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1. (Cespe – TCE/PB 2018)

Assinale a opção correta com relação às cláusulas dos contratos administrativos tomados em seu sentido próprio e restrito.

a) A administração pública poderá rescindir o contrato unilateralmente nos casos de inadimplemento por culpa, insolvência e interesse público, mas não o poderá fazer quando o inadimplemento se dever a caso fortuito ou de força maior.

b) Não cabe ao Estado fazer a retomada do objeto nos casos de rescisão unilateral.

c) As cláusulas contratuais são fixadas previamente, de forma unilateral, pela administração, cabendo ao particular a elas aderir.

d) As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.

e) É vedado ao Estado exigir garantia em contratos de obra, serviços e compras.

Comentários:

a) ERRADA. O Poder Público tem a prerrogativa de rescisão unilateral do contrato administrativo por culpa do contratado, por razões de interesse público e também nas hipóteses de caso fortuito e força maior, desde que regularmente comprovadas (art. 78, XVII e art. 79, I, da Lei 8.666/93).

b) ERRADA. A rescisão unilateral do contrato administrativo acarreta consequências, dentre as quais a assunção imediata do objeto do contrato pela Administração Pública, a teor do art. 80, I, da Lei 8.666/93:

Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as seguintes conseqüências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei:

I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se encontrar, por ato próprio da Administração;

II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;

III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e dos valores das multas e indenizações a ela devidos;

IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à Administração.

c) CERTA. Os contratos administrativos são contratos de adesão, em que uma das partes, o Poder Público, propõe as cláusulas do ajuste e a outra, o particular, se limita a aceita-las ou não.

d) ERRADA. Nos termos do art. 58, §1º, da Lei 8.666/93, as cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.

e) ERRADA. A critério da autoridade competente, e desde que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras (art. 56, caput, Lei 8.666/93).

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Gabarito: alternativa “c”

2. (Cespe – CGM/JP 2018)

A administração possui a prerrogativa de modificar, unilateralmente, os contratos administrativos para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado.

Comentários: O item está correto. Uma das cláusulas exorbitantes dos contratos administrativos é a possibilidade de alteração unilateral, respeitados os direitos do contratado, para melhor adequar o ajuste ao interesse público (65, I, Lei 8.666/93).

Gabarito: CERTO

3. (Cespe – CGM/JP 2018)

É vedado o estabelecimento de contrato administrativo por prazo indeterminado.

Comentários: O item está correto. É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado (art. 57, §3º, Lei 8.666/93). A duração dos contratos administrativos fica adstrita, em regra, à vigência dos respectivos créditos orçamentários, ressalvadas as exceções legais.

Gabarito: CERTO

4. (Cespe – CAGE/RS 2018)

Vencedora em regular processo licitatório, determinada sociedade empresária assinou contrato com a administração pública para a execução de determinada obra. No início dos trabalhos, constatou-se a presença de muitas rochas, fator que dificultaria e encareceria a fixação das fundações. Essa informação não foi indicada no projeto apresentado pela administração pública. Nessa situação hipotética, a presença das rochas

a) permite ao contratado rescindir o contrato.

b) permite ao contratado a revisão do contrato, em razão de sujeição imprevista.

c) é considerada caso fortuito, o que afasta a necessidade de revisão do preço contratual.

d) é considerada força maior, o que afasta a necessidade de revisão do preço contratual.

e) é um fato da administração, que dá ensejo à revisão do preço contratual.

Comentários: As interferências imprevistas preexistem à assinatura do contrato administrativo, mas, como o próprio conceito sugere, não foram previstas à época, por serem excepcionais ou incomuns, sendo reveladas apenas quando da sua execução. Diferem do caso fortuito/força maior porque não impedem o prosseguimento do contrato, apenas o tornam mais oneroso, acarretando a necessidade de revisão da equação econômico-financeira, por acordo entre as partes.

A situação narrada no enunciado é exemplo de interferência imprevista, quando, na execução de uma obra pública, encontra-se um terreno rochoso, não previsto no projeto da Administração.

