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4. A PESQUISA

4.3 Metodologia e coleta de dados

4.3.3 Questionário

O instrumento básico foi o questionário-padrão (Anexo II) e antes de redigir as per- guntas algumas definições quanto ao vocabulário a ser empregado foram estabelecidas, uma vez que tinham sido identificadas nas pesquisas publicadas certas inconsistências, o que dificultaria posterior análise. Foi então estabelecida uma diferença entre os termos

fontes, recursos e formatos da informação. Chamou-se fontes a todos os locais ou pessoas as quais se pode recorrer para encontrar informação. Recursos a todos os suportes de in- formações e formatos aos diversos tipos de comunicação científica. Assim, uma biblioteca, uma coleção de livros, uma base de dados, um supervisor ou especialista, fazem partes das fontes. Os livros, os artigos, vídeos e CDs são recursos informacionais. E os formatos da informação científica da área médica são os artigos originais, as revisões, os protocolos de atendimento, os relatórios de pesquisa e as comunicações em eventos.

Desta forma o questionário contou com 35 perguntas fechadas, divididas em 6 par- tes, porém apresentadas ao pesquisado como um todo:

• a primeira parte, visava a definir através de sete perguntas o perfil do pesquisado com dados demográficos (idade, sexo), dados sobre a residência e ano em que se encontra na pós-graduação (especialização ou outra residência completa), e instituição onde foi realizada a graduação. Além disso, dados relativos à quantidade de horas dedica- das ao atendimento de pacientes e número de pacientes atendidos diariamente;

• a segunda parte, composta por três perguntas, visava a estudar o com- portamento informacional deste profissional, questionando-o sobre o seu procedimento em caso de necessidades de informação surgidas durante a prática médica; saber se utiliza fon- tes de informação e quais, para resolver questões do atendimento; saber quais são os moti- vos que fazem com ele se predisponha a procurar essa informação e também os motivos que podem fazê-lo desistir dessa busca;

• a terceira parte tratava de conhecer os hábitos e preferências de utili- zação e manejo de recursos informacionais. Desta forma, através de oito perguntas, questi- onou-se sobre freqüência de utilização de bibliotecas especializadas na área médica, razões da não freqüência quando era o caso, preferência por fontes de informação, por recursos de informação, e pelo formato da informação. Procurou-se saber também que meio de procura

é preferido pelos médicos-residentes, assim como quais fontes informacionais utilizam para se manter informados das novidades da profissão. Questionou-se ainda sobre o mate- rial que faz parte da coleção particular do pesquisado e sobre que recursos informacionais são considerados pelos mesmos como imprescindíveis à uma boa prática profissional;

• a quarta parte, procurou saber sobre o conhecimento dos recursos in- formacionais e suas habilidades no manejo dos mesmos. Nove perguntas foram incluídas, sobre a realização da pesquisa bibliográfica em bases de dados; seu grau de satisfação com os resultados obtidos; os problemas enfrentados no manejo das bases; procedimentos ado- tados para acesso ao texto completo da informação coletada; e o formato preferido desses documentos. Pediu-se ainda informação sobre o conhecimento e freqüência de utilização das principais bases de dados bibliográficas da área médica;

• a quinta parte objetivava saber o assunto clínico das perguntas que sur- gem com mais freqüência no consultório. Duas perguntas foram formuladas com a inten- ção de definir o assunto mais freqüente e o segundo assunto mais freqüente que surge du- rante o atendimento aos pacientes;

• a sexta e última parte constituiu-se de um grupo de seis perguntas utili- zando a técnica do incidente crítico (FLANAGAN, 1954) que visava a recolher informação mais realista do comportamento do médico-residente, colocando-o perante alguma situação específica da vida real e que tivesse ocorrido nos últimos trinta dias. Assim, o sujeito da pesquisa foi levado a narrar com suas respostas o que ocorreu naquela ocasião em que houve uma necessidade concreta de informação surgida no atendimento ao paciente; saber se tentou procurar a informação, onde, e se a encontrou, qual foi o impacto imediato que a informação provocou e o que essa informação modificou, contribui ou evitou que aconte- cesse naquela consulta.

ambas as técnicas estarem baseadas exclusivamente na memória do pesquisado (viés de memória) (PEREIRA, 1979). Uma alternativa para escapar dessa restrição seria a pesquisa etnográfica, porém, avaliou-se a mesma como inadequada em decorrência de dois aspectos fundamentais: a impossibilidade de dispor de uma equipe de apoio e a exigüidade do tem- po físico para a conclusão da pesquisa. Também, o risco do viés de memória poderia ser reduzido com o uso, como instrumento, da entrevista em lugar do questionário, o que con- tribuiria para a maior aproximação do pesquisador com o pesquisado, e, ao aplicar a técni- ca do incidente crítico, extrair maiores detalhes do fato narrado. Porém, por outro lado, teria como desvantagem a redução do número de entrevistados, dado o fato de se tratar de uma pesquisa realizada por uma única pessoa.

Finalmente, oitenta e cinco questionários foram entregues, e setenta e três (86%) fo- ram obtidos preenchidos. Nenhum precisou ser excluído.

Os questionários impressos constavam de uma folha de rosto contendo uma carta (Anexo I) explicando o objeto da pesquisa e no rodapé uma parte destinada a colher os seguintes dados do médico-residente: nome, telefone, endereço de correio eletrônico, espe- cialidade do PRM, ano, e a assinatura de consentimento para participar na pesquisa. O cor- po do questionário totalizava cinco folhas impressas com aquelas 35 perguntas fechadas.