modo ela pode ser feita?

Por meio de escutas, microfones, câmeras ocultas, monitoramento à distância, satélite, antenas direcionais... São tantas as tecnologias capazes de pôr em prática a captação ambiental!

Ah, é essencial esclarecer que,

assim como ocorre com a expressão “interceptação telefônica”,

devemos entender a captação ambiental como gênero, tendo como espécies a interceptação, a escuta e a gravação ambiental!

O raciocínio é o mesmo aplicado às interceptações telefônicas?

Comunicação ambiental é aquela realizada diretamente em um dado ambiente, sem transmissão e recepção por meios físicos

artificiais, por meio de fios elétricos, cabos óticos etc.

Resumo da ópera: é a comunicação mantida entre duas ou mais pessoas sem a utilização do telefone em qualquer recinto, seja

ele privado ou público.

(10)

Bingo! É isso aí. Veja só a classificação de cada uma das medidas de captação ambiental:

Na interceptação ambiental, um terceiro capta as imagens e/ou o diálogo envolvendo duas ou mais pessoas, sem que nenhuma delas saiba.

Exemplo: mediante autorização judicial, agentes policiais instalam microfones no gabinete de um prefeito municipal investigado pelo crime de concussão.

Na escuta ambiental, são captadas as imagens e/ou diálogos envolvendo duas ou mais pessoas, com o conhecimento de pelo menos um dos interlocutores e sem o conhecimento do(s) outro(s).

Exemplo: agente policial filma o momento em que o empresário, sabendo da filmagem, entrega a exigida mala com dinheiro ao prefeito municipal.

Por fim, a gravação ambiental (ou clandestina) é a captação ambiental das imagens/diálogos por um dos envolvidos sem o conhecimento do outro.

Exemplo: idosa instala uma câmera no quarto para filmar o momento em que o seu cuidador a estupra.

 A Lei nº 9.296/96 também NÃO é aplicável à gravação ambiental (ou clandestina)!

Amigos, como de costume, aqui vai um esqueminha bem legal para sintetizar os meios de prova que acabamos de ver e as suas principais características:

INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA

(gênero)

Quem faz? Interlocutores sabem?

Aplica-se a Lei nº 9.296/1996?

Interceptação Telefônica

(Espécie)

Terceiro

NÃO SIM

Escuta Telefônica

Terceiro Apenas um

SIM

Gravação Telefônica ou Clandestina

Um dos interlocutores

O outro não sabe

NÃO

(11)

CAPTAÇÃO AMBIENTAL

(feita no local da conversa)

Quem faz? Interlocutores sabem?

Aplica-se a Lei nº 9.296/1996?

Interceptação Ambiental

Terceiro

NÃO SIM

Escuta Ambiental

Terceiro Apenas um

SIM

Gravação Ambiental ou Clandestina

Um dos interlocutores

O outro não sabe

NÃO

Vem comigo resolver algumas questõezinhas:

(CESPE – TJ/BA – 2019) A denominada interceptação telefônica lato sensu subdivide-se em três espécies distintas: a interceptação telefônica stricto sensu, a escuta telefônica e a gravação telefônica. Considerando-se a doutrina consolidada e a jurisprudência, é correto afirmar que, entre as referidas espécies, a proteção constitucional às conversas telefônicas, para fins de prova na investigação criminal, alcança

a) tanto a escuta telefônica quanto a gravação telefônica, que podem ser realizadas mesmo sem autorização judicial.

b) apenas a interceptação telefônica stricto sensu.

c) apenas a escuta telefônica.

d) apenas a gravação telefônica.

e) tanto a interceptação telefônica stricto sensu quanto a escuta telefônica.

RESOLUÇÃO:

Ao nos questionar sobre quais espécies da interceptação telefônica recebem proteção constitucional, o enunciado quer saber o seguinte: quais as modalidades exigem autorização judicial para que as respectivas provas colhidas sejam consideradas válidas?

Simples:

→ Interceptação telefônica stricto sensu (em sentido estrito)

→ Escuta telefônica

O entendimento vai ao encontro da tese defendida pelo STF:

Como gravação meramente clandestina, que se não confunde com interceptação, objeto de vedação constitucional, é lícita a prova consistente no teor de gravação de conversa telefônica realizada por um dos interlocutores, sem conhecimento do outro, se não há causa legal específica de sigilo nem de reserva da conversação, sobretudo

(12)

quando se predestine a fazer prova, em juízo ou inquérito, a favor de quem a gravou (STF, RE 402.717/PR, Rel. Min.

Cezar Peluso, Segunda Turma, Dje 13.02.2009).

Resposta: e)

Olha aqui mais uma questão especialmente para você:

(CESPE – PF – 2013) Com relação às condutas típicas previstas no Código Penal brasileiro e em leis específicas, e ainda, no que se refere às disposições gerais sobre a prova (CPP, Cap. I, Tít. VII), julgue o item seguinte.

