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Recepção de produtos

No documento I NDÚSTRIAP ETROLÍFERA E DO (páginas 134-137)

5.3 Logística

5.4.1 Recepção de produtos

O equipamento destinado à recepção de produtos é composto por tubagens e acessórios ligando os tanques de armazenagem aos equipamentos de descarga e expedição. Estes, normalmente, estão anexos às refinarias ou nos portos. Os navios de transporte têm equipamento próprio para bombear os produtos dos seus tanques para os tanques de armazenagem em terra.

Devido à grande variedade de produtos tratados e ao custo deste equipamento, muitas vezes a mesma linha é usada para vários tipos de produtos. Assim, é frequente haver somente duas ou três linhas que são preparadas para a descarga dos principais produtos, utilizadas para a descarga de toda a gama de produtos. Somente deve-se ter cuidado com as características físicas e químicas dos produtos na sequência de bombeamento e eventualmente utilizar-se separadores físicos entre produtos.

5.4.2 Armazenagem

O tanque de armazenamento é a componente de maior exposição numa unidade de armazenamento de produtos petrolíferos. A dimensão e o tipo de tanque dependem dos produtos envolvidos, volumes, tipo de expedição e ainda meios utilizados no manuseamento.

Os tanques são normalmente de aço carbono, podendo ter outros materiais em menores quantidades. No revestimento utilizam-se tintas especiais anti-corrosão ou então procede-se à galvanização com zinco. Dado o risco ambiental de falência de uma estrutura com estas dimensões, realizam-se normalmente testes de verificação no fim da montagem (Cardoso; 2004). Estes testes podem ser:

2. Os testes de costado consistem no enchimento do tanque com água com posterior análise minuciosa de eventuais vazamentos.

3. O teste do tecto é executado com o tanque cheio de água aumentando a pressão da lâmina de ar, observando eventuais vazamentos de líquido traçador (normalmente água com sabão).

Os tanques de armazenagem de gasolinas estão preparados para minimizarem as perdas por evaporação.

Os tanques de armazenagem de determinados “grades” de “fuel” dispõem de serpentinas de aquecimento e são muitas vezes revestidos com isolamentos, para assegurar uma temperatura suficientemente alta, de modo a manter a fluidez necessária de forma a poderem ser movimentados por bombas com menor custo. Além disso, certos tanques, além do sistema de aquecimento, têm também um sistema misturador para homogeneizar os produtos.

Na figura 5.10 mostra-se uma vista aérea da área de armazenamento da refinaria de Sines onde se podem observar vários tanques.

Figura 5.10 – Vista aérea da área de armazenamento da Refinaria de Sines (Galp)

Os tanques de armazenagem de outros tipos de produtos, como seja o GPL, butano ou propano, que à temperatura e pressão normais se apresentam na fase gasosa, para além de terem uma geometria adequada às pressões a que estão sujeitos (esferas ou cilindros), dispõem de equipamento adequado de pressão ou refrigeração para se manterem na fase líquida. A movimentação do GPL é feita na fase líquida, como se de qualquer outro líquido se tratasse. De referir ainda, nesta área da

armazenagem e manuseamento, o enchimento de garrafas de GPL que é feita em instalações próprias que são as estações de enchimento de gás.

Os tanques mais vulgares são os tanques cilíndricos de eixo vertical. Estes são constituídos por chapa de aço com fundo cónico que permitem uma purga adequada à água. Existe, no caso de combustíveis, um volume chamado de stock morto, que corresponde ao volume situado abaixo do nível mínimo de saída do tanque. Este produto nunca é usado e é importante para assegurar a qualidade do produto, sobretudo no que diz respeito ao material em suspensão (lamas e impurezas), que tendem a se depositar no fundo. Além do stock morto no tanque existe também stock morto nas tubagens que poderá representar um valor muito alto de produto imobilizado.

A medição do volume de um tanque é normalmente feita medindo a altura de produto. Durante a construção do tanque é feita a correlação entre cada milímetro vertical e o seu correspondente volume. É necessário proceder a revisões regulares de cada tabela, pois o volume do tanque pode sofrer alterações e deformações que alteram a sua capacidade. Na determinação do volume, caso não haja uma relação directa entre a altura de produto no tanque e nas tabelas, procede-se a uma interpolação dos valores.

A temperatura desempenha um papel importante na determinação dos volumes em

stock, sendo a temperatura padrão (API) de 20ºC. Assim, ao medir-se um volume num

tanque de armazenagem, é necessário corrigi-lo para a temperatura de 20ºC (Cardoso; 2004). Para uma mais correcta avaliação dos volumes em stock, dever-se-á tomar as temperaturas em pontos múltiplos do tanque e após o tempo de medição adequado como referido na tabela 5.3.

Tabela 5.3 – Tomadas de temperatura de stocks

Coluna de Produto # medidas Produto Tempo(min) Modo Claros 10 1 m profundidade > 5m 3 Escuros (aquecidos) 15 a meio do depósito

Lubrificantes 15 1 m acima do fundo Claros 10 1 m profundidade > 3m e < 5m 2 Escuros (aquecidos) 15 1 m profundidade Lubrificantes 15 1 m acima do fundo

Claros 10 a meio do depósito < 3m 1 Escuros (aquecidos) 15 a meio do depósito Lubrificantes 15 a meio do depósito

Os produtos escuros são normalmente comercializados a peso, e os produtos claros (ou brancos) em volume a 20ºC. Em logística recorre-se ao densímetro para calcular a relação entre o peso e o volume dos produtos.

5.4.3 Tanques de tecto fixo

Entre estes modelos ainda pode-se distinguir:

Tanques de tecto cónico – São utilizados para armazenar todos os tipos de combustíveis líquidos. Se não estiverem equipados com tapetes flutuantes (situação que quase não acontece nos dias de hoje), dispõem de válvulas P&V (“pressure &

vacuum”) para reduzir as perdas por evaporação. Estes são os tanques mais comuns

em combustíveis pouco voláteis (diesel e fuel).

Tanques de tecto esférico – Já não são construídos embora ainda se possam encontrar em algumas instalações mais antigas, ou eventualmente, em zonas de climas mais quentes. De um modo geral, estes tanques altamente resistentes ao efeito da pressão interna permitem maior gama de variações, entre pressão máxima de abertura e pressão mínima de fecho das válvulas P&V, com a consequente economia em termos de perdas por evaporação no enchimento e esvaziamento. Com o aparecimento de tanques com tapete flutuante, estes modelos caíram em desuso. Os tanques de tecto fixo são usados no armazenamento de produtos mais voláteis. São muitas vezes equipados com tapetes flutuantes, que são como que umas membranas metálicas (alumínio e espuma de uretano e neoprene) suportadas por flutuadores, cuja finalidade principal é a diminuição das perdas por evaporação. Este tipo de tanque é muito comum para gasolinas e naftas.

No documento I NDÚSTRIAP ETROLÍFERA E DO (páginas 134-137)

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