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Rapidez e segurança, desperdício e reciclagem

No documento Gestão de Estoques (páginas 111-115)

desperdício e reciclagem de

materiais

Nesta aula estudaremos sobre as questões de segurança na operação de um almoxarifado e vamos aprofundar o estudo sobre a ergonomia.

19.1 Segurança nas operações

Na aula anterior você conheceu diversos equipamentos utilizados para movi- mentação de produtos/itens. Pôde perceber que as operações humanas de- vem ser feitas com cuidado, pois em tais circunstâncias o risco de acidentes é elevado.

Além destes equipamentos, o trânsito de veículos externos também deve ser considerado. Veículos de carga como furgões e caminhões constantemente estão atracando nas docas de entrada e de saída. O piso dos armazéns é elevado em relação ao pátio externo propositalmente para facilitar a carga e descarga dos veículos, porém o risco de queda também é significativo (o piso está na mesma altura da caçamba - baú do caminhão).

As operações nos armazéns devem ser feitas com rapidez.

As empresas transportadoras procuram acelerar as entregas, pois a men- talidade é de que caminhão parado dá prejuízo: quanto mais rodar, mais lucro produzirá ao proprietário. Desta forma o uso de empilhadeiras agiliza as cargas e descargas, pois são veículos pesados transportando paletes com produtos/itens. Um palete pode facilmente suportar mais de 500 kg.

Cargas paletizadas ficam mais seguras quando estão arranjadas (dispostas) de forma imbricada (a forma como os tijolos são assentados em uma pa- rede). Além do imbricamento, os produtos/itens podem ser unidos por um filme plástico (strech), que garante maior coesão da carga, facilitando a mo- vimentação e evitando a sua separação (queda).

Outro cuidado é com o chamado duplo manuseio (doblehandling). Cargas movidas duas vezes significam apenas desperdício de tempo e de dinheiro. Isto significa que as operações devem ser administradas para que ocorra apenas uma movimentação: retirada do caminhão e disposição na estante- ria, retirada da estanteria e entrega para o cliente/usuário.

O espaço dos armazéns também é restrito, restrito do ponto de vista de presença humana e restrito do ponto de vista da movimentação no volume (área): quanto mais puder ser aproveitado cada espaço (volume), melhor. O custo da armazenagem fica menor se o volume (área) for menor. Quanto menos trabalhadores, melhor. A área deve ser dedicada para a operação, não devendo ser compartilhada com outras tarefas e departamentos. O es- paço entre as estanterias deve ser o menor possível, limitado apenas à área necessária para o giro dos equipamentos. Limitando os corredores (espaço de giro) é possível acrescentar mais estanterias, portanto aumentar o volume total de armazenagem do prédio.

Estanterias altas exigem necessariamente equipamentos de elevação. Imagine retirar o último palete de 500 kg, de uma estanteria que tem 11 metros de altura. A operação exige que o equipamento se mova para dar espaço para que a carga desça até o nível do chão e só então girar a carga. Equipamentos de elevação devem ter teto de proteção para o operador, pois em caso de queda de produtos/itens da estanteria ou do palete o operador pode ser seriamente ferido.

19.2 Ergonomia

Na aula anterior dissemos que é o local de trabalho que deve se adequar ao homem e não o homem se adequar ao local de serviço. Vitrúvio era um arquiteto romano e se atribui a ele a expressão “O homem é a medida das coisas”. Isso significa que a extensão do nosso corpo é o limite do trabalho: não fomos criados para suportar cargas pesadas.

Temos de ter em mente que o ser humano é frágil, uma simples queda é suficiente para provocar sérios danos físicos, inclusive o óbito. Dadas as operações, é comum se usar escadas para alcançar os paletes que estão nas estanterias. Isso ocorre quando o funcionário não quer baixar o palete ao chão para então, com segurança, retirar o que necessita e depois colocar o palete na estanteria. Pior ainda são aqueles que sobem nas estanterias por achar mais rápido, esquecendo de sua segurança. As leis trabalhistas são suficientemente adequadas para garantir que os trabalhadores estejam assegurados.

Comportamentos inadequados podem gerar incidentes. Incidentes são dife- rentes de acidentes. Um incidente é quando ocorre uma condição de quase acidente, por exemplo: um funcionário subiu numa cadeira com rodinhas

Vitrúvio Polião (Vitruvius

Pollio) foi um arquiteto e engenheiro romano que viveu no século I a.C. e deixou como legado a sua obra De Architectura, formada por 10 livros, que constitui o único tratado europeu do período greco-romano que chegou aos nossos dias e serviu de inspiração a diversos textos sobre construções, hidráulica, hidrologia e arquitetura. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/

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para alcançar algo que estava no alto de uma estanteria, a cadeira deslizou, mas o funcionário foi ágil, pulou e não sofreu uma queda, apenas um susto. Isto é um incidente. Se a mesma situação se repetisse e agora o funcioná- rio caísse e batesse com o joelho na estanteria, provocando uma lesão, se- ria classificado como um acidente. Tanto um incidente quanto um acidente sempre são decorrentes de condições inseguras ou atos falhos das pessoas. Outro erro bastante comum é o ato de levantar cargas flexionando a coluna e não os joelhos. Este é o tipo mais comum de acidente lombar.

Nas áreas de armazenagem, o uso dos equipamentos de proteção individual – EPI e equipamentos de proteção coletiva – EPC deve ser obrigatório. Uso de luvas, óculos, botas de segurança e, em alguns casos, casacos contra o frio (para áreas refrigeradas) e áreas para se reaquecer são necessários.

Resumo

Nessa aula estudamos as implicações que um mau projeto ergonômico tem para a operação de um almoxarifado e a sua relação com a segurança nas operações de movimentação de materiais.

Atividades de aprendizagem

Descubra que cuidados são tomados na sua organização. Caso não esteja trabalhando poderá efetuar essa pesquisa junto com outro colega que esteja empregado.

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