De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, é lícita a gravação de conversa telefônica feita por um dos interlocutores sem o conhecimento do outro.

RESOLUÇÃO:

Perfeito! O STF reconheceu a licitude da gravação clandestina, feita sem o conhecimento do outro.

Item correto.

Requisitos da Interceptação Telefônica

Por representar uma forma de intromissão na vida privada e na intimidade do cidadão, vamos estudar agora os requisitos exigidos para a validade da interceptação telefônica!

→ Necessidade de autorização judicial (art. 1º)

Você já está careca de saber deste requisito, abordado desde os primeiros parágrafos da nossa aula, rsrsrs...

→ Não incidência nas hipóteses de não cabimento de interceptação telefônica (art. 2º) Quais são as hipóteses que não autorizam a interceptação telefônica?

Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:

I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;

II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;

III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.

Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada.

À primeira vista, é bem estranho imaginar que a interceptação telefônica será válida quando não realizada nas hipóteses em que ela não for cabível...

Contudo, amigos, devemos recorrer à interpretação inversa, ou seja, ler os dispositivos de forma afirmativa.

Exemplo: interpretando de forma “inversa” o inciso I, a interceptação telefônica será cabível quando houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal.

(13)

Vamos ao primeiro deles!

Necessidade de Autorização Judicial

Logo em seu art. 1º, a Lei nº 9.296/1996 afirma ser necessária ordem judicial:

Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça.

Assim, o primeiro grande requisito é observância de

cláusula de reserva de jurisdição, ou seja, a

decretação da interceptação telefônica depende de autorização prévia do juiz competente para o julgamento da ação principal.

Dessa forma, não tem competência para interceptar comunicações telefônicas o Promotor de Justiça (membro do MP) ou o Delegado de Polícia (autoridade policial), por exemplo.

Se levarem a efeito a medida, a prova colhida será considerada ilícita.

Professor, qual o critério que estabelece a competência para julgar a ação principal?

Falando de amigo para amigo/a, nem sempre podemos afirmar, com facilidade, qual é o juízo competente para o julgamento da ação principal.

Devemos, para tanto, utilizar as regras previstas no Código de Processo Penal ou em legislação especial!

E se determinado juiz decretar a interceptação telefônica do investigado X e, em momento posterior, descobre- se que a competência era do Tribunal de Justiça (juízo de 2º grau)?

→ Para o STF, aplica-se a teoria da aparência: não é ilícita a interceptação telefônica autorizada por juiz aparentemente competente ao tempo da decisão e que, posteriormente, venha a ser declarado

incompetente.

Assim, podemos dizer que o juízo competente para processar e julgar o crime de cuja prática se suspeita é o competente para decretar a interceptação.

Se, por algum motivo, verifica-se posteriormente que o juiz seja incompetente para julgar o crime, não haverá, necessariamente, a nulidade absoluta da prova colhida!

O Juiz Federal determina a interceptação das comunicações telefônicas de uma mulher investigada por tráfico internacional de drogas.

Posteriormente descobre-se que o crime não era internacional, pois não houve a transposição das fronteiras do Brasil, restringindo-se a conduta criminosa ao território do Estado do Ceará, fato que torna o juiz estadual competente para a determinação da medida.

Pela teoria do juízo aparente, essa prova não deve ser considerada ilícita, pois decretada pelo juízo que parecia competente à época das investigações.

(14)

POSTERIOR DECLINAÇÃO DE COMPETÊNCIA. VALIDADE. JUÍZO APARENTE. (...) Segundo a teoria do juízo aparente, não há nulidade na medida investigativa deferida por magistrado que, posteriormente, vem a declinar da competência por motivo superveniente e desconhecido à época da autorização judicial.

HC 120.027, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, Rel. p/ Acórdão Min. EDSON FACHIN, Primeira Turma, DJe 18/2/2016

Próximo requisito!

Finalidade de Instrução em Investigação Policial ou Processo Criminal

A interceptação telefônica ocorre dentro de um procedimento de natureza cautelar, podendo a medida ser:

Preparatória

, se realizada antes da propositura da ação penal.

A finalidade é a de instruir o inquérito policial, que poderá embasar a denúncia ou a queixa com indícios de prova da autoria e da materialidade da infração penal.

Incidental

, se realizada durante a instrução processual penal.

A finalidade é a formação de elementos de prova para convencer o juiz acerca da autoria e da materialidade da infração penal.

Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça.

Em ambos os casos, a finalidade é auxiliar na investigação criminal, bem como na instrução processual criminal, o que nos permite chegar à seguinte conclusão:

 A decretação da interceptação é inadmissível em processo cível ou administrativo!

Você não pode, em uma eventual ação de indenização por danos morais, requerer ao juiz a interceptação das comunicações telefônicas do(a) ex-namorado(a).