Dito isso, vamos analisar as alternativas:

a) ERRADA. A interferência imprevista não impede o prosseguimento do contrato e, portanto, não enseja sua rescisão.

b) CERTA. Como visto, a interferência imprevista leva à revisão contratual para reestabelecer o equilíbrio do ajuste.

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c) ERRADA. O terreno rochoso consiste em interferência imprevista e não caso fortuito ou força maior.

Ademais, em qualquer dessas hipóteses, há necessidade de revisão contratual.

d) ERRADA. Ver comentário à alternativa “c”.

e) ERRADA. O fato da Administração diz respeito aos atos e omissões do Poder Público que, incidindo especificamente sobre o contrato, retardam, agravam ou impedem a sua execução. No caso do enunciado, a presença de rochas não consiste em ação ou omissão do Poder Público.

Gabarito: alternativa “b”

5. (CESPE – EBSERH 2018)

Um hospital público divulgou edital de licitação para a contratação de serviços continuados de limpeza e manutenção predial. Após a homologação da licitação, a empresa detentora da proposta vencedora, alegando que havia passado muito tempo após a entrega da proposta, se recusou a assinar o contrato com a administração, mas concordaria em assiná-lo, desde que os valores fossem corrigidos e houvesse a garantia de manter o contrato com prazo de execução de sessenta meses.

A respeito dessa situação hipotética, julgue o item a seguir, à luz da legislação vigente.

As correções dos valores do contrato pleiteadas pela licitante no momento da convocação serão aceitas caso a licitante demonstre um eventual desequilíbrio econômico-financeiro ou caso tenha se passado tempo suficiente para que a data-base de reajuste tenha acontecido no mínimo um ano antes da data de assinatura do contrato.

Comentários: Em primeiro lugar, tenha em mente que, decorridos 60 dias da data da entrega das propostas, sem convocação para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos, então dependendo da demora da administração a empresa detentora da proposta vencedora não está obrigada a assinar o contrato.

Passando ao tópico especificamente tratado pela situação hipotética da questão, temos que a correção dos valores do contrato depende de dois fatores.

Primeiro, temos as próprias condições de contratação definidas pela administração, já que o edital da licitação deve indicar o critério de reajuste e o contrato administrativo deve conter cláusula que contenha critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços. Nesse sentido, a concessão de reajuste, no âmbito dos contratos administrativos, em regra, está vinculada ao transcurso do prazo de 1 ano, a contar da data da apresentação da proposta (art. 2º, §1º c/c art. 3º, §1º da Lei 10.192/2001). Com isso em mente, deve ter transcorrido no mínimo um ano da data base antes da assinatura do contrato, iniciando-se a contagem na data da apresentação da proposta.

Temos também a possibilidade de alteração contratual por acordo das partes para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual (art. 65, II, ‘d’, Lei 8.666/1993).

Gabarito: Certa

6. (CESPE – PGM/AM 2018)

No regime de execução indireta por empreitada por preço global, o poder público contrata terceiros para a execução de obra por preço certo e total.

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Comentários: Conforme determina o art. 6º, VIII, da Lei 8.666/1993, a execução indireta é aquela em que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob regime de empreitada por preço global e empreitada por preço unitário.

Temos a empreitada por preço global quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total, portando a afirmativa está correta.

Gabarito: Certa

7. (Cespe – MP/PI 2018)

Nos contratos administrativos, é permitido que a administração pública efetue acréscimo superior ao que a lei obriga o contratado a aceitar, desde que se faça devidamente o reajuste do preço do contrato.

Comentário:

A Lei 8.666/93 não permite que se façam acréscimos unilaterais acima dos limites estabelecidos, quais sejam, 25% do valor inicial atualizado do contrato, como regra e, no caso particular de reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50%.

Gabarito: Errado

8. (Cespe – TCE/PE 2017)

No âmbito jurídico, a sub-rogação do contratado poderá ser efetuada, mas estará condicionada à ratificação da responsabilidade, de forma solidária, entre as partes.

