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Radiologia Convencional

No documento Sara Cristina Fernandes de Oliveira (páginas 36-39)

1.4. Técnicas Radiológicas

1.4.1. Radiologia Convencional

Os raios X são radiações eletromagnéticas de alta frequência produzidas nos tubos de raio X, que são constituídos por uma ampola de vidro em vácuo, dentro da qual se encontra um cátodo e um ânodo (Figura 2). No cátodo são produzidos os eletrões, através de um filamento de tungsténio de elevada resistência que é levado ao rubro (a mais de 2200º C) por efeito de Joule produzido pela corrente elétrica que o atravessa. Os eletrões são acelerados em direção ao ânodo devido a um elevado diferencial de potencial que é aplicado entre este e o cátodo. Os eletrões acelerados embatem no foco do ânodo e cedem a sua energia cinética. Os três principais componentes de um sistema de imagem por raio-X são: o tubo de raio X, a consola de controlo e o gerador de alta voltagem (Bushong, 2013).

19 Figura 2. Esquema de um tubo de raio X

Fonte: Seca, 2003

A maior parte da energia é libertada na forma de calor e só uma pequena fração é emitida na forma de energia eletromagnética X. A radiação X é posteriormente colimada por placas de chumbo que limitam e dirigem o feixe (Seca, 2003).

A radiação X atravessa as diferentes áreas anatómicas a avaliar e é atenuada pelos tecidos de acordo com a sua estrutura. A imagem é depois captada por impressão de uma película fotográfica sensível aos raios X que posteriormente é revelada (Seca, 2003).

A radiologia digital é um avanço tecnológico que permite que as imagens de raio X sejam processadas por sistemas computacionais. A imagem em vez de ser captada é convertida, através de um intensificador de imagem, e armazenada e trabalhada num computador. Posteriormente pode ser impressa, guardada em dispositivos externos e entregue ao paciente ou ser enviada para os consultórios através de um sistema PACS (Picture Archiving and Comunication Sistem) (Seca, 2003).

1.4.2. Ecografia

Historicamente, o uso do ultrassom surgiu pouco depois da 2ª Guerra Mundial derivado da pesquisa sonar subaquática. As aplicações clínicas iniciais monitorizaram alterações na propagação de pulsos através do cérebro para detetar hematomas intracerebrais e tumores cerebrais. Os ultrassons rapidamente progrediram desde os anos 60 do século XX. Progressos no desenho do equipamento, nas técnicas de aquisição de dados e na capacidade de processar os dados levaram ao aparecimento de matrizes de tradução eletrónicas e de imagens em tempo real.

Este progresso está a mudar o alcance do ultrassom e as suas aplicações no diagnóstico radiológico e em outras áreas da medicina. Alta resolução, imagens em tempo real, imagem harmónica, aquisição de dados 3D e o poder do Doppler são algumas das inovações introduzidas na prática clínica. Alguns exemplos de pesquisa recente são os agentes de contraste, a medição da perfusão tecidular e as propriedades elásticas dos tecidos (Bushberg et al, 2012).

20 Nos primeiros anos da década de 90, o avanço noutras áreas da ciência, tais como microprocessadores, telecomunicações e imagem de alta definição requeridas em parte para a aplicação dos ultrassons e que se tornaram disponíveis a preços acessíveis, deram o avanço tecnológico que levou à obtenção dos resultados de que dispomos presentemente. Atualmente, a escolha técnica imagiológica adequada a determinada finalidade baseia-se em fatores como a resolução, contraste, segurança e aceitabilidade do método (Middleton et al, 2004).

O estudo por ultrassons está em sintonia com estes parâmetros, apresentando cada vez melhores níveis de resolução e contraste, inocuidade e grande aceitação pelo doente, além de ser um exame de custos reduzidos. Hoje pode considerar-se quase um exame de rotina, dando múltiplas respostas em vastas áreas da medicina e, muitas vezes, um diagnóstico em apenas alguns minutos. Utilizado no estudo de todo o corpo humano, à exceção de estruturas ósseas, engloba também o estudo endocavitário de alguns órgãos. Atualmente a finalidade da ecografia é a de obter informação acerca de texturas dos órgãos com o fim de demonstrar a existência de doença e a sua caracterização (Middleton et al, 2004). Na figura 3 está representado um exemplo de um ecógrafo.

Figura 3. Ecógrafo Fonte: Middleton et al, 2004

O termo ultrassom descreve ondas de som de frequências que excedem o alcance da audição humana e a sua propagação num meio, tratando-se de ondas de compressão longitudinal (Suetens, 2002). O diagnóstico médico através do ultrassom é uma modalidade que usa a energia do ultrassom e as propriedades da acústica do corpo para produzir imagem de tecidos estáticos e em movimento. Na imagem por ultrassom, um pequeno pulso de energia mecânica é entregue aos tecidos. O pulso desloca-se à velocidade do som, e com as alterações nas propriedades acústicas do tecido, uma fração do pulso é refletida como um eco que retorna à origem. O conjunto dos ecos, com o tempo, e o gravar das amplitudes do eco fornecem informação sobre os tecidos ao longo do trajeto do ultrassom. A repetição do processo centenas de vezes com uma pequena alteração na direção do pulso leva a um volume, a partir do qual uma escala cinzenta de imagens tomográficas pode ser sintetizada. A geração de ondas de som e a deteção de ecos são

21 acompanhadas por um transdutor, que também direciona o pulso ultrassónico ao longo de um caminho linear pelo paciente. Através do trajeto do feixe, a profundidade de estruturas que produzem os ecos é determinada pelo tempo entre a emissão do pulso e o retorno do eco, e a amplitude do eco é codificada como uma escala cinzenta de valores. Adicionalmente a imagens tomográficas bidimensionais (2D), o ultrassom fornece a distância anatómica e medidas de volume, estudos de movimento, medidas de velocidade sanguínea, bem como imagens 3D (Bushberg et al, 2012).

Há várias décadas que os ultrassons são utilizados na sua vertente de diagnóstico médico. A ecografia é uma técnica de imagem dinâmica, não invasiva e sem qualquer efeito secundário conhecido. É complementar com outras modalidades de imagem, muitas vezes a melhor ou mesmo o único método aplicável (Bushberg et al, 2012).

No documento Sara Cristina Fernandes de Oliveira (páginas 36-39)