Da mesma forma, a medida não será possível em sede de inquérito civil ou de ação civil pública.

Contudo, O STF tem admitido, nesses casos, a utilização de prova decorrente de interceptação telefônica como prova emprestada:

O Supremo Tribunal Federal adota orientação segundo a qual, é possível a utilização, como prova emprestada, de interceptações telefônicas derivadas de processo penal, com autorização judicial, no processo administrativo disciplinar, desde que seja assegurada a garantia do contraditório.

Precedentes. (STF, MS 17.815/DF, j. 21/11/2018)

(15)

Indícios Razoáveis de Autoria ou Participação em Infração Penal

Imagine só se o juiz pudesse, a bel-prazer, grampear indiscriminadamente toda e qualquer comunicação estabelecida entre as pessoas, inclusive você! (Pensou naquela conversa constrangedora com o @crush no Whatsapp, pode falar! Rsrs)

Visando coibir abusos, a Lei nº 9.496/96 exige a existência de indícios pré-existentes de autoria ou participação do agente no delito a ser investigado.

Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:

I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;

Veja bem: eu disse INDÍCIOS, não a certeza da autoria (ou da participação) para o deferimento da interceptação telefônica, bastando a presença de elementos informativos ou de prova que permitam ao juiz, no momento da decisão, reconhecer a probabilidade da autoria.

Inexistência de Outro Meio de Produzir a Prova

Já estamos carecas de saber que a interceptação telefônica viola o direito fundamental à intimidade e ao sigilo das comunicações telegráficas de dados e das comunicações telefônicas...

Justamente por esse motivo, a Lei nº 9.496/96 determina que a interceptação telefônica é medida excepcional, ou seja, só será cabível quando for o único meio de prova disponível para a investigação de determinado delito.

Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: (...)

II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;

Suponha que você, uma autoridade policial respeitada, receba uma denúncia anônima em desfavor de um sujeito que promove o tráfico interestadual de substâncias ilícitas.

Prezado/a, você deverá instaurar uma investigação preliminar para apurar o teor da denúncia anônima, sendo cabível a interceptação telefônica apenas se constatado o esgotamento dos outros meios para apurar os fatos ou se a interceptação for o único meio cabível, por ser medida considerada extrema:

INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA. INVESTIGAÇÃO EM CURSO. O pedido de interceptação telefônica não pode ser a primeira providência investigatória realizada pela autoridade policial. In casu, ao formular o pedido de quebra do sigilo telefônico, a autoridade policial descreveu quais eram os ilícitos que estariam sendo praticados, quais tipos de pessoas integravam a organização criminosa, bem como qual era a sua forma de atuação no cometimento dos crimes. Ficou evidenciado que a quebra do sigilo telefônico não foi a primeira medida efetivada pela autoridade policial. Pelo contrário, tal providência teve suporte em elementos já colhidos que demonstravam que as investigações em curso levantaram indícios da prática criminosa e apontavam para a imprescindibilidade do deferimento da medida excepcional, segundo o

(16)

disposto no art. 2º da Lei n. 9.296/1996. Precedentes citados: HC 85.502-SP, DJe 9/5/2011, e HC 43.234-SP, DJe 21/5/2011. STJ, HC 130.054-PE, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 7/2/2012 (Info 490)

Infração Penal Punida Com Reclusão

Primeiro, peça que leia o inciso III do art. 2º:

Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: (...)

III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.

Se esta é a primeira vez que você tem contato com o tópico, muito provavelmente um nó acabou de surgir entre os seus neurônios após a leitura do dispositivo acima.

Vamos utilizar um pouquinho do raciocínio lógico?

Ao dizer interceptação telefônica não pode ser decretada para investigar crime punido, no máximo, com pena de detenção, a mensagem passada é a seguinte:

A interceptação telefônica somente é cabível nas infrações penais punidas com RECLUSÃO.

Em razão disso, a Lei de Interceptações deixou de lado crimes punidos com detenção, como a ameaça, que na maioria das vezes é praticada por telefone, e as contravenções penais, que a depender do crime podem ser punidas com prisão simples ou apenas multa2.

2 LEI DAS CONTRAVENÇÕES PENAIS. Art. 68. Recusar à autoridade, quando por esta, justificadamente solicitados ou exigidos, dados ou indicações concernentes à própria identidade, estado, profissão, domicílio e residência: (...) Pena – multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis.

Pena

•SOMENTE MULTA

Pena

•PRISÃO SIMPLES

Pena

•DETENÇÃO

Pena

•RECLUSÃO

(17)

Repare em uma coisa: a Lei nº 9.296/96 não indica a quantidade da pena, mas somente a espécie de pena privativa de liberdade, que necessariamente deve ser de reclusão.

E no caso de investigação acerca de fatos que constituam infração penal punida com reclusão conexa com infração penal punida com detenção?

