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88 Com relação ao gráfico acima sobre cor e/ou raça das profissionais do “terceiro setor” é importante mencionar que no questionário da pesquisa foram colocadas cinco opções de marcação, quatro especificavam cores e/ou raças, e uma se caracterizava como outro caso o(a) profissional desejasse se caracterizar de qualquer outra cor e/ou raça. Porém, verificaram-se apenas duas diferentes denominações para cor e/ou raça como ilustrado. Nove (64%) das assistentes sociais se identificam como pardas, e cinco (36%) como brancas; nenhuma profissional se identificou como negra ou mestiça. Essa realidade pode ser expressão da dificuldade de reconhecimento, das profissionais, enquanto negras, já que 64% se identificaram como pardas e nenhuma se reconhece enquanto negra.

No tocante ao perfil profissional, a pesquisa abordou primeiramente o ano do termino de graduação das assistentes sociais. Pode ser visualizado na Tabela 12 que quatro profissionais concluíram a graduação anterior ao ano de 1982, isso implica dizer que provavelmente 28,6% das assistentes sociais que trabalham no “terceiro setor” em Mossoró, já está há, aproximadamente, quarenta anos em exercício profissional.

Tabela 12 Ano de conclusão da graduação Frequência Percentual Anterior ao ano de 1982 4 28,6 Entre 1982 e 1992 4 28,6 Entre 1992 e 2002 1 7,1 Entre 2002 e 2012 5 35,7 Total 14 100

Fonte: Pesquisa de Campo /Organização: autora.

Os dados apresentam que 57,2 % das assistentes sociais(8 profissionais) concluíram a graduação anterior ao ano do último Código de Ética e da Lei de regulamentação da profissão, ambos do ano de 1993, o que pode gerar uma “desatualização” com o debate recente da categoria, sendo visualizados diferentes currículos nos processos formativos destas profissionais. Há, ainda, entre essas 8 assistentes sociais, um percentual de 28,6% que durante o período da graduação, participaram de um processo de formação profissional que promovia a ruptura do Serviço Social com os aspectos conservadores da profissão.

De acordo com Iamamoto (2009, p. 50) “A década de 1980 foi extremamente fértil na definição de rumos técnico-acadêmicos e políticos para o Serviço Social” a década de 1980 marcou os rumos desta categoria no Brasil, tendo em vista que os(as) assistentes sociais participaram dos novos rumos políticos que perpassavam o país, sendo protagonistas na luta

89 “pela democratização da sociedade brasileira”. No âmbito acadêmico, a partir do currículo mínimo de 1982 e, de forma mais aprofundada, com a construção das Diretrizes Curriculares no ano de 1996, o Serviço Social se aproxima da corrente Marxista, o que promoveu para a categoria uma visão crítica da realidade social75, verificou-se na pesquisa que apenas uma(7,1%) das profissionais mencionou ter concluído o curso na década de 1990.

Ainda cinco (35,7%) assistentes sociais mencionaram ter concluído a graduação entre os anos de 2002 a 2012 já depois da implantação das Diretrizes curriculares de 1996. Todos esses aspectos possuem rebatimentos para a atual formação profissional em Serviço Social, pois é exatamente neste contexto de uma formação profissional crítica e comprometida com valores emancipatórios que se inserem os(as) futuros profissionais do Serviço Social brasileiro. A aproximação com conhecimento a partir da teoria crítico-dialética potencializa a apreensão da realidade numa perspectiva de totalidade, impulsionando a construção de ações propositivas, em consonância com os princípios elencados no código de Ética.

As Tabelas que se seguem especificam o tempo que as profissionais estão inseridas no mercado de trabalho, bem como o tempo de atuação delas no atual espaço sociocupacional.

Tabela13

Tempo de Trabalho como Assistente Social Frequência Percentual Menos de 1 ano 0 0 1 ano a 3 anos 2 14,3 3 anos a 5 anos 1 7,1 5 anos a 10 anos 3 21,5 Acima de 10 anos 8 57,1 Total 14 100

Fonte: Pesquisa de Campo /Organização: autora.

Tabela14

Tempo de trabalho na instituição Frequência Percentual

Menos de 1 ano 0 0 1 ano a 3 anos: 4 28,6 3 anos a 5 anos: 2 14,3 5 a 10 anos: 1 7,1 Acima de 10 anos: 7 50 Total 14 100

Fonte: Pesquisa de Campo /Organização: autora.

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No próximo capítulo, aprofundamos a discussão sobre o processo de renovação do Serviço Social brasileiro, apontando os principais momentos, e os acontecimentos que foram fundamentais para a ruptura com o conservadorismo na profissão, bem como a importância da construção do Projeto ético-político do Serviço Social.

