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De início desenhamos algumas questões como forma de esclarecer a intenção da pesquisa. É possível observar a partir da leitura das questões que a escolha do aporte

1. As práticas pedagógicas do curso de formação para os professores do 1º ano do Programa Alfabetização na Idade Certa são práticas inovadoras?

2. Os contextos criados na formação proporcionam aprendizagens significativas aos professores alfabetizadores?

3. O professor percebe as práticas na formação como um processo inovador? Assim, os estudos da pesquisa se voltaram para atender a prerrogativas impostas pelas questões a serem esclarecidas. Para tanto, interessou-nos investigar o modo como decorre o processo pedagógico, bem como as percepções dos professores sobre essas práticas sob a ótica da inovação pedagógica, por isso a imersão da pesquisadora no campo fez com que o conhecimento fosse construído por meio da interação entre pesquisador e pesquisado.

3.1.1 As opções metodológicas

3.1.2 Estudo de caso

O estudo de caso consiste “na observação detalhada de um contexto, ou indivíduo, de uma única fonte de documentos ou de um acontecimento específico”. (MERRIAM, 1988 cit in BOGDAN & BIKLEN, 1994, p. 89). Desse modo, a sua utilização nesse trabalho tornou- se imperativo, porque o estudo das ações do sujeito, do seu modo de ser e pensar aliado a nossa à visão de pesquisador deu consistência a esse estudo.

Para Macedo “(…) descrever é um imperativo, estar in situ é ineliminável, compreender a singularidade das ações e realizações humanas é fundante, bem como a ordem sociocultural que aí se realiza.” (2006, p. 83).

Desta forma, partindo dos sujeitos, do seu contexto, de suas conclusões em relação a determinadas situações e de suas ações, buscamos abstrair novos conceitos e novas compreensões. Para tanto, foi necessário ir ao local, observar, pensar e refletir sobre o objeto pesquisado. Como afirma Yin (2010)

Como método de pesquisa, o estudo de caso é usado em muitas situações, para contribuir ao nosso conhecimento dos fenômenos individuais, grupais, organizacionais, sociais, políticos e relacionados... o método do estudo de caso permite que os investigadores retenham as características holísticas e significativas dos eventos da vida real – com os ciclos individuais da vida, o comportamento dos pequenos grupos, os processos organizacionais e administrativos, a mudança de vizinhança, o desempenho escolar, as relações internacionais e a maturação das indústrias. (p. 24).

3.1.3 Paradigma qualitativo

Para Bogdan e Biklen (1994), os investigadores qualitativos estão constantemente a analisar os sujeitos de investigação, seus objetivos e suas experiências, além de tentarem compreender como estes se sentem em determinadas situações.

Os investigadores qualitativos estabelecem estratégias e procedimentos que lhes permitam tomar em consideração as experiências do ponto de vista do informador. O processo de condução de investigação qualitativa reflecte uma espécie de diálogo entre os investigadores e os respectivos sujeitos, dado estes não serem abordados por aqueles de uma forma neutra. (1994, p. 51)

Com relação a essa questão Gimeno Sacristán diz que

Para entender a ação educativa, sua mudança ou sua constância através dos tempos, deve-se apelar às pessoas que dela participam, a sua biografia, a sua liberdade, a sua autonomia e ao modo como assumem tudo isso e suas limitações, sem descartar o peso da cultura, do costume, das instituições e do pensamento social compartilhado. (1999, p. 64)

Ácerca da pesquisa qualitativa Bogdan e Biklen (1994) dizem que os investigadores devem frequentar o local de estudo, pois o contexto aponta pistas que podem responder às questões da pesquisa, é nele que “as ações podem ser melhor compreendidas quando são observadas no seu ambiente habitual de ocorrência.” ( p. 48). O investigador qualitativo não pode distanciar-se do contexto com seu ato, palavra e/ou gesto, pois corre o risco de comprometer o resultado da pesquisa.

Sendo assim, o pesquisador não estará preocupado somente com fatos, mas em descobrir novas respostas e novas indagações, interpretando contextos e retratando a realidade de “forma densa, refinada e profunda”, dando importância às multiplicidades de informações presentes nas diversas situações se utilizando da flexibilidade para o sucesso da pesquisa.

3.2 O locus da pesquisa

3.2.1 A escolha do local da pesquisa

O espaço escolhido para a pesquisa faz parte do nosso contexto profissional, o que contribuiu para a sua escolha.

A sala de aula constitui um espaço de aprendizagens, mas é também um espaço de imprevisibilidade e inconstância, pois nela estão presentes sujeitos singulares com desejos próprios e imersos na sua própria cultura.

Pensando dessa forma utilizamos a sala de aula de uma escola pública assim como a sala de aula da formação de professores alfabetizadores como espaço para a nossa pesquisa.

3.2.2 Contexto social

A instituição escolar onde realizamos este estudo está localizada em um bairro da periferia de Fortaleza e atende a uma clientela de baixa renda.

Assim, para a compreensão desse espaço, fez-se necessário a presença de um olhar mais atento e apurado a fim de captar o significado das ações e reações dos sujeitos. Aqui percebemos a importância de mergulhar no mundo das práticas pedagógicas por meio da pesquisa que se proponha adentrar nesse universo.

3.2.3 Descrição do espaço

A instituição escolar escolhida tem como público alvo crianças entre 4 a 10 anos, em turmas de Pré-escola até ao 5º ano do Ensino Fundamental, no total de 474 alunos matriculados em 2014. Para atender a essa clientela a escola temum total de 16 professores. É uma instituição que conta com uma infraestrutura precária, pois a parte hidráulica apresenta problemas graves, o que tem comprometido as aulas. A escola tem uma biblioteca em um espaço pequeno, uma sala de informática, que só funciona em um turno e um refeitório improvisado. Não possui qualquer quadra de esporte. O número de funcionários da referida instituição gira em torno de 14 profissionais.