Delimitação da Situação Objeto da Investigação e do Sujeito Passivo da Interceptação.

A decisão do juiz que decreta a interceptação deverá:

✓ Descrever claramente o objeto da investigação

✓ Indicar e qualificar o sujeito, investigado ou réu

Veja só de onde tiramos essas informações:

Art. 2º (...) Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, SALVO impossibilidade manifesta, devidamente justificada.

Isso quer dizer que as interceptações não podem apurar fatos indeterminados...

Vamos pensar no crime de homicídio. O juiz precisa descrever de forma objetiva o local onde a vítima foi morta, quem teria supostamente praticado o delito, os indícios que já existem acerca do crime e da autoria e/ou da participação, a descrição da forma como foi executada o delito...

ATENÇÃO! Caso os investigadores tenham conhecimento acerca da prática de determinado crime, mas ainda possuam elementos que indiquem, de forma clara, o suspeito, o parágrafo único do art. 2º ainda assim autoriza a execução da interceptação telefônica.

Assim, em casos excepcionalíssimos, a interceptação telefônica pode recair sobre pessoa indeterminada – justamente para descobrir quem foi o autor/partícipe do fato delituoso.

Mesmo nesse caso, a diligência deverá recair sobre uma linha telefônica, que será individualizada no pedido e na decisão!

É permitida a interceptação para investigação de crime punido com detenção,desde que conexo com

crime punido com reclusão

(STJ, AgRg no REsp 1.717.551/PA)

Durante interceptação telefônica para investigação de uma tentativa de homicídio, descobriu-se que o agente dirigiu, algumas horas depois

ameaças à vítima caso noticiasse o fato às autoridades policial.

(18)

Aquele esqueminha habitual:

Vamos resolver uma questão?

(CESPE – SEGESP/AL – 2013) No que diz respeito ao processo penal brasileiro, julgue o item a seguir.

Admite-se a realização de interceptação telefônica, previamente autorizada pelo juiz competente, para a investigação de crimes punidos com reclusão, desde que presentes os demais requisitos legais.

RESOLUÇÃO:

É isso mesmo!

Além de outros requisitos, apenas crimes punidos com reclusão poderão ser investigados com o uso da interceptação telefônica.

Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:

I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;

II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;

III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.

Item correto.

Requisitos da

Interceptação Telefônica

Ordem judicial → de ofício ou a requerimento do MP/autoridade policial)

Finalidadeobtenção de provas em investigação criminal ou instrução processual penal

Demonstração da extrema necessidade → prova não pode ser produzida por outros meios

Existência de indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal

Fato investigado → infração penal punida com pena de reclusão

Delimitação do objeto da investigação e do sujeito

da interceptação

(19)

Tenho mais uma para você:

(CESPE – DPE/AC – 2012) Joana rompeu o relacionamento amoroso que mantivera com José por aproximadamente seis meses. Inconformado com a separação e com as recusas de Joana em reatar o namoro, José passou a ameaçá-la por telefone, dizendo que a mataria se a encontrasse com outro e, em seguida, cometeria suicídio. Sentindo- se intimidada pelo ex-namorado, Joana comunicou o fato à autoridade policial, que instaurou inquérito para apurar o crime de ameaça. Inquirido, José negou a prática do delito. Não conseguindo obter provas do crime, a autoridade policial pleiteou, então, ao Poder Judiciário a interceptação das comunicações telefônicas mantidas entre Joana e José.

Nessa situação hipotética, admitindo-se que o MP oficie favoravelmente ao pleito, deve o juiz

a) indeferi-lo, visto que não se admite a interceptação de comunicações telefônicas para prova do fato investigado.

b) indeferi-lo, por não haver indícios razoáveis de autoria, restando tão somente a palavra de uma das partes contra a outra.

c) deferi-lo, dada a existência de indícios razoáveis de autoria.

d) deferi-lo, a contrário senso, por inexistir outro meio de obtenção de prova do crime.

e) indeferi-lo, dada a possibilidade de aplicar a José as medidas protetivas de urgência previstas na Lei Maria da Penha.

RESOLUÇÃO:

Antes de analisarmos as alternativas, a pergunta que se deve fazer é: o crime de ameaça é punido com pena de detenção ou reclusão?

A pena estabelecida para o crime em questão é de um a seis meses de detenção ou multa, o que obriga o juiz a indeferir o pedido interceptação de comunicações telefônicas para investigação do respectivo fato.

Veja só o que dispõe o Código Penal:

Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Procedimento

Já vimos que o procedimento da interceptação telefônica é de natureza cautelar, podendo ser aberto durante a investigação policial ou após iniciado o processo criminal.

E aí? Como se dá início o procedimento?

Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, DE OFÍCIO ou a requerimento:

I - da autoridade policial, na investigação criminal;

II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal.