Comentários: Quando é permitido ocorrer a chamada sub-rogação, há a transferência de todos os direitos e obrigações, ou seja, não se configura responsabilidade solidária.

Gabarito: Errada

9. (Cespe – TCE/PE 2017)

A possibilidade de o poder público alterar de forma unilateral as cláusulas de um contrato administrativo é um exemplo de cláusula exorbitante.

Comentários: A possibilidade de alteração unilateral dos contratos administrativos, por parte da Administração, dentro dos limites legais, é sim considerada uma cláusula exorbitante, por não ser comum nos contratos regidos pelo direito privado.

Gabarito: Certa

10. (Cespe – TRT10 2013)

A duração de todos os contratos está adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários.

Comentários: Embora seja a regra, nem todos os contratos têm duração adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários. O art. 57 da Lei 8.666/1993 prevê as seguintes exceções:

Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:

I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório;

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II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meestender-ses após o início da vigência do contrato.

V - às hipóteses previstas nos incisos IX [segurança nacional], XIX [material de uso das Forças Armadas], XXVIII [alta complexidade tecnológica e defesa nacional] e XXXI [pesquisa científica] do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da administração.

Gabarito: Errado

11. (Cespe – CADE 2014)

O contrato terá vigência dentro do exercício financeiro, embora sejam permitidos, em casos especiais, contratos com prazo de vigência indeterminado.

Comentários: A regra é a vigência dos contratos administrativos ser adstrita ao exercício financeiro, coincidindo com a vigência dos respectivos créditos orçamentários, podendo ser prorrogados nas hipóteses previstas no art. 57 da Lei 8.666/1993. Porém, a mesma lei veda a celebração de contratos por prazo indeterminado (art.57, §3º), vale dizer, mesmo as prorrogações devem ter um prazo determinado.

Gabarito: Errado

12. (Cespe – Ministério da Justiça 2013)

Diante da indisponibilidade da coisa pública, o ente público fica impossibilitado de comprar determinado bem mediante contrato verbal.

Comentários: Segundo a Lei 8.666/1993, é possível contrato verbal com a Administração Pública no caso de pequenas compras de pronto pagamento (até R$ 8.800,00), feitas em regime de adiantamento (art. 60, parágrafo único). É o que ocorre, por exemplo, no chamado suprimento de fundos, em que a Administração adianta determinada quantia ao servidor para que ele possa custear pequenas despesas em viagens a serviço (ex: táxi; o servidor não precisa celebrar um contrato formal para pagar o táxi).

Gabarito: Errado

13. (Cespe – MDIC 2014)

O gestor de contrato deve ser um servidor público efetivo com conhecimentos técnicos relacionados ao objeto do contrato.

Comentários: Embora a Lei 8.666/1993, em seu art. 67, discipline apenas a figura do “fiscal” do contrato, é comum também se falar no “gestor” do contrato. Este seria aquele agente que exerce as competências como representante legal da Administração Pública, ou seja, a autoridade competente, que tem por atribuições autorizar a realização da licitação, assinar o contrato, autorizar a celebração de termo aditivo para a alteração do contrato ou prorrogar o prazo, aplicar penalidade, rescindir o contrato, dentre outras. Já o fiscal do contrato teria a função operacional de acompanhar e fiscalizar a execução do contrato, relatando os fatos à autoridade competente; anotar as ocorrências em registro próprio (livro de ocorrência); e determinar a regularização de faltas ou defeitos

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observados. Em ambos os casos, é correto afirmar que, para bem desempenhar suas funções, o servidor deve possuir conhecimentos técnicos relacionados ao objeto do contrato.

Gabarito: Certo

14.(Cespe – TRT10 2013)

Considere que, no decorrer de uma obra pública orçada inicialmente em R$ 200 milhões, tenham sido lavrados dois termos aditivos. Considere, ainda, que o primeiro termo aditivo tenha alterado o valor da obra para R$ 170 milhões e que o segundo, necessário à conclusão do empreendimento, para R$ 220 milhões. Nessa situação, o limite legal para aditivos foi observado, não havendo irregularidade.

