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Capítulo III – Orientações metodológicas do estudo

Sessão 6 Questionário final

Nesta sessão, pedimos às crianças para responderem a um último questionário (cf. anexo XI) e explicámos que este servia para avaliarmos se o

103 projecto tinha corrido bem ou mal, para que desta forma os alunos nos pudessem ajudar a melhorar o processo de ensino-aprendizagem.

Além disso, pretendíamos recolher as opiniões dos alunos relativamente aos objectivos do projecto e às actividades preferidas, avaliar conhecimentos adquiridos na área das TIC (noção e funcionalidades da Wiki) e aceder às representações dos alunos sobre as aprendizagens efectuadas.

Após o preenchimento do questionário os alunos imprimiram as suas produções finais, realizadas na PikiWiki (cf. anexo XII) e compilaram-nas todas num livro da turma, com ilustrações, construindo, desta forma, um fabulário composto por sete fábulas.

3.4 – Instrumentos de recolha de dados

Para efectuarmos a recolha de dados necessitámos de escolher instrumentos mais adequados. Desta forma optámos por escolher os inquéritos por questionário e a observação directa por nos parecerem os mais adequados ao tipo de estudo que pretendíamos desenvolver.

No ponto seguinte descreveremos com mais profundidade estes instrumentos de recolha de dados.

3.4.1 - Inquéritos por questionário

"Em ciências sociais, o inquérito é uma pesquisa sistemática e o mais rigorosa possível de dados sociais significativos, a partir de hipóteses já formuladas, de modo a poder fornecer uma explicação."

Alain Birou – Dicionário de Ciências Sociais

O inquérito por questionário é um instrumento de investigação que visa recolher informações baseando-se, geralmente, na inquirição de um grupo representativo da população em estudo. Esta inquirição é feita através de uma sequência de perguntas ou interrogações escritas que abrangem um tema de interesse para os investigadores, não havendo interacção directa entre estes e os inquiridos.

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Um questionário é extremamente útil, para um investigador, quando este pretende recolher informação sobre um determinado tema. Deste modo, através da aplicação de um questionário a um público-alvo constituído, neste caso concreto, por alunos de uma turma, foi possível recolher informações sobre o seu contexto tecnológico.

Para a construção deste instrumento é importante ter em conta que dados se pretende recolher e como vão ser tratados, para uma escolha mais rigorosa do tipo de questionário a aplicar.

A preparação de um questionário exige uma atenção muito cuidadosa principalmente no que diz respeito à formulação das perguntas. Sempre que um investigador elabora e administra um inquérito por questionário verifica-se que a linguagem e o tom das questões que constituem esse mesmo questionário são de elevada importância. Assim, é necessário ser cauteloso na forma como se formulam as questões, bem como na apresentação do questionário.

As questões devem estar muito bem formuladas e colocadas de modo a obtermos inquéritos com uma estrutura organizada por temáticas, claramente enunciadas, reservando-se as questões mais difíceis ou mais melindrosas para a parte final.

As questões devem ser reduzidas e adequadas à pesquisa em questão. Como tal, devem ser desenvolvidas tendo em conta três princípios básicos: o princípio da clareza (devem ser claras, concisas e unívocas), o princípio da coerência (devem corresponder à intenção da própria pergunta) e o princípio da neutralidade (não devem induzir uma dada resposta, mas sim libertar o inquirido do referencial de juízos de valor ou do preconceito do próprio autor). Assim sendo, é habitual, num questionário encontrar vários tipos de perguntas que se inserem nos princípios básicos enunciados anteriormente:

- perguntas de identificação, relativas à identificação do inquirido, não nominalmente mas sim referenciadas a um determinado grupo social (idade, género, profissão…); assim, tanto no nosso questionário inicial como no final surgem como perguntas de identificação as questões 1 e 2;

- perguntas de informação, que estão relacionadas com a recolha de dados sobre factos e opiniões do inquirido; assim no nosso questionário inicial

105 surgem como questões de informação as questões 3, 4 e 5 e no questionário final a questão 3;

- perguntas de controlo, que nos ajudam a verificar a veracidade de outras questões inseridas noutra parte do questionário; assim no nosso questionário inicial surge como questão de controlo a questão 8 (cf. anexo V).