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A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser iniciada:

Por determinação do juiz, de ofício

É isso mesmo que você leu: é permitido ao juiz abrir procedimento de interceptação telefônica de ofício, ou seja, sem a provocação da autoridade policial ou do Ministério Público.

Pode parecer estranho, mas o papel do juiz na fase de produção de provas é a busca da verdade real, o que, em tese, lhe dá legitimidade para determinar a interceptação no curso da ação penal!

ATENÇÃO! A Lei Anticrime alterou o Código de Processo Penal no sentido de proibir a decretação de medidas cautelares pelo juiz, de ofício.

Com isso, travou-se a seguinte discussão: prevalece o disposto no CPP ou em lei especial que autoriza a decretação de ofício da interceptação?

Código de Processo Penal. Art. 282 (...) § 2º As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz a requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) O tema ainda dará bastante “pano pra manga”; por ora, sugiro que você siga a letra da Lei nº 9.296/96 até o esclarecimento da controvérsia pelos tribunais, combinado?

A requerimento da autoridade policial, na investigação criminal

No curso da investigação criminal, a autoridade policial (o delegado, por ex.) poderá solicitar diretamente ao juiz a interceptação das comunicações telefônicas – isso é feito por meio de uma representação.

A requerimento do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal.

Mediante requerimento, o MP pode solicitar ao juiz o deferimento da medida, seja na fase da investigação criminal, seja na fase da instrução processual penal.

Ah, importante relembrar que o STF reconheceu a legitimidade do MP para realizar diretamente a investigação de crimes! (STF, HC 85011/RS)

O nosso foco agora será o requerimento apresentado pela autoridade policial e pelo Ministério Público!

Primeiramente, peço que você leia o art. 4º e o parágrafo único do art. 2º:

Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem empregados.

A Lei nº 9.296/96 deixa claro que o requerente (autoridade policial ou MP) deve:

Demonstrar a NECESSIDADE da realização da intercepção telefônica

Dito de outra forma, o pedido deve demonstrar que os requisitos estudados foram atendidos, principalmente o da subsidiariedade, ou seja, “só nos resta a interceptação telefônica para investigarmos a prática do crime X”.

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Indicar os MEIOS que serão empregados.

Deve ser indicado o método, os critérios, a forma, os equipamentos... ou seja, o pedido deve descrever a forma pela qual a diligência deverá operar.

Peço que leia o esquema abaixo com muita atenção:

Veja:

Art. 4º (...) § 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo.

Dá uma espiadinha nesta questão aqui:

(CESPE – PC/DF – 2013) No que se refere à escuta telefônica, julgue o item a seguir.

O juiz poderá, em regra, admitir requerimento verbal de interceptação de comunicação telefônica desde que este seja formulado pela autoridade policial durante investigação criminal.

RESOLUÇÃO:

Que absurdo!

Peço que leia novamente o §1º do art. 4º, que estabelece a EXCEPCIONALIDADE do requerimento verbal de interceptação de comunicação telefônica.

Item incorreto.

Supondo que o requerimento tenha preenchido todos os requisitos, qual a providência a ser tomada quando ele toma conhecimento do pedido de concessão de interceptação telefônica?

O juiz terá o prazo máximo de 24h para decidir sobre o pedido!

Art. 4º (...) § 2° O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido.

A regra é a de que o pedido de interceptação deve ser feito de forma escrita. Apenas em casos excepcionais, o juiz poderá aceitar o pedido verbal do requerente.

Contudo, a concessão da interceptação só poderá ser feita após a redução do pedido a termo, ou seja, o juiz não está autorizado adecretá-la verbalmente!

Na prática, o pedido verbal é feito em casos de extrema urgência, mas deve ser transcrito e documentado (forma escrita), indicando os pressupostos que autorizaram a interceptação, exatamente como foram expostos pela autoridade

policial ou pelo MP.

Basta pensar no caso da interceptação da ligação telefônica entre o sequestrador e a família da vítima, em que cada minuto é precioso.

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Presentes os requisitos, o juiz deve proferir uma decisão que autoriza a interceptação:

Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, RENOVÁVEL POR IGUAL TEMPO uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova.

Opaaaaa! O art. 5º mal chegou e já nos apresentou uma informação importantíssima:

A interceptação telefônica terá o prazo máximo de 15 dias, renovável por igual período (+ 15 dias) caso comprovada a indispensabilidade do meio de prova!

Se necessário, o prazo da interceptação pode ser renovado por sucessivas vezes por decisão fundamentada.

Assim, jamais afirme em prova que a renovação do prazo se dará de forma automática, ok?

O prazo de 15 dias é o tempo máximo para cada interceptação concedida.

Isso quer dizer que as renovações não poderão ultrapassar, cada uma delas, o prazo de 15 dias!