90 Conforme a Tabela referente ao tempo de trabalho como assistente social, nenhuma profissional mencionou possuir menos de 1 ano de atuação profissional; 14,3% das profissionais investigadas, trabalham cerca de 1 a 3 anos como profissional de Serviço Social; uma profissional (7,1%) identificou trabalhar de 3 anos a 5 anos; 21,5% trabalham cerca de 5 a 10 anos como assistente social; por fim 57,1% mencionaram trabalhar acima de 10 anos como assistente social.

Os dados expostos proporcionam inferir que mais da metade das assistentes sociais que trabalham no “terceiro setor” em Mossoró, estão no mercado de trabalho há mais de dez anos, e que três profissionais atuam como assistente social há menos de 5 anos.

Outro dado que é importante relacionar, é que o número de profissionais que atuam a mais de 10 anos (8 assistentes sociais) é o mesmo que o número de profissionais que possuem mais de 45 anos de vida(Gráfico 5).

Já a tabela que remete ao tempo que as assistentes sociais possuem de trabalho nas instituições do “terceiro setor”, proporciona analisar que nenhuma das profissionais trabalham em seus atuais local de trabalho há menos de 1 ano; 28,6% trabalham de 1 a 3 anos; 14,3% entre 3 a 5 anos, apenas uma (7,1%) assistente social mencionou ter entre 5 a 10 anos de atuação na instituição. Por fim, metade das profissionais(7) mencionaram trabalhar há mais de 10 anos na atual instituição.

Assim, a realidade analisada parece indicar que, nas instituições pesquisadas, não há descontinuidade do trabalho por ausência de financiamento, pois metade das profissionais (7 assistentes sociais) estão inseridas nas respectivas instituições a mais de dez anos, e, muito embora 4 assistentes sociais possuam de 1 a 3 anos de inserção institucional, nenhuma mencionou trabalhar amenos de 1 ano. Isso não significa dizer que em outras conjunturas e/ou localidades e instituições essa realidade seja a mesma, já que, no mapeamento, foram encontradas três instituições, que ocupavam assistentes sociais, que possuíam um trabalho ativo na cidade, porém no momento da pesquisa informaram que estavam sem funcionar por falta de financiamento, essas instituições ocupavam um total de 4 assistentes sociais(como pode ser visto na Tabela 6, página 76).

91 GRÁFICO 7

Fonte: Pesquisa de Campo /Organização: autora.

Com relação à qualificação profissional em nível de pós-graduação, observa-se no Gráfico 7 os seguintes dados: 50% das profissionais(7 assistentes sociais) não realizaram nenhum curso de pós-graduação; 42,9%(6 assistentes sociais) possuem especialização em alguma área; 7,1%(1) concluiu o mestrado e nenhuma realizou o doutorado. Aqui vale dar destaque a dois aspectos: o primeiro é que metade das assistentes sociais, ou seja, sete profissionais, não possuem nenhuma capacitação profissional em nível de pós-graduação.

No tocante a sua qualificação profissional, os números apresentados na pesquisa, assemelham-se a realidade dos(as) assistentes sociais em nível de Brasil, pois de acordo com a pesquisa CFESS(2005) 55,34% dos(as) assistentes sociais tem apenas a graduação, 35,26% possuem especialização; 6,49% já tem o título de mestre; 1,24% concluíram o doutorado e um percentual inferior a 1% (0,67) cursou pós-doutorado.

Na cidade de Mossoró, esses dados expressam, dentre outros aspectos, as dificuldades na oferta destes cursos, já que na cidade não há possibilidade de cursar doutorado e mestrado em Serviço Social76, apenas em algumas áreas afins. Quanto ao nível de especialização, apesar de haver a oferta de alguns cursos, isto fica mais restrito quando considerado os cursos disponíveis nas instituições públicas e, mais ainda, se referido a oferta destes sem a cobrança de mensalidades. Ressalta-se, portanto, que a possibilidade de cursar pós-graduação fica restrita a condição salarial destas profissionais.

Soma-se a isso a necessidade de assumir múltiplos vínculos empregatícios e a intensidade da jornada de trabalho, o que obstaculiza a dedicação das profissionais a uma pós- graduação. Um segundo ponto a ser enfatizado é que 6 assistentes sociais possuem

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A Faculdade de Serviço Social da UERN teve ressentimento o seu projeto de mestrado em Serviço Social e Direitos Sociais aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior(CAPES), assim, no próximo ano serão iniciadas as atividades de Pós-graduação, com oferta de 12 vagas.

42,9 % 7,1 % 0 % 50 % 0 10 20 30 40 50 60

Especialização Mestrado Doutorado Nenhum/apenas graduação