Aquando da aplicação dos questionários, enquanto investigadores, temos de prevenir igualmente as “não-respostas”. Como tal, depois de reformulada a primeira versão do questionário, de forma a garantir a sua aplicabilidade e fiabilidade, procedemos à sua validação. Para tal, recorremos a um pequeno grupo de 6 alunos do 1.º CEB que frequentam um Centro de Explicações e pedimos aos mesmos que, após o preenchimento do questionário, identificassem alguns problemas nas respostas a fornecer, explicitassem dúvidas ou dificuldades de interpretação relativamente ao teor das questões e que manifestassem a sua opinião no que concerne à extensão e adequação do questionário.

Este pré-teste teve como objectivo verificar se todas as questões eram compreendidas pelos inquiridos e se correspondiam à forma prevista pela investigadora, verificar o grau de abrangência das questões fechadas e proceder a uma primeira pré-categorização das respostas abertas.

Procedeu-se, posteriormente, à redacção definitiva do questionário tendo este sido aplicado pela investigadora no dia 5 de Fevereiro de 2009.

Uma vez recolhidos os questionários, procedeu-se à sua codificação, tendo sido atribuído um número convencional, de 1 a 21, de forma aleatória, a cada um dos sujeitos respondentes.

3.4.2 – A observação directa

Tendo em vista uma recolha de dados mais abrangente acerca da implementação do nosso projecto, optámos por recorrer à observação directa, sempre que nos foi possível, em cada uma das sessões uma vez que os métodos de observação directa “constituem os únicos métodos de investigação social que captam os comportamentos no momento em que eles se produzem em si mesmos, sem a mediação de um documento ou de um testemunho” (Quivy & Campenhoudt, 1992: 196).

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A observação é o método pelo qual se obter dados acerca de uma determinada situação. A observação permite recolher, organizar e adaptar a informação recolhida à situação que surja e, com base nesta mesma informação solucionar problemas, ter uma intervenção pedagógica fundamentada e adquirirmos uma atitude experimental bem como conhecimentos e técnicas de investigação.

Segundo Estrela (1994: 29), o observador deve reger-se por determinados objectivos: “delimitar o campo de observação”, que consiste em seleccionar, por exemplo, o espaço, os comportamentos, as actividades e as interacções; definir as unidades de observação, ou seja, decidir o objecto da observação, neste caso concreto a turma do 3.º e 4.º anos da Escola da Fontiela; e estabelecer sequências comportamentais – o continuum dos comportamentos, o repertório comportamental, entre outros.

O observador deve ainda ter em atenção aspectos relativos a como vai observar. Para Estrela (1994: 29), aquando da observação, o investigador tem de fazer várias opções, nomeadamente as “formas e meios de observação”, o modo como se vai efectuar o registo dos dados, o posterior tratamento destes e o tipo de preparação que vai fazer antes de ir para o campo, ou contexto de recolha.

No entanto, tal como as outras técnicas de recolha de dados, a observação directa também tem as suas limitações e pode levantar alguns problemas. Durante a realização desta é frequente sentir dificuldades sobretudo nos casos em que o investigador é, simultaneamente, o dinamizador das actividades, sobre o impacto dos quais recai a investigação, ao nível do registo das observações, tal como aconteceu connosco em que foi possível tomar notas no próprio momento de intervenção. Outro dos problemas encontra-se ao nível da interpretação das observações que deve ser articulada com outros métodos, outras técnicas de investigação, de forma a reduzir o grau de subjectividade (Quivy & Campenhoudt, 1992: 199).

Com o intuito de colmatar as dificuldades apresentadas pela técnica de observação mencionada anteriormente, recorremos à videogravação das sessões. Deste modo conseguimos registar algumas situações e comportamentos dos alunos, bem como a forma e o conteúdo da comunicação, isto é, das interacções verbais e não-verbais (Estrela, 1994: 29).

107 Tendo apresentado os instrumentos de recolha de dados por nós privilegiados, passemos à análise dos dados de forma a dar resposta às questões de investigação que nortearam este estudo.

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