Amigos, sabemos hoje em dia que, no contexto das organizações criminosas, as condutas criminosas têm seguido padrões bastante complexos, que demandam investigação aprofundada sobre os fatos – é esse o contexto das renovações!

Ex: juiz concede a interceptação telefônica, que vence ao final do prazo de 15 dias. No último dia do prazo e percebendo que não foram colhidas provas suficientes, o juiz autoriza a renovação do prazo por mais 15 dias, depois por mais 15 e, no 5º dia da última interceptação renovada, o juiz encerra a medida sob a justificativa de que as provas foram suficientemente colhidas!

Veja só este caso em que o tempo de duração de uma interceptação telefônica foi de quase 2 anos:

INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA AUTORIZADA JUDICIALMENTE DE FORMA FUNDAMENTADA.

PRORROGAÇÕES INDISPENSÁVEIS DIANTE DA EXTENSÃO, INTENSIDADE E COMPLEXIDADE DAS CONDUTAS DELITIVAS INVESTIGADAS E DO NÍVEL DE SOFISTICAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, COM RAMIFICAÇÕES NA AMÉRICA DO SUL, NA EUROPA E NOS ESTADOS UNIDOS (...) 1. A investigação que embasou a denúncia cuidava de apurar as suspeitosas atividades de articulada e poderosa organização criminosa especializada no comércio ilícito de substâncias entorpecentes (especialmente cocaína), com ramificações na Bolívia, no Uruguai, na Europa e nos Estados Unidos, esses últimos países receptores da droga, bem como na ocultação dos lucros auferidos com a atividade criminosa mediante a aquisição de postos de gasolina e investimentos em indústria petroquímica. 2. Nesse contexto, não se divisa ausência de razoabilidade no tempo de duração das interceptações ou na quantidade de terminais interceptados, porquanto a dita numerosa quadrilha - veja-se que somente os ora pacientes possuíam 11 linhas telefônicas - e as intrincadas relações estabelecidas necessitavam de minucioso acompanhamento e apuração. 3. Ademais, a legislação infraconstitucional (Lei 9.296/96) não faz qualquer limitação quanto ao número de terminais que podem ser interceptados, ou ao prazo de renovação da medida; tudo irá depender do tipo de investigação a ser feita - quanto mais complexo o esquema criminoso, maior é a necessidade da quebra do

(23)

sigilo telefônico, de mais pessoas e por mais tempo, com vistas à apuração da verdade que interessa ao processo penal. Precedentes do STJ e STF. (STJ, 5ª Turma, HC 45.630/RJ, Rel. Min.

Felix Fischer, DJ 10/04/2006).

Uma vez concedida a autorização para interceptar comunicações telefônicas, quem será o responsável por executá-la?

Deferida no curso da investigação criminal ou do processo judicial, compete à autoridade policial conduzir o procedimento de interceptação telefônica, devendo-se dar ciência ao Ministério Público.

Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização.

Teremos, basicamente, a atuação das autoridades da seguinte maneira:

Será que a Polícia Civil dispõe de toda a tecnologia necessária para interceptar uma comunicação telefônica?

Bom, nem sempre a polícia judiciária dispõe dos meios adequados para a captação das comunicações telefônicas, o que lhe dá autorização para requisitar serviços e técnicos especializados às concessionárias de serviço público (operadoras de telefonia fixa e móvel, dentre outras).

Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a autoridade policial poderá requisitar serviços e técnicos especializados às concessionárias de serviço público.

JUIZ DEFERE INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA

AUTORIDADE POLICIAL CONDUZ O PROCEDIMENTO E DÁ CIÊNCIA AO

MINISTÉRIO PÚBLICO

MINISTÉRIO PÚBLICO PODERÁ

ACOMPANHAR AS DILIGÊNCIAS

(24)

Concluído o procedimento de interceptação telefônica, você há de concordar que a autoridade policial muito provavelmente terá em mãos milhares de horas de gravação da comunicação efetuada entre os possíveis investigados, muitas delas sem qualquer relação com o fato investigado!

E aí? Como ela deverá encaminhar o resultado da diligência ao juiz?

Vamos imaginar que, em sua totalidade, foram gravadas duas mil horas de conversas.

Dessas horas, a autoridade policial conclui que apenas vinte minutos interessam às investigações ou ao processo, ao passo que o restante das horas é inútil para tal finalidade.

Seria mesmo razoável a transcrição3 das duas mil horas?

Peço que faça a leitura atenta dos dispositivos seguintes:

Art. 6º (...) § 1° No caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação interceptada, será determinada a sua transcrição.

§ 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da interceptação ao juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá conter o resumo das operações realizadas.

§ 3° Recebidos esses elementos, o juiz determinará a providência do art. 8°, ciente o Ministério Público.

Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se o sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas.

