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No questionário ao Examinador-interlocutor foram recolhidos elementos sobre o grau de clareza e de dificuldade de cada momento da Prova assim como as dificuldades/obstáculos encontrados. As expectativas dos professores, os pontos positivos e negativos foram alguns elementos objecto desta análise.

No questionário ao examinador-classificador foi aferido o grau de clareza dos descritores em cada categoria; as dificuldades e obstáculos da observação/classificação dos alunos e da utilização das grelhas para registo das classificações; o tempo de duração da prova e por último os aspectos positivos e negativos.

No questionário ao aluno, os pontos objecto de estudo foram: o grau de dificuldade e de preferência; o tempo de preparação e de realização das actividades; as expectativas; o que agradou e desagradou.

Refira-se que alguns destes dados foram compilados e apresentados sob a forma de tabela / esquema, facilitando a sua compreensão e identificação de problemas.

Relativamente às grelhas de classificação, consideramos pertinente indicar alguns dos problemas/ dificuldades identificados pelos professores, nomeadamente o número excessivo de descritores a observar e a dificuldade em encontrar uma correspondência entre as categorias e os níveis dos descritores fornecidos. Pensamos que a falta de hábito de utilização deste tipo de parâmetros, referida pelos professores, pode explicar alguns dos problemas detectados.

A análise de todos estes dados contribuiu para a eventual reformulação das provas de avaliação e para a identificação das necessidades de formação dos professores de francês do Ensino Secundário.

No ano lectivo seguinte, 2006/2007, visando a valorização das competências da oralidade e ao mesmo tempo colmatar algumas necessidades de formação detectadas, o GAVE deu início a um conjunto de acções de formação para a avaliação da expressão oral.

Estas formações têm incluido um enquadramento teórico (avaliação sumativa externa; avaliação estandardizada da expressão oral; programas da língua estrangeira e QECR) e uma abordagem teórico-prática que implica a construção de guiões a partir de matrizes/modelos, respeitando os procedimentos a observar na aplicação de provas orais estandardizadas. No site do GAVE http://www.gave.min-edu.pt/np3/10.html, além de um breve descritivo do

projecto e dos seus objectivos, encontramos, em formato PDF, um modelo de prova e procedimentos para aplicação de guiões, os descritores de nível e grelhas de classificação para as várias línguas estrangeiras e níveis. No caso da língua francesa, está também

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acessível o guião da prova experimental aplicada em 2006 e os vários guiões realizados pelos formandos em 2007 e em 2008.

No seguimento da acção de formação de 2007, os professores participantes foram convidados a aplicar aos alunos da sua escola um dos guiões produzidos durante a formação. A generalidade dos documentos agora disponíveis no site do GAVE, não são substancialmente diferentes dos que foram utilizados em 2006 e que já foram objecto da nossa análise, tendo sido, segundo o GAVE “sujeitos a alterações/melhorias sugeridas pelos resultados das experimentações do ano 2006/2007116”.

Além de pequenas mudanças ao nível da estruturação/formatação dos documentos de apoio, consideramos pertinente referir algumas alterações nas grelhas de registo de classificação e nas correspondentes categorias e descritores para a avaliação da produção oral.

As categorias (Âmbito, Correcção, Fluência, Interacção e Desenvolvimento temático e coerência) mantêm-se, porém, houve alteração da designação dos níveis. Em vez dos níveis A1, A2, B1, B2 do QECR presentes na grelha de 2006117, surgem agora os níveis 1, 2, 3 e 4. Contudo, parece-nos que é evidente a sua correspondência. Na grelha de 2006, o A1 e o B1+ não tinham descritor, assim como nas grelhas de 2007 e de 2008 não há descritor nos níveis 2 e 4.

Quanto à redacção dos descritores, há uma simplificação e clarificação, visível na construção de frases mais simples e na distribuição da informação por pequenos tópicos em alguns descritores, tornando assim as grelhas mais funcionais.

Para exemplificar podemos comparar o descritor da categoria Âmbito, no nível B1 e no correspondente N3, nas grelhas de 2006, 2007 e 2008.

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Consultado a 18 de Janeiro de 2010, disponível em http://www.gave.min-edu.pt/np3/10.html 117 Anexo 10 - Grelhas (categorias e descritores, classificação)

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Âmbito

2006 2007 2008

B1 N3 N3

• É capaz de usar meios linguísticos suficientes para sobreviver, exprimindo-se com algumas hesitações e circunlocuções sobre a maioria dos assuntos pertinentes para o seu quotidiano, mas as limitações lexicais provocam repetições e, às vezes, dificuldades com a formulação.

• Usa meios linguísticos suficientes e pertinentes, embora recorra a circumlocuções para se exprimir sobre a maioria dos assuntos.

• As limitações lexicais provocam hesitações, repetições e, às vezes, dificuldades com a formulação.

• Para se exprimir sobre assuntos do quotidiano, usa :

- meios linguísticos suficientes e pertinentes;

- circunlocuções •Eventuais

hesitações/repetições/dificuldades de formulação.

Apesar de as percentagens atribuídas a cada categoria se manterem, na grelha de 2006 a distribuição dos pontos não contemplava a possibilidade de atribuição de zero, estando em 2007 e 2008 prevista essa hipótese em todas as categorias.

Por exemplo, na categoria Correcção, com o peso de 15%, era possível atribuir 6, 12, 18, 24 ou 30 pontos; na grelha actual, para além destes pontos, também é possível atribuir zero. Desta forma, se o desempenho do examinando for inferior ao descrito no nível 1, será atribuída a classificação de zero pontos.

Falta ainda referir uma inovação relativamente aos destinatários da Prova que deixam de ser apenas os alunos do 12º ano para serem também os alunos do 11º ano (disciplina bienal que surgiu na sequência das alterações curriculares já referidas no cap. 3.1.).

A estrutura da prova de 11º é idêntica à do 12º, no entanto, os descritores da grelha do 11ºano remetem para uma menor exigência em algumas categorias e níveis de competência. Enquanto no nível 5 essa diferença é minima, surgindo apenas em 2 categorias e em questões de pormenor, no Nível 1, a maior complexidade para que remetem os descritores do 12º ano é nítida em todas as categorias118.

No que diz respeito ao Júri, este continua a ser constituído por 3 professores, porém, o professor examinador-interlocutor já não preenche a mesma grelha de classificação que os