Comentários: Segundo a jurisprudência do TCU, “os limites de aditamento estabelecidos no art. 65, inciso II, 1, da Lei 8.666/93 devem ser verificados separadamente, tanto nos acréscimos quanto nas supressões de itens e quantitativos, e não pelo cômputo final que tais alterações (acréscimos menos decréscimos) possam provocar na equação financeira do contrato”.

Ou seja, não seria possível, por exemplo, ocorrer, no mesmo termo aditivo, um acréscimo no percentual de 80% ao objeto inicial e uma supressão de 55%. Embora, nesse exemplo, o cômputo de acréscimos e supressões resulte em 25% (= 80 – 55), a jurisprudência do TCU diz que as alterações devem ser verificadas separadamente, ou seja, um acréscimo de 80% excede o limite de 25%, da mesma forma que uma supressão de 55% também excede.

No caso em exame, o primeiro aditivo reduziu o valor da obra em 15%, de R$ 200 milhões para R$ 170 milhões, dentro, portanto, do limite de 25% previsto na Lei 8.666/93. Com essa redução, o valor referência para novos acréscimos e supressões passou a ser R$ 170 milhões. Sendo assim, o segundo aditamento, que majorou o contrato para R$ 220 milhões, representou um acréscimo de quase 30%, extrapolando, portanto, o limite de 25%

estabelecido pela Lei 8.666/1993, o que caracteriza a irregularidade.

Gabarito: Errado

15. (Cespe – Polícia Federal 2013)

Na execução dos contratos, cabe à administração pública definir a modalidade de garantia contratual, desde que prevista no instrumento convocatório.

Comentários: O item está errado. Nos termos do art. 56, §1º, caberá ao contratado, e não à Administração, optar por uma das modalidades de garantia previstas na lei, desde que a Administração faça essa exigência no instrumento convocatório da licitação que antecedeu a assinatura do contrato. Eis o teor do dispositivo:

Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de obras, serviços e compras.

§ 1o Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia:

I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda;

II - seguro-garantia;

III - fiança bancária.

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Gabarito: Errado

16.(Cespe – PM/CE 2014)

Tanto na contratação de obras como na contratação de serviços e compras, a autoridade competente poderá, a seu critério, exigir prestação de garantia, independentemente de previsão no instrumento convocatório.

Comentários: Nos contratos administrativos, a exigência de garantia por parte da Administração pode ser feita, mas não é obrigatória. Caso a autoridade pretenda fazer a exigência, deve prever no instrumento convocatório da licitação, a fim de que o futuro contratado participe do certame sabendo de todas as condições nas quais o contrato será firmado.

Gabarito: Errado

17. (Cespe – Câmara dos Deputados 2012)

A declaração de inidoneidade de uma empresa foi publicada no primeiro dia de determinado mês. Nessa situação, o prazo para interposição do pedido de reconsideração deve ser contado a partir da data da publicação da declaração.

Comentários: O prazo para interposição do pedido de reconsideração contra a declaração de inidoneidade é contado a partir da intimação do ato (ou seja, quando a licitante recebe a notificação), e não a partir da publicação, nos termos do art. 109, III da Lei de Licitações. Na nossa próxima aula veremos mais sobre os recursos previstos na referida Lei.

Gabarito: Errado

18.(Cespe – Suframa 2014)

Considerando que a SUFRAMA, autarquia vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, pretenda contratar serviços de consultoria para auxiliar na elaboração do Plano Diretor Plurienal da ZFM, julgue o item a seguir.

Uma vez realizada licitação para a contratação dos serviços, ainda que ocorra alguma ilegalidade durante o procedimento licitatório, a administração não será obrigada a anular o contrato se a decisão não acarretar lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros.

Comentários: Como regra, a ilegalidade deve levar à anulação do ato ou procedimento administrativo. Porém, nem sempre os atos merecem ser anulados. Em caso de vício sanável, que não cause lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros (ex: a portaria que designou a comissão de licitação apresentou incorretamente o nome de um dos membros), a doutrina sustenta ser possível a convalidação (correção) ao ato.