Parágrafo único. A apensação somente poderá ser realizada imediatamente antes do relatório da autoridade, quando se tratar de inquérito policial (Código de Processo Penal, art.10, § 1°) ou na conclusão do processo ao juiz para o despacho decorrente do disposto nos arts. 407, 502 ou 538 do Código de Processo Penal.

3 Transcrever significa passar para o papel algo que foi ouvido.

Na prática, as operadoras de telefonia dispõem de um mecanismo de chaves em que ocorre o desvio das chamadas telefônicas para um terminal de acesso, sendo

desviadas posteriormente para a autoridade policial, que

terá acesso a elas.

(25)

Bom, concluímos o seguinte:

O procedimento da interceptação telefônica deverá ser sigiloso e ocorrer em autos próprios/apartados, ou seja, separados dos autos do inquérito policial ou do processo criminal.

Tudo isso para garantir a utilidade da medida, ou seja, para que sejam devidamente captados os elementos de prova da prática do fato criminoso em investigação ou no curso do processo.

Já imaginou se o investigado soubesse que o seu celular está “grampeado”? Poderíamos jogar a Lei nº 9.296/96 no lixo, pois ela não teria eficácia alguma... Rsrs.

Professor, mas e o princípio do contraditório?

Calma lá! O exercício do direito de defesa será deixado para outra fase, podendo o investigado impugnar as gravações posteriormente (contraditório postergado ou diferido).

Não é necessária a transcrição integral das gravações telefônicas interceptadas, exigindo-se apenas a transcrição dos trechos necessários ao embasamento da denúncia!

Contudo, a defesa terá acesso garantido à mídia integral (CD, DVD, arquivo digital etc.), com todos os diálogos, de forma a respeitar o princípio do contraditório e da ampla defesa, bem como o da intimidade.

Veja como já decidiu o STF:

(...) 9. PROVA. Criminal. Interceptação telefônica. Transcrição da totalidade das gravações.

Desnecessidade. Gravações diárias e ininterruptas de diversos terminais durante período de 7 (sete) meses. Conteúdo sonoro armazenado em 2 (dois) DVDs e 1 (hum) HD, com mais de quinhentos mil arquivos. Impossibilidade material e inutilidade prática de reprodução gráfica.

Suficiência da transcrição literal e integral das gravações em que se apoiou a denúncia. Acesso garantido às defesas também mediante meio magnético, com reabertura de prazo.

Cerceamento de defesa não ocorrente. Preliminar repelida. Interpretação do art. 6º, § 1º, da Lei nº 9.296/96. Precedentes. Votos vencidos. O disposto no art. 6º, § 1º, da Lei federal nº 9.296, de 24 de julho de 1996, só comporta a interpretação sensata de que, salvo para fim ulterior, só é exigível, na formalização da prova de interceptação telefônica, a transcrição integral de tudo aquilo que seja relevante para esclarecer sobre os fatos da causa sub iudice.” (....) (STF, Inq 2424, Relator Min. Cezar Peluso, Tribunal Pleno, julgado em 26/11/2008)

Superado esse ponto polêmico, o § 2º do art. 6º determina que a autoridade policial entregará o resultado da interceptação ao magistrado, acompanhado de auto circunstanciado4, que conterá o resumo das operações efetuadas.

(26)

Uma questão para quebrarmos o gelo:

(CESPE – PC/AL – 2012) No que concerne à interceptação telefônica, julgue o item subsequente.

Autorizada, a interceptação telefônica será conduzida pela autoridade policial, em autos apartados, com ciência do Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização. Cumprida a diligência, o resultado deverá ser encaminhado ao juiz, com auto circunstanciado contendo o resumo das operações realizadas.

RESOLUÇÃO:

A assertiva descreveu bem o procedimento de realização da interceptação telefônica conduzido pela autoridade policial:

Art. 6º Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização.

§1º No caso de diligência possibilitar a gravação da comunicação interceptada, será determinada a sua transcrição.

§2 Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da interceptação ao juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá conter o resumo das operações realizadas.

Item correto.

Agora, vamos supor que foram interceptadas as comunicações telefônicas de um executivo de uma grande empresa. O conteúdo das conversas girou em torno de estratégias de atuação, informações sobre relações entre a empresa e o poder público, brigas entre executivos, além de papos atinentes às suas relações familiares e afetivas...

Te faço a seguinte pergunta: pode o investigado solicitar que as gravações sejam descartadas, por revelarem informações privadas sobre os negócios de sua vida íntima?

SIM!

As gravações que não interessarem à investigação ou à instrução processual poderão ser inutilizadas por decisão judicial proferida em um incidente de inutilização de gravação, que poderá ser instaurado a requerimento:

do Ministério Público

da parte interessada

Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada.

Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério Público, sendo facultada a presença do acusado ou de seu representante legal.

