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Capítulo I- Jornal O Interior

2.5. Descrição das atividades desenvolvidas

2.8.2. Recolha de informação no terreno

Este ponto consiste na recolha de material audiovisual no terreno, onde devemos primeiramente considerar o que será necessário na realização do processo de edição de vídeo.

Segundo Simão e Fernandes (2007:37), um bom trabalho de campo implica a procura de pormenores, criatividade e audácia, para que o trabalho final seja rico, interessante e com essência.

Uma equipa que no terreno se esqueça ou até desvalorize certos pormenores, que no momento da edição pudessem acrescentar valor à história, acaba por apresentar um trabalho final sem gosto, primário e pouco sedutor.

É com as imagens recolhidas no terreno, que iremos contar uma história.

A captação de imagens é feita através de vários planos, pois cada plano possui a sua própria força e significado, apesar de que os planos não têm o mesmo valor.

Como refere Jorge Nuno Oliveira (2007:14), os planos mais fechados apelam à emoção, enquanto que os planos mais abertos são mais dirigidos à informação. Da mesma forma que o zoom in sugere tensão e aumenta a perspetiva, o zoom out remete-nos para distanciamento e distensão.

Figura 9 -Anotações antes de ir para o terreno Fonte: Fonte Própria

21 Em vídeo existem inúmeros planos e desta forma surgem assim três grupos de planos. Os planos de ambiente, ação e de expressão (Simão e Fernandes, 2007:13).

Os planos de ambiente podem ser:

 Plano muito geral (PMG): este plano não tem quaisquer limites, sendo bastante geral. Contém essencialmente, o ambiente e o elemento humano quase que não é visível na imagem.

 Plano geral (PG): apesar de este plano também se centrar no ambiente, o elemento humano já visível. Apesar de o ambiente prevalecer, este plano já contém alguma ação.

Os planos de ação podem ser:

 Plano geral médio (PGM): a figura humana torna-se visível onde surge dos pés à cabeça e é um ponto central da imagem tornando-se percetível as ações por ele executadas. Há um grande equilíbrio entre a ação e o ambiente que o envolve.  Plano americano (PA): apesar do ambiente estar presente, o conteúdo principal

é a ação das personagens. O limite inferior da imagem corta o ser humano pelo meio da coxa.

 Plano médio (PM): o ambiente não surge neste plano. Plano caraterizado essencialmente pela ação da parte superior do corpo humano. O plano é cortado pela cintura e é considerado um plano intermédio entre a ação e a expressão.

Os planos de expressão podem ser:

 Plano próximo (PP): este plano é cortado pouco abaixo das axilas. Corta totalmente o ambiente que o rodeia e privilegia o que é transmitido pela expressão facial.

 Grande plano (GP): neste plano surge a expressão na sua máxima importância. É um plano que é cortado pela parte superior dos ombros e retira a ação e o ambiente da imagem.

 Muito grande plano (MGP): é um plano de expressão exagerado e que é cortado pelo queixo e pela testa. Este plano permite que seja aumentada a carga emotiva da imagem para o telespectador.

22  Plano de detalhe (PD): neste plano é apenas focado parte de um corpo. Este plano permite também que seja aumentada a carga emotiva da imagem, ao focar, por exemplo, uns olhos a chorar.

Para Jorge Oliveira (2007:16), a posição da câmara em relação à pessoa ou ao objeto captado também pode variar.

Se a câmara estiver num plano superior ao do objeto, o plano é picado, no caso de estar num plano inferior ao do objeto, o plano é contrapicado.

Nunca se deve filmar um convidado ou jornalista de cima para baixo (picado), ou de baixo para cima (contrapicado). Ao filmarmos alguém de cima para baixo transmitimos uma imagem do convidado como sendo alguém diminuído. Por sua vez, se filmarmos alguém de baixo para cima também damos uma falsa imagem de poder. O olhar da pessoa deve estar sempre ao nível da objetiva.

Relativamente aos planos em movimento, estes devem ser usados à medida do movimento do olho humano. Devem ser pausados e evitando ao máximo movime ntos demasiado rápidos e forçados.

Temos assim (Simão e Fernandes, 2007: 16):

 Foca-desfoca: plano que ao focar o primeiro elemento mais próximo desfoca o segundo elemento.

 Zoom: é a aproximação ou afastamento de um dado objeto. Deve ser um plano equilibrado, não deve ser nem demasiado rápido nem demasiado lento.

 Panorâmicas: é um movimento efetuado de acordo com a nossa leitura, ou seja, da esquerda para a direita apesar de se poder efetuar no sentido contrário. Este plano requer bastante equilíbrio, não devendo ser demasiado rápido nem muito lento. Este movimento da câmara é apoiado no eixo do tripé.

 Tilts: é bastante parecido com a panorâmica e é efetuado também de acordo com a nossa leitura, de cima para baixo, ou vice-versa. É um plano que requer bastante equilíbrio e não deve ser nem muito rápido nem muito lento.

 Travelling: este movimento é bastante utilizado no cinema. A câmara efetua um certo percurso e é normalmente utilizado em situações de explicação de uma determinada situação.

23  Tracking: movimento que segue uma personagem ou um dado objeto que se

movimenta, num género de uma perseguição.

Para Simão e Fernandes (2007) é importante ter atenção à iluminação, pois esta é fundamental em televisão. Ter a cara do convidado bem iluminada deve ser o primeiro objetivo do jornalista e do repórter de imagem para se obter as melhores condições de trabalho possíveis.

Deve ser sempre utilizado um tripé, pois este permite a estabilidade necessária para garantir qualidade das imagens.

O material utilizado no estágio foi uma máquina de filmar Sony, tripé e microfone sem fios.

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