Gabarito: Certo

19.(Cespe – DP/MA 2011)

Com relação ao que estabelece a Lei de Licitações acerca dos contratos administrativos, assinale a opção correta.

a) Será nulo e sem nenhum efeito o contrato verbal com a administração, ainda que seu objeto envolva pequenas compras de pronto pagamento.

b) Os contratos podem ser alterados unilateralmente pela administração quando conveniente a substituição da garantia de execução.

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c) As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos podem ser alteradas sem prévia concordância do contratado.

d) A declaração de nulidade do contrato, imputável ao contratado, exonera a administração do dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data da declaração.

e) Tratando-se de serviços essenciais, é vedada a ocupação provisória de bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, caso haja rescisão do contrato administrativo.

Comentários: Vamos analisar cada alternativa:

a) ERRADA. Pequenas compras de pronto pagamento podem ser efetivadas mediante contrato verbal (não escrito), nos termos do art. 60, parágrafo único da Lei 8.666/1993:

Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento.

b) ERRADA, pois a alteração do contrato para troca das garantias só pode ser feita por acordo entre as partes, nos termos do art. 65, II da Lei 8.666/1993:

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos:

(...)

II - por acordo das partes:

a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;

c) ERRADA, nos termos do art. 58, §1º da Lei 8.666/1993:

§ 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.

Lembrando que a possibilidade de alteração unilateral do contrato pela Administração abrange apenas as chamadas cláusulas regulamentares, de execução ou de serviço, que são aquelas que dispõem sobre o objeto do contrato e seu modo de execução, isto é, sobre como o contrato será executado (ex: quantidades contratadas, tipo de serviço a ser desempenhado). Já as cláusulas econômico-financeiras e monetárias, como visto no dispositivo acima, não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.

d) CERTA, nos termos do art. 59 da Lei 8.666/1993:

Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos.

Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

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Significa que, em regra, a Administração tem o dever de indenizar o contratado pelo que este já houver executado até a data em que a nulidade do contrato for declarada, salvo se esta nulidade tiver sido provocada pelo próprio contratado, hipótese em que a Administração ficará isenta do dever de indenizar.

e) ERRADA, pois a ocupação provisória é possível no caso de rescisão do contrato, nos termos do art. 58, V da Lei 8.666/1993:

Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:

(...)

V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.

Gabarito: alternativa “d”

20.(Cespe – Auditor TCE PR 2016)

O artigo 71 da Lei de Licitações assim dispõe: Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.

§ 1.º A inadimplência do contratado com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à administração pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o registro de imóveis. (redação dada pela Lei n.º 9.032/1995)

No julgamento da ADC n.º 16, o STF enfrentou a questão da constitucionalidade do § 1.º do art. 71 acima transcrito e, após analisar se a administração pública poderia ser responsabilizada pelos encargos trabalhistas devidos por empresas que prestem serviço ao poder público, assentou o entendimento de que o dispositivo objeto do referido parágrafo é

A) parcialmente inconstitucional, devendo ser interpretado à luz dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.

B) constitucional, porém a norma somente se aplica aos casos em que a empresa contratada for controlada por uma pessoa jurídica de direito público.

C) constitucional, pois não pode ser automaticamente transferida para a administração pública a responsabilidade pela inadimplência negocial da empresa contratada.

D) inconstitucional, por ferir o princípio da supremacia do interesse público.

E) inconstitucional, pois a administração deve responder pelo risco administrativo.

Comentários: Na ADC 16/DF, o Supremo Tribunal Federal declarou que o art. 71, §1º da Lei 8.666/1993 é compatível com a Constituição Federal, ou seja, entendeu que a responsabilidade dos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais é exclusiva do contratado, não podendo ser transferida à Administração. Daí a correção do item “c”.

Ressalte-se, contudo, que em relação aos encargos trabalhistas, o Supremo entende que, excepcionalmente (e não automaticamente), no exame de casos concretos, é possível a responsabilização subsidiária (e não solidária)

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