(27)

Sim, o termo inutilizar não foi o melhor, pois o material, que já é inútil, será destruído/descartado. Ah, interessante dizer também que não possuem legitimidade para descartar gravações:

→ o juiz

→ a autoridade policial

Alguns doutrinadores entendem que o incidente de inutilização pode ser aberto a qualquer tempo, já que a lei menciona essa possibilidade “durante o inquérito, a instrução processual ou após esta”

Exercitemo-nos!

(CESPE – TJDFT – 2015) A respeito de prova criminal, de medidas cautelares e de prisão processual, julgue o item que se segue.

A gravação decorrente de interceptação telefônica que não interessar ao processo deverá ser inutilizada por decisão judicial posterior, necessariamente, à conclusão da instrução processual.

RESOLUÇÃO:

Opa! Admite-se a inutilização de gravação de interceptação telefônica que não interessar ao processo durante o inquérito e antes da instrução processual, não somente após este último ato.

Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada.

Item incorreto.

INCIDENTE DE INUTILIZAÇÃO DE

GRAVAÇÃO

Exige decisão judicial

Durante o inquérito, a instrução processual ou

após esta

Presença do Ministério Público (obrigatória) e do

interessado (facultativa) Requerimento:

MP

Parte interessada

(28)

Vem resolver esta questão?

(VUNESP – TJ/PA – 2014) No que concerne à interceptação telefônica, regulada pela Lei n.º 9.296/96,

a) é admitida para investigação de infrações penais punidas com reclusão ou detenção, sendo vedada para aquelas que admitem apenas prisão simples e multa.

b) a representação pela sua decretação deve ser feita por escrito, não se admitindo a forma oral.

c) os trechos de conversas interceptadas que não interessarem à prova do crime deverão ser imediatamente destruídas pela autoridade policial

d) não pode ser prorrogada por mais de um período de 15 (quinze) dias, de acordo com jurisprudência atual e dominante dos tribunais superiores.

e) só será admitida se a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis.

RESOLUÇÃO:

a) INCORRETA. De uma vez por todas: a interceptação telefônica não é admitida para investigação de infrações penais punidas com DETENÇÃO, sendo possível somente para as apenadas com RECLUSÃO:

Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:

I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;

II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;

III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.

b) INCORRETA. Em casos excepcionais, é admitido o pedido verbal:

Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem empregados.

§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo.

c) INCORRETA. Autoridade policial não tem o poder para, de ofício, destruir as gravações inúteis.

Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada.

d) INCORRETA. A jurisprudência admite a prorrogação do prazo de 15 dias por sucessivas vezes.

e) CORRETA. Perfeito. Por ser meio de prova subsidiário, a interceptação telefônica não poderá ser utilizada caso existam outros meios de prova disponíveis e eficazes para a investigação do fato.

(29)

Captação Ambiental

Chegou o momento de falarmos sobre este instituto, que foi acrescentado pela Lei Anticrime, mas que já era regulamentado pela Lei nº 9.296/96 por analogia.

Sabemos que a Lei nº 9.296/96 é aplicada somente nos casos de:

Interceptação ambiental, em que um terceiro capta as imagens e/ou o diálogo envolvendo duas ou mais pessoas, sem que nenhuma delas saiba.

Escuta ambiental, ocasião em que são captadas as imagens e/ou diálogos envolvendo duas ou mais pessoas, com o conhecimento de pelo menos um dos interlocutores e sem o conhecimento do(s) outro(s).

Veja só o que diz a Lei nº 9.296/1996, em seu recentíssimo art. 8º-A:

Art. 8º-A. Para investigação ou instrução criminal, poderá ser autorizada pelo juiz, a requerimento da autoridade policial ou do Ministério Público, a captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos, quando:

I - a prova não puder ser feita por outros meios disponíveis e igualmente eficazes; e

II - houver elementos probatórios razoáveis de autoria e participação em infrações criminais cujas penas máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos ou em infrações penais conexas.

§ 1º O requerimento deverá descrever circunstanciadamente o local e a forma de instalação do dispositivo de captação ambiental.

§ 2º (VETADO).

§ 3º A captação ambiental não poderá exceder o prazo de 15 (quinze) dias, renovável por decisão judicial por iguais períodos, se comprovada a indispensabilidade do meio de prova e quando presente atividade criminal permanente, habitual ou continuada.

§ 4º (VETADO).

§ 5º Aplicam-se subsidiariamente à captação ambiental as regras previstas na legislação específica para a interceptação telefônica e telemática.

Vamos aos requisitos:

Cláusula de reserva de jurisdição

Isso quer dizer que a captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos depende de autorização judicial.

Ao contrário da interceptação telefônica, a captação ambiental NÃO PODE SER DECRETADA DE OFÍCIO PELO JUIZ, pois exige:

a) Requerimento da autoridade policial (no curso da investigação).

b) Requerimento do MP (no curso da investigação ou do processo).

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